O que está acontecendo?

1269 Words
Caterina Gallo O carro parou em frente a uma gigantesca mansão. Não era exatamente o que eu esperava de um homem como o que me sequestrou, mas talvez eu não devesse estar surpresa. Ele não parecia ser perigoso quando frequentava o café, mas ele ter matado Luigi bem na minha frente foi muito violento. Vou ficar com a imagem do sangue espirrando em meu rosto para sempre. Engoli seco olhando de lado para ele. Ele era muito bonito, mas isso não anulava o fato de ele estar me levando contra minha vontade para casa dele. Eu preciso dar um jeito de fugir. Ou um jeito de pagá-lo sem ter que ficar presa aqui com ele. Tudo parecia meticulosamente cuidado, desde os jardins bem aparados até a fachada elegante da casa. Saí do carro ainda trêmula, e ele me guiou para dentro da casa. A casa era decorada com um estilo clássico e elegante, quase opulento demais para o meu gosto, mas não pude deixar de admirar a beleza dos detalhes. Lustres de cristal pendiam do teto, lançando um brilho suave pelas paredes cobertas com obras de arte. Estátuas e móveis de madeira escura adicionavam uma atmosfera de riqueza e poder. Ele não veio ver como eu estava depois que me deixou lá. Rocco simplesmente me jogou em casa e me deixou lá. Eu estava assustada, mas a governanta parecia gentil. — — Venha comigo, querida. Vamos cuidar de você. — Ela estendeu a mão para mim me fazendo hesitar antes de aceitar. — Vou lhe dar um banho. Guardate quel vestito, tutto insanguinato. Poverina. (Olhe esse vestido, todo ensanguentado. Pobrezinha.) Caminhei ao seu lado, tentando absorver tudo ao meu redor. Tudo aqui era muito rico e elegante e eu me sentia cada vez mais deslocada. O que diabos minha vida havia se tornado? Quando chegamos ao topo da escada, Isabella abriu uma porta que dava para um quarto luxuoso. A cama enorme parecia convidativa, mas eu não conseguia me imaginar descansando ali, não depois de tudo o que havia acontecido. — Este será seu quarto por enquanto. — ela disse, fechando a porta atrás de nós. — Sei que tudo isso é muito para você, signorina, mas tente se acalmar. Tem um banho pronto para você ali. Ela apontou para uma porta e depois se virou para sair eu olhei para ela, buscando algum sinal de compaixão. Seus olhos eram gentis, mas havia algo mais ali, algo que me deixava inquieta. Ela saiu para buscar uma roupa e me deixou de frente ao luxuoso banheiro, eu tirei o vestido de casamento ensanguentado e todos os adereços que estavam grudados e cheios de sangue e pó no meu cabelo deixando os cachos castanhos deslizarem sobre os meus ombros. Joguei tudo no canto do banheiro e encarei meu rosto no espelho por um longo tempo, como eu poderia pagar a dívida de Luigi e a de Enzo ao mesmo tempo? Ele me deixaria trabalhar para conseguir o dinheiro? Eu entrei na gigante banheira deixando a água lavar o sangue da minha pele, deixando manchas alaranjadas e avermelhadas por todo o chão. Isabela retornou trazendo toalhas consigo e deixando-as em cima da bancada. Ela me olhou e se aproximou apenas para abrir o tampão do ralo. Me fazendo cobrir meu corpo com as mãos. Ela riu baixo e quando toda a água com sangue escorreu ela tampou novamente deixando a banheira encher. Ela não falou nada e eu também não tinha o que falar. Então ela se abaixou para tirar as roupas do chão. — Por favor, Isabella, me diga... o que… O que seu patrão planeja fazer comigo? — Minha voz saiu trêmula, quase um sussurro. Ela suspirou, se sentando ao meu lado numa pequena banqueta que ela puxou debaixo da pia. — Eu não sei, minha cara. O senhor DeLuca é um homem complicado, Caterina. Ele tem suas razões para fazer o que faz. Ele pode parecer frio e implacável, mas há mais nele do que isso. Ele me pediu para cuidar de você e garantir que nada lhe aconteça. — Isabella fez uma pausa, buscando as palavras certas. — Rocco não vai te machucar. Ele disse que te protegeria, e ele mantém suas promessas, mesmo que nem sempre do jeito que esperamos. As palavras dela não me tranquilizaram completamente, mas havia uma sinceridade em seu tom que me fez acreditar, pelo menos um pouco. Olhei ao redor do banheiro novamente, tentando entender onde eu estava. — E quanto tempo vou ficar aqui? — eu perguntei, a ansiedade se infiltrando em minha voz. — Até que pague a dívida que tem com o senhor DeLuca. — ela respondeu calmamente, adicionando shampoo no meu cabelo. — Pode levar algum tempo, então você deve se preparar para isso. Você pode tentar fazer um acordo com o Senhor DeLuca quando ele voltar, mas eu aconselho pensar bem em uma proposta. Assenti, sentindo uma onda de desespero. Tudo parecia tão surreal. Eu estava em um lugar estranho, com pessoas estranhas, e minha vida estava fora de controle. Mas eu sabia que precisava ser forte. — Obrigada, Isabella. — murmurei, sem realmente saber pelo quê. Ela me deu um pequeno sorriso, — Vou trazer algo para você comer. — ela respondeu se afastando e limpando as mãos no avental marrom que cobria seu vestido preto e liso. — Descanse um pouco depois do banho, signorina. Vai precisar de suas forças. Ela saiu do quarto, me deixando sozinha com meus pensamentos mais uma vez. Terminei o banho e vesti as roupas que ela havia deixado na cama, um vestido florido que ficou levemente apertado em meu corpo. Comecei a andar pelo quarto, tentando me familiarizar com o espaço. Tinha um Closet grande, praticamente vazio, o banheiro em que eu estava ainda a pouco e uma cama enorme com lençóis brancos e um dossel reto. Havia uma grande janela com vista para os jardins, e ao longe, as luzes da cidade piscavam na escuridão. Por um momento, me permiti sonhar com a liberdade, me imaginando longe dali com mamãe e Gianna, passeando pelas ruas bonitas das cidades enquanto comíamos um sorvete numa tarde quente. Me encostei na janela, sentindo a brisa noturna tocar meu rosto. Aqui dentro, eu estava presa, mas não completamente sem esperanças, minha mãe havia escapado do tiroteio com Gianna. A senhora Isabella parecia ser uma aliada, e talvez, apenas talvez, Rocco não fosse tão c***l quanto aparentava. Todas as vezes que ele foi ao café com aquele amigo ele deixava uma gorjeta excelente e era gentil. Quem poderia imaginar que ele era um homem da máfia? Enquanto esses pensamentos rodopiavam na minha mente, ouvi uma batida leve na porta. Antes que pudesse responder, Isabella entrou com uma bandeja de comida. — Aqui está, signorina. Coma um pouco, vai te fazer bem. — Ela colocou a bandeja sobre a mesa e me lançou um olhar encorajador. — Obrigada, senhora Isabella. — disse novamente, desta vez com um pouco mais de convicção. Ela saiu do quarto, e eu me sentei à mesa, olhando para a comida. Meu estômago estava embrulhado, mas sabia que precisava comer para manter minhas forças. Enquanto mastigava mecanicamente o sanduíche que ala havia deixado, minha mente continuava girando em torno do que ela havia dito. Rocco era complicado, mas ele havia prometido não me machucar. Eu só esperava que ele mantivesse essa promessa como ela havia dito.Eu não estava feliz, mas ao menos estava viva. Não era muita coisa que ele tivesse matado Luigi. Eu não queria me casar de qualquer forma, mas ter que pagar a dívida dele era muito.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD