Amor eterno.

932 Words
Dário narrando. Uma semana se passou desde que a Camila veio para a minha casa, ela passa a maior parte do tempo trancada no quarto dela, as vezes não desce nem para comer, mas a Rosa sempre se preocupa com a garota e acaba levando um lanche ou até mesmo as refeições, para que ela não fique com fome. A Rosa lamenta muito o que está acontecendo com a garota e mais ainda com os sentimentos da filha dela, pois ela sabia de tudo o que acontecia entre nós. Ela ofereceu tirar a filha dela daqui da minha casa, mas eu não achei justo, eu não a amava, mas eu tinha um sentimento especial pela garota, eu pagava os estudos dela, dava coisas a ela, a tratava como se fosse a minha mulher. Ela m*l me olhava agora, passava por mim e fazia questão de demonstrar o quanto ela estava insatisfeita pelas minhas escolhas, ela se recusou a acreditar que era somente por causa da Máfia, ela achava que era status, questão financeira ou até mesmo um relacionamento antigo, que eu só vim contar agora, porque eu queria brincar com os sentimentos dela. Eu e a Isabella nunca tivemos um relacionamento sério, eu sempre me divertia nos clubes e nas boates que usávamos para lavagem de dinheiro, mas ela achava que eu era exclusivo, que ia realmente casar com ela e por um momento eu até cogitei, mas vi que não ia valer a pena me apegar a uma garota como ela, cheia de ambições, mas não valia um real. — Vamos, precisamos assinar o contrato. — Eu falei abrindo a porta do quarto da Camila e a encontrei apenas de lingerie. — Meu Deus, Dário... — Ela falou jogando um hobby sobre o seu corpo perfeito. — Não sabe bater na porta? — Deveria ter trancado. — Eu falei sem tirar os olhos dela. — Rápido, não temos todo o tempo do mundo. — Pode sair para que eu me vista? — Ela falou apontado para a porta e eu assenti, fechei a porta do quarto e passei as mãos no rosto... Meu Deus, que mulher... Eu arrumei o meu terno e desci as escadas, fui até o escritório e entrei, o papa estava conversando com o escrivão da Máfia, ele tinha trazido os documentos e os levaria para autenticação e reconhecimento por todos os membros e líderes. — Papa, Santos... — Eu os cumprimentei enquanto me sentava. — Como vão as coisas? — Todos estão cientes do seu casamento. — Santos falou me mostrando o documento. — Eles querem descrição até que tudo esteja pronto. — Não se preocupe, o meu hijo está bem instruído. — Papa respondeu. — Sabe como funciona e o que precisa ser feito na primeira noite. — Não pode forçá-la. — Ele deixou claro. — Atrapalho? — A Camila perguntou ao aparecer na porta do escritório, ela me olhou envergonhada e abaixou a cabeça. — Entre e feche a porta, querida! — Papa falou e assim ela fez. Ela se sentou ao meu lado, estava bastante desconfortável, talvez por eu ter visto ela naquelas condições, mas eu não me importo, eu decidi que não seria um monstro com ela, não iria fazer da vida dela um inferno, mas não juraria amor eterno a ela. Eu só precisava de uma noite com ela, talvez duas e a deixaria em paz para sempre, sem cobranças, sem encheção de saco e livre para ficar com quem eu quiser, a hora que eu quiser. — Estamos conversados? — Eles perguntaram e só então eu me dei conta de que não prestei atenção numa palavra sequer do que o Santos havia dito. — Eu não tenho escolha... — Camila respondeu e eu respirei fundo. — Sim... — Respondi por impulso. — Se me derem licença, preciso resolver uma coisa. — Eu falei me levantando e saindo do escritório. Algumas coisas precisavam ser resolvidas antes de eu assumir a Máfia, eu tinha que declarar guerra contra o Guero, decidir algumas questões com o meu melhor amigo, o Carlos e ficar longe da casa, pelo menos até a minha mãe voltar. Ela estava viajando e com certeza iria ficar muito brava com a minha decisão, ela queria que eu me casasse com a Teresa, uma sobrinha da minha mãe que queria fazer parte da nossa roda de amigos, ela era bastante benevolente e gostava de chamar atenção para si. Mama estava com medo de ficar sem as regalias da máfia, já que o papa queria se separar dela, então ela queria algum pretexto para permanecer no poder e com isso ela envolveria alguém da confiança dela para se casar comigo, mas para contrariar a vontade dela, papa jamais permitiu e então ele aproveitou a ida da minha mama até Paris para armar tudo e possivelmente esse casamento aconteceria bem antes do esperado, pelo que ouvi, seria amanhã. Eu peguei o meu celular e liguei para o Carlos, queria que ele me ajudasse com os próximos passos, já que ele seria o meu braço direito dentro da Máfia. Papa não gostava muito dele, dizia que me levava para o m*l caminho, mas a verdade é que ele me tirou da escuridão quando eu achava que não teria mais jeito... Nem sempre eu fui uma boa pessoa, eu já fiz muito m*l as pessoas e existe uma dor que me acompanha, creio que seja esse o motivo de eu não me apaixonar de verdade. Nós marcamos de nos encontrar na boate, à meia noite, tomaria alguns drinks e me prepararia para o casamento amanhã.
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