Capítulo 6

765 Words
Terça-feira, 9 de março   9:45AM     Cheguei nos caras para mais um dia de favores em troca da quitação da dívida do meu pai, mas o que mais me motivou para voltar àquele quintal perigoso foi saber o quanto valeu ter ido buscar aquela garota. Entrei e só estava ali o Cabeça e o Cleitin. E eles conversavam tanto que nem me viram entrando e sentando, muito menos ouviram o meu bom dia. — Sério, o Ruivo até mandou aqui no zap, é que agora ele tá lá dentro com a Galega, mas é verdade pô. — Cleitin tentava convencer o Cabeça de alguma coisa até que me notou. — Ô Léo, tu viu a chamada do jornal? — Não, porque? — Falou que vai passar a mulher do banqueiro que tá preso, o que deve uma dívida do c*****o pro Ruivo. Ela foi presa com dinheiro, a grana que ía pagar ao Ruivo. — Droga, ele deve tá puto. Pegou a garota pra garantir o p*******o. — E agora? — fiquei curioso. A dívida não é minha, espero que não sobre caia encima de mim. A Júlia é fodida demais! Primeiro o pai, agora a mãe presa. — Agora ele vai ter que acionar os caras de dentro da prisão pra pressionar. — Cabeça explicou. Logo o Ruivo apareceu. Ele estava furioso. Prestes a sair quebrando tudo. Achamos que era por causa da prisão da tal mulher, mãe da Júlia, mas o motivo entrou logo em seguida, conversando sem parar. — Eu não tô brincando, Ruivo! Tu vai sumir com aquela garota de uma vez por todas e rápido. Eu não quero vagabunda nenhuma morando na casa do meu namorado. Eu nunca vi uma namorada tão insuportável igual essa mulher. De tudo ela faz briga. — Galega... — ele se virou pra ela. — Some daqui antes que eu estoure seus miolos. Ui. Ela ficou encabulada e até abriu a boca pra falar, mas aí o Ruivo balançou a cabeça sinalizando que não e ela fechou a boca e saiu. Depois desse clima, os caras resolveram falar sobre a mulher que foi presa. — Eu vi passando na tv, a morena tava assistindo com o viado do meu irmão, mas não ouvi nada porque a Galega tava no meu ouvido. — abriu uma cerveja. — Eu não sei porque ainda não chutei essa mulher da minha vida. — Porque você é louco por ela...— Cabeça sugeriu com um certo deboche. O Ruivo negou. — Mas então, e a dívida? — Seguimos o plano. A garota fica com a gente até o pai pagar as dívidas. Vixi, o final igual o meu. — Cara...— Cabeça se endireitou. — Eu sei que ela é gatinha e tal, mas ficar com essa garota aqui é mais ter prejuízo do que receber algum p*******o. O Ruivo ficou encarando o chão sem piscar. — Ela vai me servir de alguma coisa. Já tô vendo que isso vai dar merda. — Léo. — ele olhou pra mim. Finalmente vou saber o que recebi dessa cobrança. — Tu vai com a morena na casa dela, pra trazer as coisas pra cá. Mas o que? E a minha dívida? O que foi quitado? — Tem certeza que isso é uma boa ideia? — Cleitin questionou. Também acho loucura nessa situação. — A polícia deve tá procurando por ela. — Ela precisa de roupas. — Arranja por aqui. — Ela vai pra faculdade. — E desde quando você liga pra isso? É só uma garota que tem uma dívida enorme. f**a-se a faculdade dela. — Cabeça falou. — Deixa ela aí presa, quando pagar a dívida, libera. Se tu soltar ela pra ir pra casa, a polícia vai ver quando voltarem e todo mundo sabe quem manda nesse morro. — Eu não ligo pro que a p***a da polícia tá achando de mim. A garota vai buscar as coisa e trazer pra cá. De noite ela vai pra faculdade e pronto. — bateu o martelo e o Cabeça se aquietou. — E você, Léo, tá responsável por ela, na ida pra buscar as coisas e na faculdade. Era só o que faltava. — E o que eu já fiz? Descontou quanto da dívida do meu pai? Ele deu um gole na cerveja. — Digamos que se você tomar conta direitinho da morena, a dívida acaba. Ok. Agora as coisas mudaram de figura. — Tá bom. Fechado. Acabar com toda a dívida de uma só vez era o que eu queria. Vou fazer de tudo pra deixar essa garota dentro da linha. 
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