Capítulo 2 - É um sonho! Um sonho!

2066 Words
Ah como queria matar a Granger! Ela poderia escolher qualquer lugar, mas quis aquele, pois sabia que a situação estava precária! No dia que ele se livrasse desses trabalhos, ia se vingar! Ah se ia! Os dois andavam pelo corredor da casa de repouso. Todas as paredes pareciam sujas e mofadas. — Bem, você vai começar por esse quarto. O Senhor Nico tem alergia a mofo e você vai ter que tirar todo ele e depois pintar. — Como vou pintar se eles não têm a tinta? — Não se preocupe, Malfoy! Eu vou comprar a tinta. Enquanto isso você vai tirando o mofo. — Como eu tiro isso? Hermione se afastou dele e saiu do quarto. Draco se aproximou mais da parede e viu uma "crosta" verde colada. Ele tremeu todo com nojo daquilo. Seja lá o que fosse aquilo... Hermione voltou e chamou a atenção do loiro. Tinha umas coisas nas mãos. — Luvas... — Entregou a ele, que pegou sem vontade. — E isso aqui se chama água sanitária. Você joga na parede, espera uns minutos e depois esfrega com isso aqui. — Mostrou uma escova grande e grossa. — Isso deve ajudar um pouco. — Esse lugar fede a podre! — E você vai tirar esse cheiro, é claro. Vou buscar a tinta. Faça o que eu disse. — Não fique mandando em mim, Granger. Você não é minha chefe! Hermione se aproximou dele o encarando séria. — Enquanto tiver que fazer trabalhos comunitários, sou sim! Draco rosnou de raiva a olhando. Hermione riu por dentro. Estava realmente adorando essa situação. — Volto em uma hora. Eu acho bom você fazer direito! E não trate m*l as pessoas aqui, Malfoy! Se fizer isso vou pedir ao Ministro para aumentar sua pena! — Virou as costas e saiu. O loiro apertou as luvas com raiva. Como alguém conseguia ser tão irritante? Xingou seu pai mais uma vez e jurou vingança contra aquela sangue—r**m imunda! Draco colocou as luvas em suas mãos e olhou a parede mais uma vez. — Cara essa é pior coisa que poderia ter me acontecido... — resmungou e pegou o vidro de água sanitária. Ele jogou um pouco do produto naquela bendita crosta verde e se assustou ao ver o troço borbulhar. Continuou jogando nas partes mofadas e quase vomitou com o cheiro que levantou com aquela química. — Você pode abrir a janela para sair esse cheiro. Draco olhou a porta. Tinha uma senhora bem velhinha parada ali olhando ele trabalhar. Usava uma camisola com flores pequenas e um chinelo velho. — Eu não vi que tinha janela... — resmungou. — Ali meu jovem — apontou. — É só puxar ela para o lado — disse sorridente. Draco fez o que ela aconselhou. Ele colocou o rosto para fora e respirou fundo o ar fresco que vinha dali. Assim que viu a parte de trás do lugar, sentiu uma dor nas costas repentina. Com toda a certeza ele ficaria com dor na hora de cortar aquela selva que se formava... — Olhe meu jovem, você pode usar essa máscara também. Esse cheiro pode fazer m*l. Ele olhou para trás e a mulher já estava perto dele com o braço esticado lhe mostrando a máscara branca. — É, esse cheiro é bem forte mesmo... — Pegou a máscara. — Faça bom proveito! — disse alegre. Ela virou as costas para o loiro e saiu lentamente do pequeno quarto. — Obrigado... A mulher sorriu e acenou para ele. Hermione foi até a loja de tintas que tinha não muito longe da casa e comprou alguns galões. Pediu para entregar, pois não conseguiria levá-los por ser pesado. Ela voltou para a casa de repouso. — Está tudo certo? — perguntou a recepcionista. — Sim. Ele já está tirando o mofo. — Ok. Hermione seguiu para o quarto e encontrou o Malfoy esfregando a parede com força. Assim que se aproximou, ela colocou a mão no rosto tampando o nariz. O cheiro era realmente insuportável. — Quem te deu isso? Draco levou susto, pois não tinha visto ela ali. — Uma senhora muito gentil veio até aqui e me emprestou. Disse que esse cheiro pode fazer m*l. — E como... — resmungou ainda com a mão no nariz. — Você a tratou m*l, Malfoy? — Não — respondeu sem vontade. — Acho bom! Draco suspirou com raiva. Ele ficou praticamente o dia todo só para tirar o mofo daquela parede. Hermione não ficou o dia todo ao lado dele, ela saía de perto e de vez em quando vinha ver como estava o serviço. Quando começou a escurecer ela voltou ao quarto. Draco estava pendurado na janela respirando fundo. Hermione observou as paredes e viu que estavam todas limpas. — Bom trabalho, Malfoy! Assim que escutou isso ele se assustou e quase caiu da janela, o que fez ela rir. — Será que agora eu posso comer alguma coisa? — Claro. Vamos embora. — Virou as costas. — Espera! Como vou pra casa? — Você não vai. — Como assim não vou? — falou alto. — Shh! Tem gente querendo dormir, sabia? Vai ficar em um hotel. Draco revirou os olhos. Isso só podia ser um pesadelo! Os dois saíram do lugar com Hermione falando que voltava no dia seguinte para Draco terminar a limpeza. Eles caminharam um pouco em silêncio absoluto. — Vem aqui. — Segurou o braço dele. — Não me toque! — Como você quiser! Eu vou aparatar e você pode pegar o metrô para chegar! O loiro rangeu os dentes e levantou o braço para que ela o segurasse. Hermione segurou o braço dele e em pouco tempo estavam em outro lugar. — Pronto. Você vai ficar aqui. — Vou ter que pagar? — Claro! O que você acha? Que vão te acolher humildemente como um sem teto? — Já posso me livrar de você por hoje? — perguntou irritado. — Só por hoje... Os dois ficaram se encarando por uns segundos. — Até amanhã. — Virou as costas e seguiu seu caminho. Draco entrou no lugar e respirou fundo. Quando que ela o levaria para um lugar com cheiro bom? Parecia que fazia de propósito! Pagou o quarto a contragosto e subiu a escada. Era de madeira e fazia um barulho horrível de coisa velha. Porcaria de lugar! Pensou com nojo. O loiro abriu a porta do quarto e reparou. Era muito pequeno, a cama de solteiro estava quebrada e o lençol sujo. Tinha manchas amarelas por todo ele e o cheiro era realmente desagradável. Seguiu para o banheiro. Merecia um banho! Ao chegar viu a banheira velha e encardida. É um sonho! Um sonho! Pensou de olhos fechados, mas não era sonho, era real e real até demais para o gosto dele. Um Malfoy não fica numa espelunca dessas! Um Malfoy no mínimo teria um banheiro do tamanho do quarto e o banheiro desse lugar juntos! Com uma bela banheira de hidromassagem com água quente e sabonetes perfumados. Mas pensando por tudo que viveu em Azkaban, aquilo ali era perfeito. Tomou uma ducha. Pelo menos a água era quente. Deitou na cama de barriga para cima e desse jeito mesmo dormiu. Estava cansado pelo dia que teve. Nem comeu nada. Só apagou. *** Draco caiu da cama ao ouvir um barulho alto. Era o telefone do quarto. Nem sabia que tinha aquilo ali! — Merda! — Levantou e pegou o aparelho. — O que é? — perguntou irritado. Tinha pegado o telefone ao contrário e ao ouvir a voz do homem sair pelo outro lado, o colocou no ouvido de forma correta. — Bom dia senhor. É que tenha uma Senhorita aqui na recepção que está pedindo pra o senhor descer. — Que senhorita? — Disse que se chama Hermione Granger. Draco apertou o telefone com fúria. — Diga que já vou! — Desligou. — Eu preciso me controlar! Eu preciso! — falou sozinho. O loiro foi até o banheiro e lavou o rosto. Ele vestiu suas roupas e seguiu logo para a recepção. Assim que desceu as escadas, observou a mulher parada perto da porta de saída. Ela usava um vestido vermelho simples. Estava com os cabelos soltos, os cachos caiam por suas costas magra. Apesar de o vestido não ajudar muito, ele pôde perceber as curvas do corpo dela. — Já chega, Malfoy! — falou para si mesmo quando percebeu o que estava fazendo. Ele se aproximou e tocou o ombro dela com o dedo. Hermione virou de frente para ele. — Até que enfim! Ficou preso no quarto, foi? — Vamos logo! — Saiu na frente. — O ministro me enviou uma coruja hoje. Draco parou de andar e a olhou. — O que ele queria? — Disse que para o primeiro dia você se saiu muito bem, mas que ainda tem muita coisa para fazer. — E qual é a novidade? — perguntou com cinismo. Hermione fez careta. — Espera! Você contou a ele o que eu fiz ontem? — Sim ele me pediu um relatório sobre seu dia. — Ah cara! — Virou as costas pra ela e começou a andar. — Onde que vende aquele hambúrguer? — Não pode comer isso a essa hora da manhã! — Vai vigiar o que eu como também? Que eu saiba é só meu trabalho que você tem que vigiar! — disse carrancudo. — Se quer passar m*l eu te levo lá. Será um prazer! — respondeu seca. — O que eu posso comer então, senhorita sabe—tudo? — Não me chama assim! — Mas é o que você é! — Se continuar me irritando, vai ficar sem comer! — E agora você manda em mim. — Riu com deboche. Hermione não respondeu, só continuou andado em passos largos. Eles pararam em uma cafeteria e se sentaram à mesa. Hermione estava com o cardápio enfiado no rosto para não olhar o homem à sua frente. Ele estava extremamente irritante esse dia e extremamente lindo também... Merlin! Quando foi que ela reparou isso? Um cara loiro de olhos verdes se aproximou da mesa sorrindo. — Oi, Hermione! O que vai querer hoje? — Oi Robert! Vou querer o de sempre. — Claro! E seu amigo? — Não somos amigos! — falaram juntos e se olharam. O loiro ergueu as sobrancelhas olhando os dois. — Tudo bem. O que seu acompanhante vai querer? — As sobras me parecem bem pra ele... Draco a encarou com fúria. Se não voltasse para Azkaban por causa disso, a esganava agora mesmo! — Muito engraçado. E o seu pedido? Por acaso é algum tipo de ração? — É aquela que peguei na sua tigela! — Ow... Vamos com calma pessoal... — o homem tentou apartar a discussão. — Você nunca conseguiria comer o que eu como, Granger. Nunca vai conseguir — ignorou o cara à sua frente e continuou a provocando. — É claro que não. Com certeza o que você comeu nos últimos anos não chega nem perto de uma lavagem para porcos. — Já chega! — Socou a mesa com raiva. — Ei, vai com calma cara. Draco olhou o loiro à sua frente. Ele estava sério o encarando. — Seu namorado? — Isso não te interessa, Malfoy! Peça logo o que vai comer ou vai ficar com fome! Draco pediu qualquer coisa daquele maldito cardápio e o homem saiu de perto deles levando os pedidos. — Ele é seu namorado, não é? — Minha vida íntima diz respeito a mim! Obrigada! — respondeu cínica. Draco sorriu de lado. — Desde quando você ficou tão cínica assim, sabe—tudo? — Desde que descobri que teria que ser babá de um bebezão! Draco levantou da mesa com fúria e Hermione continuou sentada com toda a calma do mundo. — Do que você me chamou? — falou alto. — Você ouviu bem. Agora senta aí que as pessoas estão olhando. Ele olhou ao redor e todas as cabeças estavam viradas para ele. O loiro sentou na cadeira e resmungou algo que só ele compreendeu. — Aqui estão os pedidos de vocês. — O amigo de Hermione colocou as coisas na mesa. — Obrigada, Rob! — Sorriu pra ele. — De nada. — Sorriu de volta. O homem saiu dali lançando um olhar mortal a Draco, que deu uma risada debochada. — Rob... — Cala a boca!
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