Capítulo 3 - Pintando tudo

2113 Words
Depois do café da manhã os dois seguiram para a casa de repouso. Assim que entrou naquele quarto, Draco franziu a testa esperando o cheiro insuportável, mas até que agora não estava tão podre como antes. — Agora é só você pintar e o senhor Nico vai poder voltar pra cá. — Quem é esse senhor e como você o conhece? — Ele é um dos idosos que moram aqui. E diferente de você, Malfoy, eu me importo com as pessoas! — Saiu do quarto o deixando sem entender porque disse aquilo. Hermione seguiu para o outro lado da casa. Os idosos estavam em uma grande sala. Alguns jogavam dama e outros xadrez. Ela sempre vinha aqui ler histórias para eles. — Oi! — cumprimentou feliz. Pelo menos três deles adoravam ouvi-la ler. — Oi minha jovem! Que bom que chegou! — disse uma senhora que estava sentada na poltrona velha. — Estava ansiosa para escutar sua história de hoje! — Que boa dona Valentina! Você vai gostar! Hermione sentou em uma cadeira de frente para os velhinhos e começou a ler o livro que pegou na biblioteca. Os três ouviam a história alegres. Adoravam quando recebiam visitas. Ainda mais que suas famílias nunca mais os visitaram depois de deixá-los ali. — Com licença. Seu amigo está te chamando — chamou a menina da recepção. — Eu já volto, ok? — Não demore, estou ansiosa para saber o que vem agora! Hermione sorriu. — Não vou demorar. Ela seguiu para o quarto onde Draco estava, quando chegou se deparou com um loiro todo pintado de amarelo e colocou a mão na boca segurando o riso. — O que aconteceu? — Eu não consigo pintar isso, merda! — disse muito irritado. Hermione ficou o olhando por uns segundos em silêncio e logo começou a gargalhar com o estado que ele estava. Draco estava cheio de pintinhas amarelas pelo rosto e braços, fora a roupa que com certeza ele jogaria fora depois disso. — Quer parar de rir? Hermione riu mais ainda quando ele falou isso. O loiro pegou o rolo da bandeja e passou na barriga de Hermione, que ficou olhando aquilo de boca aberta. Agora foi a vez dele de gargalhar com a visão. — Seu i****a! — Ficou bonitinha, Granger. Amarelo combina com você — disse cínico. — Você me paga, Malfoy! — Estou muito preocupado quanto a isso... — debochou. Hermione fechou os punhos com raiva e encarou Draco com uma fúria fora do comum. Em poucos segundos seguiu para cima dele e arrancou o rolo de sua mão. Ela passou ele no rosto do loiro, que deu um empurrão no braço dela a fazendo jogar o rolo no chão. — Ficou louca? – falou alto. Ele passou a mão no lado direito do rosto e viu sua mão suja de amarelo. — Fiquei! Enlouqueci de vez! — respondeu histérica. — Eu também não estou muito normal hoje! — falou alto e puxou ela para mais perto dele a segurado pela cintura. — O que você está fazendo? — perguntou nervosa e colocou as mãos no peito dele tentando empurrá-lo para longe, mas ele era mais forte e não deixou ela sair de seus braços. — Estou te sujando mais, Granger... — Esfregou os braços sujos de tinta no vestido dela. — Para com isso, Malfoy! — Não. — Continuou esfregando os braços nela. — Para! – falou alto. Draco estava se divertindo em vê-la irritada e "mandando" ele parar. Agora ela dava tapas no peito dele tentando sair em vão dos braços do loiro. — Que merda! — reclamou com raiva. — Wou! A santinha sabe—tudo falando coisas como essas? Que feio, Granger! — provocou. — Cala a boca, Malfoy! E me solta agora! Quanto mais ela mandava ele soltar, mais os braços e as mãos dele corriam pelo corpo dela a deixando completamente amarela, assim como ele estava. — Seu i*****l! Draco a colocou contra a parede recém pintada e ela deu um grito histérico. Dessa vez foi sem a intenção de sujá-la, ele colocou as mãos na parede a cercando e a encarou. Assim que fez isso ela parou de reclamar e ficou olhando nos olhos dele. Ambos respiravam ofegantes. Hermione estava com a cabeça rodando, não estava entendendo o que estava acontecendo no momento e Draco a olhava se perguntando se ela sempre foi bonita assim ou era ele que não estava bem no momento... Sem controlar seu próprio corpo, o loiro se aproximou depressa e capturou os lábios dela. Assim que ele fez isso, ela arregalou os olhos e prendeu a respiração. Que droga estava acontecendo ali? Pensou em empurrá-lo e depois azará-lo para que nunca mais ousasse se quer chegar perto dela! Mas não conseguiu se mexer. Aquilo foi chocante demais para ela. Nunca pensou que o Malfoy fosse fazer isso. Logo com ela? A sague—r**m? Ele com certeza estava fazendo isso para irritá-la! Ah se estava! Só que não irritou, só surpreendeu. Draco chegou o corpo para mais perto do dela e a fez encostar mais ainda na parede melada de tinta. Uma das mãos que estava a cercando, ele colocou no rosto dela. Finalmente ele pediu passagem com a língua. Hermione ficou tensa e tentou sair, mas ele a apertou mais na parede e ela relaxou o corpo vendo que não tinha como escapar. Assim que ficou relaxada, cedeu ao pedido. Quando sentiu a língua dele roçando na sua, apertou os braços dele com força, mas nem ela sabia ao certo porque apertou, se era para ele sair, ou continuar. Mas ele continuou. Ficaram um tempo num beijo calmo e lento. Agora Draco a segurava pela cintura com firmeza e ela estava com as mãos no cabelo dele onde acariciava um pouco. Se não fosse com o maldito Draco Malfoy, Hermione podia até dizer que aquilo estava extremamente bom! Mas era ele. O loiro se afastou um pouco quando precisou respirar. Os dois ficaram se olhando com os rostos sérios e respirando rapidamente. Hermione empurrou Draco para longe dela com raiva. — Nunca mais se atreva a fazer isso! Malfoy sorriu de lado e não falou nada. Hermione passou a mão pelo vestido procurando algo e franziu a testa quando não encontrou. — Está procurando isso? — Draco perguntou mostrando a varinha dela. Hermione sentiu o corpo gelar. Por mais que ele soubesse que se fizesse algo com ela voltava pra Azkaban, ela ficou com medo do que ele poderia fazer. Não seria difícil para ele a matar e esconder o corpo, né? Besteira! Pensou nervosa. Ele não faria isso, pois com certeza dariam falta dela. — Como você pegou isso? — Devo admitir que você guardou bem! — Sorriu largamente. Hermione ficou vermelha. — Me dá isso! — Por quê? — Porque é minha droga! — Hum... Peça por favor. Ela deu uma gargalhada alta. — Me dá logo, Malfoy! — Se não pedir por favor, não dou! Hermione fechou os punhos com raiva. — Me dá... — Travou e respirou fundo. Draco riu divertido. — Por favor. — Não. — Seu filho da p**a você falou que ia me dar! — Você está me surpreendendo cada vez mais, Granger... — disse rindo com o que ela disse. — Que inferno! Os dois escutaram um pigarro e olharam para a porta. Draco escondeu a varinha ao ver a recepcionista parada ali. — Está tudo bem com vocês? — Tudo ótimo! — falaram juntos. — Precisam de ajuda? — Não Marcele, obrigada. Draco olhou Hermione com a testa franzida. Quem mais ela conhecia nesse lugar? — Tudo bem. Qualquer coisa pode me chamar e... Se quiserem tomar um banho depois podem tomar, ok? — Vamos pensar nisso, pode ter certeza! — Draco respondeu sorrindo canalha e recebeu um belo tapa no peito. — Ai! A recepcionista deu uma risadinha e saiu dali. — Me entrega isso! — Se aproximou dele feroz e tentou pegar a varinha. Draco esticou o braço para ela não conseguir pegar. Hermione deu uns pulinhos e não conseguiu pegar a bendita varinha. — Inferno! — resmungou e parou de pular. — Cansou? — perguntou fazendo biquinho. — Seu grande bebezão! Tudo isso é pra sua diversão é neném? Draco ficou extremamente sério agora. — Quem você está chamando de bebê? — Oras, só tem eu e você aqui. Quem você acha? — perguntou cínica. Draco se aproximou com velocidade e a colocou contra a parede de novo. Hermione bateu as costas. — Vai me bater? — perguntou debochada. Draco sorriu contrariado. Como ela é abusada! — Acho bom parar de ficar debochando senhorita sabe—tudo. Posso contar ao seu namorado o que você guarda na calcinha... Hermione ficou em silêncio o encarando. Como queria matá-lo nesse momento! Ainda bem que a varinha estava com ele... Mas qual o melhor lugar para esconder uma varinha quando se está de vestido? — Seu i****a! — Foi onde eu achei né... — sussurrou no ouvido dela. Hermione o empurrou com raiva. — Fique com ela! Mas com toda a certeza o Ministro vai saber que você me roubou — Fez biquinho debochando. Draco sentiu o sangue esquentar e esticou o braço com raiva entregando a maldita varinha. — Ah obrigada. Não precisava se preocupar em devolver tão cedo — disse com sarcasmo. O loiro não conseguiu evitar e riu com ela. Definitivamente essa sangue—r**m não era o que ele pensava... Hermione parou de rir quando percebeu que estavam rindo juntos. Ela ajeitou o vestido e olhou a si própria. Estava amarela! — Finalmente te achei querida! Os dois olharam a porta no mesmo instante. — Minha nossa! O que aconteceu com vocês? – perguntou com os olhos arregalados. — Estávamos brincando Valentina... O meu... — Pensou um pouco. — Amigo aqui é um crianção! Draco a encarou com fúria. Odiava quando ela falava que era um bebê ou qualquer outro gênero que o chamasse de "incapaz e inocente". — Não sabia que eram amigos — disse sorrindo. — Você o conhece? — Ela que me deu a máscara ontem. — Ah... só podia ter sido você — Hermione disse sorrindo. — Puxa vocês estão sujos hein! — É... — Lançou um olhar mortal a Draco, que sorriu sarcástico. — Você demorou muito, querida. Estamos querendo saber o final da história. — Que história? — Não te interessa! — Hermione disse grossa. — Que isso minha jovem! Não seja assim tão rude! — Mas... — Eu não sei porque ela me trata assim... Nunca fiz nada pra ela — Draco disse fingido e Hermione o olhou de boca aberta. — Não ligue pra isso meu jovem! — Se aproximou e cochichou. — Muitas meninas fazem isso quando gostam dos rapazes e não sabem falar. — Piscou para ele, que sorriu amarelo pra senhora. A mulher se aproximou de Hermione. — Não seja tão rude minha menina. Ele parece ser um garoto bom. Draco fez cara de coitadinho por trás da mulher e Hermione o olhou com raiva. — Não é mesmo? — Olhou Draco que desfez a cara e usou seu semblante angelical, o que fez a Hermione revirar os olhos com a cena dele. — Se você acha — ela disse a contragosto. — Vai terminar a história? — Vou. Só vou me limpar. A senhora sorriu radiante. — Espero você lá então. — Seguiu para a porta. — Leve seu amigo. — Ele não vai querer ir.... — Por que não? Adoraria ouvir sua história. Hermione o encarou com fúria. — Ótimo! Espero os dois! — Foi embora cantarolando. — Você vai ficar aqui! — É claro que não! Ela está me esperando. Acha que vou ser m*l-educado de não ir? — perguntou sarcástico. — Como eu te odeio! — Não é isso que sua amiga pensa. — Como assim? — Ela disse que esse jeito que me trata é para esconder que você me ama. Hermione caiu na gargalhada. — Valentina tem cada uma! — Saiu do quarto rindo. Draco a seguiu. — Mas eu acho que ela tem um pouco de razão, sabe? Você bem que gostou quando te beijei. Hermione parou de andar no mesmo instante e olhou para trás com um olhar fatal. — Não fale sobre isso! Nunca! Está me ouvindo? — Por quê? É para o seu namorado não ficar sabendo? — Escuta aqui, Malfoy! — Se aproximou com raiva. — Eu não sou como suas piriguetes de Hogwarts, não fale desta merda de beijo nunca mais! — Mas você gostou... Hermione rosnou de raiva e saiu marchando na frente dele. Draco sorriu vitorioso. Essa batalha ele venceu.
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