Capítulo 19 - Você me salvou

2229 Words
Draco não estava conseguindo dormir aquela noite. Ficou pensando no que Hermione disse e tentando se lembrar do que aconteceu, mas não conseguia. Parecia que tinham apagado a memória dele. Depois de muito tempo pegou no sono. *** Estava deitado em um lugar frio e escutava vozes falando ao seu lado. Ao abrir os olhos, viu várias pessoas com capuz na cabeça em volta dele. — Que merda... É essa? — Oi meu filho. Olhou para o lado e viu a figura que estragou sua vida. Assim que seus olhos o encontraram ele sentiu o sangue quente. No mesmo momento tentou levantar para matá-lo, mas algo impediu. Estava preso pelos braços e pernas. O que estava acontecendo ali? Lucius virou as costas a ele e abriu os braços. — Hoje eu serei o novo Lorde de vocês. Assim que pegar o que ele tem de mais precioso... — Olhou pra trás sorrindo m*****o. — Sua essência! Seu poder! — Riu maleficamente. — Tudo para mim. Te deixarei igual aos trouxas, meu filho. Você não tem se interessado por eles? Só que não terá uma vida fácil. Vendo que te tirando isso, você viverá em cima de uma cama sem mexer nenhuma parte de seu corpo... — Seu monstro! — Draco... A figura assombrosa de seu pai se aproximou e segurou o braço dele. — Me solta! — Draco... — Draco acorda! — Hermione pedia assustada. Ele estava ardendo em febre e não abria os olhos de jeito nenhum. — Por favor... Acorda Draco... O loiro deu um grito alto e abriu os olhos finalmente. Respirava ofegante e sentia a garganta seca. Ao olhar para o lado e ver Hermione, suspirou e sentou na cama a abraçando forte. — Está tudo bem... Foi sonho... — Não foi. — A olhou nos olhos. — Como assim? — Vou te contar... Draco contou todo o "sonho" para Hermione, que escutou apavorada. — Isso é horrível Draco! — O abraçou apertado. — Já sonhou alguma vez assim tão claro? — Foi a primeira vez... — disse se aconchegando ao corpo dela. Sentia muito frio agora. — Melhor você tomar um banho morno para abaixar a temperatura... Está muito quente — disse preocupada. — Só se você me der um beijo. — A olhou nos olhos. Hermione ficou em silêncio o olhando. — Você está muito quente! Anda logo! — Só saio daqui depois de um beijo! Hermione revirou os olhos. Ela deu um beijo na bochecha dele. — Pronto. Agora anda! — Um beijo de verdade Hermione. — Se aproximou e sussurrou perto dos lábios dela. — Na boca! E não me venha com selinhos! Hermione o olhou nos olhos por um momento. Ele a olhava profundamente. Queria nesse momento poder ler a mente dela. Ela olhou os lábios dele e depois voltou a olhar seus olhos. Queria muito desfrutar do sabor da boca dele, mas estava chateada. — Só um Hermione... — Chegou bem perto dela e segurou seu queixo com uma das mãos fazendo ela sentir o calor que saia de seu corpo. Hermione fechou os olhos e se deixou levar. Quando os lábios se tocaram, Hermione sentiu como se tivesse levando um choque. Todo seu corpo respondeu aquele toque e os pelos de seu corpo levantaram. Como ele fazia isso? Será possível fazer sem magia? E quando finalmente sentiu a língua dele na sua. Ela estremeceu da cabeça aos pés e seu corpo todo cedeu. Se fosse possível derretia nos braços dele! Draco tinha o coração disparado e não era pelo sonho/visão que tivera, mas sim pela presença daquela mulher. Só de sentir o cheiro dela, ele enlouquecia. Ficar perto dela era a melhor coisa que podia acontecer com ele. Nada mais importava quando estava com ela, se sentia tão bem. Se sentia completo, amado. Como nunca foi em toda a sua vida. Eles se separaram quando o ar foi necessário e ficaram com as testas coladas. — Eu te amo. Ao ouvir a palavra, Hermione prendeu a respiração. Ah! Ele está delirando de febre! Precisa entrar no chuveiro imediatamente! — Vamos logo tomar a ducha... — Hermione... Eu disse que te amo. — E eu estou dizendo que precisa entrar no chuveiro. Já está delirando. Draco franziu a testa. — Não estou delirando! Estou sendo sincero, droga! Eles ficaram em silêncio um olhando para o outro. — C—como tem certeza? — Nunca me senti assim antes. Você... Você me salvou. — Salvei? — Sim. Acho que ia ser igual o meu pai. Estava ficando igual a ele naquela prisão e depois de te encontrar... — Fez carinho no rosto dela. — Tudo mudou. Hermione sorriu. Draco viu lágrimas nos olhos dela. — Por que está chorando? — Nada... — Me fala. — Deu um selinho nela. — Nunca pensei que fosse ouvir isso de você. — Por isso que eu digo que você me salvou. Hermione o beijou de novo. — Eu te amo Draco. Não quero te perder... O loiro sorriu e sentiu seu coração saltar no peito ao ouvir isso. — Não vai perder. — A beijou mais uma vez. — Agora se você não entrar naquele chuveiro nesse minuto... — Se aproximou e cochichou: — Vai ficar sem sexo por uma semana. Draco levantou em um salto e correu para o banheiro fazendo Hermione rir. O loiro entrou debaixo da água com pressa. Aquela ameaça era forte demais! Isso não! Hermione entrou no banheiro e viu o loiro com cara de dor enquanto a água batia em seu corpo. — Está gelada? — Se aproximou e colocou a mão na água, mas sentiu ela morna. Draco agarrou o braço dela e a puxou para dentro do box de roupa e tudo. — DRACO! Ele a puxou para um beijo e fez a água cair nos dois. — Com você aqui, vai ficar quentinho... — Sorriu de lado. Hermione sorriu maliciosa. O banho foi mais demorado do que o esperado, vendo que Hermione também participou dele. Os dois seguiram para o quarto dela e deitaram na cama agarrados. Draco estava feliz e se sentia bem, sabia que não ia sonhar aquelas coisas, pois ela estava ao seu lado. No dia seguinte Hermione acordou recebendo um beijo demorado nos lábios. Sorriu e então abriu os olhos. Draco sorriu assim que viu ela acordada. — Podíamos ficar aqui hoje, o que acha? — perguntou deitando por cima dela. — Não podemos... O loiro a beijou com desejo antes que continuasse falando. — Vamos demorar um pouquinho para chegar hoje... — Mordeu o pescoço dela. — Você é insaciável? Draco sorriu. — Você não faz ideia... — A beijou de novo. Sem conseguir resistir Hermione cedeu e os dois fizeram amor mais uma vez antes de ir para a casa de repouso. Os dois tomaram banho e em seguida seguem seu caminho. Assim que entraram no lugar, Marcele os olhou e ficou extremamente séria. Depois de tudo ela estava com ele de mãos dadas e sorridente? O que ela precisa fazer para essa garota sair do seu caminho? — Algum problema? — Hermione parou de frente para ela. — Nenhum — respondeu debochada. — Escuta aqui sua piriguete de quinta... Nunca mais chegue perto de mim ou eu vou simplesmente esquecer que você é mulher! Hermione ficou muda quando Draco disse isso bem irritado. Marcele engoliu em seco. O olhar de Draco a assustou de verdade e vendo a maldade nos olhos do pai dele, ele não deveria ser diferente. Draco segurou a mão de Hermione e a puxou dali. Quando apareceram na sala, Valentina levantou e puxou os dois para um canto. Sem entender eles só se deixaram ser conduzidos pela senhora. — Estão bem? — Muito bem — Draco respondeu. — Jura? Ai que alívio! — disse com a mão no coração. — Pensei que não ia acreditar, menina. Quase tive um troço do coração com essa história... Eu acho melhor vocês ficarem longe da Marcele. — Nem precisa pedir duas vezes! — Draco falou antes que Hermione conseguisse se pronunciar. — Se ela conseguisse fazer a Hermione ficar com raiva de mim, nem sei o que faria com ela... — falou nervoso e fez as duas sorrirem. — Você a ama muito, não é? Draco desviou o olhar. Que senhora danada para fazer perguntas inusitadas! O loiro respirou fundo e olhou Hermione ao lado dele. — Nunca amei ninguém na minha vida, mas ela me ensinou. Hermione sorriu e Valentina também. Ela piscou para Hermione. Agora sim ela entendeu o que aquela senhora quis dizer da outra vez que esteve ali. — Lindo! — Apertou as bochechas de Draco fazendo Hermione rir. Depois dessa conversa os dois estavam do lado de fora do lugar. — Aquilo foi constrangedor! — Draco resmungou. — Não foi nada. Foi fofo! – Puxou ele para mais perto e o beijou. Marcele observava de longe. De repente lembrou de algo muito importante e sorriu. Se aquele homem quer o Draco, ele pode buscá-lo na casa da Hermione, não pode? A morena esperou a hora de seu almoço e seguiu até o restaurante que sempre ia. Como esperava, o homem sinistro estava ali por perto a esperando em um beco. — Conseguiu fazer ela ficar com raiva? — Eu droguei seu filho e fiz ela pegar a gente transando, mas ela o perdoou. — Eu não acredito nisso! Maldita! — Mas você quer encontrar ele, não é? — Já não disse isso? — perguntou seco. — Eu sei onde é a casa da Hermione. A expressão no rosto de Lucius mudou totalmente e ele sorriu malicioso olhando a mulher a sua frente. — Diga. *** Draco terminou de cortar toda a grama do lugar e sorriu satisfeito quando não viu mais a selva que existia ali. Hermione leu um livro pequeno para os velhinhos e correu para onde Draco estava. Não queria deixá-lo sozinho. Ela se aproximou dele que sorria largamente. — Que foi? — Estou feliz. — Por quê? — Agora aqui fora está... "Frequentável" e os velhinhos vão poder pegar sol. Hermione o olhou de boca aberta. — Que? — É sério que disse isso? — Por que nunca acredita em nada que eu digo? — perguntou irritado. — Desculpa, é que cada dia que passa você me surpreende... — E isso é bom? — É ótimo! — Se aproximou dele, que foi pra trás. — Que foi? — Estou suado... Hermione sorriu e se aproximou o abraçando mesmo com seus protestos. — Até parece que você não sabe que é assim que eu gosto... — sussurrou no ouvido dele. O loiro sorriu e a beijou. — Só falta a sala e a parte de fora agora, né? — perguntou animado. — Sim. Aí você fica livre... — Desviou o olhar. — Que foi? — O que vai ser da gente depois que você ficar livre? — Vamos ficar juntos, ué. — Mas... — Hermione suspirou. — O que? — Não sei. É que pensando que você vai acabar os trabalhos, me faz pensar que tudo isso vai acabar junto, que não passa de um sonho... — Não fala besteira! É claro que não vai acabar. A menos que você queira... — E você me deixaria ir? — Óbvio que não! Te procuraria até os confins da terra! Ninguém mandou me fazer sentir o que sinto, agora vai ter que me aturar! Hermione sorriu e pulou no pescoço dele beijando—o. — Todos lá dentro acham que somos namorados... Draco ficou pensativo. — Merlin! — O que? — Esse é meu primeiro relacionamento sério! Hermione lhe deu um tapa no peito. — Ai... — disse rindo. — Sabe que estou adorando isso? Minha namorada... — Quem disse que sou sua namorada? — Não é? — Ninguém me perguntou se eu queria... Draco sorriu. — Vai dispensar um loiro como esse? — Apontou pra si mesmo e recebeu outro tapa. — Sério que quer que eu peça? — Se não pedir você é um homem solteiro, logo eu também sou solteira e isso significa caminho livre pra quem se interessar — provocou. Draco ficou sério ao ouvir isso. — Está insinuando o que? — Não insinuei nada. Eu afirmei. O loiro a puxou para perto dele a segurando forte na cintura. — Não abusa, já disse! — disse irritado. — Oras, eu não sou sua namorada. Estou s—o—l—t—e—i—r—a. — Então não seja mais droga! Aceite ser minha namorada! MINHA! — A apertou com força. Hermione sorriu de lado. Não sabia o motivo, mas adorava quando ele ficava assim nervoso e com tamanha possessão com ela. — Só sua? — Deu um selinho nele. — Só minha... — disse olhando os lábios dela. — Quer ir pra casa comemorar nosso namoro? Draco sorriu safado. — Por que estamos aqui ainda? Hermione riu e o beijou. Os dois se despediram do pessoal e seguiram para a casa de Hermione. Assim que entraram, Draco a agarrou pela cintura e beijou seu pescoço. Hermione sentiu uma coisa estranha e afastou o loiro, que a olhou confuso. — Que foi? — Tem alguma coisa errada. — Segurou sua varinha. — Não tem nada errado. Pelo contrário. Recebi o endereço certo! Os dois ficaram paralisados olhando o homem sentado no sofá.
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