— Como entrou aqui?
— Seus feitiços de proteção são fracos, mas bem... A porta estava aberta e foi mais fácil. — Sorriu de lado.
Hermione entrou na frente de Draco fazendo Lucius rir. Maldita mania de não trancar a porta!
— Como você pôde se sujar dessa maneira, Draco? Uma sangue-r**m? Está se relacionando com uma sangue—r**m?
— Engraçado você falar sobre isso, não é? Até uns dias atrás TENTOU AGARRAR ELA! — disse furioso.
Lucius sorriu de lado.
— Sangue—ruins só servem pra isso meu filho. Já não disse isso pra você? E pelo jeito você entendeu bem e seguiu meu conselho.
Hermione olhou para trás e viu o olhar de fúria de Draco.
— Não me chame de filho seu desgraçado!
— Por que essa raiva toda? Não está feliz em me ver? — perguntou cínico.
Agora Hermione sabia de onde Draco era tão cínico...
— Estaria melhor se ainda estivesse em Azkaban!
Lucius riu debochado.
— Devo admitir que você foi esperto, Draco. Inventar toda aquela mentira para ficar livre... Estou impressionado.
— Eu não inventei nada!
— Não precisa mentir pra mim, filho. Eu sei que você sempre quis ser poderoso e mandar nos outros. Vai negar agora?
— Isso foi antes...
— Por que você mudou em dias, não é? Burra é quem acredita — disse olhando Hermione.
Ela olhou Draco, que a olhou balançando a cabeça em negação.
— Não escuta ele!
— Chega de enganar essa garota Draco! Você é um Malfoy! Sempre vai ser.
— Eu até posso ter seu sangue, mas não sou igual a você.
— Meu sangue... Era sobre isso que queria falar com você. — Levantou do sofá.
Hermione apontou a varinha para ele. Ainda estava na frente de Draco. Lucius sorriu.
— Preciso de um favor seu.
— Nem morto!
— Mas eu não preciso de você vivo. — Sorriu m*****o.
Hermione apertou o braço de Draco com força.
Lucius tirou a varinha das vestes e apontou para os dois.
— Venha comigo e não farei nada com ela, mas se não vier...
— Não tenho medo de você, Malfoy! Sei me defender!
Lucius sorriu de lado.
— Ela pensa que pode. Pensa que é alguém...
— Cala a boca! — Draco gritou. — Ela é muito mais que você!
— Falando assim ela acredita mesmo Draco.
Ele se aproximou e antes que Hermione conseguisse se defender contra isso, vários homens vestidos de preto entraram na casa e seguraram os dois. Draco se debatia tentando se aproximar e tirar Hermione dos braços deles, mas os outros que o seguravam não deixam.
— Deixem ela! — falou desesperado.
Lucius se aproximou de Hermione e segurou o rosto dela com uma das mãos.
— Ela vai com a gente. — Sorriu malicioso e deu um beijo no rosto dela.
Draco rosnou de raiva ao ver isso e encarou o pai com fúria.
— Isso, fique com raiva. Vai ser melhor ainda.
Hermione olhou Draco com pavor. Estava realmente desesperada. Não sabia o que poderia fazer para sair dessa e avisar seus amigos.
— Pode deixar que vou guardar bem, tá? — perguntou cínico e mostrou a varinha de Hermione.
Os dois sentiram um puxão no umbigo. Estavam em um lugar escuro e molhado agora. Tinha muitas pedras, inclusive nas paredes.
— Coloquem ela na cela.
Draco se mexeu tentando inutilmente se aproximar dos caras que seguravam Hermione. Eles a levaram dali.
Os homens puxavam Hermione com força e andavam apressados fazendo ela dar uma corridinha para acompanhá-los.
— Aqui é seu aposento, madame — um dos caras debochou.
Ele abriu a cela e o outro empurrou Hermione lá dentro. Depois que trancaram a cela, eles saíram dali rindo. Hermione sentou no chão e colocou as mãos na cabeça. O que ela ia fazer para ajudar Draco?
— Onde está Hermione? — Draco perguntou com fúria ao ver os dois homens que a seguravam aparecer sem ela.
— Ela está bem. Ainda não vou matá-la. Ainda... — Riu m*****o. — Meu filho não a trate pelo nome, ela não merece.
— Você não sabe de nada! — falou alto.
— Draco você acha mesmo que ela te ama? Acha que alguém poderia te amar? Já se olhou no espelho? A única coisa que as mulheres veem em você é a carne. Você não tem valor nenhum. Nenhum... É só um rostinho bonito num corpo... "favorável".
— Está falando de mim ou de você mesmo? — perguntou debochado e viu o rosto do pai se transformar. — Até onde eu sei, você era assim quando jovem. Só que temos uma diferença aqui... Você que nunca foi amado! E nunca será, pois não tem valor. — Fez biquinho debochando.
— Quando podemos fazer a droga do feitiço mesmo? — perguntou com os dentes trincados.
— Só na lua cheia — um cara respondeu e Draco pôde reconhecer a voz do amigo de infância de seu pai.
— Erick?
— Sim? — perguntou debochado. O homem tirou o capuz da cabeça. Era um homem "apresentável". Sempre elegante. Tinha cabelos negros e olhos verdes.
— Você que está dando as dicas do feitiço?
— Sim, por quê?
Draco riu debochado.
— É piada, né? Você está confiando no que ele diz? — perguntou a Lucius.
— Claro que sim. Burro é quem acredita que ele não é inteligente. — Sorriu m*****o.
Draco engoliu em seco. É claro! Ele se fez de burro esse tempo todo, mas não é assim.
— O que você quer de mim?
— Eu respondo — disse o homem. — Descobri uma magia muito antiga e poderosa. Só que não posso fazer, pois tem que ser feito pelo sangue e poder do último herdeiro e como eu não tenho... Pensei no seu pai. Com certeza ele ia querer.
— E o que te faz pensar que ele não vá se livrar de você quando for poderoso?
— Fizemos um voto perpétuo. Ele não vai fazer isso. Eu não sou burro como todos pensam, garoto. — Sorriu de lado.
— A lua cheia é quando? — Lucius perguntou.
— Amanhã.
— Ótimo! Levem ele para a cela. Podem colocá-lo ao lado da sangue-r**m. Pra eles se verem pela última vez. — Riu m*****o.
Os homens carregaram Draco para a parte de baixo do lugar, onde tinham as celas. Ele não relutou, pois sabia que ia encontrar Hermione lá. Um deles abriu a cela e o jogou lá dentro. Draco caiu no chão com a força que usaram.
Hermione se aproximou da grade.
— Draco... Você está bem? — perguntou chorando.
O loiro levantou do chão e se aproximou dela. Estava na cela ao lado, mas a grade impedia de abraça-la. Ele fez carinho no rosto dela limpando as lágrimas.
— Estou. Me desculpa... Eu deveria ter ido pra um hotel, ele não ia te pegar.
— Nunca deixaria você sozinho.
Draco sorriu e beijou a testa dela com um pouco de dificuldade, já que a grade impedia.
— A gente precisa fugir Draco...
— Como?
— Não sei... Já procurei um jeito, mas não tem. Olhei por essa micra janela e...
— O que?
— Acho que isso é uma montanha. É bem alto e consegui ver o mar lá em baixo.
— Droga!
— Estou com medo. Ele quer te matar. — Apertou a mão dele.
— O Capettine está aqui. Ele não é tão burro como pensamos...
Draco contou a ela o que o amigo de seu pai disse.
—... Draco eu pesquisei sobre essa magia...
O loiro a olhou surpreso.
— E o que você sabe?
— Lembra daquele seu sonho?
Draco engoliu em seco e acenou.
— Se ele não te matar, você realmente pode ficar sem conseguir se mexer.
— Muito animador... E como é feito? Espera! Como achou sobre isso? Ele disse que é muito antigo.
— Fui na parte reservada do Ministério.
— O—o...?
— Ninguém viu Draco. Foi pra uma boa causa!
— Como funciona?
— Bem... Ele vai esperar a lua ficar cheia, mas enquanto ela não ficar alinhada, deve pegar um pouco do seu sangue e o dele. Vai jogar em um caldeirão fazer um feitiço que estava escrito no livro e... Bem, vai acontecer alguma coisa. Eu não tenho certeza do que, mas acho vai mudar de cor e dependendo da cor, ele vai saber se é realmente você quem vai ser sacrificado.
— Mas tem como não ser eu?
— Não. Você é o único herdeiro dele. Estou com medo...
Hermione tinha tentado de tudo sair dali, mas era impossível.
— Sua varinha Draco!
— Eles pegaram.
Hermione suspirou.
— Se conseguíssemos pegar só a sua varinha já era lucro...
Só quando ela falou isso que Draco lembrou do rastreador.
— Merda!
— Que foi?
— Fiquei tão acostumado a não usar magia que esqueci disso. Podia ter usado logo na sua casa...
— Não fica assim. Vamos dar um jeito. — Fez carinho na mão dele.
Draco virou a cabeça na direção dela. Estavam sentados no fim da cela encostados na parede gelada.
— Se pudesse arrancava essa grade aqui só para te abraçar.
Hermione sorriu. Draco encostou a cabeça na grade e ela acariciou o cabelo dele.
Os dois passaram a noite sentados no chão um segurando a mão do outro pela grade.
Quando o sol mostrou sua graça, Hermione abriu os olhos lentamente. Olhou ao redor e viu como aquela cela era suja e molhada. Era pura pedra o lugar. O que só confirmava que estavam mesmo dentro de uma montanha.
Passos foram ouvidos e ela apertou a mão de Draco com força. Ele estava dormindo e quando sentiu a força que ela usou, acordou assustado. Logo o Erick estava parado na frente da cela de Hermione a olhando com um sorriso no rosto. Hermione se encolheu no canto que estava.
— Você quer comer alguma coisa, gracinha?
— Não fale assim com ela seu i****a! — Draco levantou nervoso e se aproximou de onde ele estava. O loiro fica segurando a grade com força, mas o homem nem se mexeu. Só continuou olhando Hermione.
— Está com fome?
Hermione acenou em negação.
— Posso te dar algo pra comer. Lucius não vai te dar nada.
— E quem me garante que não vai me envenenar?
O homem sorriu.
— Não faria isso. Seria um desperdício... — Sorriu malicioso e ela se encolheu mais ainda.
— Por que está falando isso? — Draco perguntou furioso. — Não sabe que ela é nascida—trouxa?
— Sei. Mas nunca vi uma sangue-r**m tão gostosa quanto ela.
Draco tentou pegar ele colocando o braço para fora da grade, mas não alcançou. O homem deu uma risadinha com isso.
— Eu dispenso sua ajuda.
— Tudo bem. Você que sabe... — Olhou Draco sorrindo. — Depois que seu pai pegar seu poder, vamos nos divertir muito com sua sangue-r**m! — Sorriu malicioso.
— Não toque nela! — gritou com raiva e puxou a grade para frente e para trás tentando abrir em vão.
— Não se preocupe! Você não vai estar aqui para ver. — Saiu dali rindo m*****o.
Hermione sentiu os olhos serem preenchidos com lágrimas e abraçou o próprio corpo. Draco estava furioso e tentava a todo custo abrir aquela grade.
— Draco... Para...
Ele não escutou e continuou puxando e chutando a grade com toda sua força.
— Por favor... — pediu chorando.
Ao ouvir a voz trêmula, ele parou e a olhou. Em pouco tempo se aproximou e sentou no chão de frente para ela. Hermione apertou as mãos dele, que seguravam forte a grade.
— Isso não vai acontecer! Você vai embora, está me ouvindo?
— Como?
— Confia em mim... — Fez carinho no rosto dela.