Dois dias se passaram. Draco já tinha terminado todos os quartos e a recepção da casa de repouso. Só faltava a sala para terminar a parte de dentro.
Nesses dias, os dois faziam a mesma coisa. Faziam amor uma boa parte da noite e de dia Draco arrumava as coisas no seu "serviço" enquanto Hermione ajudava os velhinhos e lia histórias para eles.
Marcele estava pensando na melhor forma de enganar Hermione e levar Draco ao homem sinistro que havia lhe oferecido algo que ela não podia recusar.
Draco e Hermione estavam ao lado de fora do lugar. Hermione também fez um feitiço cercando cada centímetro do terreno. Pequeno deslize o seu de não ter feito isso antes.
— Por que eu tenho que cortar a grama? E a sala lá dentro? — Draco perguntou igual uma criança quando não quer fazer a lição de casa e mãe o obriga.
— Draco... É melhor você cortar a grama logo. Assim, quando for pintar a sala, os velhinhos podem ficar aqui fora pegando um solzinho.
O loiro resmungou e desviou o olhar dela a fazendo rir.
— Para com isso vai! Aqui é mais fácil, olha. Tem esse cortador de grama...
O loiro olhou o grande aparelho verde perto de Hermione.
— Como vou usar isso?
— Vou te ensinar. Vai ser rápido.
— Tudo bem.
Hermione explicou calmamente e detalhadamente o que ele tinha que fazer. Draco ficou animado, afinal, era só empurrar aquele equipamento estranho que ele fazia o trabalho pesado e não teria que ficar com dor nas costas.
— Vou lá dentro ler pra eles, ok?
— Tudo bem. Até mais tarde. — Deu um selinho demorado nela a fazendo sorrir.
Hermione voltou para dentro da casa e Draco ligou o cortador de grama. Quando estava na metade do terreno, parou e passou a mão na testa limpando o suor que escorria. Logo viu Marcele se aproximar com alguma coisa na mão.
— Oi!
— Oi...
— Está com sede?
— Um pouco.
— Toma trouxe pra você. — Estendeu um copo de suco.
Draco olhou a janela da sala para ver se Hermione estava olhando. Viu que não tinha ninguém e pegou o suco bebendo em uma golada só.
— Obrigado.
— Não tem de que — disse sorrindo.
***
Hermione fechou o livro em suas mãos.
— Essa história foi a mais bonita!
— Que bom que gostou, senhor Valter.
— Ei, cadê seu namorado?
Hermione ficou em silêncio por uns segundos. Ela estava se relacionando com Draco, mas não era namorada dele... Era?
— Está cortando a grama. Logo, logo poderão ir lá fora pegar sol.
— Seu namorado é um anjo! — O homem sorriu largamente.
— Você não faz ideia... — disse rindo do comentário. — Eu já volto ok? Vou ver como está lá fora.
Ela seguiu para o lado de trás da casa e viu a máquina ligada sozinha. Achou aquilo muito estranho e se aproximou depressa. Hermione olhou todos os lados e não viu Draco. Começou a entrar em pânico e correu por todo o terreno atrás dele.
— Merlin!
Hermione seguiu para dentro da casa e procurou em todos os lugares.
— Por favor...
— O que aconteceu?
— AI! — Pulou com a mão no coração. — Valentina! Quase enfartei!
— Desculpe... Por que está tão nervosa assim?
— O Draco, não consigo encontrá-lo...
— Não está lá fora?
— Não.
— Pergunte a Marcele se não viu.
Hermione sentiu o corpo estremecer. Não viu Marcele quando passou na recepção.
Ele não faria isso! ... Faria? Desesperada seguiu até a recepção e a encontrou vazia.
— Não pode ser... — falou sozinha.
Seu coração estava aos pulos no peito. Não queria estar assim, mas as mãos dela não paravam de tremer e suas pernas estavam bambas. Que diabos era isso?
Hermione seguiu para fora da casa e em passos lentos foi até a parte de trás do lugar novamente. Ela escutou um barulho estranho e se aproximou de uma porta velha, onde guardavam a máquina de cortar grama. Ela se aproximou lentamente.
— Hermione... — Escutou Draco resmungar, mas não era um pedido de socorro. Ele só a chamava daquele jeito quando faziam amor. Engoliu em seco e se aproximou mais ainda.
Empurrou a porta lentamente e ficou paralisada no mesmo lugar.
Nesse momento seu estômago revirava e suas pernas não tinham forças, seu corpo pedia para ela correr, mas ela não conseguia se mexer. Sua cabeça pesava e as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela não podia acreditar. Depois de tudo ele estava lá, com outra e ainda teve a cara de p*u de fazer isso sob o mesmo teto que o dela. Era demais! Ele ia pagar!
Hermione fechou os punhos com raiva e entrou no pequeno espaço. Assim que Marcele a viu, sorriu satisfeita. Ela estava sentada no colo de Draco. Ambos sem roupa, o loiro beijava o pescoço dela.
— COMO VOCÊ OUSA?
Ao ouvir isso Draco tirou o rosto de onde estava e olhou para frente. Sua visão estava embaçada e sua cabeça rodava.
— Hermione?
— É claro! Quem você acha? Vai dizer que achou que essa p**a era eu?
— Ei! Olha como fala!
— Cala a boca, sua v***a!
— Hermione... — Draco empurrou a mulher de cima de si e tentou ir até ela, mas não conseguiu ficar em pé.
— Você é um i****a! Eu fui muito burra de acreditar em você! Você sempre será um Malfoy. Sempre. Você é igual ao seu pai. Seu nojento! — Saiu dali correndo.
Marcele sorriu largamente e olhou o loiro. Ele tentou ir atrás de Hermione, mas caiu no chão. Se sentia estranho e sua cabeça rodava demais.
— Que... Merda... Aconteceu comigo?
Marcele abaixou perto dele.
— Tem uma pessoa que quer te ver.
— Não chegue perto de mim! Não sei o que você fez, mas você vai pagar! — ameaçou mesmo sem ter forças para ficar em pé. Marcele riu.
Hermione entrou na casa batendo a porta com força. Valentina, que estava na recepção a procurando levou um grande susto.
— Menina! O que foi?
Hermione não respondeu e correu para o banheiro.
Valentina seguiu ela e entrou também. Como no outro dia, Hermione estava sentada em uma das cabines segurando as pernas. Só que dessa vez chorava muito e a senhora podia escutar seus soluços.
— Minha menina, o que aconteceu? — perguntou encostada na porta da cabine.
— Você estava errada Valentina. Aquele i*****l não vale a cueca que usa!
— Como assim, minha jovem?
— Ele estava com a Marcele! Estavam.... — Perdeu a voz ao se lembrar e sentiu um gosto amargo na boca.
— Estavam? — Valentina perguntou surpresa. Hermione chorou mais ainda.
— Me deixa sozinha...
— Mas...
— Por favor, Valentina! — pediu chorando.
A senhora colocou as mãos no coração. Sentia muita dó daquela menina. Valentina seguiu para o lado de fora do lugar e procurou por Draco.
— Vamos, levante! — Marcele falou irritada.
Tentava fazer Draco ficar de pé, mas não conseguia.
— Merda! Acho que exagerei na droga...
Valentina colocou a mão na boca. Ela drogou o garoto?
Tentando correr, mas não conseguindo, Valentina seguiu para onde Hermione estava.
— Menina abra essa porta! Você precisa ajudar o loirinho.
— Ele não precisa de ajuda!
— Por favor, precisa me ouvir... Fui lá fora agora e ouvi Marcele dizendo que exagerou na droga. Ela drogou seu namorado, Hermione.
Hermione paralisou por um momento e ficou pensativa.
— Drogou?
— Sim, vamos, por favor... — pediu nervosa.
Hermione abriu a porta do banheiro e encarou a velhinha a sua frente.
— Não está mentindo só pra eu ir falar com ele, não é?
— É claro que não! Acha que apoiaria se ele tivesse te traído são?
— Acho que não...
— Então ande!
Agarrou o braço de Hermione e a puxou. Ao chegar na recepção, Hermione percebeu que Valentina respirava ofegante.
— Fique aqui Valentina. Beba um copo de água. Eu vou resolver isso ok?
— Mas...
— Mas nada! Entre, por favor.
Valentina entrou contra vontade e Hermione seguiu para o lado de fora. Ela foi até onde achou os dois e não viu nada. Hermione seguiu até onde a máquina estava e viu ela no mesmo lugar ainda ligada. Continuou andando e conseguiu ver Marcele andando com dificuldade, pois tentava arrastar Draco. Ele estava com um dos braços em volta do pescoço dela e andava trocando as pernas.
Hermione correu até os dois e parou na frente de Marcele fazendo ela levar susto.
— O que pensa que vai fazer?
— Estou levando ele pra minha casa.
— Engraçado... O portão de saída é do outro lado.
— Hermione... — Draco resmungou piscando os olhos.
— E quem disse que não tem passagem por aqui?
— E pra que você ia querer sair por trás? Está escondendo alguma coisa Marcele? — perguntou desconfiada.
— É claro que não! Eu só quero sair por aqui porque como você pode ver, o Draco não está bem.
— E a culpa é toda sua! — falou alto.
— Não sei do que está falando. Ele que me levou para aquele lugar. Ah! Se eu soubesse que ele era tão bom assim tinha me aproximado antes... — disse esfregando a barriga dele bem próximo a calça. Hermione fechou os punhos.
— Para com isso, sua v***a!
— Não era com você que ele estava a uns minutos atrás. E olha ele não negou nadinha. Pelo contrário estava com um fogo... — Abanou a si própria com a mão.
— Já chega! Ele vem comigo!
— É claro que não! Agora ele é meu!
— f**a—se o que você pensa! Ele é responsabilidade minha! — gritou.
Draco resmungou alguma coisa que elas não entenderam e colocou a mão na barriga.
— Responsabilidade sua? Por acaso é a babá dele?
— Quase isso...
A morena riu.
— Você é ridícula! Ele é um homem feito não precisa de babá!
Assim que falou isso Draco vomitou bem em cima dela. Ele estava com um dos braços em volta do pescoço da morena e ela parada em pé discutindo com Hermione. O loiro estava com a cabeça apoiada no ombro dela e sujou todo o lado de seu corpo.
— Ah precisa sim — disse rindo muito com a cena.
— Ai que nojo! — gritou nervosa e empurrou o loiro para o lado.
Draco caiu deitado no chão. Via tudo embaçado e sentia seu estômago de cabeça para baixo. Hermione se aproximou dele.
— Você está bem?
Draco passou a mão no rosto dela.
— Agora é você — disse sorrindo.
— Consegue levantar? Vou te levar pra casa. — Puxou o braço dele e o colocou em volta de seu pescoço.
Com dificuldade conseguiu colocá-lo em pé. Mesmo assim ficava indo para o lado querendo cair.
— Merlin!
Marcele já tinha saído dali para se limpar. Hermione olhou cada canto do lugar e aparatou para casa. Assim que pararam na sala Draco vomitou no chão.
— Droga Draco!
Ele a abraçou e quase os derrubou.
— Vem cá... — Puxou o loiro até o sofá e o colocou deitado lá.
Draco estava totalmente fora de si. Não sabia nem onde estava.
Hermione pegou a varinha e fez um feitiço tirando a droga dele. Em pouco tempo Draco voltou a si e sentou no sofá.
— O que...? — Ficou sem fala ao ver Hermione a sua frente com os olhos cheios de lágrimas. — Que foi? — Levantou rápido e ficou tonto.
— Você precisa deitar, vamos... – Segurou a mão dele e puxou para subir as escadas.
— O que aconteceu? Por que está chorando? Fala comigo...
Ela não respondeu e Draco ficou confuso. Estava totalmente perdido.
— Pode deitar.
Draco sentou na cama e a olhou.
— Deite e durma um pouco, vai melhorar totalmente. — Virou para sair, mas ele a segurou.
— O que está acontecendo? Me explica Hermione...
Ela respirou fundo e tentou segurar as lágrimas, em vão.
— Você... Você transou com a Marcele.
Draco abriu a boca em surpresa. O que? Hermione estava louca? Ou ele que estava? Era um sonho é claro... Ou não? Parece tão real...
— Estavam no quartinho da bagunça da casa de repouso bem juntinhos aproveitando o momento — disse com nojo e Draco viu as lágrimas descendo do rosto dela.
— Eu não lembro disso. Eu não fiz isso.
— Pior que fez... — disse chorando.
— Hermione... Deve ter acontecido alguma coisa...
— Ela te drogou.
— Então por que está chateada comigo?
— Porque não consigo esquecer aquela cena nojenta droga! — Saiu do quarto e entrou no seu batendo a porta com força.