Sorya Burke
Eu m*l havia terminado de cuidar da ferida de Ronan quando ouvi batidas firmes na porta. Meu coração pulou no peito, e Ronan me lançou um olhar desesperado enquanto agarrava sua pistola junto ao corpo. Fiquei nervosa com seu gesto, mas mantive em mente que ele não faria nada. Eu acabei de ajudá-lo.
— Guarde isso e fique quieto. — eu sussurrei me levantando rapidamente. Ele me deu um olhar confuso e eu revirei os olhos, — Se a polícia entrar e você estiver com isso, teremos problemas.
— Certo. — Ele guardou a arma na gaveta da mesinha da sala e arrumou a roupa que eu havia dado a ele. Eu respirei fundo e caminhei até a porta, tentando manter a calma. Abri apenas uma fresta com espaço suficiente para ver os dois policiais parados do lado de fora.
— Boa noite. Algum problema, policial? — eu perguntei coçando minha cabeça e bocejando como alguém que havia acabado de acordar.
Eu tentei manter o tom de voz relaxado, mas senti o nó de tensão no estômago apertando mais forte. Os olhos dos policiais me escanearam da cabeça aos pés, procurando qualquer sinal de mentira. Um deles, um homem de meia-idade com uma expressão rígida, deu um passo à frente.
— Boa noite senhorita, eu sou o oficial Mcgintley e esse é o meu parceiro o oficial Robson. Nós recebemos uma denúncia de que houve barulho vindo dessa região, gritos e talvez disparos. — Ele falou direto, sem rodeios. Me fazendo praguejar internamente. — A senhorita ouviu alguma coisa?
Meu corpo ficou tenso, e minha mente correu por todas as desculpas que eu poderia usar. Mas nada parecia bom o suficiente. Eu mordi o interior da minha bochecha para dissipar meu nervosismo. p***a, se eles decidissem entrar, estariam ferrados! Eu dei um sorriso sem graça, torcendo para que parecesse genuíno.
— Ah, não, não ouvi nada. — balancei a cabeça, tentando soar convincente o suficiente para que eles fossem embora. — Estávamos assistindo uns filmes eu e o meu... — antes que pudesse completar a frase, senti a mão de Ronan passando pela minha cintura. Ele estava atrás de mim, sua mão quente e pesada se instalando na minha cintura, puxando meu corpo para mais perto do dele.
Meu coração deu um salto e meu rosto começou a arder, mas não era só nervosismo. Era o jeito possessivo com que ele estava me tocando. Ninguém nunca me tocou assim. Era tão íntimo. Okay. Droga era como se… Como se eu fosse dele.
— Princesa, está tudo bem? — Ele perguntou com uma voz rouca e cheia doçura, — Você não voltou para a sala. — Eu prendi a respiração por um instante quando ele beijou minha nuca e o arrepio percorreu minha espinha, meu corpo tremeu e eu tive que me concentrar em não parecer afetada. Ronan se virou para os policiais com um sorriso frio, — Oh sim, a polícia está na porta.
— Sim, nós recebemos uma denúncia de tiros nesta região. — o oficial que havia se apresentado como Robson falou dando um olhar desconfiado a nós dois.
— Ah… Bem, isso é tão embaraçoso… — Ronan falou passando as mãos pelo cabelo escuro e se virando para mim com um sorriso bobo, — Eu falei para você não fazer barulho, querida . Nós estávamos vendo um filme de ação e as coisas ficaram um pouco… quentes. Vocês me entendem, não é?
Os policiais se entre olharam e limparam suas garganta enquanto eu sentia meu rosto queimar de vergonha.
Ele estava sugerindo que nos estávamos fazendo sexo? Esse pervertido. Descarado de uma figa!
Eu olhei para ele com os olhos arregalados, dando uma cotovelada em seu estômago. Ele gemeu baixo, alisando o local e eu me lembrei que ele ainda estava machucado. oh Deus será que eu o machuquei? Porque eu estou preocupada? Ele é apenas o cara que invadiu minha casa e está me envergonhando na frente da polícia. Se estiver doendo, problema é dele. Eu cruzei os braços e revirei os olhos.
— Desculpe, princesa, mas somos todos adultos, não faça esse biquinho fofo. Eles entenderam o que eu quis dizer. — ele sorriu acariciando minhas bochechas e piscou um olho maliciosamente enquanto via o meu desconforto e se virou novamente para os policiais, colocando a mão de volta na minha cintura e fazendo meu corpo esquentar, de novo. — Desculpem qualquer coisa, senhores. Estávamos só curtindo uma noite tranquila, sabem como é… ficamos noivos recentemente.
Os policiais imediatamente olharam para as minhas mãos. Eu tenho certeza que Ronan deu essa informação a eles porque já havia visto o anel de brilhantes no meu dedo, mas o que ele não sabe é que mesmo sendo uma peça muito bonita, este foi apenas um presente da minha mãe de quando eu fiz 15 anos e eu nunca o tirava da mão.
— Que filme vocês estavam vendo mesmo? — o oficial Mcgintley perguntou cerrando os olhos na nossa direção.
— Um filme de ação, sinceramente não prestamos muita atenção no filme. — eu respondi — Talvez o som alto da minha tv tenha soado como outra coisa.
Os olhos dos policiais se estreitaram, claramente ainda desconfiados da nossa história. O oficial Robson desviou o olhar para dentro da casa, tentando enxergar mais do que a fresta permitia. Dei graças a Deus que a tv ainda estava ligada e no mesmo instante ela fez um barulho de tiros. Eu respirei aliviada com o timer perfeito.
— A senhorita mora aqui? — ele
perguntou, franzindo o cenho para mim e erguendo a sobrancelha quando eu demorei mais de dois segundos para responder.
Eu sorri, embora estivesse a ponto de surtar completamente, —Oh sim, Sim. Meu noivo veio passar a noite aqui. — Eu respondi e fiz parecer casual, quase despreocupado, — Estávamos vendo um filme, e... bem, acabou ficando tarde demais para ele voltar pra casa. Então continuamos vendo o filme.
O olhar de Ronan nunca deixou os policiais. Ele sustentava a fachada com uma maestria quase intimidante. Era como se ele já tivesse feito aquilo mil vezes. Sua mão ainda estava na minha cintura brincando com o tecido do meu pijama recém trocado e um calor estranho estava se acumulando no meu estômago. Droga. Okay. Respire B, você consegue passar por qualquer coisa. Eu repeti para mim mesma.
Depois de alguns segundos tensos, os policiais trocaram um olhar breve entre si. O oficial Mcgintley, ainda não completamente convencido, deu um último aviso a nós dois. — Se houver qualquer problema, qualquer barulho suspeito, é melhor nos avisarem. — ele falou estendendo um cartão para mim e eu peguei imediatamente, — Estaremos por perto.
— Claro, policial. — Ronan respondeu com um sorriso de canto, me puxando com mais força para perto dele — Obrigado pelo trabalho de vocês. Vamos tentar manter o volume baixo…
Com uma última olhada desconfiada, os dois policiais finalmente se afastaram, caminhando de volta para a viatura. Nós dois ficamos na porta observando os dois homens se afastando. E eu só consegui soltar o ar quando eles sumiram de vista.
Ronan ainda estava com a mão em volta de mim, e por um instante, ninguém se moveu.
Meu corpo ainda estava pegando fogo com a proximidade dele. Eu nunca me senti assim com ninguém. Droga. Meu coração estava batendo tão rápido no peito que parecia que eu poderia infartar a qualquer instante. Uma parte de mim odiava o quanto eu estava vulnerável a isso. Ao toque dele. A ele. O quanto ele estava mexendo comigo. O que tem de errado comigo, meu Deus? Eu só posso ter problemas… sérios problemas.