Lobo
Quando pisei meus pés naquele país, ela soube que eu estava lá. Sei que ela é esperta e controla quem entra e sai, ainda mais uma pessoa de extrema importância como eu.
Durante a viagem me lembrei de quando a conheci. Olivia era uma criança de olhos expressivos, observadora. Hoje ela lidera um império poderoso que cada dia cresce mais. Infelizmente ela possui uma das rotas importantes pros meus negócios, não acho que um simples suborno vá comprá-la, mas vou fazer de tudo pra conseguir o que eu quero.
Tudo que eu me importo e sempre me importei é o meu bolso, é ele a quem eu devo tudo. O dinheiro move o mundo. O dinheiro é tudo! Tenho vagas lembranças daquele dia, pois quem estava no comando era o outro. A pouca gentileza que habita dentro desse corpo vem dele e com muito esforço consegui enterrá-lo dentro da minha mente, agora quem comanda cem por cento é eu. Talvez eu até tenha conseguido matá-lo, e se isso aconteceu ótimo, menos um no meu pé.
A *v********a me convidou para um jantar e eu vou aproveitar pra tentar conquistar um pouco da confiança dela. Não espero que Olivia seja burra, porque se fosse já teria *morrido a muito tempo atrás. Por via das dúvidas, eu trouxe um presentinho pra ela.
______________________________________
_ Boa noite, senhorita.
_ Boa noite Dmitri, a que devo a honra ?
Ela sabe bem o porque estou aqui, sabe muito bem, mas adoro quando elas tentam se fazer de bobas.
Sentamos em um sofá e eu bebi de uma só vez o líquido que me foi oferecido. Notei uma dúvida pairar no olhar dela.
_ Eu sei que você não vai me *m***r envenenado, não faz seu estilo.
Falei convencido, sei bem o tipo de mulher que ela é, estudei uma boa quantidade de coisas sobre as táticas dela.
_ É mesmo? Me conhece bem.
_ Não muito, mas o suficiente pra saber pelo menos isso.
_ E então, a que devo a honra da sua visita?
_ Só vim conhecer.
_ Ah! Veio passear? Posso te indicar vários pontos turísticos super empolgantes.
Comecei a rir. Com toda a certeza esse é o último lugar que eu gostaria de vir, e pretendo vir aqui somente pra tratar de negócios e nada mais.
_ Eu trouxe um presente.
Falei enquanto colocava a mão no bolso. Notei os soldados dela desconfiados, amedrontados. Não contive a risada.
_ Caramba, vocês são bem desconfiados!
_ É que eu sou muito querida, faria falta pra eles.
Debochada. Vamos ver até quando.
_ É pra você.
_ Ah, quer selar a paz com uma joia? Gostei.
Eu não me daria ao trabalho de comprar uma joia pra uma mulher como Olivia, na verdade eu nunca dei nada a ninguém, a única coisa que eu faço é usurpar.
_ De onde você tirou isso?
Perguntou ela chocada.
_ Você esqueceu lá naquele dia, imaginei que fosse importante.
_ Sim .. minha mãe quem me deu..
_ Não vou guerrear com você, inclusive fiquei até agradecido por ter feito aquela limpa, se você não tivesse feito eu que teria esse trabalho, então, obrigado.
_ Capaz, foi revigorante lavar o chão com o *sangue dos seus aliados.
Minha real vontade é de *estrangular Olivia, ver a vida se esvaindo aos poucos, mas infelizmente não é assim que se resolve as coisas, INFELIZMENTE.
Sentamos em uma mesa pois o jantar havia sido servido. Até que não é r**m.
_ Não sou meu pai Olivia.
Falei na tentativa de tocá-la de certa forma. Quero que ela confie em mim, eu quero aquela *maldita rota.
_ Mas ainda sim faz muita coisa parecida.
_ É .. negócios.
_ Pessoas não são mercadoria.
_ Eu sei. E sei também que você interceptou três dos meus caminhões. Uma pena que seu plano não tenha dado certo.
Eu sei que isso mexe com ela, sei através de informantes que ela ficou desolada em fracassar naquela missão.
_ Toda vez que você tentar passar pelas minhas terras eu vou *fuder você em grande escala.
_ Nossa, uma dama não deve falar essas palavras tão rudes.
_ Eu pareço uma dama?
Olhei pra ela com um sorriso debochado. É bom atingi-la de alguma forma.
_ Não, você parece uma*diabinha, isso sim.
_ Então cuidado, se não eu te dou uma passagem só de ida pro *purgatório!
_ Se o *purgatório em questão for a sua cama, eu aceitaria de bom grado.
Essa marra dela conseguiu me deixar *e******o, interessante.
Terminamos o jantar no mais absoluto silêncio. Sei que ela ficou mexida com a pulseira. Como as pessoas podem se apegar a coisas tão pequenas ? Tudo isso pra mim é lixo sentimental, não serve pra nada!
_ Nos veremos novamente, Olivia Cortez.
_ Espero que não.
Disse ela virando as costas. Voltei pro hotel sabendo que ela não deixaria assim. É só questão de tempo. Dispensei meus soldados, Olivia viria até mim, nem que fosse só pra revirar minha mala. Entrei no chuveiro pela madrugada, até o ar daqui me irrita. Senti a presença dela, farejei o cheiro de Olivia. Sai na ponta dos pés e apontei a arma pra cabeça dela, era simples, era só puxar o gatilho.
_ Mas que menininha descuidada!
Falei enquanto observava o corpo volumoso. Nunca gostei de mulheres com curvas. Eu prefiro as magras, assim é mais fácil até de quebrar um ou dois ossos.
_ Falta de treinamento.
Disse ela rindo.
_ Já está com saudades devochka?
_ Eu me apego com facilidade nas pessoas.
_ Típico das mulheres, não conseguem resistir aos meus encantos.
Falei convencido. Olivia virou e olhou nos meus olhos.
_ Meu coração já tem dono.
_ Ah é? É o capo alemão ou o soldadinho que nem consegue disfarçar os olhares em cima de você?
Olivia pareceu ter ficado irritada, mas não perdeu o humor.
_ Ainda não decidi.
Disse ela.
_ Proklyatiye! (Caramba!)
_ Tipico das mulheres.
Disse ela debochando.
_ Eu sabia que você viria.
_ Sério? Poderia ter me esperado ao menos com uma taça de vinho já que fui cordial com você.
_ Desculpe meus modos, meu pai não foi um exemplo de cordialidade.
Todas as vezes que menciono meu pai dá pra ver a nuvem *n***a que passa pelos olhos dela.
_ Eu quero saber o que você realmente quer.
_ Eu quero muitas coisas Olivia, mas a principal eu não terei.
_ E qual seria ?
Coloquei uma cueca, não exibiria pra ela nenhuma parte do meu corpo, ela não merece.
_ Eu ia pedir sua mão em casamento, mas já que agora eu tenho certeza que você não é mais *virgem perdi o interesse.
Já tenho muitas *putas, não preciso de mais uma. Uma aliança de casamento seria vantajoso, mas não com uma mulher rodada como ela. Por mais que Olivia tenha tido apenas um ou dois homens, não quero uma mulher assim como esposa.
_ Lamento decepcioná-lo, certamente eu aceitaria desperdiçar os anos da minha vida com um homem tão..
_ Tão *gostoso ? Sim, entendo, nem todas conseguem me aguentar, e não digo isso referente a minha personalidade.
Ela olhou bem para a minha cueca, é bom que ela veja o que está perdendo.
_ Ah, coitado.
_ Mas enfim, eu vim porque queria um acordo com você, mas deu pra perceber que você não vai abrir mão da sua honra e nem fazer vista grossa.
_ Não vou deixar você *traficar no meu país, ainda mais pessoas!
_ Eu sei, e isso é uma terrível decepção. Você e Matteo são pessoas que dão mais valor para a palavra do que para si mesmos. Pense bem Olivia, é muito dinheiro envolvido.
_ Não preciso pensar em nada! Que fique claro, nunca teremos uma aliança e eu proíbo você de tentar qualquer coisa na minha casa, no meu país!
Ela saiu e bateu a porta. Aiai, essas mulheres quando ganham poder se acham as donas do mundo. Espero que ela corte o dedo na pulseira, dessa forma me poupa trabalho, pode ser que o próximo a assumir seja alguém que pensa nos negócios da máfia, e não nessa porcaria de honra.