14:34PM
Cheguei na frente da minha casa e o Breno me ajudou a carregar a outra mala para dentro. Quando entrei, logo dei de cara com a minha mãe. — Dona Gioconda! Voltei! — soltei a mala e fui de braços abertos até ela, que recebeu o meu abraço sorrindo e acertou um tapa na minha cabeça.
— Como você ousa voltar e nem avisa a sua mãe? Se acontecesse alguma coisa na viagem?!
— Relaxa mãe, a única coisa esquisita que aconteceu foi uma maluca invadindo o carro do Breno, achando que era Uber. — fiquei rindo.
— Breno...— ela foi até ele e o abraçou. — Como você está? Passou um mês sem vir aqui... Só vem pelo Pedro é?
Minha mãe sendo minha mãe...
Breno ficou rindo. — eu tava preso no escritório com o seu marido, substituindo sua cria aí.
— Agora você pode voltar a ser vagabundo. — avisei tirando meus sapatos.
— Nem deixe seus sapatos pela sala! Pode subir e colocar no seu quarto. As regras mudaram. — me olhou feio.
— Ok...— juntei os tênis e peguei uma das malas. — Breno, eu vou subir, tomar um banho. Se você quiser ficar por aqui, a casa é sua.
— Eu já tô indo.
— Valeu pela carona, viu.
Foram horas de viagem, pouco mais de 2 horas, e a gente parou pra almoçar no caminho.
— Precisando é só gritar.
Subi para o meu quarto, deixando uma das malas pra trás. Logo tirei a camisa e joguei no canto do quarto junto com os tênis. Tirei o resto das roupas e entrei no banheiro.
Eu sempre faço isso. Sempre que chego de algum lugar, evento... sempre passo direto pro banho.
Fiquei no chuveiro por alguns minutos e dei umas gargalhadas me lembrando do caso da mulher que entrou no carro. Um mulherão da p***a, mas aquela situação foi muito inusitada.
Fico imaginando o carro do Uber que ela chamou, chegando lá e não vendo ninguém. A viagem perdida.
Terminei meu banho e me enxuguei. Fiquei com uma toalha nos quadris enquanto procurava roupas para vestir.
— A gente vai, aí se ele tiver lá, seguimos o plano. — minha irmã falava no corredor.
— Tá bom. — outra garota falou. Acho que deve ser a amiga dela.
Elas passaram pela porta do meu quarto e pararam. — Olha se não é o famoso amante...— Paola comentou surpresa.
— Também tô contente em te ver irmãzinha. — virei para ela e a vi junto com sua amiga. Eu já fiquei com essa daí.
Ela estava encarando meu peitoral com o dedo na boca.
As amigas taradas que a minha irmã arranja...
— Estavam com saudades?
— Claro. — a amiga dela respondeu e a Paola respondeu por cima. — Foi uma paz sem você aqui. Não pense que 1 mês fez o nosso pai esquecer o que você aprontou não, viu.
— É, aposto que você fica o lembrando o tempo todo, né? — andei até a porta e fechei na cara delas.
Chatice com essa história. Tá, eu me envolvi com uma mulher casada, e daí? Já faz um mês que essa bomba estourou. Não tem mais o que falar!
Eu sou um cara sério agora, não vou me envolver mais em nenhum problema desse tipo. Deixei até a barba crescer para passar mais seriedade.
Vesti uma cueca e um short, depois passei antitranspirante e um perfume. Alguém entrou no meu quarto.
Era a amiga da Paola. — Oi. — ela sorriu.
Tá querendo alguma coisa...
— Oi. — ergui minhas sobrancelhas.
Ela fechou a porta. — Então... depois daquela noite você não me mandou mais mensagem...
Vai me cobrar? Era só o que faltava...
— Minha irmã não vai gostar de te ver no meu quarto. — vesti uma camisa.
— Não me respondeu...
— Olha, gata. Eu não costumo mandar mensagem pra as garotas que eu fico.
— Então porque você pediu meu número?
— Eu tava bêbado. — lembrei. — Falo muita coisa quando estou bêbado.
— Nossa...— ela ficou desapontada. — Eu achei que você tinha gostado do que a gente teve.
— E eu gostei.
— Não a ponto de querer mais. — ela continuou desapontada.
— Olha, garota...
— Emily. — ela me interrompeu. — Eu estou quase todos os dias na sua casa e você nem sabe o meu nome!
Por isso eu não namoro ninguém e só me envolvo com mulheres mais maduras. Eu não tenho paciência para esses probleminhas bobos.
— Olha, Emily, eu gostei da nossa transa, mas eu não sou o cara que chama pra sair, que tenta conquistar mulher, dá flores, essas coisas. Se você quer mais, eu te dou. Mas não fica me cobrando atitudes. Eu não tenho nada com você. — esclareci bem sério.
Ela fez uma cara de carente muito boa. Tão boa que me afetou.
Eu não sou um cara c***l e insensível...as vezes sou, mas nem sempre.
Mas a filha da mãe me pegou. Talvez eu tenha sido muito frio com ela. Fui muito duro ao explicar como funciono.
Quando ela estava prestes a sair do quarto, eu resolvi deixa-la menos decepcionada comigo, e segurei seu braço.
— O que é? — ela olhou pra mim bem chateada.
— Não fica assim. Vem cá. — segurei sua cintura e a puxei para mim, pedindo silêncio, depois a empurrei contra a porta do meu quarto e comecei a beija-la, levantando seus quadris até a altura dos meus. Passei a chave na porta, para não ser interrompido e foquei no momento.
Fiz de tudo no pouco tempo que calculei seguro, até a garota gozar pra mim e felizmente a minha irmã não apareceu.
Ela saiu do meu quarto toda desnorteada e eu tive que voltar pro banheiro, para mais um banho.
Quando saí, fui surpreendido dessa vez ela minha irmã. Ela estava furiosa. — O que você fez com a minha amiga?! Heim?! — me deu uns bofetões.
— O que ela disse que eu fiz?
— Ela simplesmente foi embora do nada, com uma cara de quem estava só o corpo e a alma foi pro mundo da lua.
Vixi...
Eu ri.
— Pedro, eu te falei pra não ficar com as minhas amigas! E a Emily é muito nova. Só tem 19 anos! Ela não sabe muito bem como as coisas funcionam ainda!
— Com 19 anos não sabe? Então ela tem retardo mental. — enxuguei minha cabeça. Eu já saí vestido dessa vez.
— Você sabe muito bem o que eu quero dizer. Depois ela fica apaixonada por você, aí sofrendo...
— Só pra deixar claro, eu não dei falsas esperanças a ela. Deixei muito claro como as coisas funcionam comigo. Se ela se apaixonar é por sua conta e risco. — saí do quarto.
— Você sempre diz isso né...
— Eu tô falando sério, Paola. E por favor, deixa as suas amigas longe de mim. Se eu fiquei foi para não levantar suspeitas sobre a minha sexualidade. Suas amigas são lindas, mas como você mesma lembrou, eu sempre ajo da mesma forma, não quero namorada. Pelo menos não tão nova e nem tão fácil.
— Ainda chama de fácil... — ela desviou o caminho e eu segui para a cozinha.
— O que foi, heim? — nossa mãe perguntou já revirando os olhos.
— O seu filho galinha, que fica agarrando as minhas amigas! — Paola saiu de casa.
Minha mãe olhou pra mim me fuzilando.
— Não foi sem consentimento.
— Ô, Pedro! Toma jeito! Já não basta os últimos escândalos. Você acha que sua reputação anda boa?
— Esquece isso, mãe. — abri a geladeira e peguei um iogurte.
Eu vou ficar quieto. Juro. Até o sábado, na despedida de solteiro do João.
[...]
Sábado, 20:40
— É por aqui. — Breno nos guiou por uma porta nada chamativa. Parecia que a gente estava entrando no corredor da morte.
— Pra quê tudo isso? Dava pra fazer na sala da sua casa, Breno.
— Não acaba com a graça. — João passou na nossa frente. Ele tá todo animadinho pra essa festa. — Eu tô adorando esse suspense.
— Aham, tô vendo.
Éramos em mais de 10. Chegamos numa porta no fim do corredor e o João abriu.
A luz baixa, ao som de Two Feet, mulheres lindas dançavam de roupas sensuais.
Eu me animei na hora.
— c*****o, Breno! Tu sabe organizar esses troço. — admiti recebendo uma taça com bebida de uma das garotas.
— É... — ele ficou todo orgulhoso. Duas garotas arrastaram o noivo pela pequena sala e eu fui direto em outra direção.
Tinha uma mulher dançando como se não tivéssemos li. Como se só existisse ela e a música. E como ela dançava!
Antes de chegar perto dela, Breno me colocou uns chapéus e uns acessórios doidos. Mas eu fui direto nela.
Onde foi que o Breno achou essa mulher?
Ela me encarou e continuou dançando. Acreditei que era pra mim.
Quando ela desceu e subiu com aquela b***a empinada para mim, eu não resisti. Me aproximei dela, segurei sua cintura e a trouxe de costas para mim. Joguei seus cabelos para cima dos ombros e vi uma tatuagem de um pássaro na sua nuca. Foi ali que eu beijei. Ela colocou a mão encima da minha e eu tive a certeza ali que aquela cheirosa seria minha.