Christian – Dias atuais
Hoje estou com 27 anos . E moro em uma casa de campo sozinho , a dez quilômetros dos meus pais . Eu escolhi assim , gosto de viver sozinho . Hoje sou um homem bem sucedido , vamos dizer que sou um milionário. Eu não contei a vocês mas a polícia ficou um tempo investigando e não achou o suspeito , eles me chamaram na delegacia para prestar depoimento , porém eu neguei que estava aquela noite na casa , e não vi nada . Foi melhor assim . Eu não podia correr o risco de ser morto . Depois nós procuramos um advogado e entramos com as papeladas para eu ter direito a minha herança . Eu mexi com finanças por todos esses anos e agora dei uma pausa para focar minha vida no que eu tanto esperei todos esses anos .
Vinte anos se passaram , e eu não esqueci se quer um dia daquela chacina com meus pais. Aquele homem é a pessoa mais c***l que eu já vi . Ele matou meus pais , os seguranças , nsso motorista, e uma de nossa empregada . Por sorte Mariah estava na rua e chegou depois que tudo aconteceu . Ele não perdoo ninguém , então por que eu vou perdoa-lo . Vou fazer ele pagar por tudo que fez a mim e a minha família .
- Christian tenho novidades. – Noah entrou na minha casa se sentando no sofá .
Noah é meu primo, eu o conheci quando ele tinha 10 anos , ele foi meu único amigo depois que fui para fazenda , seu pai é irmão da minha mãe Lúcia. Ele sempre ia me visitar nós feriados e nas férias. Nós crescemos juntos e hoje somos melhores amigos . Ele conhece todos na cidade e é muito bom em descobrir as coisas . Então sugeri que ele me ajudasse a investigar , precisava descobrir quem era aquele homem que matou meus pais . Ele gostou da ideia e topou na hora me ajudar , e saiu a procura de algum indício. Alguns dias depois ele voltou .
- Encontrou alguma coisa ? – Perguntei acendendo um cigarro .
- Sim. Eu investiguei por dias , cheguei a pensar em procurar em hospitais , mas seria em vão. Por que caso ele fosse em algum hospital , ele teria que prestar contas com a polícia . E depois como ia se explicar que tomou um tiro . Então essa ideia estava fora de cogitação .
- Fala logo! – Não conseguia esperar nem um segundo para saber.
- Calma , primeiro tenho que contar minha capacidade investigativa .
- Então acelera a história. - Disse impaciente .
- Então foi quando pensei, ele foi atendido por um médico particular. Andei por toda cidade procurando algum, e nas cidades vizinhas. Foi quando encontrei com uma senhora de idade . O marido é médico, já falecido . Ele atendia muitos empresários bem sucedidos, os famosos “traficantes de negócios “. Aqueles que trabalham com carga roubada, desvio de dinheiro, tráfico de armas e por aí vai . No início ela não quis me dizer nada . Então fiz uma boa oferta, ela não se recusou. Logo ela pegou um pilha de fichas com atendimentos que ele fazia. Era tudo registrado a mão. E me perguntou a data do acontecido. Ele teve um único atendimento aquele dia. Ela tirou a ficha e me entregou. Eu li e estava escrito “ remoção de bala no braço esquerdo”. Bingo eu tinha encontrado o cara.
- E quem é o vagabundo. – Eu já estava alterado, o ódio corroía todo meu corpo.
- Fernand Gusman. – E jogou fotos dele em cima da mesa do centro da sala .
- Esse é o cretino. Quem é ele ? – Eu queria saber tudo .
- É um empresário . Homem de negócios . Ele é muito conhecido e poderoso na nossa região .
- Sabe mais alguma coisa sobre ele .
- Não ! Por enquanto descobrir só isso , e vim logo te contar .
- Fez certo . Obrigado. Se não fosse por você me ajudar eu não sei o que eu faria . Agora precisamos saber tudo sobre ele. Desde a hora que levanta , até a hora que se deita. Descubra o endereço dele vamos fazer uma investigação de perto.
- Por nada! Estou aqui para te ajudar nessa. Pode contar comigo para o que precisar.
Ele foi muito rápido, e no outro dia Nick chegou para mim com endereço de Fernand.
- Vamos agora mesmo. – Eu disse pegando a chaves da picape . Era uma Chevrolet Truck 1953 vermelha .
- Não vamos na Hilux? – Ele me perguntou.
- Melhor não. Para não desconfiarem.
Aquele endereço é um pouco longe da minha casa , dirigimos cerca de 40 minutos. Eu parei o carro um pouco antes e andamos até a casa.
- Olha Christian . - Havia muitos homens em todo redor daquela propriedade , e estavam todos armados.
- Isso tudo para um empresário? – Achei estranho , tinha alguma coisa errada ali.
- Parecem capangas. – Nick disse se escondendo atrás duma árvore .
Ficamos escondido um local escuro e tendo a acesso a visão de todo aquele lugar .
- Sim . Não sei por que minha intuição diz que tem alguma coisa errada por trás desse empresário . – Eu disse olhando fixamente para aquela entrada.
Em seguida um carro parou e de dentro dele saiu uma mulher.
- Noah olha quem é aquela? Será sua esposa ? - Não consegui ver direito seu rosto.
- Acho que não, ela aparenta ser muito jovem . Pela foto de Fernand ele já é um coroa, deve ser sua filha.
- Investigue tudo sobre ela. – Eu precisava saber seu ponto fraco.
- Sim, vou procurar saber.
Ficamos ali por horas e nada de anormal aconteceu. Já estava bem tarde, quando íamos embora o portão da casa se abriu e saiu um carro preto com os vidros fechados.
- Vamos segui-los. – Disse a Nick e saímos rapidamente em direção ao nosso carro. Entramos no carro abaixados para eles não nos verem e seguimos .
Ficamos longe deles para não desconfiarem , mas sem perderem eles de vista.
- Esse é o caminho do porto. - Noah disse.
- Mas o que eles vão fazer no porto uma hora dessas? - Perguntei intrigado.
- Vamos descobrir daqui a pouco.
- Coisa boa não é. – Disse a ele.
Chegamos no porto desliguei o motor do carro e os faróis . O carro preto parou atrás de uma carreta carregada de um contêiner . O motorista saiu do carro e abriu a porta de trás, um homem alto e forte saiu de dentro pegando na mão de um outro que estava o esperando .
- É ele, o Fernand . – Nick me cutucou e disse espantado .
- Sim, é o ordinário . – Um sentimento de raiva subiu pela minha cabeça, comecei a lembrar daquele dia c***l . – Minha vontade era sair daquele carro e o encher ele de tiro. – Porém desse jeito ele não ia sofrer como sofri.
A porta de trás do contêiner estava aberta e um homem com uma empilhadeira descia uma caixa de madeira grande. Ele abriu a tampa da caixa e Fernand colocou sua mão tirando algo .
- Uma AK-47 ? – Ele olhava para aquele fuzil com tanta admiração . – E foi tirando fuzis, pistolas e munições. Havia todo tipo de armamento .
- É um contrabando de armas. – Noah disse espantado.
- Sim, o empresário de negócios é tudo faixada.
A caixa foi fechada, e a empilhadeira a subiu de volta para o contêiner. Fernand entregou uma maleta preta para aquele homem, possivelmente o seu p*******o e entrou no carro . Em seguida a carreta saiu e seu carro foi atrás.
Continuamos atrás deles alguns quilômetros e vimos que entraram em um galpão.
- Então é aqui que eles guardam a carga. – Disse para Nick.
- Sim. Eles estão ganhando uma nota com isso. Você tem noção do tanto de dinheiro que está por trás desse carregamento.
- Não. Mas posso imaginar. Isso não pode continuar assim, vamos embora.
Viemos embora para casa, como estava tarde Noah ficou para dormir. No outro dia ele levantou cedo e foi até a cidade em busca de mais informações. Durante a tarde ele voltou todo empolgado.
- Descobriu alguma coisa ? – Perguntei curioso.
- Sim. Você me pediu para investir aquela moça de ontem, fui atrás.
- E aí o que descobriu ?
- Ela é filha de Fernand . Paola o seu nome . Aliás é a única filha dele .
- Só isso que descobriu?
- Você é muito apressado, que mania , nem esperar eu terminar de falar.– Ele abriu a geladeira e pegou uma cerveja .
- Ok! – Disse pegando uma lata para mim também.
- Paola é prometida de Edward um mauricinho amigo de seu pai.
- E daí?
- Ela o detesta, e não quer se casar com ele de maneira alguma.
- Perfeito. É aí que eu entro. Vou me aproximar dela e conquista-la. Será o início da minha vingança.
- Isso mesmo. Foi como pensei.
- Precisamos ficar na cola dela , e vigiar todos seus passos. No momento certo eu entro na história.
- E as cargas, não vamos voltar a vigiar ?
- Sim, mas depois . A prioridade agora é a filha dele .
- Ótimo.
- Paola! - Eu disse tomando minha cerveja .