Ivan Smith
Meu final de semana foi um inferno, pois não consegui tirar a Stela da cabeça.
Admito que vê-la dançando daquele jeito logo após o beijo que dei nela foi provocação demais.
Pretendia ir logo embora, mas não consegui porque Caroline ficou insistindo para ficarmos mais um pouco.
Puta que pariu!
Quando vi aquela garota passando por nós, acompanhada por Andreza, e indo em direção à pista de dança, não consegui tirar os olhos dela.
Pelo visto Carlos também não conseguia.
O jeito que ela estava dançando e rebolando aquela b***a que poucos minutos atrás eu estava pegando...
Ela sabia que eu estava olhando, sentia isso. Eu sabia que ela estava dançando daquele jeito para mim e eu olhava para ela descaradamente.
Admito que minha vontade era de ir até ela, arrastá-la de volta para o quarto e terminar o que comecei.
Caroline percebeu o jeito que Carlos e eu olhávamos para ela e não gostou nem um pouco, tanto que logo pediu para ir embora.
Eu já não estava gostando da maneira que Carlos estava olhando para Stela, era como se ela já me pertencesse e nunca tive esse sentimento de posse por mulher nenhuma.
Foi a segunda vez em que a vi, mas foi o suficiente para mexer comigo.
Estou agora no meu escritório e só de pensar nessa garota meu amigão lá embaixo já fica todo animado.
Confesso que nunca fui de ficar e******o desse jeito só por pensar em uma mulher.
Até tinha planos de ir para o apartamento de Caroline após aquela maldita festa, mas desisti no meio do caminho. Ela me encheu tanto o saco, questionando o motivo de estar babando em cima de uma garota que não tinha nada para me oferecer que aquilo me fez deixá-la em seu apartamento e ir para casa.
Aquele ciúme dela não tinha cabimento nenhum, afinal nunca prometi nada para ela e até achei estranho. Caroline nunca foi de agir assim e parece que ela se sentiu ameaçada por Stela.
Porra, Stela!
Estou cheio de trabalho, mas não consigo me concentrar pensando nessa menina.
Espero conseguir me controlar quando ela chegar aqui.
Não sei o que deu em mim quando a mandei vir aqui novamente, mas não posso voltar atrás.
Agora é só aguardar a chegada dela e tentar agir o mais profissionalmente possível com ela, o que não vai ser nada fácil com a imagem dela rebolando daquele jeito na minha mente.
— Carmen, quando a senhorita, Stela, chegar, mande-a entrar, tenho hora marcada com ela às dez horas. — digo ao telefone para minha secretária.
— Sim, senhor, assim que a senhorita chegar a mando entrar. O senhor deseja mais alguma coisa?
— Não, só isso por enquanto — digo e desligo a ligação.
Volto minha atenção para a pilha de documentos na minha frente que precisão serem analisados e assinados.
Preciso manter minha mente trabalhando para parar de pensar naquela garota.
***
Stela Gomes
Essa semana passou voando, entreguei meu trabalho avaliativo sobre a entrevista que fiz com Carlos e fiquei muito satisfeita com o resultado. Minha nota e de Andreza foram as mais altas da sala.
Valeu a pena todo trabalho duro que tivemos para fazer uma boa apresentação.
Não posso esquecer de agradecer mais uma vez a Carlos por ter me ajudado, pois se não fosse por ele não saberia o que fazer.
Eu não voltei na empresa como Ivan mandou, afinal jamais faria essa desfeita com Carlos que na hora do meu desespero me ajudou de bom grado.
Hoje é sábado e queria muito passar o dia com meus avós, mas minha amiga insistiu para passarmos o dia na piscina, comemorando a nossa conquista. Como não queria acompanhá-la, ela logo se juntou com minha avó para me convencer a ir, alegando que quase não saio de casa, que sou jovem e que preciso me divertir com pessoas da minha idade. Então, acabei cedendo, mas combinei com eles de passar o domingo com meus amados avós.
— Andreza, não tenho biquíni nem maiô, posso contar nos dedos de uma mão quantas vezes estive em uma piscina — digo sem jeito para ela.
Não é mentira, pois quase não tive oportunidade de aproveitar uma piscina.
— Relaxa, amiga, biquíni é o que não falta no meu closet. Tenho vários que ainda estão com as etiquetas da loja, pois nunca usei.
— Se eles forem do mesmo nível do vestido que você me deu estou fora, não vou usar de jeito nenhum. — Já aviso logo para ela.
Mas a safadinha começa a rir de mim.
Andreza adora me chamar de careta.
— Não se preocupa, amiga, você escolhe o que achar que fica mais confortável em você. Porque de jeito nenhum você vai entrar de roupa na piscina, você tem um corpo incrível, de dar inveja em qualquer um. Sem contar que precisa pegar um sol está tão branca e pálida que parece uma vampira.
Eu não aguento e começo a rir dela.
Meu Deus, de onde essa menina tira essas coisas?
Acho que é por isso que nós damos tão bem, ela sempre me faz rir.
Assim que chegamos na sua casa, vejo Carlos indo em direção a área da piscina.
Andreza me disse que ele tirou o dia de folga para ficar com a gente, curtindo o dia.
Tia Amélia está na entrada da casa, nos esperando e quando nos aproximamos, ela me dá um abraço apertado, dizendo que já estava sentindo minha falta.
— Stela, minha querida, vejo que Andreza conseguiu te convencer a vir passar o dia conosco. Vamos, entre logo e vá trocar de roupa. Vocês têm que aproveitar esse sol maravilhoso. Mandei preparar um almoço especial para vocês.
A família de Andreza sempre foi muito gentil comigo, tanto que me sinto em casa quando estou com eles.
— Claro, tia Amélia, já estamos indo.
Subimos para o quarto da minha amiga para trocarmos de roupa.
Quando ela me mostra sua coleção de biquínis, fico de boca aberta, já somos amigas há alguns anos e Andreza ainda consegue me surpreender.
— Andreza, você acha mesmo que vou usar isso? É minúsculo! Como é que você pode ter uma coleção dessa de roupas de banho e não tem nem sequer uma única peça mais decente. Eu não vou usar isso.
— Relaxa, Stela, isso é roupa de banho e não é para ser decente. Larga de drama e escolhe logo um para vestir. Meu irmão já está nos esperando na área da piscina — diz como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Talvez para ela seja mesmo, mas eu não estou acostumada a expor meu corpo assim.
Morro de vergonha e não sei nem como vou conseguir olhar para a cara do irmão dela.
Acabo escolhendo o que acho mais comportado e me olho no espelho.
Meu Deus, essa peça é minúscula!
Na verdade, achei que fosse a que iria cobrir mais.
Quando já estou me virando para tirar e trocar, ela entra no closet.
— Uau, amiga! Essa peça ficou perfeita em você. Nunca tinha usado esse, você pode ficar com ele, pois com certeza ficou melhor em você do que em mim — diz já me puxando para fora do quarto.
Estou morrendo de vergonha, afinal nunca tinha ficado assim na frente de ninguém.
Acho que, no momento, sou a pessoa mais desconfiada do mundo.
Vamos nos aproximando da piscina e vejo que Carlos já está nadando. Assim que ele percebe a nossa presença para de nadar e é agora que morro de vez com a cara que ele faz.
— c*****o, Stela, assim você me mata! p**a que pariu!
Eu devo agora estar vermelha de vergonha.
— Desculpa aí pelo palavrão, mas com todo o respeito, você está muito gostosa e gata nesse biquíni.
— Pode tirar seus olhos dela, irmão. Stela não é para o seu bico, é areia demais para o seu pobre caminhãozinho.
— Relaxa, irmã, foi só um elogio sincero. Desculpa, Stela, se te deixei envergonhada. Agora vamos, entrem na piscina, a água está maravilhosa.
Andreza e eu entramos na piscina e realmente água está maravilhosa.
Nadamos, brincamos e conversamos.
Não sou uma boa nadadora, por isso Carlos e Andreza riem do meu medo de me afogar.
Está sendo uma manhã realmente animada.
Aproveito o momento de descontração para mais uma vez agradecer a Carlos por sua ajuda e acabo devendo um jantar para ele.
Apesar das suas cantadas e insinuações para cima de mim, sei que ele faz isso só para me deixar envergonhada. Carlos me respeita, é o irmão da minha melhor amiga e está se tornando um amigo para mim também.
Depois de muito nadar, decidimos sair para deitar nas espreguiçadeiras.
Estou passando protetor solar em Andreza e Carlos está passando em mim.
Tudo isso começou como uma brincadeira e agora estamos rindo da situação.
Carlos é mais divertido do que pensava e sempre tenta me deixar sem jeito, tentando escorregar as mãos para onde não deve.
Eu já estou bem à vontade com o tal biquíni minúsculo que estou usando e realmente parece que é algo normal como minha amiga me disse, só não estava acostumada com tal situação
Estamos distraídos, passando protetor solar um no outro, quando escutamos a voz de tia Amélia:
— Carlos, querido, seu primo, Ivan, está aqui. Ele veio buscar os documentos que você trouxe para o seu pai assinar.
Nessa hora acho que meu coração vai parar de bater.
Frequento essa casa há anos e nunca encontrei com Ivan aqui, agora, em uma semana, é a segunda vez que encontro com ele.
Parece até brincadeira do destino, quanto mais distância quero dele, mais ele aparece na minha frente.
— Foi m*l, Ivan, desculpa aí, cara. Esqueci de mandar os documentos para a empresa. Decidi passar o dia com as meninas que estão comemorando um bom resultado que tiveram na faculdade. Como eu ajudei a Stela, fiquei com elas para comemorar, mas já estão assinados. Espera só um momento que vou pegá-los para você.
Estou imóvel na espreguiçadeira, nem respirar direito consigo, quero ser invisível agora e não tenho nem coragem de olhar para trás.
— Calma, filho, pode terminar de passar protetor solar na Stela. Seu primo vai ficar para almoçar conosco. Já faz muito tempo que não temos um almoço em família e eu não dei escolha a não ser ficar com a gente. Vamos aproveitar a comemoração das meninas e almoçar todos juntos.
Meu Deus do céu!
É agora que quero poder sumir daqui.
— Ivan, cara, ainda tem algumas peças de roupas no closet do seu quarto, vai lá se trocar e vem ficar aqui um pouco com a gente.
Quando Carlos diz isso, minha vontade é de jogá-lo na piscina.
— Obrigado pelo convite, mas vou ter que recusar. Tenho que voltar para a empresa logo depois do almoço. Mesmo hoje sendo sábado tenho duas reuniões marcadas para a parte da tarde. Tia, eu não posso ficar muito tempo aqui, por isso se o almoço for demorar para sair vamos ter que deixar para outro dia.
— Que isso, querido, já está pronto. Quando você chegou, estava vindo justamente chamá-los para almoçar. Vamos entrar todos, já devem estar colocando tudo na mesa.
Agora não tem jeito, vou ter que levantar e encarar esse homem.
— Então vamos logo que já estou morrendo de fome e aposto que Stela também está — Andreza diz chamando atenção para nós duas. — Caramba, Stela, esquecemos das saídas de banho e não tem nenhuma toalha aqui.
É hoje o dia em que morro de vergonha.
— Vamos, meninas, entrem assim mesmo e vão trocar de roupa. Não demorem que esperaremos por vocês.
Como não tenho escolha, levanto e vou andando em direção à casa com o biquíni minúsculo, sentido o olhar de Ivan sobre mim.
Nesse momento Carlos já tinha saído na nossa frente, pois tinha que pegar os documentos.
Assim que chegamos na entrada, tia Amélia passa direto para a cozinha.
— Droga, acho que esqueci meu celular na piscina. Ivan, sinta-se à vontade, você sabe que a casa é nossa. Amiga, vai subindo que vou procurar meu celular e já te encontro no quarto.
Andreza volta para a área da piscina da forma mais natural possível, já eu quero sair correndo.
Quando vou dar um passo em direção à escada, sinto uma mão em volta do meu braço.
Meu Deus, o que esse homem quer de mim?