Capítulo 16-Pai Ciumento

1938 Words
Notas do Autor Como a garota (Ana) tá caindo mais no gosto de vocês que o próprio casal, trouxe mais uma chuva de perguntas inocentes (e constrangedoras). boa leitura. Eu não podia negar isso a ele, e nem quero. Depois de ser acordada com gritos, eu corri até a sala e encontrei Alessandro se debatendo durante um pesadelo. Fiquei apavorada em ver ele daquele jeito e tudo o que eu queria era fazer aquilo parar. Ele não parava de repetir "Eu sinto muito, eu sinto muito." e isso acabou comigo. Eu não suportava ver ele sofrer, mesmo sendo só um pesadelo. Então, se tem uma maneira que eu possa fazer pra ajudá-lo, eu vou. - Sim! - Murmuro. - Você realmente disse sim? - Ele sussurra. Seus olhos estão focados em mim e sua pele ainda está suada por causa do pesadelo. Eu espero ser forte pra ajudar ele. - Eu realmente disse sim! - Falo antes de liberar um pequeno sorriso. Alessandro se levanta, me puxado para fazer o mesmo. Ele passa os braços por minha cintura, apoiando a cabeça em meu pescoço. - Obrigada.. - Ele murmura. Sua única palavra faz meu coração pulsar forte e eu percebo o quanto ele precisa de mim agora. Amanhã é outro dia, amanhã eu posso lidar com todos os problemas que nos cercam. Mas agora, agora eu vou dar tudo o que ele precisa pra dormir bem. Eu pego sua mão e o levo até meu quarto. Alessandro tira a camisa e a joga no chão e assim que ele deita suas mãos me puxam e eu estou enroscado o máximo possível em seus braços. Ele então solta uma longa respiração e beija minha cabeça delicadamente. - Boa noite, pequena! - Boa noite! - Respondo. Alessandro me segura forte contra seu peito, até que ouço sua respiração ir se normalizando aos poucos. Ele dormiu. Eu sei que não vou conseguir dormir tão cedo. Não com seus braços ao redor da minha cintura e todo seu corpo pressionado contra a minhas costas. A verdade é que meu corpo está queimando, em cada centímetro da minha pele que a dele está tocando, eu sinto queimar. Tento me desvencilhar dos seus braços e me afastar de todo esse calor intenso. Quando finalmente consigo, me viro ficando de frente pra ele. Ele é lindo! A beleza dele é de deixar qualquer uma tonta. Seu cabelo está uma bela bagunça, seu rosto está com uma expressão calma, sua boca entreaberta e seu peito à mostra. Ele é uma bela visão e eu nunca me cansaria de olhar. Depois de longos minutos observando ele dormir, sou vencida pelo cansaço e apago. Acordo com duas vozes sussurrando. Abro os olhos e vejo Ana ao lado do pai. Ele está de costas para mim, virado para nossa filha, então nenhum dos dois descobriram que eu acordei. - Papai você e a mamãe vão casar? - Minha pequena pergunta e mordi o lábio para não sorrir. - Por que a pergunta, princesa? - Ouço ele questionar. - Polque um dia a mamãe disse que só malido e mulher dolmem juntos e ficam com loupa de dolmir perto do outlo. Você dolmiu aqui com a mamãe e ela tá de camisola. Então vocês vão se casar! - Ela explica e Alessandro solta uma gargalhada baixinha. - Você tá certa filha, fala isso com sua mãe quando ela acordar! - Ele responde e ela sorri. Eles ficam em silêncio, até que Clara fala de novo. - Papai? - Fala minha princesa! - Você ama a minha mamãe? Prendo a respiração e sinto meu coração bater mais forte no peito. - Amo filha, amo muito! - Ele responde e solto a respiração devagar. - Quanto? Daqui lá na sala ou daqui lá na rua? - Eu amo a sua mãe daqui até além do céu! - Poxa papai, você ama muito ela então. - Clara exclama. Ouço Alessandro sorri e depois sua voz. - Muito mais do que eu possa entender, amo tanto vocês duas que chega dói aqui no papai! Eu não consigo continuar ouvindo isso, então começo a me mexer e espreguiçar. Alessandro vira seu corpo e Ana pula ele, subindo em cima de mim. - Bom dia mamãe! - Ela grita e me da um beijo estalado na bochecha. - Bom dia, meu amor! - Sorrio com sua animação. - Bom dia bela adormecida! - Alessandro fala. - Bom dia! - Respondo. - Clara, tá quase na hora da escola. Vai separar seu uniforme pra tomar banho! - Tá! - Ela fala e desde da cama, indo até seu quarto. - Ela se arruma sozinha? - Alessandro parece perplexo. - Claro que não! - Respondo. - Ela só sabe onde guardo o uniforme da escola e Ana gosta de se sentir independente e pegar! - Outra coisa que ela herdou da mãe! - Ele diz. - Outra? - Não contenho minha curiosidade. - A Beleza é toda sua também! - Disse se levantando da cama em seguida. - Posso tomar um banho? - Claro. Tem toalhas limpas na segunda gaveta! - Ele assente e entra no banheiro. - Cantadinha mais barata, a criatura é a cara dele. - Resmungo sozinha. Levanto indo até o quarto de Ana e encontro ela arrumando o uniforme em cima da cama. - Bora tomar banho mocinha? - Ela acena e segue para o banheiro. Depois de estar de banho tomado e cabelo penteado, Ana se senta na sala para assistir os Backyardigans, como ainda estava cedo daria tempo de tomar um banho e tomar café tranquilamente. Deixo-a com o desenho e sigo para meu quarto afim de um banho. Encontro Alessandro parado no meio do meu quarto vestido apenas seus jeans, que pendem de maneira insana no seu quadril e por alguns segundos esqueço de me mover. Só fico parada olhando. Ele é tão gostoso. - Acho que vou começar a cobrar! - Sua voz e seu sorriso me tiram do transe. - Desculpa, é que não estou acostumada a ter um homem seminu no meio do meu quarto! - Falo e na mesma hora me arrependo ao ver seu sorriso se alargar. Mas que droga Giovanna, se controla mulher! - Fico muito feliz em ouvir isso! - Ele fala e se aproxima de mim. - É realmente muito bom ouvir isso! - Se afastou, apanhando a camiseta. - Vai tomar seu banho, te espero na sala! - Beijou minha bochecha e saiu. DESGRAÇADO, MIL VEZES DESGRAÇADO. Ao chegar na sala, me preparava para fazer o café da manhã. Mas, para a minha surpresa, Alessandro já havia preparado e terminava de colocar a mesa. Ana se senta ao lado de Alessandro e eu me sento de frente para ele. Coloco um pouco de cereal para ela e deixo ele a vontade para se servir. Começamos a comer em silêncio, mas isso dura pouco. - Você vai mesmo me levar na escola daqui a pouco, papai? - Clarinha pergunta. - Vou sim, princesa! - Responde. Ela sorrir e coloca mais uma colherada de cereal na boca. Depois de mastigar e engolir, ela solta outra pergunta. - Papai, qual é a sua fluta favolita? Alessandro parece surpreso com a pergunta mas acaba sorrindo, depois seus olhos encontram o meu e ele fala. - Avelã! - Avelã igual a cor dos olhos da mamãe? - Exatamente como os olhos da sua mãe! - Ele responde ainda olhando pra mim. Decido ignorar seu comentário e continuo em silêncio, deixando os dois se conheceram melhor. - E a sua? - Ele pergunta. - Eu gosto de maçã! - Ana responde. E depois parece pensar na próxima pergunta. - Papai, onde você estava esse tempo todo? Você só resolveu me amar agola? - Ana Clara, isso foi indelicado! - A repreendo, sentindo o coração acelerar. Droga! Que situação... - Deixa ela, Giovanna! Eu vou responder. - Ele fala e posso ver sua expressão triste. - Minha princesa, o papai ficou todos esses anos trabalhando muito. Quando eu fui embora, não sabia que você já estava na barriga da mamãe. Papai descobriu ontem no parque. Eu nunca teria ido embora se soubesse de você, eu te amo muito! E sinto tanto por não ter estado aqui com você! - Ele termina sua explicação com a voz embargada. Ana franze a testa e depois de colocar mais uma colherada na boca. Eu já tinha perdido completamente a fome. - Tudo bem papai, tô feliz que me encontlou! - Minha filha sorri e continua comendo. Criança é o ser mais puro que existe. Pra ela é tão fácil perdoar, seguir em frente, amar as pessoas... - Papai, você tem uma namolada? - Ana Clara! - Exclamo perplexa. Essa menina hoje está a todo vapor e eu já não sei onde enfiar minha cara. - Essa curiosidade toda é normal? - Alessandro joga a cabeça pra trás e gargalha. - Tire suas próprias conclusões sobre a pergunta de ontem! - Dei de ombros, sentindo o rosto arder de vergonha. - Então é normal! - Ele rebate, se virando para nossa filha. - Não filha, eu não tenho uma namorada! - Então você e a mamãe podem ficar juntos? - Sim! - Clara, chega de perguntas! - Falo ao mesmo tempo em que ele responde o "sim". Sua resposta me cala. Olho para ele, mas sua atenção está presa ao sorriso da nossa filha. - Giovanna, relaxa. Ela só tá curiosa! É normal! - Ele fala e da de ombros. - Posso perguntar só mais uma? - Ela pergunta pra Alessandro. - Lá vem.. - Resmungo. - Pode princesa! - Ele responde. - A mamãe da minha amiguinha da escola tá espelando um bebê. - Ela começa, mas para. - E o que você quer saber, filha? - Ele pergunta, levando o café até a boca. Ele não deveria ter feito isso! - Como os bebês vão palar dentlo da barriga? - E novamente Alexandre engasga com a pergunta e eu só suspiro sem falar nada. Qualquer hora dessas Ana Clara vai acabar matando o pai. - Ana, tu deu de perguntar coisas inesperadas! - Murmuro. - Eu tava tentando imaginar como os bebês vão palar na barriga, eu quelia colocar um na minha barriga! - Fala. - O QUÊ? - Alessandro exclama com os olhos arregalados. Eu teria sorrido se a situação não fosse cômica. - Eu acho tão bonito papai, eu quelia um bebê pla mim também! - Ela afirma sorrindo. - Filha, olha pra mim! - Peço. Ana me encara com os olhinhos pretos de pura curiosidade. - Você não pode ter um bebê agora, só quando crescer! - Muito! - Alessandro interrompe. - Só quando crescer muito! -... Quando você crescer e encontrar um homem que você ame muito e que ele te ame de volta. Só assim você pode ter um bebê. - Que nem o papai te ama? - Ela sabe como me deixar sem jeito. - Assim como o papai me amava! - Afirmo e Alessandro me encara com o olhar querendo gritar "EU AINDA TE AMO". - Isso vai demolar muito mamãe? - Daqui uns 30 anos, filha! - Ele responde por mim. Ana volta a atenção a refeição, esquecendo o assunto bebês. - 30 anos, jura? Lamento acabar com sua ilusão, mas não vai demorar tudo isso! - Sussurro só para ele. - Que pergunta foi essa? Superou a do sexo! - Ele sussurra de volta me fazendo rir. Alessandro passa o resto do café com a testa franzida e não tem como não rir. Minha filha tem o pai mais ciumento da história.
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