Alice sentava na cama, cruzando as pernas e colocando a mão no queixo.
— Eu recuso.
— Mas, madame, ele fez isso para comemorar a nova senhorita da região, que seria você.
— Eu recuso. Não preciso de um rico obsessivo e também já tenho três lindos mordomos, não preciso de uma mão delicada.
Itan sorria olhando para Alice, passava a mão no cabelo e começava a chegar mais perto dela.
— Bem, já que madame quer assim, eu fico grato por ser mais importante que ele, afinal, ele não tem metade da minha beleza.
— Eu estava esperando sua parte narcisista aparecer. E afinal, como ele soube tão rápido sobre mim?
— Ah, isso é que sua avó era bastante íntima da mãe dele.
— E deixa advinhar, ela me prometeu para ele?
Alice se levantava, ficando de frente, cara a cara com Itan.
— Disso eu não sei, pois meus pais nunca falaram essa parte para mim. Mas eu acho que, se para ser prometida para alguém, seria eu, não estou certo?
Dava uns tapinhas na bochecha de Itan, passando por ele e indo em direção ao armário de sua avó.
— E claro que sim, Itan.
Abrindo o armário, se virava para Itan, puxando a ponta da toalha, pronta para tirá—la.
— Então você quer ficar e ver mais do que deveria?
Itan se sentava na cama, retirando uma caixa preta de seu paletó e pegando um óculos de dentro, colocando—o.
— Agora estou devidamente preparado, Alice.
"Essa foi uma reação inesperada."
Alice ia puxando a ponta da toalha, soltando enquanto ela caía. Alice segurava com a mão oposta, que logo apontava para a porta com o indicador.
— Menino, isso não vai ser fácil assim. Mas venha aqui, não chega nem perto do que queria, mas você irá gostar.
— Madame, você não está brincando muito?
— Relaxa, hoje é meu primeiro dia aqui, então queria fazer esse tipo de coisa. Então venha aqui, é uma ordem.
— Se a madame quer, não há nada que posso fazer.
"Também, quem não iria querer um pedacinho do Itan."
Ele ia até a Alice, que colocava o dedo em seu peito e começava a andar com ele para o lado.
— Sabe, Itan? Então você tem um peitoral bem forte e gosto disso porque posso fazer isso.
Ela passava o dedo rapidamente, apontando para a porta com um sorriso no rosto, dizia:
— Que mordomo entra no quarto de sua senhorita e fica a vendo de toalha? Saia.
Itan dava de ombros e ia saindo do quarto, um tanto desanimado. Após sair e andar um pouco para longe do quarto dela.
— Espero que ela não fique cínica, pois assim seria impossível saber o que irá fazer comigo. Apesar que isso não é tão r**m assim, pois a brincadeira pode virar algo sério. Então, pensando, bom, é algo até que bom.
Itan passava por Kleinster, que estaria indo avisar sobre o jantar. Logo, ele percebeu que Itan estava mais agitado do que o normal, e começava a andar mais rápido.
— Caramba, tenho que maneirar nisso. Quase não consegui pegar a toalha a tempo. Mas, diferente do Kleinster, Itan esboçou alguma reação... Como seria o Eric, só por ver mesmo?
Alice ficava olhando as roupas no armário à sua frente.
— Então, qual será a roupa escolhida para a festa?
"Qual é o meu problema? Me arrumando para uma festa que falei que não iria."
Alice pensava, vestindo um vestido amarelo com poucos babados, rodando pelo quarto, se imaginando dançando com o rapaz dos seus sonhos.
"Sim, eu com certeza devo ter, deve ser hereditário isso."
Alice olhava para a porta e via Kleinsten a olhando como uma parede quase inexistente. Ela suspirava e ia andando até ele.
— Se for sobre o jantar, eu irei sair para uma festa, então aproveitem. Daqui a pouco estarei de volta.
— A senhorita vai mesmo à festa do senhor Tales?
— O que é isso? Está com ciúmes?
— Não é isso, senhorita. É que faz tempo que Tales não vem aqui, não sabemos como ele está agora.
— Ah, isso? Bem, não se preocupe. Ele pode não vir aqui, mas minha avó deveria visitá—los constantemente, já que é por causa dela que isso está acontecendo. E eu também não estou afim de um cara que faz uma festa só por causa disso.
— Se a senhorita pensa assim, então deve estar certa. Agora mesmo, vou avisar para tirarem a mesa, e nós três estaremos esperando lá embaixo.
Kleinsten se virava e ia em direção à escada para descer para os andares de baixo.
— Única forma de ele ter alguma reação é nesse tipo de coisa.
Alice suspirava desanimada, indo logo para a escadaria. Ao chegar no primeiro andar, que levaria à porta da mansão, via Kleinsten a olhando, travado como de costume, Itan verificando se havia algo errado com sua vestimenta, e Eric a olhando, esboçando um sorriso em seu rosto, a olhando dos pés à cabeça.
"Eric dos três é o mais normal, apesar de sentir daqui a malícia em seus olhos."
— Boa festa, my lady.
— Mudou de ideia, madame?
— Se a festa não fosse sobre você, roubaria o holofote de todas as damas.
— Muito obrigado, Kleinsten. O carro já está pronto? E sim, eu mudo de ideia facilmente, Itan.
Ela passava pelos três, indo em direção à porta, já vendo o carro à espera. Ela se virava para trás.
— Quando voltar, vou querer uma conversa com você, Eric.
Kleinsten já se preparava para levar Alice para o local da festa, enquanto Itan dava um tapinha nas costas de Eric.
— Parece que a bajulação não deu muito certo, não é mesmo, Itan?
— Cale—se, seu narcisista irritante. Você quase não faz nada na casa.
— Mas fui eu que falei com ela e você, o que ela fez?
Alice fechava a porta, já não ouvindo mais nada do que eles falavam, nem mesmo se importando, já que estava entediada.
— Kleinsten, versão chofer, vamos ir para esta festa.
— Sim, Alice—sama.
— Sama? Gostei disso. Vamos, então.
"Não ligou pelo que falei, mas finalmente parou com 'my lady', isso estava irritando."
Uma hora se passava desde a saída de sua mansão, e não houve uma única interação entre eles.
"Ele não sabe conversar? Por que caramba sua senhorita aqui está entediada, e ele não faz nada."
Chegavam na festa, e ao Alice sair do carro, via diversas pessoas com vestimentas de grifes que custariam mais do que um carro de luxo. Ela fechava a porta do carro, e no instante em que começava a andar, um jovem chamava sua atenção, pondo a mão em seu ombro.
— Você seria a Alice Rosnen? É que fiz meu primo fazer tudo isso para encontrá—la lá.