Um Beijo

1718 Words
— Espera, isso quer dizer que você é ainda pior do que eu pensava... fazer seu primo gastar uma fortuna para conhecer uma garota? O jovem de terno azul sorria, reverenciando, e logo pegava sua mão e se ajoelhava na sua frente. — Isso mesmo, Alice. Foi difícil convencê-lo, mas aí envolvi uma parceria de empresas, e claro, também disse que você era minha alma gêmea destinada. — Uau, que fofo fazer tudo isso por mim. Então eu preciso retribuir o favor, você poderia se levantar? O jovem não hesitava e se levantava com um sorriso no rosto, mas sentia uma dor subindo por todo o seu corpo. — Opa, desculpe, esqueci de tirar o salto. Bem, obrigado pela festa, aproveite bem o seu sono, porque eu vou curtir a festa. O jovem estaria caído no chão de lado com as mãos entre as pernas, paralisado, enquanto Alice entrava no salão pegando uma taça de vinho e um coxinha com caviar, e a consumia. — Por que isso é tão caro? Não tem gosto de nada. Enquanto andava pelo salão principal, vendo diversos casais dançando, passava por um grupo de garotas falando sobre a estrela da festa. — A senhorita Amanda deveria ter escolhido o seu neto para herdar a herança. Olha isso, o senhor Tales fez essa magnífica festa para ela e nem se quer apareceu. "Pensei que esse tipo de patricinha só existisse em programas de TV e seriados." — Calma, Deach, devemos considerar que ficar bilionária da noite para o dia deve ter sido um choque para ela, considerando sua antiga vida. "Bem, você está certa. Até por isso estou aqui, mas minha vida era muito boa até ser forçada a arranjar um noivo." — Isso é falta de educação dela. "Coitadinha, deve ser a oprimida do grupo." Enquanto Alice ouvia o que as três estavam falando, estava parada na frente da mesa de petiscos, fingindo estar escolhendo algo para comer, enquanto derramava o vinho no chão, que escorria até as três garotas, fazendo uma delas escorregar e levando as três a caírem. — Obrigado por me ajudarem a me livrar do vinho. Eu estava com ele na mão há muito tempo. As três olhavam para a direção de onde o som veio e não viam ninguém, pois a música tinha parado e um grande grupo de pessoas se juntou à mesa de petiscos. A garota que falou menos se escondeu embaixo da mesa. — Quem será que era aquela loira? Ela parecia ser muito linda. Passaram dez segundos e não ouço nada da Deach. Deve ter sido algo sério então. A garota sorria, e Alice já estava longe. No entanto, ela viu um jovem usando um terno azul sentado e mexendo em seu celular. "Quantos terno azul têm aqui? Perdi a conta, mas isso não importa, pois não posso beber até a meia—noite, quando finalmente serei de maior." — Vou aproveitar dançando com ele. Alice foi até o jovem e parou em sua frente, esticando a mão por cima do telefone. — Ei, você parece um pouco comigo, ou pelo menos com quase todo mundo que tem um celular e se sente desconfortável em algum lugar. O que acha de dançar com a moça bonita aqui? O garoto, em choque pelo repentino pedido, pegou a mão dela e colocou o celular de lado. Ele foi puxado por ela para o meio do salão. Enquanto isso, na tela do celular do menino, estava escrito: "A senhorita Amanda, que criou um império aos vinte e seis anos, veio a falecer, e a grande questão é quem será seu sucessor." — Então, conseguiu falar com ela? Um jovem andando lentamente com uma das mãos no meio de sua perna falava enquanto olhava um rapaz de terno azul com um celular prata na mão. — E claro que sim, quem você acha que eu sou? O rapaz sorrindo se virava de costas para ele, jogando o celular para trás e começando a dançar sozinho. Ele seguia em frente. — Ah, como ela dançava! Que bela moça eu encontrei, e ela será minha e não de meu irmão. Ao mesmo tempo, quando ele parava de dançar com o vento, o outro jovem pegava o celular e via que na tela estava escrito 'sua transferência de um milhão de yens foi concluída com sucesso'. — UM MILHÃO!!! O jovem começava a suar frio, sua mão tremia e sua visão se embaçava com as lágrimas que começavam a cair. — Finalmente, finalmente poderei consertar as coisas com elas, mas esse cara está doido? Nós tínhamos combinado setenta mil, que seria o suficiente. Enquanto o jovem limpava os olhos, na porta da mansão, Alice estava com uma taça vazia na mão, com resquícios de vinho. "Duas da manhã, ninguém pode me negar uma bebida agora. Aquele garoto, ele era fofinho, mas não chega nem perto dos meus mordomos." Ela ia até perto de seu carro, fechava a porta do carro que Kleinster havia acabado de abrir. Ela pegava sua gravata, puxando para a frente, lançando um beijo. — Então? Gostou, e não se preocupe, eu sou de maior, e mesmo que fosse preso, compraria a prisão e te libertaria de lá. — Madame, acho que você bebeu demais a ponto de estar arruinando meu paletó. — Que chato, e eu não estou bêbada. Bebi apenas uma taça de vinho. Passei a maior parte do tempo dançando e falando com Zé Ninguém. Ela entrava no carro, no banco de trás, com os braços cruzados, enrolando um dedo no cabelo, enquanto Kleinster colocava a mão em seus lábios, desfazendo a cara rígida por poucos segundos. "Um beijo acordou a princesa, né? Por que não ao contrário." Alice pensava, sorrindo de dentro do carro. Bêbada? Coisa nenhuma. Ela está mais sóbria do que quando entrou na festa. Alice estava de volta ao seu carro, com Klinster ao volante, enquanto pensava sobre a festa e os eventos da noite. Ela estava claramente em um humor divertido e um pouco provocativo, considerando suas interações com os convidados. Ela passava o dedo pelos cabelos, olhando para Klinster. — Sabe, Klinster, a festa foi um pouco monótona, mas pelo menos conheci um garoto engraçado lá. E, você sabe, você mordomos são tão... sérios. Às vezes, a vida precisa de um pouco de diversão. Você já fez alguma coisa fora da sua rotina, Klinster? Klinster mantinha seu olhar firme na estrada, mas um leve sorriso aparecia em seu rosto enquanto respondia. — Minha vida é dedicada ao serviço, senhorita. No entanto, estou aqui para atender às suas necessidades e desejos, seja qual for o seu pedido. Alice ria e balançava a cabeça. — Tão leal e dedicado. Bem, eu realmente deveria considerar o que fazer sobre essa condição da minha avó. Encontrar um noivo em dois anos parece uma tarefa impossível. A menos que... Ela parava por um momento, como se estivesse contemplando uma ideia. — A menos que eu encontre alguém disposto a ajudar, alguém que não seja um mordomo, mas um... parceiro temporário. O que você acha, Klinster? Você acha que existe alguém que faria isso por mim? Klinster olhava pelo espelho retrovisor, encontrando o olhar de Alice. — Você é uma jovem muito atraente e encantadora, senhorita. Tenho certeza de que muitos estariam dispostos a ajudar. Mas, lembre-se, a escolha é sua, e sua felicidade é o que importa. Alice sorria, satisfeita com a resposta de Klinster. — Você tem razão, Klinster. Vou aproveitar meu tempo para considerar minhas opções. Quem sabe o que o futuro nos reserva? E assim, com Klinster ao volante, Alice seguia para sua nova mansão, deixando a festa para trás e pensando no que fazer para lidar com a peculiar condição deixada por sua avó. A viagem de volta para a mansão foi tranquila, Alice contemplava a noite estrelada enquanto Klinster dirigia silenciosamente. Chegando à imponente mansão que agora era sua, ela se sentiu uma mistura de fascínio e desafio, pensando em todas as decisões que teria que tomar. Ao entrar na mansão, Alice foi surpreendida pelo escuro. As luzes da entrada estavam apagadas, o que a fez parar por um momento. Ela acenou para Klinster, que estava ao seu lado, segurando a mão dela levemente. Ela estava prestes a perguntar sobre a eletricidade, quando Klinster bateu palmas duas vezes. Imediatamente, as luzes da entrada se acenderam, revelando a magnífica escada, as paredes decoradas com quadros de família e o brilho dos lustres. Alice ficou boquiaberta com a beleza da mansão à noite. Klinster, com sua característica calma, se dirigiu a Alice e a manteve surpresa. — Feliz aniversário, senhorita. Alice arqueou uma sobrancelha, surpresa e tocada por essa inesperada revelação. — Aniversário? Como você sabe, Klinster? Ele sorriu de maneira enigmática. — Senhorita, uma de nossas tarefas é conhecer os detalhes da vida da nossa mestra. Hoje é o dia do seu aniversário, e pensamos em recebê-la com uma surpresa. Nesse momento, Eric, que estava próximo, se juntou a Klinster e fez uma reverência. — Feliz aniversário, senhorita. E, gradualmente, todos os mordomos e empregados que estavam na mansão apareceram, todos em silêncio, com sorrisos afáveis em seus rostos. Alice, tocada pela demonstração de carinho e pela bela surpresa, sentiu uma onda de gratidão. — Obrigada, a todos vocês. Eu realmente não esperava isso. Kleinster fez um sinal, e todos começaram a se movimentar. O salão estava decorado com balões e guirlandas, e uma enorme mesa estava coberta com um bolo de aniversário, iluminado por velas. Alice se aproximou da mesa e olhou para o bolo com surpresa. — Vocês realmente pensaram em tudo, não é? Kleinster se aproximou dela e disse em voz baixa: — Queríamos que seu primeiro aniversário nesta mansão fosse memorável, senhorita. Alice sentiu emocionada. Ela soprou as velas, e todos começaram a aplaudir. O som do aplauso ecoou pelas paredes majestosas da mansão. Aquela noite, Alice não estava sozinha naquela casa imensa. Ela estava cercada por uma equipe dedicada que estava disposta a tornar sua vida mais fácil e mais especial. Enquanto cortava o bolo e compartilhava com seus novos amigos, ela percebeu que talvez a condição deixada por sua avó não fosse tão insuperável quanto parecia. Com o apoio dessas pessoas, ela estava pronta para enfrentar qualquer desafio que o futuro lhe reservasse.

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