Movida pela raiva

928 Words
Adicionem a biblioteca / favoritos por favooor :D E comentem meninas <3 Cheguei em casa e ainda sentia todos os nervos tensos. O embate com o Marcone, e como as coisas aconteceram estavam rodopiando na minha mente durante a tarde, em um ponto que não conseguia me concentrar no trabalho, e acabei desistindo e fui para casa. Minha mãe não estava, e fiquei imensamente grata por isso. Fui direto para o meu quarto e tomei um banho longo para tirar do meu corpo qualquer lembrança dele. Eu estava muito put4 da vida com ele. Como ele pode me ameaçar daquela forma? Tentar usar o meu pai e o vício dele. E depois declarar que o dinheiro dele resolveria tudo. Isso era um absurdo imenso. Eu preferia abrir mão de tudo a entregar tudo a ele. Eu tinha outros planos para a empresa e para a minha vida e ele não iria influenciar em nada. Eu estava um pouco mais calma quando desci para comer. Meu pai estava na cozinha, lendo o jornal e tomando um café. Tinha acabado de chegar. - Alou. - Ele me cumprimentou. Abracei ele rapidamente e me pus em movimento, sem querer incomodar a Joana tão tarde. - Você saiu no meio da tarde hoje. - Eu estou com a cabeça cheia. Precisava descansar para pensar com clareza. - Ele puxou a cadeira ao lado dele e apontou para mim. - Isso tem alguma relação com a sua reunião com o Marco? - Fechei os olhos, sentindo a raiva ameaçar voltar. - Sente e me conte tudo. - Pai. Quanto exatamente esse homem sabe? - Resolvi ser direta, para que ele pudesse ser direto também. O rubor surgiu como todas as vezes no rosto dele. - Bem, ele sabe de tudo. Éramos sócios. - Sentei, me servindo de um café. - E ele me disse que vocês tiveram uma discussão. - Então ele te procurou? - A raiva subiu pela minha garganta. - Ele não tem escrúpulo nenhum. - Acusei, já sentindo a voz mudar. - Ele não me procurou, eu liguei para ele. - Olhei meu pai incrédula. - O Lúcio me contou sobre a reunião e o quanto você pediu, em troca, bem, de nada. Porque você não abriu nada do seu projeto. - Pai, o gerente dele ficou fazendo acusações. Viu nossos balanços. O Marcone tentou desconversar, e ficou claro que ele sabia demais. Eu não posso ter um investidor que desconfie de mim. - Você não só pode, como deve filha. Os negócios são assim. - Pai, ele ameaçou usar do dinheiro e da influência dele para passar por cima de mim, para te convencer. - Ele me contou. E disse também que eu criei uma mulher de fibra. - Minha única reação foi rir. - Disse que eu deveria me orgulhar, que a maçã caiu bem longe da árvore. - E isso é motivo para se orgulhar? - Claro. Afinal, você é diferente de mim e da sua mãe. Mesmo sendo criada para ser exatamente igual. - Foi uma das coisas mais lindas que meu pai já tinha me dito. - Não fale isso para a sua mãe, nunca. - Ele pediu, falando baixo. - Não falarei. - Encarei o café que esfriava na xícara. - A oferta dele é o mais próximo de irrecusável que teremos. - Não olhei para o meu pai quando respondi. - Não vamos aceitar. Você mesmo disse que a oferta dele foi por nada. - Emy, entenda uma coisa. O Marco ganhou o mundo por ter uma visão de longo prazo. Ele chegou longe, com metade do tempo que a nossa empresa levou. Ele sabe o que está fazendo. - Tenho mais duas reuniões, e falarei com o Jonas de novo. Não precisamos de mais do que já pedimos, vamos colocar a empresa em ordem sem precisar recorrer a ele. - Ele te deu até segunda para analisar a proposta dele. - Fechei os olhos, com preguiça daquela conversa. - Nem preciso analisar. Por mim é não. - Respirei fundo, para não descontar no meu pai a raiva que eu sentia pelas ameaças dele. - Eu não respondo a ameaças pai, e foi essa a frase que eu falei para ele. Propor para você foi exatamente o que ele ameaçou fazer, alegando que não sou eu que assino. Diminuindo o meu poder e as minhas vontades. - E então eu quis chorar. Ele era dominador e autoritário, e eu comecei a me libertar a pouco tempo. Eu não voltaria para aquilo. Eu escolheria meus carrascos, e o Marcone não seria um deles. - Meu pai suspirou enquanto eu tentava controlar os meus nervos. - Eu deixei claro que não faria nada que você se opusesse, afinal, temos que ser uma frente unida. E ele enviou a proposta em seu nome, não no meu. E por isso, te peço, que se até sexta você não conseguir uma proposta que seja vantajosa, que analise a dele. Afinal, o Garcia não mudará nada na proposta dele, e isso já se tornou um problema para você - O Garcia talvez não, mas o Jonas sabe quais são as minhas condições, e se ele não pode brigar por mim nisso, então talvez ele não seja o homem que eu precise do meu lado. - Até sexta Emy. Promete? - Eu diria não. Ele poderia me oferecer o mundo. Eu conseguiria o investimento em outro lugar. Nem que aceitasse a oferta insana do Garcia. Eu não iria ceder para o Marcone, e a culpa era apenas dele. - Prometo.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD