Zeca
Depois daquele dia, eu não consegui tirar os lindos olhos da Marina da minha cabeça! Ela era muito linda e perfeita! Nossa parecia uma bonequinha! Sem contar que eu fiquei muito m*l por tê-la derrubado.
Eu tentei de todas as formas conseguir informações sobre ela com a minha mãe, lógico que da maneira mais discreta possível, porque se a dona Karina desconfiasse só um pouco do meu interesse por ela, o entrevistado seria eu, mesmo assim eu descobri que a família dela se mudou faz pouco tempo para a nossa cidade, e que ela vai estudar na minha escola.
E é por isso que eu estou encostado aqui no muro do "Seattle College!" Em um horário bem mais cedo do que o que eu costumo vir no primeiro dia de aula, apenas para ter o prazer de olhar para uma princesa bem perfeitinha chamada Marina.
E não é que toda a minha espera valeu a pena? De repente um carro desses importados parou e aquele cara m*l encarado que se chama Nero saiu da porta do motorista e tirou uma cadeira de rodas do porta mala, em seguida uma garota bem parecida com a Marina, só que um pouco mais nova desceu do banco de carona e ficou esperando o irmão colocar a Marina na cadeira de rodas, depois os três se despediram e o cara foi embora e as duas se dirigiram para a entrada da escola.
— Oi Marina! - cumprimentei-a.
— Oi Zeca! Bom dia! - Ela me respondeu com aquele sorriso mais brilhante que o sol.
— Você vai estudar aqui?
Só depois que fiz a pergunta, foi que me toquei o quanto ela soou i****a, as duas estavam passando pelo portão com mochilas, é claro que elas iriam estudar aqui, e a idiotice da minha pergunta foi reforçada ainda mais quando a irmã dela deu um estalo com a língua e revirou os olhos.
— Sim! Nós somos novas na cidade! Eu vou estudar no terceiro ano e você? - Marina falou comigo usando toda a educação que sua irmã mais nova não tinha.
— Sério? Eu sou do terceiro ano também! - disse sem conseguir esconder meu contentamento.
—Aí! Prazer eu sou a Marcela! - A garota disse toda espevitada e apertou a minha mão em forma de cumprimento, ela não tinha herdado a meiguice da irmã.
— Já que vocês vão estudar na mesma sala, você poderia mostrar onde a mesma fica pra Mari? Valeu! Tchau!
— Marcela! - Marina chamou a irmã um pouco alterada e nervosa, mas era inútil, pois essa já tinha afastado e já estava se metendo em uma turma de garotas do primeiro ano e fazendo amizade, com toda certeza essa era o oposto da irmã.
— Relaxa Marina! Eu vou acompanhar você! - sugeri.
— Promete não me abandonar no chão dessa vez? - Ela disse sorridente.
Eu coloquei a mão no peito encenando que estava sentindo dor, e isso a fez gargalhar ainda mais, e em meio às gargalhadas eu me ajoelhei e peguei na mão dela e beijei.
— Eu prometo que nunca mais a deixarei em apuros! Oh bela donzela! - Falei olhando seriamente em seus olhos e ela sorriu novamente, mas dessa vez a minha frase não causou somente um riso, também deixou seu rostinho lindo todo corado.
— Tabom Cavaleiro Reluzente! Poderia me mostrar o caminho da minha sala de aula porfavor? - me perguntou docemente.
— Mas é claro princesa Rubi! - Eu disse e já fui segurando na sua cadeira.
— Só precisa me mostrar o caminho! Eu consigo ir sozinha! - Ela disse e já foi girando os pneus da sua cadeira com as mãos e seguindo corredor a dentro e eu a segui para mostrar-lhe o caminho.
— Porque princesa Rubi? - seu rosto lindo tinha uma expressão de duvidosa.
— Por causa do seu rostinho corado e apaixonado sempre quando me olha! - provoquei-a.
— Vai se ferrar Zeca! - Ela disse eu fiz a maior expressão de surpresa, fazendo todo mundo no corredor olhar para a gente.
— Minha nossa! Princesinhas educadas não mandam seus cavaleiros juramentados se ferrarem, minha doce Rubi! - Eu disse e novamente escutei sua risada deliciosa.
Continuamos caminhando pelo corredor, até o momento em que paramos em frente aquela que seria a nossa classe.
— E essa é a nossa sala de aula! - Parei em frente a porta e quando olhei pra ela, percebi uma certa expressão de incômodo.
— Zeca! Agora eu vou precisar da sua ajuda! Não há rampa na entrada da sala!
— Claro princesinha! - A ajudei a passar pela porta e aproveitei para levar sua cadeira até o lugar onde eu iria sentar, assim ela ficaria do meu lado.
— Ei Zeca! Esse não era o meu lugar? - Sávio perguntou se aproximando da gente.
— Perdeu Sávio! Procura outro pra você! - respondi rispidamente.
— Ei Shiko! Tá vendo isso? O cara chutou o amigo de anos da seu assento de direito por causa de uma garota! E que linda garota eu devo dizer! - Sávio chegou perto da Marina e se apresentou, e ela o tratou educadamente.
— Aí Sávio! Não vou julgar o Zeca! No lugar dele eu faria o mesmo! - respondeu o Shiko do outro lado da sala.
— O quê? - Tati deu um tapa forte no namorado e todos os caras da sala começaram a tirar o sarro dele.
— Faria o mesmo se fosse com você amor, é lógico! - tentou se desculpar, a namorada do Shiko é brava.
— Vocês são uns idiotas e estão assustando a menina nova! Prazer eu sou a Tatiana! Mas você pode me chamar de Tati!
— Eu sou a Marina! Mas você pode me chamar de Mari! Prazer!
A Tati sentou do lado da Mari, e as duas ficaram conversando como se já se conhecessem a muito tempo, e eu fiquei muito feliz com isso, afinal, a Tati era a namorada de um dos meus melhores amigos, e era bom a Marina fazer amizade com ela pois ela era....
Afinal! O que a Marina era pra mim? O que eu estava sentindo por essa garota?
Fiquei com esses pensamentos durante metade da manhã, até ser chamado atenção pelo professor de química.
— Zeca! - o senhor Orochi chamou minha atenção.
— Oi professor! - respondi.
— Eu estou perguntando se tudo bem pra você fazer o trabalho com Guga?
— Ah sim! Tudo bem... Aaaah.... O QUÊ? CLARO QUE NÃO! - gritei e a sala toda sorriu, inclusive a Marina.
— Tá Zeca! Deixa de escândalo! Porque você não quer fazer o trabalho com o Guga? - indagou o professor.
— Porque eu vou fazer o trabalho com a Marina! Não é Marina? - eu disse olhando pra princesinha.
De repente a sala toda se virou e começou a olhar a Marina e a sua cadeira de rodas, e eu percebi que dessa vez ela não apenas ficou vermelha, mas também ficou incomodada, e isso me doeu, então em uma atitude desesperada minha, eu me inclinei na carteira e joguei meu corpo pra trás, forjando uma queda, e novamente a atenção, os risos e as chacotas se voltaram para mim.
— Zeca para de chamar atenção! Levanta desse chão vai! Então você faz o trabalho com a Marina! - exclamou o professor irritado.
Eu olhei para a Marina e ela sorriu pra mim! Coisa mais linda!
Quando o sinal bateu e nós fomos liberados, eu empurrei a cadeira da Marina até a saída da sala, para que ela não se machucasse quando fosse passar pela porta, e como ela não reclamou e nem pediu para continuar seu trajeto sozinha, eu a levei até o fim da escola, onde a sua irmã espevitada já estava nos esperando rodeada de amigas.
— Ahh Mari! Você não acredita! Eu tava conversando aqui com a Moe sobre o Kaio, um menino chato que derrubou o meu caderno no chão e....
A menina tagarelava sem parar e a Marina ouvia tudo serenamente, e eu fiquei com pena da coitadinha por ter que aguentar essa matraca que ela chama de irmã em casa.
— O Nero chegou Marcela! Vamos! - disse apontando para o carro que acabara de chegar.
— Mari então você vai pra minha casa ou eu vou pra sua? - perguntei ansioso, já tava doido para vê-la novamente antes mesmo dela ir embora.
— Do que estão falando? - o irmão m*l encarado chegou perto da gente e não parava de me olhar com cara de poucos amigos.
— Que eu vou fazer um trabalho na casa do Zeca hoje a tarde! - Marina logo respondeu ao irmão.
— Não seria melhor ele fazer o trabalho na nossa casa? - Nero perguntou olhando pra mim.
— Por mim tudo be... - comecei a responder mais fui interrompido.
— Não! Eu vou fazer o trabalho na casa do Zeca! - Marina falou decidida e o tal Nero suspirou e respondeu: — Tudo bem! A Marcela vai junt...
— Não vou não! Eu também tenho um trabalho pra fazer com..... eee..... Ei menino! As três eu estarei na sua casa! - a doidinha da irmã da Mari disse para a primeira pessoa que passou, que no caso era o meu primo Kaio, e deu pra perceber que ele ficou tão surpreso que até ficou mudo.
— Então me passa o endereço que quando eu for deixar a Marcel na casa do colega dela eu deixo a Marina na sua casa! - cara me disse todo sério, e eu fiquei me perguntando se em algum momento do dia ele chegava a relaxar.
— Então combinado! Até mais tarde Zeca! - se despediu de mim, me iluminando com o seu sorriso.
— Até mais tarde Mari! - respondi.
Nos despedimos e os três irmãos partiram deixando para trás Kaio e eu com cara de bobos.
— A Marcela é linda não é? - meu primo comentou.
— Se toca que você não tem chance pirralho! - o provoquei.
— Tá! E em que mundo você imagina que uma gata que nem a irmã mais velha vai querer você? - o pirralho jogou umas verdades na minha cara e como p*******o recebeu um peteleco na orelha.
— E quanto a Marcela! Ela vai ser minha namorada ou eu não me chamo Kaio! - ele disse sorrindo e seguiu o caminho da sua casa, coisa que eu também fiz, pois tinha que pedir para a Ayame preparar um lanche depois do almoço pra quando a Mari estivesse na minha casa.
E foi com um sorriso no rosto que eu continuei o meu trajeto enquanto dizia mentalmente as mesmas palavras do Kaio.
"A Mari vai ser minha namorada! Ou eu não me chamo Zeca! "