Um

1414 Words
Zeca Eu sempre fico estressado quando minha mãe me obriga a acordar cedo! p***a hoje é sexta feira e na próxima segunda as aulas presenciais já irão retornar! Ela devia se compadecer da minha pessoa e deixar eu aproveitar meus últimos momentos de liberdade! Mas não! Aqui estou eu tendo que ir deixar na clínica em que ela trabalha o aparelho GIGANTE e que por ventura, ela esqueceu em cima da mesa, para ela realizar uma sessão de fisioterapia com uma paciente. Enquanto vou caminhando pela rua completamente emputecido por ter sido acordado em plena dez da manhã obrigado pela dona briguenta Karina, fico imaginando que o resto do dia com certeza seria perfeito, pois nada mais poderia ser pior do que tudo o que já estava me acontecendo hoje e... — MAS QUE MERDA! - gritei assustando algumas pessoas que passavam ao meu redor. A porcaria de um pneu de um carro passou dentro de uma poça d'água que havia próximo a mim, respingando uma água amarelada e barrenta, e eu desejei a todas as forças do universo que mandassem um raio atingir em cheio essa porcaria de carro. Mas eu só desejei isso até o momento em que o carro parou no sinal e eu me aproximei pra xingar o motorista, e a vi sentada no banco de trás do carro. Nesse instante todos os xingamentos que eu tinha planejado mentalmente se dissiparam, porque a minha cabeça só estava conseguindo assimilar uma única palavra. Linda! Pelo vidro do carro só dava para ver o seu rosto! Mas apenas isso bastava, porque ela parecia um anjo de tão linda! Ela tinha os cabelos bem pretos e lisos, e seus olhos eram tão azuis quantos os meus! O formato do seu rosto era tão delicado que mais me lembrou uma fada, dessas de filme de fantasia! Porra! Ela é linda demais! Durante um breve momento ela parece me perceber e o seu olhar se volta para o meu! Mas somente por um breve momento mesmo, quase uma fração de segundos, pois o sinal se abre e o carro arranca com tudo e ela vai embora. Fiquei alegre? Fiquei! Mas só até o momento em que me toquei que a garota havia ido embora e a chance de eu vê-la novamente era de uma em cem mil, que era a quantidade de habitantes que existem nessa cidade! Além também da possibilidade dela nem ser daqui, pois se uma gata dessas morasse em Seattle com certeza eu já saberia. Volto minha atenção para o "TEANS" o aparelho de trabalho da minha mãe, e lembrei que ela disse que eu tinha que ir o mais rápido possível pois ela já estava atrasada com o seu compromisso com a cliente, e sai correndo para a clínica tentando chacoalhar o aparelho o mínimo possível. É impressionante como em apenas uma manhã meu humor passou de raivoso para alegre, triste e agora totalmente desesperado e com medo de apanhar da ruiva linda que eu amo tanto, mas que consegue ser bem aterrorizante quando está brava. E assim! Depois de alguns minutos consigo chegar na clínica! Todo suado e sujo de lama de esgoto, e já passo correndo para a sala de fisioterapia onde a minha mãe atende, no caminho esbarro em alguém sem querer e peço desculpas sem olhar pra trás, porque cara, eu preciso mesmo entregar esse aparelho. — Finalmente hein senhor Zeca! - Minha mãe diz assim que abre a porta e retira o aparelho das minhas mãos — Ah mãe! É porque eu tive um imprevisto no caminho sabe, um carro quase me atropela! Olha como ele deixou minha roupa! - mostrei as manchas de lama pra ela. — AH MEU DEUS! COMO VOCÊ ESTÁ MEU AMOR! ESTÁ RALADO? - Minha mãe pergunta toda agitada e passando as mãos pelo meu corpo procurando hematomas. — Por sorte não! Só jogaram lama em mim! Mas eu tô bem! - respondi tentando tranquiliza-la. — Ah então Tabom! Menos m*l! Pois agora vaza daqui e me deixa trabalhar! Estou muito atrasada e já tem outra paciente me esperando lá na sala! — Tchau dona Karina! - dou um beijo na ruiva da minha vida e vou embora. Assim que saio da sala da minha mãe, dou de cara com a pessoa que eu esbarrei quando estava entrando na sala de espera! Estranhei porque ela ainda estava sentada no chão aos pés da fileira de cadeiras, me aproximei pra perguntar se a moça precisava de ajuda mas aí.... É ela! A garota linda do carro! — Oi! - Me aproximei dela sorrindo e me sentei no chão ao seu lado. — Oi! - Ela respondeu sorrindo também! E c*****o! Se ela já é linda séria, sorrindo ela ultrapassa todos os limites compreensíveis da beleza, com certeza eu acordei hoje com o pé direito, que chance eu teria de topar com uma garota dessas duas vezes numa mesma manhã? Com toda certeza eu não irei deixar essa oportunidade passar. Hoje é o meu dia de sorte! — Eu sou o Zeca prazer! - estendi a mão pra ela. — Prazer Marina! - Ela me estende a mão e eu me aproximo e dou um beijo em sua bochecha, e quando me afasto percebo que ela ficou corada, a coisinha mais fofa da vida, deu até vontade de apertar. — Acho que eu tô com cheiro de lama! Desculpa por isso! - Eu falo e ela sorri novamente. — Tudo bem! Eu peço desculpas pelo meu irmão Nero! Ele não tinha visto você, eu acho. — Então você também me viu mais cedo? - perguntei procurando mais assunto pra falar com ela. — Sim! - Ela responde e olha pra cadeira a sua frente! — Bem! Não que é que eu não esteja adorando estar sentado aqui com você, mas porque você está no chão? - perguntei, nós dois no chão já está ficando engraçado. — Porque você esbarrou em mim quando passou! Não lembra? - respondeu meigamente. — Lembro sim! E desculpa por isso inclusive! Eu só não voltei pra te ajudar porque estava apressado pra entregar o aparelho para minha mãe se não ela cometeria um fratricídio! - Dessa vez a Marina gargalhou tão deliciosamente que me senti convidado a gargalhar junto com ela também. — Então você é filho da dona Karina! Realmente ela é bem eufórica! Foi aí que me toquei que ela era paciente da minha mãe. — Marina porque está no chão? Eu te deixei sentada cadeira! - Um cara m*l humorado se aproxima da gente trazendo uma cadeira de rodas, pela aparência com certeza é irmão da Marina. — Eu me desequilibrei e caí! - Marina respondeu. _ Pera! Então... - eu digo com cara de bobo. O cara pega a Marina no colo e coloca na cadeira de rodas! E eu fico olhando a cena com a maior cara de i****a que sou! — Você não costuma cair de cadeiras assim do nada! Tem certeza de que algum mané não te derrubou? - o tal Nero pergunta olhando pra mim. — Tenho! Até porque se alguém tivesse feito isso teria me ajudado a levantar! - Marina responde sorrindo ao irmão! Ela parece estar se divertindo com toda a situação! E eu tô morrendo de vergonha por ter sido o maior i*****l com a menina. De repente a porta do consultório da minha mãe se abre e ela sai se despedindo da paciente — Oi Marina querida! Você já pode entra.... Zeca! O que você tá fazendo aí no chão? - indagou com seu olhar ameaçador. — Eer... é que eu tô cansado mãe! — Só se for cansado de dormir! Umas boas palmadas pode tirar esse seu cansaço! - Minha mãe pronuncia as palavras ameaçadoramente e a Marina fica dando risada, já percebi que ela é muito animada, educada, e se diverte com tudo. — Vamos gatinha? - minha mãe chamou a Marina, que respondeu educada. — Sim! Tchau Zeca! - a menina com jeito de princesa se despediu sorrindo pra mim. — Tchau Marina! - retribui o sorriso. O irmão dela empurra a cadeira pra dentro do consultório da minha mãe, mas antes dela entrar definitivamente na sala me olha mais uma vez e sorri. E eu fico olhando pra ela que nem um bobo! Tentando descobrir onde foi que eu me perdi primeiro, se foi nas duas esferas cristalinas que são os seus olhos, ou na pureza do seu sorriso lindo e angelical.
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