Cinco

2439 Words
Zeca Ver o rostinho da Mari toda feliz e sorridente e muito bom! Eu tenho que trabalhar mais vezes em coisas que a deixam feliz, ver essa felicidade dela é algo sem explicação, só sei que me faz sentir um calor bem confortável no meu coração. Ela está cada vez mais entrosada com as meninas da sala! Taty e Sara são as que mais se aproximaram dela, é visível a carinha de alegria da minha Rubi, o que me faz questionar como era a vida social dela na sua antiga escola. — Zeca será que dá pra parar de olhar para a garota nova e prestar atenção na aula? - o professor Takashi, vulgo o mais s*******o do colégio perguntou e todo mundo caiu na risada. Fiquei sem graça não por mim, mas pela Mari que ficou toda sem jeito tadinha, discrição não é o forte do senhor Takashi, e ele não vê o menor problema em constranger os alunos, por isso me limitei em olhar para a Mari um pouco menos do que o de costume, o que me deixou estressado pois poder olhar pra ela é a melhor parte de estar na sala de aula, aliás a Mari se tornou a melhor parte de se estar na escola. — Zeca! - Mari chega do meu lado chamando a minha atenção, eu estava tão absorto em meus pensamentos por ela, nem nem ouvi o sinal tocar. — Oi linda Rubi! - respondi para a princesinha. — O Cimento da rampa ainda está mole! - disse toda coradinha, queria que eu a pegasse no colo. — Ah claro princesa! Desculpa! - tô amando esse cimento fresco. — Onde você tá com a cabeça i****a? - Taty pergunta com uma expressão raivosa e a Mari da risada. — Se não quiser levar ela pode deixar comigo! - falou o Cézar se aproximando da gente. — NÃO! - dei um grito e já fui pegando a Mari no colo, ela é minha é nenhum i*****l vai colocar as mãos nela, principalmente o César que tem a fama de pegador e fica dando em cima de todo mundo, não quero ele de conversinha com a minha princesinha. — Calma eu só queria ajudar! - César disse com um sorriso debochado vindo atrás da gente. — Obrigado mas não precisa! - respondi rispidamente, não gostei do jeito que ele olhou para a Mari. Quando passei com ela pela rampa, a coloquei novamente na sua cadeira que a Taty veio empurrando, e fiquei com raiva quando percebi que o i****a do Takashi ainda estava ao lado dela. — Mari Você vai na festa do Guto na sexta? - o i****a continuou do nosso lado, fazendo perguntas pra "minha" Rubi. — Não sei! Tenho que ver ainda com meus pais! - Mari respondeu educada. — Você já tem alguém pra ir contigo, caso vá? - o César continuou insistindo. Faltou pouco para eu socar a cara dele, só não fiz isso porque a Mari me olhou com o sorrisinho mais lindo do mundo. — Se eu for vai ser com você né Zeca? - me perguntou. — É sim princesa! Nós estamos juntos! - a última frase eu disse ameaçadoramente para o César , e ele deu com as mãos e se despediu da Mari. As meninas seguiram para o pátio e a Mari foi seguindo elas empurrando girando os pneus da sua cadeira, sentaram em um dos banquinhos e a Mari ficou ao lado delas, fiquei encostado no muro junto com o Chico e o Sandro, logo se juntaram a nós o Guto e o Josa. Mari conversava animada com as meninas, de vez em quando olhava para a irmã do outro lado do pátio com a turminha do primeiro ano, meu primo Kaio estava sempre por perto, e era notável o quanto ele estava babando por ela. No fim da aula fui acompanhando a Mari até a calçada onde o irmão dela já estava esperando, ajudei ele a colocar ela no carro, logo depois a doidinha da irmã dela passou por mim que nem um furacão e entrou no carro, enquanto que sorrindo e balançando as mãozinhas me dando Tchau, minha princesinha Rubi foi embora. .......................... Mais tarde na minha casa eu tentava estudar, mas não conseguia por causa do barulho dos pedreiros lá embaixo, estamos em reforma, então peguei meu celular entediado e mandei uma mensagem pra Mari . Zeca Passando pra perguntar se está precisando de alguma coisa Doce Rubi Mari Bem! A Rita conseguiu convencer meus pais a me deixarem ir na festa! Então eu acho que vou precisar de escolta! Zeca Tá brincando! É lógico que seu cavaleiro irá cuidar pessoalmente da sua segurança pessoal princesa! Eu sou juramentado à você! Escuto sua gargalhada deliciosa, e de repente me dei conta de que todo o tédio que eu estava sentindo antes havia ido embora em um piscar de olhos. Mari Eu vou adorar ter a sua companhia meu Cavaleiro Reluzente! Depois disso nós continuamos trocando mensagens por um tempo, até ela se despedir dizendo que ia estudar, e eu fiquei mais um tempo olhando para a tela do celular, relendo que nem um bobo uma certa frase. "Meu Cavaleiro Reluzente" ................................. Mari A Rita tanto encheu a paciência do Neco e do meu pai na hora do almoço que eles acabaram concordando em me deixar ir na festa! Rita disse que eles me protegiam demais e que dessa maneira eu não teria uma vida normal como eu queria, o que não deixa de ser verdade, mas eu não queria que eles se sentissem m*l por causa disso, eu amo a proteção do Neco e do papai, nem sei o que seria de mim sem eles, mas realmente há momentos que essa superproteção me sufoca . — Nesse caso irei com você! - meu irmão disse decidido. — Tânia vem sexta à noite para Picos apenas para vê-lo! - eu disse pra ela. — Ela não se importará de me encontrar só no sábado! - continuou insistindo. — Então não vou na festa! Você já se sacrifica demais por minha causa! Não vou impedir que você veja sua noiva! - eu disse e Neco ficou calado, ele sabe que se insistir não irá adiantar, eu jamais iria atrapalhar o final de semana dele com a Tânia. — Então eu irei com você! - meu pai entrou na conversa. — Ah pai pelo amor de Deus! Ir à uma festa acompanhada pelo pai seria "fim de carreira! - Rita disse exaltada e eu e o Neco caímos na risada enquanto o coitado do meu pai ficou todo sem jeito. — Querido tenho que concordar com a Rita! Não seria legal a Mari ir para a primeira festa dela com o pai! Sem contar que você iria ficar perdido no meio de um monte de adolescentes! Talvez algum amigo de confiança possa dar carona pra Mari. - minha mãe disse entrando na conversa. — Mas isso é fora de cogitação! Esses garotos bebem mais álcool que os adultos! - meu irmão falou irritado. — Eu iria com o Zeca! - falei baixinho olhando para minhas mãos. — Quem é Zeca? - meu pai perguntou. — Um garoto intrometido que estuda na escola dela! Parece que também é filho da fisioterapeuta. - respondeu Neco. — Ele é o namorado dela! - Rita disse eufórica, me fazendo quase engasgar com o suco. — O quê? - meu pai perguntou com o rosto sério. — Rita! - repreendi minha irmã depois da reação do meu pai e do Neco, a Rita é muito indiscreta. — Eu e o Zeca estamos nos conhecendo! - disse envergonhada para todo mundo na mesa, acho que o apelido de Rubi nunca fez tanto sentido como nesse momento. — Ele fez uma rampa pra Marina poder entrar na sala dela com a cadeira de rodas, e ainda mobilizou o Grêmio estudantil e os demais alunos para pedirem uma reforma para adaptar a escola! - novamente minha irmã se intrometeu. — Que atitude mais linda! Eu quero conhecer esse rapaz! - minha mãe falou pronunciou cheia de expectativa. — Eu também quero conhecê-lo! Diga para ele vir conversar comigo, e só depois decido se ele pode te levar nessa festa ou não! - meu pai disse sério e eu já comecei a sentir pena do Zeca por antecedência, se ele fica todo sem jeito perto do Neco, imagina quando encontrar o meu pai. — É Mari! Diz pro Zeca vir buscar a gente! - Rita disse com a maior naturalidade, e agora eu entendi porque tanta insistência em fazê-los concordar com a festa, ela também quer ir. — E quem disse que você vai? Você só tem quinze anos Rita! - meu pai falou e Rita entristeceu. — Eu fico de olho nela pai! E assim também vou me sentir mais segura! - tentei intervir por minha irmã. — Tudo bem! Mas eu quero esse Zeca aqui antes para conversarmos! - disse meu pai irredutível. Tratei logo de avisar para o Zeca o que o esperava, e agora estou eu aqui em frente ao espelho, terminando a minha maquiagem, enquanto papai e o Zeca conversam lá no escritório dele, estou torcendo para que o papai goste dele e que permita sempre a vinda dele aqui em nossa casa. ................................. Zeca Ah cara! Eu tô suando de nervoso! O Neco é muito intimidante, mas ele não chega nem aos pés do senhor Moraes, será que precisava mesmo olhar pra mim com esse semblante de serial killer? A impressão que eu tenho é que a qualquer momento ele vai me atacar e me esquartejar. — Rita disse que você é namorado da Mari! É verdade? - o senhor Moraes me pergunta sério e a princípio, eu fico sem saber o que responder pois eu não vou dizer que a Mari pediu pra gente ir se conhecendo aos poucos. — A gente está junto sim! Eu irei fazer de tudo para ser alguém que mereça o amor e a confiança dela! - respondi. — Pelo visto a confiança você já tem! Gosta dela? - me perguntou. — Muito! Eu tô apaixonado! - respondi olhando diretamente em seus olhos intimidadores, eu posso estar correndo risco de morte aqui, mas, eu não vou negar o que eu sinto pela Mari, é bom que ele já saiba logo de vez quais são as minhas intenções. — Eu fiquei sabendo que você mobilizou seus colegas e juntos conseguiram uma reforma na escola! É uma atitude muito louvável! Meus parabéns! - o pai da Mari me parabeniza e pela primeira vez eu vejo sua expressão se suavizar, e um sorriso aliviado surge em meu rosto. — Isso não é nada! Tudo o que eu quero é que a Mari se sinta bem e feliz! E no que depender de mim farei tudo o que estiver ao meu alcance para que isso aconteça! - respondi convicto. — Eu fico feliz em ouvir isso! Pode até não parecer, mas a Marina já sofreu muito! E por isso que eu como pai e o Neco como irmão mais velho, ficamos apreensivos quando alguém se aproxima dela! Não é Neco? - o senhor Moraes fala a última frase em direção à porta e a mesma se abre, e o Neco entra no escritório fazendo cara de paisagem. — Eu estava passando por perto e ouvi o senhor me chamar! - tentou se desculpar. — Não se faça de desentendido! Não seria você se também não estivesse preocupado com a Mari! - diz o senhor Moraes. Neco fica sem jeito tentando disfarçar, então ele se vira pra mim e me fala seriamente: — Eu fiquei sabendo o que você fez! Meus parabéns! Mas eu vou sempre estar de olho em você! Eu acabo com qualquer um que fizer a minha irmã sofrer! — Pois então somos dois! Pois eu também não permitirei que façam nada de m*l com a Mari! - respondi. Nós ficamos nos encarando até o momento em que o senhor Moraes finaliza nossa guerra de olhares, ele parece estar convencido, parece que entendeu que eu estou disposto a tudo pela Mari. — Eu permito que você leve as meninas para essa festa! Estou te dando um voto de confiança! Não o desperdice pois será o único! - terminou com um tom severo. — Obrigado senhor! Eu não irei desaponta-lo! - agradeci sorrindo. — Você estará com minhas duas joias raras nas mãos! Espero que cuide bem delas! - o pai da Mari reforçou. — Com toda certeza! - respondi empolgado. — Então eu já estou indo buscar a Tânia no aeroporto! Até mais! - Neco se despediu da gente e depois saiu. — O Neco é durão mas ele gostou de você! - o pai da Mari disse assim que o cabeludo nos deixou novamente a sós. — Nossa! E se não tivesse gostado? - falei em um tom divertido. — A essa altura você já estaria no hospital! Mas não o leve a m*l! Eu não sei se a Mari já te falou sobre o acidente, mas ele se sente culpado! Aliás! Todos nós nos sentimos, e talvez por isso minha filha se sinta sufocada as vezes, por isso estou permitindo que ela saia com você, e espero que eu não me arrependa. — Não irá senhor! Eu garanto! - então pela primeira vez o pai da Mari sorri e nós apertamos as mãos finalizando nossa conversa. Quando chegamos na sala, a Rita e a Mari já estão nos esperando juntamente com uma senhora muito bonita, que pela semelhança acredito se tratar da senhora Hana, a mãe delas, minha princesinha tá muito linda, e é impossível eu não sorrir para ela. — O rapaz levará vocês para a festa! - meu sogro pronunciou. — Yes! - a irmã da HMari comemora toda eufórica. Se não fosse pela aparência, com certeza eu acharia que ela havia sido adotada, pois esse jeito espevitado dela, não combina com a seriedade do pai e do irmão, e muito menos com a meiguice da Mari e pelo o que percebi, da mãe dela também. — Zeca acima de tudo fique de olho na Rita! Ela é a minha maior preocupação! - o senhor Moraes reforçou. Rita fecha a cara e a Mari começa a dar suas gargalhadas fofas, deixando a irmã ainda mais zangada, e só para de rir quando eu me aproximo dela e pego na sua mão. — Tá pronta pra ir ao baile princesa? - perguntei fitando seus lindos olhos. — Sim! - respondeu minha princesinha. E partimos para a festa!
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