Zeca
Ver o rostinho da Mari toda feliz e sorridente e muito bom! Eu tenho que trabalhar mais vezes em coisas que a deixam feliz, ver essa felicidade dela é algo sem explicação, só sei que me faz sentir um calor bem confortável no meu coração.
Ela está cada vez mais entrosada com as meninas da sala! Taty e Sara são as que mais se aproximaram dela, é visível a carinha de alegria da minha Rubi, o que me faz questionar como era a vida social dela na sua antiga escola.
— Zeca será que dá pra parar de olhar para a garota nova e prestar atenção na aula? - o professor Takashi, vulgo o mais s*******o do colégio perguntou e todo mundo caiu na risada.
Fiquei sem graça não por mim, mas pela Mari que ficou toda sem jeito tadinha, discrição não é o forte do senhor Takashi, e ele não vê o menor problema em constranger os alunos, por isso me limitei em olhar para a Mari um pouco menos do que o de costume, o que me deixou estressado pois poder olhar pra ela é a melhor parte de estar na sala de aula, aliás a Mari se tornou a melhor parte de se estar na escola.
— Zeca! - Mari chega do meu lado chamando a minha atenção, eu estava tão absorto em meus pensamentos por ela, nem nem ouvi o sinal tocar.
— Oi linda Rubi! - respondi para a princesinha.
— O Cimento da rampa ainda está mole! - disse toda coradinha, queria que eu a pegasse no colo.
— Ah claro princesa! Desculpa! - tô amando esse cimento fresco.
— Onde você tá com a cabeça i****a? - Taty pergunta com uma expressão raivosa e a Mari da risada.
— Se não quiser levar ela pode deixar comigo! - falou o Cézar se aproximando da gente.
— NÃO! - dei um grito e já fui pegando a Mari no colo, ela é minha é nenhum i*****l vai colocar as mãos nela, principalmente o César que tem a fama de pegador e fica dando em cima de todo mundo, não quero ele de conversinha com a minha princesinha.
— Calma eu só queria ajudar! - César disse com um sorriso debochado vindo atrás da gente.
— Obrigado mas não precisa! - respondi rispidamente, não gostei do jeito que ele olhou para a Mari.
Quando passei com ela pela rampa, a coloquei novamente na sua cadeira que a Taty veio empurrando, e fiquei com raiva quando percebi que o i****a do Takashi ainda estava ao lado dela.
— Mari Você vai na festa do Guto na sexta? - o i****a continuou do nosso lado, fazendo perguntas pra "minha" Rubi.
— Não sei! Tenho que ver ainda com meus pais! - Mari respondeu educada.
— Você já tem alguém pra ir contigo, caso vá? - o César continuou insistindo.
Faltou pouco para eu socar a cara dele, só não fiz isso porque a Mari me olhou com o sorrisinho mais lindo do mundo.
— Se eu for vai ser com você né Zeca? - me perguntou.
— É sim princesa! Nós estamos juntos! - a última frase eu disse ameaçadoramente para o César , e ele deu com as mãos e se despediu da Mari.
As meninas seguiram para o pátio e a Mari foi seguindo elas empurrando girando os pneus da sua cadeira, sentaram em um dos banquinhos e a Mari ficou ao lado delas, fiquei encostado no muro junto com o Chico e o Sandro, logo se juntaram a nós o Guto e o Josa.
Mari conversava animada com as meninas, de vez em quando olhava para a irmã do outro lado do pátio com a turminha do primeiro ano, meu primo Kaio estava sempre por perto, e era notável o quanto ele estava babando por ela.
No fim da aula fui acompanhando a Mari até a calçada onde o irmão dela já estava esperando, ajudei ele a colocar ela no carro, logo depois a doidinha da irmã dela passou por mim que nem um furacão e entrou no carro, enquanto que sorrindo e balançando as mãozinhas me dando Tchau, minha princesinha Rubi foi embora.
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Mais tarde na minha casa eu tentava estudar, mas não conseguia por causa do barulho dos pedreiros lá embaixo, estamos em reforma, então peguei meu celular entediado e mandei uma mensagem pra Mari .
Zeca
Passando pra perguntar se está precisando de alguma coisa Doce Rubi
Mari
Bem! A Rita conseguiu convencer meus pais a me deixarem ir na festa! Então eu acho que vou precisar de escolta!
Zeca
Tá brincando! É lógico que seu cavaleiro irá cuidar pessoalmente da sua segurança pessoal princesa! Eu sou juramentado à você!
Escuto sua gargalhada deliciosa, e de repente me dei conta de que todo o tédio que eu estava sentindo antes havia ido embora em um piscar de olhos.
Mari
Eu vou adorar ter a sua companhia meu Cavaleiro Reluzente!
Depois disso nós continuamos trocando mensagens por um tempo, até ela se despedir dizendo que ia estudar, e eu fiquei mais um tempo olhando para a tela do celular, relendo que nem um bobo uma certa frase.
"Meu Cavaleiro Reluzente"
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Mari
A Rita tanto encheu a paciência do Neco e do meu pai na hora do almoço que eles acabaram concordando em me deixar ir na festa! Rita disse que eles me protegiam demais e que dessa maneira eu não teria uma vida normal como eu queria, o que não deixa de ser verdade, mas eu não queria que eles se sentissem m*l por causa disso, eu amo a proteção do Neco e do papai, nem sei o que seria de mim sem eles, mas realmente há momentos que essa superproteção me sufoca .
— Nesse caso irei com você! - meu irmão disse decidido.
— Tânia vem sexta à noite para Picos apenas para vê-lo! - eu disse pra ela.
— Ela não se importará de me encontrar só no sábado! - continuou insistindo.
— Então não vou na festa! Você já se sacrifica demais por minha causa! Não vou impedir que você veja sua noiva! - eu disse e Neco ficou calado, ele sabe que se insistir não irá adiantar, eu jamais iria atrapalhar o final de semana dele com a Tânia.
— Então eu irei com você! - meu pai entrou na conversa.
— Ah pai pelo amor de Deus! Ir à uma festa acompanhada pelo pai seria "fim de carreira! - Rita disse exaltada e eu e o Neco caímos na risada enquanto o coitado do meu pai ficou todo sem jeito.
— Querido tenho que concordar com a Rita! Não seria legal a Mari ir para a primeira festa dela com o pai! Sem contar que você iria ficar perdido no meio de um monte de adolescentes! Talvez algum amigo de confiança possa dar carona pra Mari. - minha mãe disse entrando na conversa.
— Mas isso é fora de cogitação! Esses garotos bebem mais álcool que os adultos! - meu irmão falou irritado.
— Eu iria com o Zeca! - falei baixinho olhando para minhas mãos.
— Quem é Zeca? - meu pai perguntou.
— Um garoto intrometido que estuda na escola dela! Parece que também é filho da fisioterapeuta. - respondeu Neco.
— Ele é o namorado dela! - Rita disse eufórica, me fazendo quase engasgar com o suco.
— O quê? - meu pai perguntou com o rosto sério.
— Rita! - repreendi minha irmã depois da reação do meu pai e do Neco, a Rita é muito indiscreta.
— Eu e o Zeca estamos nos conhecendo! - disse envergonhada para todo mundo na mesa, acho que o apelido de Rubi nunca fez tanto sentido como nesse momento.
— Ele fez uma rampa pra Marina poder entrar na sala dela com a cadeira de rodas, e ainda mobilizou o Grêmio estudantil e os demais alunos para pedirem uma reforma para adaptar a escola! - novamente minha irmã se intrometeu.
— Que atitude mais linda! Eu quero conhecer esse rapaz! - minha mãe falou pronunciou cheia de expectativa.
— Eu também quero conhecê-lo! Diga para ele vir conversar comigo, e só depois decido se ele pode te levar nessa festa ou não! - meu pai disse sério e eu já comecei a sentir pena do Zeca por antecedência, se ele fica todo sem jeito perto do Neco, imagina quando encontrar o meu pai.
— É Mari! Diz pro Zeca vir buscar a gente! - Rita disse com a maior naturalidade, e agora eu entendi porque tanta insistência em fazê-los concordar com a festa, ela também quer ir.
— E quem disse que você vai? Você só tem quinze anos Rita! - meu pai falou e Rita entristeceu.
— Eu fico de olho nela pai! E assim também vou me sentir mais segura! - tentei intervir por minha irmã.
— Tudo bem! Mas eu quero esse Zeca aqui antes para conversarmos! - disse meu pai irredutível.
Tratei logo de avisar para o Zeca o que o esperava, e agora estou eu aqui em frente ao espelho, terminando a minha maquiagem, enquanto papai e o Zeca conversam lá no escritório dele, estou torcendo para que o papai goste dele e que permita sempre a vinda dele aqui em nossa casa.
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Zeca
Ah cara! Eu tô suando de nervoso! O Neco é muito intimidante, mas ele não chega nem aos pés do senhor Moraes, será que precisava mesmo olhar pra mim com esse semblante de serial killer? A impressão que eu tenho é que a qualquer momento ele vai me atacar e me esquartejar.
— Rita disse que você é namorado da Mari! É verdade? - o senhor Moraes me pergunta sério e a princípio, eu fico sem saber o que responder pois eu não vou dizer que a Mari pediu pra gente ir se conhecendo aos poucos.
— A gente está junto sim! Eu irei fazer de tudo para ser alguém que mereça o amor e a confiança dela! - respondi.
— Pelo visto a confiança você já tem! Gosta dela? - me perguntou.
— Muito! Eu tô apaixonado! - respondi olhando diretamente em seus olhos intimidadores, eu posso estar correndo risco de morte aqui, mas, eu não vou negar o que eu sinto pela Mari, é bom que ele já saiba logo de vez quais são as minhas intenções.
— Eu fiquei sabendo que você mobilizou seus colegas e juntos conseguiram uma reforma na escola! É uma atitude muito louvável! Meus parabéns! - o pai da Mari me parabeniza e pela primeira vez eu vejo sua expressão se suavizar, e um sorriso aliviado surge em meu rosto.
— Isso não é nada! Tudo o que eu quero é que a Mari se sinta bem e feliz! E no que depender de mim farei tudo o que estiver ao meu alcance para que isso aconteça! - respondi convicto.
— Eu fico feliz em ouvir isso! Pode até não parecer, mas a Marina já sofreu muito! E por isso que eu como pai e o Neco como irmão mais velho, ficamos apreensivos quando alguém se aproxima dela! Não é Neco? - o senhor Moraes fala a última frase em direção à porta e a mesma se abre, e o Neco entra no escritório fazendo cara de paisagem.
— Eu estava passando por perto e ouvi o senhor me chamar! - tentou se desculpar.
— Não se faça de desentendido! Não seria você se também não estivesse preocupado com a Mari! - diz o senhor Moraes.
Neco fica sem jeito tentando disfarçar, então ele se vira pra mim e me fala seriamente:
— Eu fiquei sabendo o que você fez! Meus parabéns! Mas eu vou sempre estar de olho em você! Eu acabo com qualquer um que fizer a minha irmã sofrer!
— Pois então somos dois! Pois eu também não permitirei que façam nada de m*l com a Mari! - respondi.
Nós ficamos nos encarando até o momento em que o senhor Moraes finaliza nossa guerra de olhares, ele parece estar convencido, parece que entendeu que eu estou disposto a tudo pela Mari.
— Eu permito que você leve as meninas para essa festa! Estou te dando um voto de confiança! Não o desperdice pois será o único! - terminou com um tom severo.
— Obrigado senhor! Eu não irei desaponta-lo! - agradeci sorrindo.
— Você estará com minhas duas joias raras nas mãos! Espero que cuide bem delas! - o pai da Mari reforçou.
— Com toda certeza! - respondi empolgado.
— Então eu já estou indo buscar a Tânia no aeroporto! Até mais! - Neco se despediu da gente e depois saiu.
— O Neco é durão mas ele gostou de você! - o pai da Mari disse assim que o cabeludo nos deixou novamente a sós.
— Nossa! E se não tivesse gostado? - falei em um tom divertido.
— A essa altura você já estaria no hospital! Mas não o leve a m*l! Eu não sei se a Mari já te falou sobre o acidente, mas ele se sente culpado! Aliás! Todos nós nos sentimos, e talvez por isso minha filha se sinta sufocada as vezes, por isso estou permitindo que ela saia com você, e espero que eu não me arrependa.
— Não irá senhor! Eu garanto! - então pela primeira vez o pai da Mari sorri e nós apertamos as mãos finalizando nossa conversa.
Quando chegamos na sala, a Rita e a Mari já estão nos esperando juntamente com uma senhora muito bonita, que pela semelhança acredito se tratar da senhora Hana, a mãe delas, minha princesinha tá muito linda, e é impossível eu não sorrir para ela.
— O rapaz levará vocês para a festa! - meu sogro pronunciou.
— Yes! - a irmã da HMari comemora toda eufórica.
Se não fosse pela aparência, com certeza eu acharia que ela havia sido adotada, pois esse jeito espevitado dela, não combina com a seriedade do pai e do irmão, e muito menos com a meiguice da Mari e pelo o que percebi, da mãe dela também.
— Zeca acima de tudo fique de olho na Rita! Ela é a minha maior preocupação! - o senhor Moraes reforçou.
Rita fecha a cara e a Mari começa a dar suas gargalhadas fofas, deixando a irmã ainda mais zangada, e só para de rir quando eu me aproximo dela e pego na sua mão.
— Tá pronta pra ir ao baile princesa? - perguntei fitando seus lindos olhos.
— Sim! - respondeu minha princesinha.
E partimos para a festa!