Seis

2828 Words
Mariana Assim que chegamos na casa do Guto e da Taty todo mundo olhou pra gente, tinha algumas pessoas que não eram da escola e provavelmente estavam achando estranho a presença de uma garota cadeirante ali, é um pouco chato ter que admitir isso, mas, esses olhares me deixaram um pouco sem jeito. — Oi Rita! - o amigo da minha irmã se aproxima da gente olhando pra ela que nem um bobo, é muito fofinho o jeito que ele olha pra ela. — Kaio! O que você tá fazendo aqui? Essa festa só tem gente mais velha, da idade da minha irmã! - Rita disse aparentando estar surpresa. — Eu quem chamei ele! O Kaio é meu primo! - Zeca entrou na conversa. — É um prazer princesa Rubi! - o garoto diz todo cavaleiro segurando a minha mão, mas antes que ele chegue a dar um beijo recebe um tapa na testa dado pelo Zeca. — Sai fora atrevido! - falou o meu loirinho. — Aff! Só tô sendo educado seu i****a! Rita quer ir lá na sala onde tem uma sinuca? - peguntou o primo do Zeca. — Siiim! - minha irmã diz eufórica e pega na mão do garoto e sai puxando o menino praticamente arrastando e eu fico dando risada, a Rita é hilária. — Mari! Você veio amiga! - Sabrina chegou me abraçando. — Oi amiga! - a respondi. Mari! - Gritou a Taty de longe e eu acenei pra ela. Todas as meninas chegam falando comigo, e sentam perto de mim em um sofá, uns garotos chegam perto do Zeca, lhe oferecendo bebida e ele recusa, o que me deixa aliviada, pois se o papai souber que ele bebeu na festa, nunca mais deixa ele sair comigo. — Zeca pode ir beber se quiser! Você sempre gosta de virar o copo! Pode deixar que eu fico de olho na Mari. - Toni disse e o Zeca fechou a cara. — Minha namorada não é criança pra você ficar de olho! E eu não tô bebendo hoje! Cai fora! - respondeu rispidamente. — Não lembro dela dizendo que é sua namorada! - o platinado diz e sai antes que o Zeca parta pra cima dele. Dá pra perceber que o Zeca ficou irritado com ele, pela maneira que ele ficou vermelho, eu fico um pouco triste, pois não quero que o Zeca brigue com os amigos por minha causa. — Ei princesa! Não liga pra esse i****a tá! - Zeca tenta me confortar. Balanço minha cabeça positivamente, dou uma olhada ao redor, tem muita gente dançando, gente da escola, gente que não é da escola, e tem uma Rita que explora toda a casa enquanto o Kaio a segue que nem um cachorrinho, minha irmã encontrou mesmo um fiel admirador. Bem no meio da sala tem muita gente dançando, eu fico acompanhando os ritmos animada, balançando meus ombros, antes do acidente eu adorava dançar. — Quer dançar princesinha? - Zeca me pergunta estendendo a sua mão. — Adoraria! Mas você sabe que eu não poss.... Antes que eu termine de falar qualquer coisa o Zeca me pega no colo e me leva pro meio da sala, ele me segura com os dois antebraços na cavidade do meu bumbum me deixando bem ereta e com o rosto de encontro ao dele, seguro firme em seus ombros, e como passe de mágica começa a tocar uma música romântica, então olho para a mesa do Dj e percebo que o mesmo é o Guto e ele olha pra mim e sorri. Nesse momento eu começo a me movimentar no ritmo da música junto com o Zeca, e as pessoas que outrora dançavam soltas na pista improvisada, começam a formar pares e dançam com seus rostos colados, alguns já começam a beijar, então eu respiro fundo e colo minha testa na do Zeca, seus olhos azuis ficam bem próximos dos meus, mas os fito por pouco tempo, pois no mesmo instante eu fecho meus olhos e aproximo meus lábios aos dele e mais uma vez nos beijamos. — Depois fica dizendo que só estão se conhecendo! - Rita aparece do nosso lado depois de um tempo, e faz eu realmente corar como se fosse um rubi e esconder o rosto no ombro do Zeca que apenas sorri. — Rita! Me concede a honra dessa dança? - convida o Kaio. O primo do Zeca não desiste mesmo! Levanto minha cabeça para olhá-lo, ele está com a mão esticada para minha irmã de uma maneira cavalheiresca, e a ogrinha apenas pega as mãos dele e coloca rapidamente na sua cintura e posiciona as mãos nos ombros dele, que a olha embasbacado e ambos começam a dançar, olho pro Zeca e nós dois caímos na gargalhada. — Vamos sentar um pouco? - Chamo o Zeca, apontando para um dos sofás que tem na outra sala, está um pouco escuro e tem alguns casais se beijando, quando eu digo que quero aproveitar tudo dessa festa eu não estou brincando. Zeca me leva até lá e senta comigo no colo dele e começamos a nos beijar, dessa vez eu sinto a língua dele mais profunda e intensa na minha boca, e o retribuo da mesma maneira, suas mãos passam possessivamente pela minha cintura, e imagino que também pelas minhas coxas, pois percebo um reflexo de seus braços me apertando, mas como não sinto as pernas não dá pra dizer ao certo, então abro meus olhos e comprovo minha teoria, os casais nos sofás e nas poltronas ao nosso redor estão na maior pegação, esse canto é o mais escuro da festa, deve ser por isso que tem meninas se esfregando nos colos de seus namorados. — Você tá muito linda! - Zeca fala rouco não minha orelha enquanto está com o rosto enterrado no meu pescoço me enchendo de beijinhos quentes. Olho pra pista de dança, agora bem longe de onde estamos e vejo que Rita continua dançando com o Kaio, agora uma música bastante animada, e o moleque manda bem. Volto minha atenção para o Zeca que continua absorto no meu pescoço e me apertando com suas mãos fortes, seguro em seu maxilar e o puxo para outro beijo tão avassalador quanto o primeiro, as mãos dele começam a me apertar com mais força e eu sinto sua respiração ficando pesada, e um arrepio diferente começa a percorrer todo meu corpo e se concentrar em um pontinho específico abaixo do meu ventre. — Mari! Vamo parar um pouco tá? - Zeca me diz com a respiração descompassada. O atendo na mesma hora, eu não quero o deixar desconfortável, então decido parar de provocá-lo e deito minha cabeça em seu peito, sentindo aos poucos ele voltar ao normal. — Quer jogar dardos? - me perguntou. — Sim! - respondi animada. Ele me coloca de volta na minha cadeira, e nós vamos para outro cômodo da casa onde tem um grupinho de adolescentes atirando dardos ao alvo, logo formamos dois grupos, o dos meninos, Zeca, Sandro e Sávio, contra Eu, Sabrina e Taty. Eu sempre tive uma visão muito certeira, e graças a mim o time das meninas foi o vencedor, os meninos ficaram impressionados como eu acertava todos os alvos bem no meio, eu apenas sorria, omitindo o fato de os Sousas serem uma família conhecida pela sua excelente visão e pontaria na minha antiga cidade. — Rubi você tem uma excelente pontaria! Deixou seu cavaleiro impressionado! - sussurrou na minha orelha e eu fiquei me achando. — É coisa de família! A Rita ainda é bem melhor do que eu. - confessei. — Ei pessoal! Se não quiserem ser humilhados não deixem a monstrin... quer dizer... a irmã da Mari se aproximar dessa sala. - Zeca tentou avisar seus amigos. — Porque não? Uaaau! Adoro dardos! Vem Kaio! - Rita entrou na sala arrastando o coitado do Kaio. Zeca pronunciou apenas um "já era" para os meninos que engoliram em seco, e as meninas sem perder tempo chamaram a Rita para o time delas. — Tá com sede princesinha? Eu vou buscar suco pra você! - saiu em direção a cozinha e eu fiquei o esperando na área do lado de fora da casa. A movimentação era menor, e estava mais ventilado, enquanto eu o esperava, olhava o movimento da festa pela janela, e cada vez mais me tocava do quanto era incrível estar aqui, era a minha primeira festa e estava sendo mais do que perfeita. — Oooi! - Toni chegou perto de mim colocando os braços em cada apoio da minha cadeira, se curvando e ficando com o rosto bem próximo ao meu, o que fez com que eu sentisse seu hálito forte de álcool. — Po... pode se afastar um pouco? - pedi educadamente. — Qual é Mari! Você é lindinha e tal, mas na sua condição não dá pra ficar escolhendo, você deveria agradecer por ter alguém como eu querendo te pegar! - ele disse todo convencido olhando pra mim, sem se afastar, e sendo invasivo demais. — Eu já tenho companhia! - disse tentando afastá-lo, mas ele estava forçando a barra. — O Zeca? Acabei de ver ele com a Shaza lá na cozinha! Acha mesmo que o Zeca vai ficar muito tempo com você? Ele deve tá curioso que nem eu pra saber como é t*****r com uma garota cadeirante. - debochou e pra mim foi a gota d'água. — SE AFASTA DE MIM! - gritei com os olhos lacrimejantes e no mesmo instante o vi ser puxado bruscamente para trás e ser arremessado para fora da área, indo parar no gramado do jardim. — O que esse i****a fez? - Zeca me perguntou com um semblante preocupado, mas a única coisa que ele conseguiu de mim foram duas lágrimas que escorreram dos meus olhos. Foi o suficiente para ele partir pra cima do Toni e encher ele de porradas e pontapés, em poucos segundos uma roda de estudantes se aglomeraram ao redor deles e começaram a filmar e gritar "briga!" "briga!" — Uma festa sem uma boa pancadaria não é uma festa! Prazer sou a Shaza! - um garota loira bem bonita falou perto de mim, e então eu me lembrei que o Toni havia dito que tinha visto o Zeca com ela na cozinha, imediatamente um sentimento estranho tomou conta de mim, eu estava com ciúmes do Zeca. — Eu sou a... — Mari! Já sei! O Zeca só fala em você! Mas agora vamos apreciar de camarote a surra que o Toni está levando! - Shaza me disse sorrindo e eu também comecei a sorrir olhando pra o Zeca que agora estava sem a camisa e chutando a b***a do Toni que logo se apressou e saiu correndo da festa recebendo vaias de todo mundo. — O que aquele i****a disse pra você? - Shaza me perguntou. — Dentre uma das coisas foi insinuar que você e o Zeca estavam juntos na cozinha! - respondi e percebi que ela ficou brava. — Mas que filho da mãe! Não acredita nele porfavor! O Zeca é meu amigo desde o maternal! Somos como irmãos! - me explicou. Suspirei aliviada, e o Zeca chega perto da gente e senta na calçada da varanda ao lado da minha cadeira. — Eu e a prima dele Karin estudamos em outra escola! Mas a gente vai estar sempre se topando em festas e encontros de família! - falou a loira sorridente e eu retribui o sorriso pra ela, na verdade a Shaza era bem legal e eu espero encontrá-la mais vezes. — Shaza! Tava te procurando! Um garoto de cabelos castanhos e tão grande quanto o Zeca chega perto da gente abraçando a Shaza, que logo nos apresentou como o seu namorado, que se chamava Kevin. — Tava assistindo a surra que o Zeca deu Toni! O i****a tava importunando a Mari, namorada dele! - respondeu para o namorado. — Mas que merda que eu cheguei atrasado! Eu teria ajudado a chutar o traseiro daquele merdinha! - falou irritado. — Relaxa Kevin! Eu dei conta dele sozinho sem nem me cansar! - afirmou o meu cavaleiro. — Acredita que ele tava inventando coisas de mim e do Zeca pra namorada dele? - assim que Shaza disse isso, o Zeca se virou pra mim preocupado. — Você não acreditou né princesa? - Balancei a cabeça respondendo que não, e ele me deu um selinho. — AÍ! GRAVEM O QUE EU TÔ DIZENDO! O PRÓXIMO A QUEBRAR A CARA DO TONI SEREI EU! ELE TÁ MARCADO PELO KEVIN CACHORRÃO! - O namorado da Shaza começa a gritar que nem um louco e a galera filma tudo gritando na maior euforia, eu tô começando a achar que o que a Shaza disse é verdade, uma festa sem uma boa pancadaria não é uma festa. — EU VOU TE PEGAR TONI! VOU CHUTAR TANTO O SEU TRASEIRO QUE VOCÊ NUNCA MAIS VAI CONSEGUIR SE SENTAR! — Tabom amor já chega! Tchau pessoal! - Shaza se despediu da gente e saiu puxando o namorado que ia aos berros dizendo tudo o que ia fazer com o Toni, enquanto uma galera o acompanhava filmando tudo com seus celulares, e era impossível não gargalhar com toda essa palhaçada. — Assim que eu gosto de ver você minha Rubi! Sorrindo que nem a princesinha linda que você é. - falou sorrindo pra mim, acariciando minha bochecha com o polegar. — Ainda aceita ser o meu namorado? - perguntei logo de uma vez, na verdade eu quis ser namorada dele desde o início, mas fiquei apreensiva por causa do que eu já vivi no passado. — Princesa eu já sou o seu namorado faz tempo! Só tava esperando a sua permissão para chamá-la assim. - disse fazendo meu coração palpitar. — Você já tem! - eu digo e ele me beija. — Eu acho que já está na hora de ir embora! - relatei me sentindo a própria Cinderela na meia noite. — Ah sim c*****o! Eu não posso me atrasar! Teu pai me mata! - Zeca estava todo preocupado olhando o relógio, e me fazendo sorrir. Fomos até a sala de jogos, onde tinha uma aglomeração sorrindo e fazendo zueira com o Sávio, Sandro e Guto que estavam apenas de cuecas, e as meninas sorrindo ao lado de uma Rita toda vitoriosa, e um Kaio empolgado. — A Rita é demais! Ela ganhou todas as apostas e os meninos tiveram que tirar as peças de roupas! - exclamou o garoto. — Rita já está na hora de irmos! - chamei minha irmã, e nossas amigas começaram a reclamar. — Ah Mari! Mas já? A Rita tem que fazer eles tirarem as cuec.... — Nem pensar! Rita já vamos! Tchau gente! - me despedi. Rita também se despede dos nossos amigos e o Zeca nos leva pro carro dele, ele realmente está muito apressado pra nos deixar em casa. — Tchau Rita! - Kaio olha todo fofo pra minha irmã. — Amanhã você me ensina a andar nesse seu skate? - Rita pergunta apontando para o Skate na mão do amigo, e ele afirma que sim, também se preparando para ir embora, e como recompensa recebe um beijo no rosto, que o deixa todo vermelho e fofo. — Até amanhã! - Rita diz entra no carro e nós seguimos para casa. Assim que chegamos em frente, já topamos com o papai nos esperando no portão. — Faltando cinco minutos para o horário que eu marquei! - meu pai fala sério, mas para quem o conhece de verdade dava pra saber que ele estava satisfeito, ele também analisou o Zeca de perto e concluiu que ele não estava bêbado. — Estão entregues senhor! - pronunciou meu namorado. — Você é bem vindo aqui na minha casa rapaz! - meu pai diz e aperta a mão do Zeca que fica sorrindo que nem um bobo. Depois ele entra com a Rita, e me entrega o controle do portão, o que significa que eu poderia ter uns minutos a sós com o meu namorado. — Obrigada! Essa festa foi demais! Eu amei! - falei para o meu cavaleiro. — Tudo pelo seu sorriso, doce princesa Rubi! - Zeca se ajoelhou fazendo a sua pose de cavaleiro, e eu lhe dei o meu melhor sorriso e de brinde um beijo apaixonado. Essa havia sido uma das melhores noites da minha vida, e boa parte disso se deu porque o Zeca estava ao meu lado. — Até amanhã princesa! - parou nosso beijo, ficando apenas roçando o nariz no meu. — Até amanhã! - sussurrei. Zeca se despede e vai embora, com o controle eu fecho o portão da minha casa, depois entro e vou direto pra o meu quarto, com certeza não conseguirei dormir tão cedo, pois meus pensamentos ainda estão muito agitados por causa da festa, e por causa da lembrança dos olhos azuis do meu lindo cavaleiro reluzente.

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