Flertando

1221 Words
Assim que saímos das vistas das pessoas, Chris tirou aquela máscara de marido amoroso. – O que pensa que está fazendo? Flertando com outro na minha cara Diana! – Rosnou com raiva. – Eu deveria ter quebrado a cara daquele maldito babaca! – Sorri diante de sua frustração. – DO QUE p***a ESTÁ RINDO? Revirei os olhos e entrei no quarto. – De você, é claro. – Parei e olhei para ele novamente. – Como é que consegue ser tão duas caras assim? Agora mesmo estava todo contente na frente dos investidores, agora falta me jogar pela sacada. Ele se aproximou como um touro bravo, pensei que iria mesmo me matar, mas parou olhando para mim bem de perto. – Você tem muita sorte Diana, muita sorte que eu não consigo viver sem você, sorte por te amar tanto, porque eu juro, juro que já teria acabado com você se não fosse isso! – Amor? Como pode falar sobre um sentimento que desconhece? Você nunca me amou Chris, você me quis, e fez o suficiente para me conquistar, eu não sei, não entendo por que você mudou tanto... Ele deu uma risada sem emoção. – Agora você vai me culpar? Isso é bem típico mesmo, depois de cometer o erro me pergunta por que é que EU mudei. – Sua mão encostou em meu pescoço. – Quero que faça uma coisa para mim. – Diga... se estiver ao meu alcance, garanto que farei com o menor prazer possível, seja o que for. – Ele sorriu. – Não esperava menos de você! – Ele foi até sua mala e tirou uma embalagem de dentro. – Faça esse teste. Peguei o teste de gravidez nas mãos. – Não estou grávida! – Por que é que tem tanta certeza disso? Eu sempre faço questão de te encher de p***a todas as vezes que vamos para a cama. – Acariciou meu rosto sem delicadeza. – Será que é pelo anticoncepcional que você estava tomando escondida? Arregalei os olhos. – Como é que você sabe disso? – Não há nada que você faça que eu não saiba, você tem tomado placebo desde que eu descobri, e já deve estar gravida, meus parabéns querida, tenho certeza de que agora seremos pais. Corri com o teste para o banheiro, mas ele me impediu de fechar a porta. – O que está fazendo seu i****a! – Tentei novamente. – Eu quero ver, não vou deixar que você simplesmente jogue água e diga que não está, vamos... Mesmo odiando a ideia, eu quero saber se ele tem razão, saber se estou grávida, e que os deuses ajudem que não, eu não suportaria a ideia de gerar um filho dele. Não precisei esperar muito, assim que olhei para o teste, lá estava resposta, dois tracinhos perfeitamente desenhados. Lágrimas vieram aos meus olhos, isso não poderia ter acontecido, eu não posso ter um bebê, não antes que eu me livre dele. Os olhos de Christopher brilhavam como duas joias preciosas, pena que quem conhece ele sabe que ele não vale nada, a beleza exterior é o máximo de beleza que ele possui. – Está feliz querida? – Quer que eu responda? – Sorri. – Isso não é problema, com a vida que eu levo e com a raiva constante que passo, fora as suas agressões “leves” em breve essa criança não vai existir mais. Seu rosto ficou vermelho. – Deseja m*l para o seu próprio filho? Me odeia tanto assim? – Muito mais do que você pode imaginar! Um tapa forte acerou meu rosto. – p***a Diana! Por que diabos não consegue calar essa boca? Olha o que me faz fazer! – Fechou as mãos em punho e caminhou em direção à porta. – Não saia daqui, vou deixar a porta fechada e os seguranças estarão aqui fora, se precisar chame. Saiu do quarto me deixando finalmente a sós com a minha dor e desespero. Um filho? Como eu conseguiria gerar nessa situação? Como essa criança vai crescer? Qual o tratamento que ele dará a esse bebê? Eu preciso sair daqui, preciso me livrar desse homem, não posso criar um bebê no meio desse inferno, desse caos! Fui para a varanda, é alto, é muito alto, mas é a minha única saída. Fui até o banheiro e peguei a máquina de barba dele, olhei para a minha imagem no espelho. – Se você não morrer na queda, você provavelmente vai morrer por isso. Segurei meu cabelo na altura do ombro e passei a maquininha para me livrar dos cabelos que Christopher tanto gosta. Prendi para cima para evidenciar de que são cabelos curtos e fui para a sacada depois de tirar o vestido e por uma camiseta e short. Olhei para a escuridão do céu. – Se alguém aí estiver me ouvindo, eu realmente preciso de ajuda. Me pendurei na ponta e pulei para o outro lado. A suíte do quarto ao lado tinha que estar com a porta aberta, eu precisava que estivesse, só assim para que eu consiga sair daqui, sem os cabelos, que é a primeira coisa que os seguranças vão reparar, saindo de costas eles não vão ter ideia de que sou eu. Respirei fundo e fui dando de um em um passinho, sem me atrever a olhar para baixo. Não sei quanto tempo levei, mas eu não poderia demorar demais, ele estaria de volta a qualquer instante, e seria meu fim, com certeza. Respirei aliviada quando cheguei a outra sacada e pulei para dentro, e meu alívio maior ainda veio quando vi a porta da sacada aberta. As portas dos quartos, pelo lado de fora, só abre com o cartão magnético, e pelo lado de dentro, abre se não tiver bloqueado pelo lado de fora e normalmente em um lugar como esse, as pessoas não precisam invadir os quartos de ninguém. Para não parecer suspeita, simplesmente abri a porta com a cara e a coragem e saí do quarto andando para o lado contrário do meu, para que tudo o que os seguranças pudessem ver fosse meu cabelo curto e minhas costas. Continuei andando de vagar até o elevador, como estou sem meu cartão tudo o que posso fazer é descer, e que os céus me ajudem a não encontrar ninguém que me conheça pelo caminho. O elevador parou no meio da descida e eu coloquei a mão no peito. – Senhora? Não deveria estar aqui, esse é o elevador de funcionários. – Ah, eu não percebi, não sei onde estou com a cabeça, me sinto um pouco tonta, não tomei meu remédio antes de descer e não encontrei meu cartão de acesso, estava voltando para ver se encontro meu marido no cassino e se ele está com meu cartão também. Fingi que estava prestes a desmaiar e ela me segurou. – Onde é seu quarto? Eu estou com os cartões, por favor, não conte a ninguém ou posso ter problemas. – Não cotarei... estou na cobertura. Ela olhou os cartões. – Ah sim, recebemos hospedes lá hoje, me pediram para limpar então... vamos. – Nem sei por onde começar a agradecer, vou gravar seu número para te dar uma excelente bonificação. Ela me ajudou a chegar e quando saiu do quarto eu não sabia o que eu ia fazer. “E agora Diana?”
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