Bryan
Se tem uma coisa que eu odeio é ter que lidar com essas pessoas, para mim é pior que o inferno... eles acham que tudo é fácil, tudo simples de se resolver, basta um estalar de dedos.
– Senhor King? Que bom vê-lo novamente, temos alguns problemas, temo que não irá lhe agradar, mas como esse tipo de coisa vocês preferem resolver pessoalmente, eu não tive outra escolha.
Damon tem total controle sobre 3 cassinos aqui, e isso tem sido motivo de diversas encrencas, território, ele tem muito, e sempre estão tentando nos tirar doo poder.
– O que foi dessa vez?
– Ofereceram um serviço aqui, que vai contra as vontades de sua família, mas que tem tido um crescimento ao redor e nos deixando para trás.
Olho para ele irritado.
– O que quer, diga de uma vez.
– Um serviço de acompanhantes aqui. – Fechei a cara.
– Sabe que detestamos que as garotas sejam obrigadas a algo, se estivéssemos mais perto faríamos nós mesmos, mas estamos longe e o Don não gosta de seu nome envolvido nesse tipo de coisa.
Ele se apressou em me interromper. – Não precisa se preocupar senhor, verificamos, é de um lugar confiável, nada de obrigação.
– Tem certeza?
– Sim...
– Ótimo... – Coloquei a minha arma na mesa. – Mas fique ciente de que se algo acontecer, eu virei cobrar de você! Onde está o maldito homem que você me obrigou a vir até aqui?
– Eu também precisei obrigá-lo a vir, é um homem ocupado, mas sabe da importância desse negócio.
Suspirei pesadamente. – Pare de puxar o saco, se eu não gostar é não e acabou, sabe bem disso, não sabe?
– Vou chamar.
Espero por alguns minutinhos que ele retorne com o tal homem e não acredito em quem é que vem e pelo jeito ele também não acredita que sou eu quem está aqui.
Ele engole seco quando se aproxima de mim.
– Vou te fazer apenas uma pergunta, as garotas estão de livre e espontânea vontade? É tudo o que quero saber.
– Sim, nenhuma obrigada a nada e pode ir embora quando bem entender.
– Eu sei que você deve ter um bom poder para conseguir se manter no ramo, mas acredite, você não chega nem mesmo perto de ter tanto poder quanto a família King, então faça um favor a todos nós e não tente me enrolar, porque se eu descobrir, se eu ao menos sonhar... acredite, eu vou destruir tudo num piscar de olhos.
– Você disse King?
– Sim, já deve ter ouvido falar, não é mesmo?
– Sim... Damon e Bryan King, correto?
– Sou Bryan, o Demônio não estava disponível. – É com que ele saiba com quem está se metendo. – Mas como deve saber, qualquer um dos dois consegue se livrar de tudo e tds a sua volta como se fossem insetos, então eu não cometeria nenhum erro.
– Nos conhecemos de um jeito desagradável, mas você deve imaginar que não é fácil manter uma mulher daquela longe dos gaviões, minha esposa chama muita atenção por onde passa, e eu cuido para que ela esteja sempre em segurança.
Me levanto. Pode me poupar de seus problemas conjugais, isso não me interessa. – Dispensei o assunto com a mão. – Tudo o que quero é que se mantenha na linha. – Dei dois passos em direção a saída, mas parei e olhei para ele. – Existe um meio mais prático de fazer os gaviões ficarem longe... fazer com que sua mulher te ame tratando-a como ela gostaria de ser tratada, assim ela mesma afasta quem quer que se aproxime. – Sorri para ele. – Tenha uma boa noite.
Seu rosto se fecha, deve ser alguém perigoso, vou manter os olhos nele, ao menos por enquanto.
– Que bom que tudo deu certo! – O representante do cassino correu para falar comigo. – Deseja algo senhor?
– Paz... eu vou me deitar e não quero ser acordado, minha viagem foi longa... não me perturbe, nem que tudo esteja pegando fogo, entendeu? – Assentiu. – Ótimo, nos vemos mais tarde.
Eu ainda tenho alguns assuntos para resolver por aqui, e isso incluí os outros cassinos, dinheiro, drogas... não sei como é que damos conta de tudo...
Volto para a minha suíte, tudo o que quero é tomar um banho e dormir mesmo que apenas algumas horas.
Assim que abro a porta sinto a presença de alguém, saco a arma procurando pelo quarto, e para a minha surpresa encontro uma mulher no maleiro do guarda-roupa.
– Por favor, por favor, eu só quero dar um jeito de sair daqui. – Diz desesperada saindo de lá.
– Quem é você e porque está no meu quarto?
– Vou só acender a luz...
Ela se moveu devagar e foi até o interruptor.
– Você? – A desconfiança bateu com força. – O que faz no meu quarto?
– Eu quero ir embora, por favor, eu só quero ir embora daqui...
O rosto dela demonstra desespero, não parece estar mentindo. – Você é a esposa do homem que eu vim fazer negócios sabia? – Seus olhos se arregalaram. – O que me faz pensar, será que está aqui pelo motivo que está me dizendo?
– Por favor, não o chame aqui, por favor... se ele me achar ele vai me matar.
– Eu não tenho nada com isso, só vá embora antes que seu marido arme um escândalo por você estar no meu quarto...
Ouvi uma batida leve na porta e ela se desesperou. – Por favor... eu não posso voltar... – Falou mais baixo.
– Quem é?
– Senhor, sei que não queria ser incomodado, mas como acaba de subir imaginei que ainda não estivesse descansando... – i****a. – Uma hóspede sumiu, a esposa do senhor Keller, e eu vim perguntar se o senhor a viu em algum lugar...
Ela ficou sacudindo a cabeça compulsivamente, implorando com o olhar que eu não a entregasse.
– Não, eu não vi ninguém e se eu precisar abrir essa porta vai ser metendo bala em você, entendeu?
– Sim senhor, não se preocupe, não virei novamente.
Olhei para a mulher. – Sabe o problema que pode me causar com isso? – Estreitei os olhos e suspirei. – Por que diabos isso acontece comigo?
– Obrigada... – Seus olhos marejados estavam aliviados. – Muito obrigada por não me entregar... você poderia me ajudar a sair daqui de alguma forma? Eu preciso ir para longe, o mais longe possível.
Se aproximou de mim rapidamente e segurou minha mão. – O que pensa que está fazendo?
– Me ajuda... eu prometo que desapareço, basta me tirar daqui de dentro e eu nunca mais cruzo seu caminho, é uma promessa.
Eu queria dizer não, queria falar para ela se virar com seus problemas, mas não fui eu mesmo quem ofereceu ajuda no cassino de certa forma?
– Eu tiro, mas temos que sair daqui rápido, em breve esse lugar vai estar lotado, inclusive de policia, seu marido não parece ser alguém que gosta de tirar s olhos de você, não é? Como escapou?
– O parapeito do lado de fora, pulei para a suíte do lado...
Ela tem coragem, isso eu não posso deixar de admitir, olho bem para ela e reparo em seu cabelo. – O que aconteceu com seu cabelo?
– Cortei para evitar que me reconhecessem de costas.
Essa mulher pode estar mentindo, mas pode ser que não, parece muito empenhada em fugir, e até pode me ser útil.
– Pode ser que você não goste da maneira que vai ter que sair daqui...
– Como?
Peguei minha mala maior de roupas e transferi o que tinha dentro para uma outra menor, amaçando tudo o que estava dentro, coisa que eu odeio fazer.
– Você é pequena, cabe dentro da mala encolhida, vai ter que aguentar assim até estarmos na estrada, assim eu paro no caminho e te deixo sair.
Ela olhou para a mala com os olhos arregalados. – Tudo bem, eu consigo, eu consigo... só deixe um espacinho aberto para que eu consiga respirar, por favor...
Ela está mesmo desesperada...
No que diabos estou me metendo...