Mais um dia no inferno

1373 Words
Bryan Se tem uma coisa que eu odeio é ter que lidar com essas pessoas, para mim é pior que o inferno... eles acham que tudo é fácil, tudo simples de se resolver, basta um estalar de dedos. – Senhor King? Que bom vê-lo novamente, temos alguns problemas, temo que não irá lhe agradar, mas como esse tipo de coisa vocês preferem resolver pessoalmente, eu não tive outra escolha. Damon tem total controle sobre 3 cassinos aqui, e isso tem sido motivo de diversas encrencas, território, ele tem muito, e sempre estão tentando nos tirar doo poder. – O que foi dessa vez? – Ofereceram um serviço aqui, que vai contra as vontades de sua família, mas que tem tido um crescimento ao redor e nos deixando para trás. Olho para ele irritado. – O que quer, diga de uma vez. – Um serviço de acompanhantes aqui. – Fechei a cara. – Sabe que detestamos que as garotas sejam obrigadas a algo, se estivéssemos mais perto faríamos nós mesmos, mas estamos longe e o Don não gosta de seu nome envolvido nesse tipo de coisa. Ele se apressou em me interromper. – Não precisa se preocupar senhor, verificamos, é de um lugar confiável, nada de obrigação. – Tem certeza? – Sim... – Ótimo... – Coloquei a minha arma na mesa. – Mas fique ciente de que se algo acontecer, eu virei cobrar de você! Onde está o maldito homem que você me obrigou a vir até aqui? – Eu também precisei obrigá-lo a vir, é um homem ocupado, mas sabe da importância desse negócio. Suspirei pesadamente. – Pare de puxar o saco, se eu não gostar é não e acabou, sabe bem disso, não sabe? – Vou chamar. Espero por alguns minutinhos que ele retorne com o tal homem e não acredito em quem é que vem e pelo jeito ele também não acredita que sou eu quem está aqui. Ele engole seco quando se aproxima de mim. – Vou te fazer apenas uma pergunta, as garotas estão de livre e espontânea vontade? É tudo o que quero saber. – Sim, nenhuma obrigada a nada e pode ir embora quando bem entender. – Eu sei que você deve ter um bom poder para conseguir se manter no ramo, mas acredite, você não chega nem mesmo perto de ter tanto poder quanto a família King, então faça um favor a todos nós e não tente me enrolar, porque se eu descobrir, se eu ao menos sonhar... acredite, eu vou destruir tudo num piscar de olhos. – Você disse King? – Sim, já deve ter ouvido falar, não é mesmo? – Sim... Damon e Bryan King, correto? – Sou Bryan, o Demônio não estava disponível. – É com que ele saiba com quem está se metendo. – Mas como deve saber, qualquer um dos dois consegue se livrar de tudo e tds a sua volta como se fossem insetos, então eu não cometeria nenhum erro. – Nos conhecemos de um jeito desagradável, mas você deve imaginar que não é fácil manter uma mulher daquela longe dos gaviões, minha esposa chama muita atenção por onde passa, e eu cuido para que ela esteja sempre em segurança. Me levanto. Pode me poupar de seus problemas conjugais, isso não me interessa. – Dispensei o assunto com a mão. – Tudo o que quero é que se mantenha na linha. – Dei dois passos em direção a saída, mas parei e olhei para ele. – Existe um meio mais prático de fazer os gaviões ficarem longe... fazer com que sua mulher te ame tratando-a como ela gostaria de ser tratada, assim ela mesma afasta quem quer que se aproxime. – Sorri para ele. – Tenha uma boa noite. Seu rosto se fecha, deve ser alguém perigoso, vou manter os olhos nele, ao menos por enquanto. – Que bom que tudo deu certo! – O representante do cassino correu para falar comigo. – Deseja algo senhor? – Paz... eu vou me deitar e não quero ser acordado, minha viagem foi longa... não me perturbe, nem que tudo esteja pegando fogo, entendeu? – Assentiu. – Ótimo, nos vemos mais tarde. Eu ainda tenho alguns assuntos para resolver por aqui, e isso incluí os outros cassinos, dinheiro, drogas... não sei como é que damos conta de tudo... Volto para a minha suíte, tudo o que quero é tomar um banho e dormir mesmo que apenas algumas horas. Assim que abro a porta sinto a presença de alguém, saco a arma procurando pelo quarto, e para a minha surpresa encontro uma mulher no maleiro do guarda-roupa. – Por favor, por favor, eu só quero dar um jeito de sair daqui. – Diz desesperada saindo de lá. – Quem é você e porque está no meu quarto? – Vou só acender a luz... Ela se moveu devagar e foi até o interruptor. – Você? – A desconfiança bateu com força. – O que faz no meu quarto? – Eu quero ir embora, por favor, eu só quero ir embora daqui... O rosto dela demonstra desespero, não parece estar mentindo. – Você é a esposa do homem que eu vim fazer negócios sabia? – Seus olhos se arregalaram. – O que me faz pensar, será que está aqui pelo motivo que está me dizendo? – Por favor, não o chame aqui, por favor... se ele me achar ele vai me matar. – Eu não tenho nada com isso, só vá embora antes que seu marido arme um escândalo por você estar no meu quarto... Ouvi uma batida leve na porta e ela se desesperou. – Por favor... eu não posso voltar... – Falou mais baixo. – Quem é? – Senhor, sei que não queria ser incomodado, mas como acaba de subir imaginei que ainda não estivesse descansando... – i****a. – Uma hóspede sumiu, a esposa do senhor Keller, e eu vim perguntar se o senhor a viu em algum lugar... Ela ficou sacudindo a cabeça compulsivamente, implorando com o olhar que eu não a entregasse. – Não, eu não vi ninguém e se eu precisar abrir essa porta vai ser metendo bala em você, entendeu? – Sim senhor, não se preocupe, não virei novamente. Olhei para a mulher. – Sabe o problema que pode me causar com isso? – Estreitei os olhos e suspirei. – Por que diabos isso acontece comigo? – Obrigada... – Seus olhos marejados estavam aliviados. – Muito obrigada por não me entregar... você poderia me ajudar a sair daqui de alguma forma? Eu preciso ir para longe, o mais longe possível. Se aproximou de mim rapidamente e segurou minha mão. – O que pensa que está fazendo? – Me ajuda... eu prometo que desapareço, basta me tirar daqui de dentro e eu nunca mais cruzo seu caminho, é uma promessa. Eu queria dizer não, queria falar para ela se virar com seus problemas, mas não fui eu mesmo quem ofereceu ajuda no cassino de certa forma? – Eu tiro, mas temos que sair daqui rápido, em breve esse lugar vai estar lotado, inclusive de policia, seu marido não parece ser alguém que gosta de tirar s olhos de você, não é? Como escapou? – O parapeito do lado de fora, pulei para a suíte do lado... Ela tem coragem, isso eu não posso deixar de admitir, olho bem para ela e reparo em seu cabelo. – O que aconteceu com seu cabelo? – Cortei para evitar que me reconhecessem de costas. Essa mulher pode estar mentindo, mas pode ser que não, parece muito empenhada em fugir, e até pode me ser útil. – Pode ser que você não goste da maneira que vai ter que sair daqui... – Como? Peguei minha mala maior de roupas e transferi o que tinha dentro para uma outra menor, amaçando tudo o que estava dentro, coisa que eu odeio fazer. – Você é pequena, cabe dentro da mala encolhida, vai ter que aguentar assim até estarmos na estrada, assim eu paro no caminho e te deixo sair. Ela olhou para a mala com os olhos arregalados. – Tudo bem, eu consigo, eu consigo... só deixe um espacinho aberto para que eu consiga respirar, por favor... Ela está mesmo desesperada... No que diabos estou me metendo...
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