Diana
Eu não acredito que ele vai mesmo me ajudar, esse homem não tem cara de quem me ajudaria, ainda assim aqui estamos nós, ele ajudando a me encaixar em uma mala para sair sem ser vista.
– Obrigada. – Disse antes que ele fechasse a mala. – Deixe só um espacinho para que eu possa respirar.
O anjo mau encarado me olhou sério. – Tudo bem, não se preocupe, vai dar tudo certo.
No caminho que ele fez, foi parado por alguém, meu coração martelou desesperadamente, por medo e por falta de ar.
– Sr. King, pensei que sua casa não estava pronta ainda, está tudo bem? – O homem perguntou ao King, o homem que está me levando.
– Vocês são um bando de idiotas, eu não vou ficar aqui, aguentando ser incomodado por você! eu fui bem claro quando disse que iria descansar e que não queria ser incomodado e o que foi que fez? Me incomodou, prefiro ficar no hotel da concorrência do que ficar aqui!
Ele tornou a andar, mas a voz de Chris arrepiou minha espinha. – Aonde vai Sr. King? Fui informado de que ainda tinha negócios por aqui e agora, bem no momento em que minha esposa desaparece, vai embora?
O outro deu uma risada baixa. – Veja bem como fala Sr. Keller, a minha paciência pode acabar com muita facilidade... Se você não sabe cuidar da sua esposa, não culpe alguém que está querendo apenas uma boa noite de sono, culpe a si mesmo por ser um i****a!
– Você tem algo com isso? Não tem? – Ouvi o barulho de armas.
– Está tudo bem... – O king falou. – Abaixem as armas... Deixa eu te falar uma coisa Sr. Keller, eu vou levar em consideração que deve estar com raiva e também chateado com o sumiço da sua esposa, mas se falar comigo assim novamente, eu vou arrancar sua língua e fazer você comê-la, entendeu?
– Sr. Keller, não faça nada imprudente, o Sr. King não teria motivos para fazer nada com sua esposa, e como pode ver, ela não está aqui, vamos acabar encontrando-a.
O King voltou a se mover e dessa vez não parou, eu já estou me sentindo péssima, mas assim como prometeu, ele parou no meio da estrada e me tirou de dentro da mala.
– Está tudo bem? Você está muito pálida. – Perguntou seriamente.
– Estou bem, só com falta de ar.
Nos sentamos no carro e ele me levou para a sua casa.
– Qual o seu nome? – Me perguntou. – Eu acho que ouvi seu marido dizer, mas não consigo me lembrar .
Respiro profundamente. – Talvez seja melhor que não saiba, tente não descobrir, por favor, não fará bem a nenhum de nós dois, você tem negócios com meu marido, eu não quero que ele chegue até mim, muito menos que culpe você.
– Do que devo te chamar então?
– Ana, pode me chamar de Ana, não tente descobrir meu nome, e esqueça do meu marido, por favor.
Ele assentiu. – Não foi exatamente com ele que eu fiz negócio, eu tenho assuntos com alguns cassinos, es este em especifico queria fechar um contrato com seu marido, mas dependendo do negocio vai contra os princípios da minha família, sendo assim eles são obrigados a pedir nossa autorização. – Explicou. – Então seu marido não tem motivos para querer entrar em contato comigo.
Entramos na casa e ele me levou até a cozinha. – É uma casa encantadora...
– Ninguém conhece esse lugar, gosto de manter a discrição...
– Que bom que é assim...
– Posso te fazer uma pergunta? – Aceno com a cabeça. – Por que está fugindo de seu marido? Se é que quer me dizer.
Por que exatamente? São tantos motivos que é difícil dizer qual o mais forte... – Não conseguiria contar nos dedos os motivos... são muitos, mas agora, descobri que estou grávida, ou pelo menos foi o que ele me disse... não acredito nele, nem nos testes que me mandou fazer, mas se estou mesmo, não quero criar esse bebê perto de Christopher, ele poderia acabar matando a mim, ou até mesmo o meu filho, não posso deixar... Qual o seu nome?
– Bryan King.
– É o nome de verdade, ou está inventando um também?
– É o meu mesmo, não tenho medo de nada, muito menos do seu marido. – Ele sorriu. – Está com fome? A casa ainda não deve estar completamente arrumada, mas o mínimo deve estar aqui, começando pelas compras.
Não sei quem é esse homem, ou porque todos naquele lugar o respeitam tanto, não acho que seja difícil ele saber quem sou eu, mas depois que eu sumir, provavelmente nem mesmo ele será capaz de me encontrar.
– Aceito sim, estou começando a sentir fome, mas eu faço, como agradecimento pela ajuda. – Ele sorriu, e nossa que sorriso, se um dia eu pensei que Christopher era o homem mais lindo que já tinha visto, Bryan o deixa no chinelo. – Eu sou uma boa cozinheira, garanto.
Ele se sentou na banqueta e ficou me observando enquanto comecei a preparar tudo. – Estou me perguntando algo, o que um i****a como ele fez para que queira fugir?
– Não é uma boa história, por que quer saber?
– Para que eu não faça nada parecido... você é linda sabia? Ele deveria ter mais cuidado.
Respirei. – Ele nem sempre foi assim, costumava ser bem diferente, começou a mudar quando fui para a faculdade... até hoje não entendo os motivos dele, a única coisa que ele me diz é que eu errei com ele, mas honestamente nunca soube em que, o ciúme possessivo começou quando ia me levar e buscar na faculdade, afastando qualquer pessoa de mim, dizendo que eu deveria ser apenas dele e que ele deveria bastar em minha vida...
– Ele tem ciúmes da faculdade, ou dos homens?
– Acho que dos dois... pensou que desistira de tudo depois que me casasse, mas eu quis prosseguir com meus sonhos e ele não ficou feliz com isso. – Bryan ficou sério por um momento. – Ah... sinto muito, estou te alugando com essas coisas chatas, sinto muito, é que eu acho que faz muito tempo que eu não falo com alguém assim, livremente, sem seguranças ou sem ele perto de mim.
– Não está me alugando, você falar está me impedindo de voltar lá e meter uma bala na testa do seu marido... – Arregalei os olhos. – Ele fazia o que? Te mantinha em cárcere privado?
Quem é esse homem, como fala algo assim como se fosse algo normal, uma coisa que ele fizesse no dia-a-dia.
– Não deveria estar falando as coisas assim, sinto muito... – Os olhos dele passaram por todo o meu corpo, me causando um arrepio gostoso. – Eu...
Me senti tonta de repente, larguei a faca na pia e coloquei as mãos na cabeça.
– Está tudo bem?
– Sim eu só... – meu corpo amoleceu e meus joelhos falharam, mas os braços fortes de Bryan Me impediram de cair.
– Vamos para o quarto, vou pedir comida e você descansa, chamarei alguém para avaliar sua saúde.
Me ergueu como se eu pesasse menos que uma folha de papel me levou para o quarto, apoiei minha cabeça em seu peito firme e seu perfume me invadiu, é bom... muito bom...
Estou fugindo de um homem e já arrumando encrenca com outro, o que p***a penso que estou fazendo?