Capítulo 17

1315 Words
James narrando: Cinco dias… Fazia cinco longos dias desde que minha filha, minha Nina, havia desaparecido… desapareceu no ar, sem nenhuma maneira de encontrá-la novamente. Usei todas as fontes que pude, usei todas as influências e todos os favores que consegui criar em meus quase quarenta e dois anos de vida, estando no serviço há quase vinte anos. Consegui até rastrear e entrar em contato com meus antigos colegas que agora viviam e trabalhavam em diferentes cidades e estados, não importando onde estivessem ou quanta ajuda pudessem me fornecer. Usei todos os contatos que fiz na tentativa inútil de encontrar minha filha. Enviei fotos dela, dei detalhes básicos dela… tudo e qualquer coisa que ajudasse a encontrá-la novamente. Ela não era do tipo que fugia. Eu tinha certeza disso. Seu fusca quebrado e o fato de que todos os seus pertences ainda estavam em casa comigo eram um sinal claro do fato de que algo havia acontecido com ela. Ela foi provavelmente sequestrada… Meus amigos - na força policial e fora dela - deram a temida opinião que eu nem queria considerar. Ataques de animais não são tão incomuns por aqui, eles afirmaram, mas onde estava o corpo dela? Eu não consideraria minha filha… minha única filha… morta até que eu visse com meus próprios olhos. Ela estava viva, eu simplesmente sabia disso, e a menos que alguém pudesse me provar o contrário, eu continuaria procurando por ela, não importa quanto tempo passasse. Eu não podia desistir. Minha filha merecia mais do que isso de mim. Eu havia prometido a ela que iria mantê-la segura. Um pequeno sorriso surgiu em meu rosto quando a lembrança de minha filha chorando por mim entrou em minha mente, ela tinha cinco anos na época e havia caído do balanço que eu havia colocado para ela no quintal, ela ralou o joelho e chorou alto, chamando por mim… chamando por seu “papai”. Eu estava em casa, preparando o almoço para nós, e instantaneamente corri para fora me perguntando e me preocupando com o que havia acontecido. Quando vi seu rosto manchado de lágrimas e as poucas gotas de sangue escorrendo de seu joelho, dei um suspiro de alívio. O alívio de encontrá-la segura foi muito mais intenso do que encontrá-la ferida com um pequeno ferimento. Instantaneamente, como um pai que m*l sabia nada sobre cuidar de seu filho pequeno, minha mente concordou com conclusões muito piores do que ela apenas sendo ferida. Eu a peguei levando-a para dentro de casa, prometendo-lhe que ela tomaria sorvete se não chorasse enquanto eu limpava seu ferimento. Minha Nina, porém, era corajosa… Ela não chorou, estremecendo silenciosamente enquanto eu limpava a ferida para ela. Eu havia prometido a ela então, enxugando suas lágrimas, que eu sempre estaria lá para protegê-la e mantê-la segura. E, eu havia falhado. Eu havia falhado em mantê-la segura. Uma parte de mim sabia que eu estava sendo um pouco irracional. Ela era adulta e não gostaria que eu me culpasse por algo pelo qual não era diretamente responsável, mas além de ser seu pai, eu também era o chefe de polícia desta cidade. Era minha responsabilidade garantir que meu pessoal estivesse seguro e, como policial, meus instintos me diziam repetidamente que isso era obra de um humano e não de um animal. Alguém… alguém era responsável por ela estar desaparecida, mas quem e por quê, era a questão aqui. Qual seria o motivo daquilo? Foi o que me deu noites sem dormir durante toda a semana. Ela havia acabado de se mudar para Sin City. Ela m*l conhecia alguém aqui o suficiente para formar inimigos, e ninguém com uma mente sã sequer formularia um plano tão distorcido. Não, este foi um plano bem pensado. Isso não poderia ser uma coisa apenas no momento. O fusca dela foi encontrado no meio do caminho entre a escola e minha casa. Tinha sido adulterado. Não foi preciso nenhum especialista para descobrir isso. Alguém planejou que ela ficasse presa no meio da estrada. Pode ser tão simples quanto uma pegadinha ou tão complicado quanto um assassinato planejado. Eu estava tentado verificar a floresta próxima, pela possibilidade de que talvez ela tivesse entrado na floresta para ver se poderia encontrar uma saída de lá, mas minha Nina não era estúpida. Mesmo que seu fusca tivesse parado sem nenhuma “influência externa”, ela sabia que não deveria entrar na floresta. Durante toda a minha vida, eu me certifiquei de que ela soubesse e se lembrasse desse conselho. A floresta era perigosa e, a menos que você tivesse uma arma, não entraria lá. Não, ela não teria entrado na floresta sozinha. Caramba! Eu me amaldiçoei, mais uma vez, pelo fato de não ter me dado ao trabalho de dar a ela um celular próprio. Ela nunca pediu por isso e, pensando que eu tinha todo o tempo do mundo, não me dei ao trabalho de dar a ela. Eu sabia melhor, essa situação teria possivelmente sido evitada se ela tivesse uma maneira de entrar em contato com alguém. Mais uma vez comecei a imaginar a situação na minha cabeça, tentando me colocar no lugar dela. O que eu teria feito se meu veículo tivesse parado no meio da estrada? Eu teria começado a caminhar até a ajuda mais próxima que pudesse encontrar ou teria esperado para receber ajuda de um carro que passava. É isso! Nina teria escolhido a segunda opção. Ela não conhecia ninguém por perto. Ela não conhecia as estradas aqui tão perfeitamente para poder navegar por ela sem se perder completamente. Ela teria esperado onde estava. Então, isso significava que um carro havia possivelmente passado em algum momento. Quem poderia ser? E a menos que houvesse um motivo envolvido, por que alguém simplesmente não a deixaria em casa? — James, você está aí? — veio uma voz quando as luzes da sala se acenderam, iluminando o quarto com sua luz forte. Estremeci e fechei os olhos novamente. Havia uma razão pela qual eu estava sentado no escuro. Eu queria ficar sozinho com meus pensamentos. — Como você entrou? — Perguntei ao meu intruso com uma voz rouca. Quão difícil foi entender que eu não queria visitas? Cheguei até a trancar as portas da minha casa, coisa que não fazia há anos. Ninguém foi e******o o suficiente para roubar da casa do chefe de polícia. Ele me mostrou a chave reserva que havia sido dada a ele e sua esposa, Sarah, quando Nina ainda era criança e precisava que alguém viesse vê-la. Nos dias em que eu tinha que trabalhar e ela vinha nos verões para ficar comigo, Billy ou Sarah usavam a chave reserva para se certificar de que ela estava segura. Claro que eu também continuaria ligando para ela a cada hora para ter certeza de que ela não havia se machucado. — Caramba! — Amaldiçoei em voz alta. — Como você chegou aqui tão tarde? Arrisquei uma olhada no relógio de parede da sala. Eram quase 21h. Tomas era muito jovem para dirigir tão tarde, e ele ainda não tinha dezesseis anos. Eu entendia a condição de Billy e por que Tomas o levava a todos os lugares, mas ainda era tarde demais para ele sair. Pode ser arriscado. — Sam, um garoto da reserva está esperando lá fora. Ele se ofereceu para me trazer aqui e me levar de volta. Balancei a cabeça. — Por que você veio aqui? Eu teria ligado para você se eu quisesse a ajuda. Billy balançou a cabeça, suspirando. — Todos estão preocupados com você. Não o vemos há dias. Você tirou uma licença prolongada e todos estão preocupados. Eu apenas olhei diretamente em seus olhos enquanto dizia o que tinha que dizer, determinação grossa em minha voz. — Estou tentando encontrar minha filha, e não vou desistir até descobrir o que aconteceu com ela e onde ela está!
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD