Mordida do renascimento sombrio

Capítulo 16

Luke narrando:

— Estou indo para uma caçada. — Murmurei para ninguém em particular enquanto corri rapidamente para fora, batendo a porta da frente atrás de mim enquanto saía.

Os Denali, como nós, preferiam ficar longe da população humana. A mansão deles era cercada apenas pelo deserto até quilômetros de distância. Ao contrário de nós, eles nunca tiveram motivos para se aproximar dos humanos que viviam por perto. Eles não mantiveram a farsa de serem humanos. Eles viviam isolados.

Eles só se misturam com os humanos quando Tanya ou Hannah saem em um de seus encontros, já que elas gostam de sair com humanos, e mesmo assim o humano nunca é trazido para a casa.

Aumentei minha velocidade, começando a correr assim que me afastei de casa. O vento frio batia contra meu rosto enquanto eu continuava a correr em nenhuma direção em particular.

Foi libertador estar na companhia apenas dos meus sentimentos e pensamentos. Ao longo dos anos, senti falta desse sentimento de completa solidão. Eu havia sido um introvertido enquanto crescia, e ainda era. Sempre preferi ficar sozinho, mas vivendo em uma família tão grande, isso não era possível.

Na nossa casa em Sin City, Crystal havia projetado um estúdio especialmente para mim com esse propósito. As paredes do escritório eram à prova de som e nem mesmo Sophia me incomodava quando eu estava em meu escritório.

Esse foi meu tempo sozinho, mas tivemos que deixar Sin City abruptamente devido a Bruce e seu deslize.

Não me interpretem m*l. Eu seria a melhor pessoa para saber sobre deslizes. Eu tinha muitos para contar, mas ainda havia algo errado ou um pouco estranho sobre seu deslize. Ele estava escondendo algo do resto de nós, isso estava claro por suas emoções, mas qual era a questão aqui.

Eu nunca fui de meter a cabeça nos negócios de outra pessoa, então me contive para não perguntar a ele sobre isso.

Ele o compartilharia quando estivesse pronto.

Pela primeira vez, porém, tive certeza de que nem mesmo Sophia fazia ideia do que ele estava escondendo.

Eu só esperava que não fosse nada de r**m. Ele pelo menos contaria a Sophia ou Anton se fosse assim. Ele confiava nos dois acima de todos os outros membros da família.

Após me alimentar rapidamente de um caribu e uma c***a da montanha que tive a sorte de encontrar, enterrei seus restos mortais e olhei para minha camisa para avaliar o dano que havia causado. Minha camisa não parecia tão r**m. Havia apenas um pouco de sangue manchando-o, tendo sido rasgada em um ou dois lugares.

Esse era o problema de se alimentar de animais, eles lutam e são difíceis de conter.

Suspirei quando comecei a fazer o meu caminho de volta para a casa. Eu ainda estava com sede, a queimação ainda presente na minha garganta. Pensei em me alimentar de outro animal para me livrar um pouco mais dessa sede sempre presente, mas desisti. Estávamos longe de qualquer humano para se preocupar em escorregar. Eu poderia facilmente ir para outra caçada rápida em um ou dois dias.

Ao longo dos anos, várias vezes pensei em como seria viver sem essa sede sem fim, mas simplesmente não conseguia voltar a isso. Eu não poderia m***r humanos inocentes mais uma vez. Estar sempre com fome ainda era tolerável. Além disso, eu não poderia quebrar a promessa que fiz a Sophia e Anton.

Eu pelo menos tentaria seguir essa dieta. Isso foi tudo o que eles pediram de mim.

A sala estava vazia quando voltei. Eu podia ouvir várias vozes dos diferentes cômodos da casa, ignorando todas - Subi rapidamente as escadas, entrando no quarto que era meu e de Sophia.

Sophia já tinha colocado um par de roupas para mim na cama.

Eu sorri para mim mesmo. Ela estava sempre um passo à frente do resto de nós.

Descartando minha camisa arruinada, entrei no chuveiro e me livrei de toda a sujeira e sangue que estava em minha pele depois da caçada, a sensação da água quente relaxando minha pele dura e fria era simplesmente revigorante.

Logo eu estava vestido novamente e desci as escadas para onde estava o resto da família e primos, conforme as vozes que eu podia ouvir, meu tempo sozinho acabou e eu estava de volta à realidade.

— Luke! — Sophia veio pulando animadamente para mim assim que entrei na sala onde todos já estavam sentados.

Passei meus braços ao redor dela, esperando para ouvir o que ela queria compartilhar comigo.

— Estávamos apenas selecionando nossas opções para a próxima mudança. Estávamos pensando em Ithaca. Você sabe que não podemos ficar aqui, certo. O Alasca era nosso destino anterior antes de chegarmos a Sin City.

— Ítaca? — Interrompi suas divagações.

Ela acenou com a cabeça, dando-me um enorme sorriso.

— É perfeito. Eu já vi. Anton começará de novo, desta vez como estagiário. Seremos seus irmãos mais novos que viverão com ele e sua esposa, e teremos o sobrenome Masen. Liam, Rose e você começarão como alunos do segundo ano do ensino médio, e Bruce e eu como calouros, dessa forma poderemos ficar em Ithaca pelo menos nos próximos cinco ou seis anos.

— Sim. — Rose acrescentou ao que Sophia estava dizendo. — Eu realmente não quero me mudar tão rápido, como fizemos da última vez.

Ela lançou um olhar para Bruce, que apenas se mexeu em seu assento, emitindo uma grande quantidade de culpa e preocupação. Culpa, eu entendi, mas por que se preocupar?

— Então, o que você acha? — Os lindos olhos de Sophia encontraram os meus, esperando minha resposta.

Suspirei para mim mesmo, absorvendo as palavras e suas implicações. Outra escola… mais três anos na mesma tortura de prender a respiração quando entramos no prédio da escola, de me preocupar se eu acidentalmente tiraria uma vida ou não, de sentir as emoções nojentas de todos os adolescentes hormonais ao meu redor, de fingir aprender o mesmo de novo e de novo…

Eu não estava pronto para isso. Eu nunca estaria realmente pronto para isso, mas especialmente não tão cedo.

Eu precisava de mais tempo para mim.

Um breve pensamento entrou em minha mente. E se eu tirasse um tempo para mim? Eu poderia viajar como um nômade por um tempo, algo que não fazia desde os anos cinquenta. Eu poderia encontrar alguns velhos amigos meus que fiz durante as guerras dos vampiros do sul que ainda mantenho contato. Eu não teria que ficar muito perto de mais ninguém, para suportar seus sentimentos e sede de sangue. Eu poderia apenas fazer uma pequena pausa de tudo isso.

Eu amava minha família, mas todos não precisavam de uma pausa de vez em quando?

Olhei para Sophia quando ela ofegou de repente, provavelmente vendo minha decisão tomada. Apertei meus braços que estavam em volta dela. Eu teria pedido a ela para vir comigo, mas sabia que não era isso que ela queria.

Ela nunca poderia viver como uma nômade. Isso simplesmente não era ela, e ela também gostaria de estar lá para ajudar Crystal a arrumar a casa. Ela apreciaria o prazer de ser a nova aluna e a atenção que viria com isso.

Ela gostou muito de tudo isso, ao contrário de mim.

— Luke, não. - ela disse suavemente.

— Apenas por alguns meses, Sophia. — assegurei a ela. — Preciso disso.

Ela acenou com a cabeça, fechando os olhos enquanto se perdia em outra visão. Eu a segurei com força, olhando para Bruce que estava tendo a visão com ela. Curiosidade e descrença irradiavam dele.

O que ela estava vendo?

Ela logo abriu os olhos, determinação clara em seus olhos.

— Ok. Mas me prometa que você manterá a dieta.

Balancei a cabeça. Eu não tinha planos de abandonar a dieta animal.

Ela sorriu para mim, embora seus olhos não compartilhassem o sentimento.

— Vou sentir saudades.

Eu a beijei na testa, suas palavras soando como se tivessem muito mais significado do que eu poderia imaginar no momento.

Ela suspirou uma vez para si mesma, antes de se virar para a família para contar a eles sobre minha decisão.