Capítulo 9

1850 Words
Nina narrando: — Humm… Victoria — eu disse, hesitante, parando ela e Peter com sucesso. Estávamos prestes a começar nossa curta viagem até a casa deles em Houston, Texas. Correr, como eles mencionaram para mim, era a maneira mais comum e sensata de um vampiro viajar. Meu tipo recém-descoberto raramente confiava nas formas de viajar encontradas pelos humanos, que cresci usando e considerando normais. Correr era libertador, mais fácil e rápido do que qualquer outro meio de transporte, era o argumento deles. Não ficávamos exaustos e também podíamos nadar pelos oceanos se fosse necessário em nossa jornada e, mais importante, a maioria dos vampiros não vivia em sociedade, entre outros humanos. Não tínhamos empregos. Nós não ganhávamos, então, a menos que roubássemos de nossas vítimas, o dinheiro não era tão fácil de encontrar. Claro, certos vampiros escolheram investir o pouco dinheiro que adquiriram ao longo das décadas e esperar até que se multiplicasse, a maioria ainda consistia daqueles que apenas viajavam de um lugar para outro sem quaisquer pertences fixos. Então, correr de um lugar para outro era a melhor opção para a espécie. Peter e Victoria foram uma exceção a isso. Eles eram nômades, vivendo a cada poucos anos em cada década, mas também possuíam várias propriedades em todo o país e até no exterior, onde podiam relaxar quando desejavam o conforto de uma casa transformada em lar. Victoria mencionou brevemente para mim, quando perguntei hesitantemente como eles conseguiram o dinheiro, que a Helena de quem eles falaram era realmente uma das vampiras mais implacáveis ​​que existia, mas ela também era um fracasso completo quando chegou a fazer qualquer coisa com finanças. A regra nas guerras dos vampiros do sul, que era basicamente em poucas palavras, uma guerra travada entre dois covens de vampiros nos estados do sul (Victoria me disse que ela explicaria em detalhes assim que estivéssemos instalados na casa deles), era que o coven que conquistasse o outro também ganharia seus bens, a terra e dinheiro que aquele senhor da guerra possuía. Helena tinha sido um dos senhores da guerra invencíveis e, portanto, a cada vitória, eles adquiriam uma grande fortuna. Sem saber como administrar tudo isso, ela deu rédea solta a Luke, em quem ela confiava mais do que qualquer outra pessoa, para ajudá-la com isso e investi-lo da maneira que ele achasse digno. Ela estava mais interessada na parte de m***r do negócio. Luke então pediu a ajuda de Peter, perguntando o que ele achava que eles deveriam fazer, e Peter, tendo alguma suspeita de seu “Dom”, tinha garantido que, a cada vitória, uma quantia generosa de sua fortuna recém-adquirida iria para a conta pessoal dele e de Luke. Ele não sabia por que e quando precisariam, mas sabia que um dia precisariam. O resto do dinheiro e as joias seriam entregues a Helena, escondendo dela o conhecimento de que uma grande parte já havia sido retirada dela. E assim, pouco a pouco, Peter e Luke, ficaram milionários e passaram a possuir vários lotes de terra no sul, a maioria dos quais venderam e converteram em dinheiro que depois usaram para comprar ou construir casas onde quer que desejem ficar. — Sim, Nina — Victoria disse, tirando-me do meu devaneio extremamente comum nestes dias. Era absurda a rapidez com que eu podia perder a concentração e começar a me perder em meu próprio maldito mundo. Esfreguei minha garganta desajeitadamente. Bem, isso foi estranho. Eu tinha acabado de me alimentar. Como minha garganta poderia estar queimando de sede tão cedo, era perturbador e estranho, mas o fato era que ela estava queimando e desejando obter o delicioso líquido mais uma vez. Eu não podia esperar mais. — Oh! — disse Victoria, realização brilhando em seus olhos — Sinto muito. É só que você dificilmente se comporta como um vampiro de algumas horas. — Ela deu uma risada nervosa. — Apenas esquecemos que você precisará se alimentar com frequência. Corrijamos isso antes de seguirmos em frente, ou essa queimação que você está experimentando não a deixará viver em paz. — Então, isso é normal? — Perguntei em um sussurro. Como m***r um humano e beber seu sangue tão logo após o anterior pode ser normal? Eu tinha acabado de me alimentar há menos de uma hora! — Você precisa se manter saciada, pois é fácil para um recém-nascido perder o controle e um m******e não é nada que ninguém deseja. Como eu disse, fica mais fácil com o tempo. Peter e eu agora podemos sair no meio da multidão sem nos preocupar em m***r ninguém, mas certamente não poderíamos fazer isso até a primeira década de nossas vidas. Balancei a cabeça assim que ela terminou, me fazendo perceber que minha sede era de fato completamente normal. Eu me senti um pouco melhor ao ouvi-la esclarecer isso. — Espere! Existem vampiros lá fora que viveram por dois ou três mil anos? Meus olhos estavam arregalados em choque e minha boca aberta, enquanto esperava que ela respondesse. Mil anos foi um período inimaginável. Ninguém poderia viver tanto tempo, certo? Era simplesmente inimaginável sequer pensar nisso. Ela riu e até mesmo Peter balançou a cabeça, rindo. Eu m*l resisti ao impulso de mostrar-lhe o dedo. Ele era irritante em outra medida. Por mais doce que Victoria fosse, ele era exatamente o oposto. — Existem vários, de fato. — Ela finalmente respondeu. — O mais velho de que ouvi falar tem quatro milênios e vive em um castelo na Romênia. Ele raramente sai desse castelo, então há apenas rumores de que ele ainda existe, ninguém ter certeza o suficiente para afirmar. — Uau. — murmurei completamente surpresa. Eu não conseguia nem imaginar viver até os cem anos neste momento. O que se faz em todo o tempo livre adquirido? Como alguém continua vivendo enquanto o mundo ao seu redor muda completamente com o tempo? — O tempo é medido de forma diferente para nós, Nina. — Victoria disse — Nós não dormimos… — Como? Nunca? — Eu a interrompi, levantando minha sobrancelha em questão. Ela balançou a cabeça. — Não, nunca. Balancei a cabeça, suspirando. Isso era muito para assimilar. Eu nunca mais iria dormir. — Então, como eu estava dizendo, sem necessidade de dormir e sem necessidade de se alimentar com tanta frequência, a maioria dos vampiros tende a ter hobbies. Há leitura, costura, pintura, ou você pode se adaptar com o tempo e assistir aos filmes mais recentes. Os nômades geralmente viajam e caminham por anos juntos, vendo tudo o que podem sem a necessidade de parar e descansar. Às vezes, certos vampiros apenas sentam em um lugar e deixam o dia passar. Isso ajuda a perder tempo. — Uau, isso parece interessante. — Apontei sarcasticamente para sua última frase mencionada. Ela apenas riu. — O tempo passa diferente para nós, Nina. Você vai se acostumar com isso. Certamente também espero. Ou será uma longa e poderosa eternidade. — Agora, vamos alimentá-la antes que tenhamos mais distrações. Você certamente é estranha, Nina. Você pode mudar de assunto mesmo quando está morrendo de sede. — Ela disse, seu rosto retratando a admiração que ela sentia por mim. Dei de ombros em resposta, sentindo-me um pouco tímida com seu elogio. Tive a sensação de que sempre fui um pouco única, ou pelo menos alguém com um pensamento diferente e uma perspectiva de vida mais madura do que a idade. Eu apenas tive a sensação de que era assim. — Nina. — Peter disse, parecendo sério pela primeira vez — Agora, Vic e eu geralmente não nos alimentamos de inocentes. Tentamos nos alimentar de e**********s, assassinos, drogados, molestadores… você conhece esse tipo de pessoa. Ao fazermos isso, nós estamos auxiliando a sociedade a se livrar de toda essa escória que é um desperdício de espaço na terra. Agora, não há pressão sobre você para seguir nosso estilo de vida. A escolha é sua se você quiser se alimentar de alguém sem ter em mente todas essas restrições. Definitivamente não iremos julgá-la por isso. Seus olhos perfuraram os meus, me dizendo o quão honesto e sério ele estava sendo sobre isso. A seriedade, como percebi, não era uma atitude normal para Peter. Victoria também concordou com a cabeça. Foi minha escolha. O que quer que eu escolhesse, não seria julgada por isso. Acenei com a cabeça para eles, reconhecendo a opção fornecida. Fiquei grata por pelo menos terem pensado em me oferecer essa escolha, embora não fosse realmente necessária. Tirar a vida dessas pessoas era melhor do que tirar a vida de um inocente. Eu teria aceitado de bom grado, mesmo que eles não tivessem me dado a outra opção. — Eu gostaria de seguir seu estilo de vida, se estiver tudo bem para vocês. — Eu disse, hesitante. Seus sorrisos largos eram todas as respostas que eu precisava. Eu sorri de volta, quase como se seus sorrisos fossem contagiosos. — Então, você sabe onde vou encontrar um dos degenerados neste momento? É quase de manhã. — Eu perguntei, esfregando minha garganta mais uma vez. Essa sede estava ficando fora de controle agora. Não era a melhor hora da noite para procurá-los? Peter apenas sorriu para mim. — Oh, eu tenho a sensação de que sei exatamente onde sua próxima refeição está esperando. Siga-me. Ele começou a correr em uma direção específica menos de um segundo depois. Eu me virei para olhar para Victoria em resposta, que apenas me disse para seguir em frente e segui-lo. Ela se juntaria a nós depois de limpar minha bagunça criada algumas horas atrás. Eu me senti um pouco culpada por ela ter que limpar a pessoa que eu matei, mas ela apenas sorriu e me disse que limpar era uma lição para outro dia. Por enquanto, Peter estava me ensinando a lição mais importante - comer sem bagunçar e estragar suas roupas. Nas palavras dela, essa foi uma lição igualmente importante a aprender, pois as manchas de sangue não saiam de nossas roupas e não podíamos sair comprando roupas novas toda vez que nos alimentamos. Os nômades geralmente não se importavam com coisas mundanas como manchas de sangue em suas roupas, mas honestamente, isso era bastante nojento para mim. Eu apenas sorri de volta para ela, meus olhos transmitindo meu “obrigada”, antes de começar a correr, farejando o ar em busca do perfume de menta de Peter para saber em que direção ele havia fugido. Nossos narizes eram nosso órgão mais importante durante uma caçada. Tínhamos que frequentemente farejar o ar para rastrear nossas vítimas, outros vampiros que provavelmente poderiam estar por perto, e para evitar sermos pegos durante a alimentação por um humano. Essa possibilidade pode não acabar bem. Peter estava esperando por mim do lado de fora de uma pequena casa de campo, longe de qualquer casa vizinha nas proximidades, nosso destino sendo apenas alguns minutos de onde estávamos. Eu me virei para ele com desconfiança, esperando o que ele tinha a dizer. Eu podia ouvir uma única batida do coração lá dentro. O que essa pessoa fez para merecer tal fim de sua vida?
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