Capítulo 10

1920 Words
Nina narrando: — Ele vende drogas para crianças. Ele fica do lado de fora de uma escola pública próxima e vende às vezes. Ele é conhecido por até mesmo olhar maliciosamente para as meninas que frequentam a escola primária nas proximidades. Ele observa-os à distância de uma forma que nenhum adulto deveria olhar para uma criança. — Levantei minha sobrancelha em completa descrença e choque após ouvir suas palavras. Peter apenas acenou com a cabeça em resposta, batendo na cabeça de uma forma silenciosa para me dizer que seu dom lhe disse tudo isso. — Isso é terrível e nojento. — Eu disse — Mas e a casa dele? A polícia não vai se envolver se deixarmos um corpo sem sangue lá dentro? Ele deu de ombros com indiferença. — Não é nada que um pequeno e inesperado incêndio não resolva. — Balancei a cabeça. Justo. — Então, como devo fazer isso? — Perguntei em um sussurro. Na primeira vez, apenas segui cegamente meus instintos. Eu deveria fazer o mesmo desta vez também? Ele sorriu mais uma vez. — Você já sabe a resposta para isso. Apenas siga seus instintos. Estarei aqui esperando por você. Eu me alimentei alguns dias atrás, então estou bem por mais algumas semanas. Balancei a cabeça, reunindo minha coragem e entrando na casa por uma janela aberta à esquerda. O homem, minha vítima, estava dormindo em seu quarto, completamente inconsciente do que estava para acontecer com ele. Eu sorri para mim mesma. Era melhor assim. Eu não era um sádico. Eu não iria torturar alguém antes de tirar sua vida, mesmo que eles provavelmente mereciam. Isso não era quem eu era ou queria ser. Caminhei lentamente até o quarto, meus passos sendo tranquilos e cuidadosos. Abri lentamente a porta e olhei para o homem de trinta e poucos anos que roncava alto. Era realmente nojento que alguém como ele existisse na sociedade. Seu sangue atingiu minhas narinas, aliviando um pouco a queimação. Estava misturado com algo amargo, provavelmente esteroides, mas nada que tornasse seu sangue menos apetitoso. Caminhei lentamente em direção a sua cama. Eu não queria que ele acordasse e soubesse que ia morrer. Eu não era Deus. Eu não queria brincar de Deus, mas tinha que me alimentar e isso era consideravelmente melhor do que m***r alguém que era completamente inocente e não merecia isso. Com uma pequena mordida, acabou. O sangue do homem desceu pela minha garganta e eu gemi alto enquanto saboreava. Este foi o paraíso na terra. Tão satisfatório… tão cheio… Eu só queria continuar absorvendo. Eu não queria parar, nunca… Uma vez que seu corpo estava completamente sem sangue, eu o empurrei para longe de mim e caminhei de volta para onde Peter e agora Victoria estavam parados, esperando por mim. — Aquilo foi rápido. — Peter disse, surpreso. Eu apenas dei de ombros em troca. Eu não tinha motivos para atrasar ou perder tempo. Os dois rapidamente começaram a trabalhar e eu observei enquanto eles incendiavam a casa do homem, sem deixar rastros de nada disso acontecendo. Foi apenas um incêndio inesperado que saiu do controle para qualquer vizinho ou policial que descobrisse. Uma vez que o trabalho foi feito, mais uma vez começamos nossa jornada para a casa deles, desta vez possivelmente sem interrupções. — Então… — comecei a falar — Isso é normal? Nós geralmente queimamos suas casas após a alimentação ou… Eu questionei, um pouco horrorizada e confusa com o desenrolar dos acontecimentos, porque se isso fosse verdade, sem dúvida seria estranho, estranho e até um pouco errado. — Oh, não. — disse Victoria com uma leve risada — Isso é raro para nós. É quase de manhã, não tivemos tempo de encontrar outra vítima que estava fora tão cedo. Temos que estar em casa antes do sol nascer, e ele também morava sozinho para que pudéssemos arriscar isso. Geralmente é feito como você fez de manhã. Nós os tiramos dos olhos do público e depois os enterramos ou fazemos com que pareça um acidente. Geralmente também tentamos alimentar-se de mais sem-teto ou daqueles que não estão tão no topo da lista que os policiais se envolveriam e farão todos os esforços possíveis para encontrá-los ou descobrir quem os matou. — Por que então? — Perguntei. — Não podemos chamar a atenção do conselho para nós. Temos que ter cuidado quando caçamos, então aqueles que não têm famílias, ou aqueles cujas famílias não irão até o inferno encontrá-los, são nossa aposta mais segura. — Conselho — Levantei minha sobrancelha em questão. — Eles são os líderes de nossa espécie. Falaremos sobre isso mais tarde. — disse Victoria. Eu apenas acenei com a cabeça enquanto continuávamos a correr. — Nina — Peter foi quem quebrou o silêncio — Você se lembra quem eram seus pais? — Sim! — eu disse nervosamente — Meu pai é James, James Cooper. Ele é chefe de polícia de onde moro… morava. Eu não tenho muita certeza de onde eu moro. Minha mãe era… — “Uma professora”, a resposta veio de repente — Ela era professora, mas não acho que ela ficou com meu pai. Acho que eles se separaram… provavelmente se divorciaram. — Ah m***a! — Peter gemeu quando se virou para olhar para Victoria. Seu rosto um semblante de fúria e preocupação — A filha de um policial. A filha do chefe de polícia… imagine a tempestade de m***a que causaria quando ela desaparecesse e nenhum corpo fosse encontrado, bem, obviamente porque ela está viva. — Isso é um problema? — Eu perguntei, um pouco preocupada com a tensão que estava presente em seus rostos. — Seu pai estragou tudo, Nina, consciente ou inconscientemente. — Victoria disse suavemente — Seu pai era carinhoso? Amoroso? Ele procuraria por você? — Penso que sim. — Eu disse com um encolher de ombros. Suas palavras… elas provavelmente pareciam carinhosas e amorosas. Peter apenas xingou baixinho em resposta, parando e suspirando. — Calma, Peter. — disse Victoria, esfregando seu antebraço suavemente — Não vamos ficar paranoicos aqui. Ela veio da rota do oceano, então obviamente ela não é daqui. Nossa casa é longe de qualquer vizinho humano, e presumindo que provavelmente a foto dela está sendo exibida na TV ou grupos de busca que estão procurando por ela, eles nunca conseguirão encontrá-la em nossa casa. É muito longe para eles alcançarem sem nenhuma pista fornecida. Tantas pessoas desaparecem todos os anos. Acabará como um desses casos. Peter acenou com a cabeça, acalmando-se um pouco ao ouvir isso. — Acho que não posso mais ver meus pais… — falei tristemente. Victoria apenas me deu um triste aceno de cabeça. — Você está morta para o mundo humano, Nina. Balancei a cabeça, lenta e relutantemente. Eu estava morta para meus pais. Eu nunca poderia encontrá-los novamente. Entendi as razões - eu era uma vampira e eles eram humanos — mas ainda assim eu odiava. Eu seria apenas uma daquelas garotas que desapareceram e nunca mais foram encontradas. Meus pais nunca saberiam o que aconteceu com a filha deles. Eu entendia o porquê, mas ainda assim eu odiava. Não houve troca de palavras enquanto continuávamos a correr em silêncio. Peter se acalmou o suficiente para deixar o assunto de lado. Mesmo se eu estivesse sendo procurada, considerando que estava, as coisas logo morreriam e eu seria apenas uma das estatísticas. Pouco depois, quando o sol estava nascendo, chegamos à casa deles. Era uma pequena casa caseira de dois andares cercada de árvores por todos os lados. Parecia confortável, algo que eu sempre poderia ter me imaginado vivendo. — Lar doce lar. — Peter sorriu olhando para mim. Dei-lhe um pequeno sorriso de volta enquanto os seguia para dentro da casa. O interior era praticamente o mesmo - de aparência caseira e confortável. A mobília era velha e nada excepcional, mas era bom. Parecia caloroso e vivido. Fotos dos dois e de outro vampiro loiro com os olhos dourados mais lindos que eu já vi alinhadas nas paredes. Ele era alto, mais alto que Peter, e tinha cabelos loiros que caíam até o queixo. Ele era um homem extremamente bonito. Qualquer um poderia dizer isso. Havia algo sobre ele que era extremamente familiar, quase como se eu o tivesse visto antes, muito brevemente, mas o fiz. Eu queria apenas continuar olhando para ele. Seu maxilar forte, suas sobrancelhas perfeitas… — Esse é Luke, nosso irmão. — disse Victoria interrompendo minhas reflexões — Ele mora com o coven de sua esposa. Oh! Então ele era casado. Isso foi triste. — Coven? — eu perguntei. — Sim. — ela respondeu — Um coven é basicamente a primeira família de um vampiro. Viver como uma família. Isso é conhecido como um coven. Há um líder do coven, que geralmente é o mais velho ou aquele que gerou o resto deles. — Líder, a pessoa que os muda? — Perguntei. Ela acenou com a cabeça. — Sim. Presumo que seu pai escorregou durante a alimentação. Ele ou ela não deve ter drenado você completamente, e às vezes acontece que, sem saber, um pouco de nosso veneno entra no sangue de nossa vítima. Isso deve ter sido o que aconteceu no seu caso. Balancei a cabeça em compreensão. — Eu gostaria de poder lembrar quem eles eram. Está completamente borrado. — Dê um tempo. — ela me consolou — Você vai se lembrar. A coisa sobre nós e as memórias humanas é que primeiro depois da nossa mudança recuperamos todas as nossas memórias humanas, geralmente, e então como acontece com os humanos quando eles envelhecer conosco também, com o passar do tempo nossas memórias humanas começam a desaparecer e tudo o que lembramos é nossa memória vampírica mais forte e mais clara. Como vampiros, não temos o privilégio de esquecer. Eu balancei a cabeça. Eu só esperava que eu me lembrasse logo. — Você deve estar desejando um banho. — Ela disse depois de alguns minutos de silêncio. Possivelmente, a única coisa de que gostei em minha nova existência neste curto período de tempo foi que não precisava mais me sentar. O descanso não era uma prioridade. Eu estava perfeitamente confortável em pé e conversando por horas, mas, embora fisicamente, eu não me sentisse suja, mas mentalmente, eu sabia que precisava de um banho quente e demorado. — Isso seria bom. — Eu disse com gratidão em minha voz. Ela sorriu para mim, dizendo que voltaria em alguns minutos antes de desaparecer na direção do que eu sentia ser seu quarto. Ela voltou poucos minutos depois com um par de roupas e uma toalha nas mãos. — Aqui está. — ela me ofereceu as roupas e a toalha — Somos quase do mesmo tamanho, então as roupas não devem ser um problema. — Obrigada. Ela encolheu os ombros. — O banheiro é ali. Desculpe, só temos um banheiro. Geralmente não precisamos de um para nada além de um banho. Comecei a caminhar em direção ao banheiro quando a voz dela me parou novamente. — Ah, lembre-se de ficar calma e lenta ao pegar as roupas e usar a toalha. Não use toda a sua força. Você é muito mais forte do que parece. Dei a ela um olhar confuso, mas acenei com a cabeça. Ela sorriu para mim antes de caminhar em direção ao seu quarto, onde Peter havia desaparecido um tempo atrás. Continuei meu caminho para o banheiro. Eu m*l podia esperar para sair dessas roupas sujas e arruinadas. Um bom e longo banho parecia uma boa ideia.
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