Batman e Robin

1250 Words
Noah - Vulgo Preto Eram sete da manhã quando eu saio da boca e vou para casa, o cheiro de café fresco sai pelas as janelas das casas, tem pão fresquinho na padaria e as crianças estão indo para escola, e eu sou o tiozão do pavê que passa pelos molequinhos pequenos perguntando: — Vai pra escola pra estudar ou pra come merenda? Bom, 80 por cento deles dizem: — Cume merenda tio, da um real aí? Normalmente dou dois reais pra cada um e eles saem correndo pra comer merenda, as vezes eles falam que e aniversário só pra ganhar 10. Tem uns que já fizeram aniversário umas 12 vezes esse ano mas não tenho coragem de negar. Eu conheço as crianças, conheço seus lares, muitos deles vão pra escola porque se não for não vão comer, o dinheiro que eu dou eles levam alimento para casa para alimentar os irmãos menores. Chego em casa Anna minha prima está na cozinha, fazendo o café, minha tia morreu tem dois anos e eu trouxe os filhos pequenos dela da morar comigo. meus primos tinham 13, 15,17 Quando minha tia morreu, e por. mais que minha tia fosse uma fila da p**a sem coração que me jogou na rua, eu não vou fazer isso com os filhos dela. Dei casa, estudo e comida, Leandro faz curso de petro e gás , Rafael Auxiliar de enfermagem formado já trabalha na área e Anna a caçula, ela estuda pra ser professora ou algo assim... Já está terminando. Eu entro em casa e Anna me recebe com copo de requeijão com café e dois pães com mortadela. — Como foi o trabalho. - Ela pergunta puxando assunto. — Normal, uns bando de noia querendo um barato dus bom, uns bando de mulher querendo atenção e nois atrás de dinheiro, fazendo uns ganho no asfalto, normal. Aliás, tirei um iPhone 15 pro Max do bolso e dei a ela — Leva pro Tião desbloquear diz que depois passo lá e pago, esse tu fica pra você, esses aqui - Tirei oito aparelhos na mochila — Esses manda ele desbloquear e colocar a venda 400 conto cada e diz pra dar o dinheiro das vendas prós vapor mais tarde. - Tiro do bolso umas notas e foi a ela - Isso e pro mercado, agora vou dormir. Ela sorri: — Obrigada Noah, eu precisava muito de um celular novo, quer que te acordei pra almoçar? — Só me acorde se o patrão ligar, fora isso me deixa e outra cuidado, tu sabe que está cheio de ladrão por aí, e o celular e caro - Eu dou uma risadinha sarcástica como se o celular não fosse roubado... Por mim. Me levanto e vou para o meu quarto sabendo que vou. dormir o dia todo e Anna vai me acordar como um despertador às 18:00 pra eu voltar pra boca ou fazer uns ganho. Entro no quarto, e mais uma vez tudo limpo a perfeição, traço a porta, tomo a p***a de um banho gelado, ligo o ar e me deito completamente nu. Depois da noite infernal que eu tive tudo o que eu preciso e uma noite de sono. Andrezinho MC e meu chefe, o dono da favela. A gente se conheceu ainda com uns 16 anos quando entramos pro movimento. Andrezinho foi MC na juventude e fazia sucesso, e entrou para o movimento quando o irmão dele morreu, por livre e espontânea pressão da família. Parece que vender bagulho da mais dinheiro que cantar. Se bem que ainda tem o detalhe que o irmão dele era o antigo chefe, e ele herdou o lugar. Lá pela meia noite peguei minha rota e fui fazer as entregas das boates. Quando volto. A boca da ladeira, uma de minhas boca estava um alvoroço. Marcola e Zezin, os soldados da boca estavam em Pânico. mandando os vapores correr para todos canto com — O que houve aqui inferno? Zezin virou e começou a tremer, vamos dizer que eu não sou conhecido por ter muita paciência. Ele me olhou e tremeu. — Deu merda chefe. - Ele disse — Merda com o que? — Roubaram a mochila com as drogas. Respirei fundo, passei a mão no rosto, cruzei os braços tentando entender. — Explica. - Falei tirando a Glock da cintura Zezin começa a falar. — Então patrão, nóis tava aqui, aí chegou duas marmitas que não são daqui, papo vai papo vem aí nos foi comer as marmita tá ligado quando a gente voltou a mochila tinha sumido. — Eu fico impressionado com a idioti.ces de vocês, quanto tinha de mercadoria? — Uns tres mil chefe. Passo a mão no telefone e ligo pro André. " Vou dá logo o papo reto, seus soldados aqui da boca da ladeira deram mole com a carga perderam três conto, eu lido com isso ou você lida patrão? " Primeiro recupera meu dinheiro, ninguém passa a perna em mim, depois... Da seu jeito p***a tu não nasceu quadrado " Eu dou um sorriso diabólico, e olho para os dois. — Patrão disse pra vocês recuperarem a p***a da carga, tráz as marmita. Entro pra dentro da comunidade, pro barraquinho de tijolo que a gente chama de Carandiru. E dou uma amassada nas duas. Depois de meia hora, uma caiu do terceiro andar de uma casa e a outra sobreviveu ao uma batida de trem com ônibus. Mal conseguiam falar de tanto que apanharam... Se eu não tenho dó ou vergonha de bater em mulher? Eu sou a mão do patrão não posso amolecer, aliás a vida me fez ser duro. Elas soltaram a língua: A carga foi roubada por uns play pra curtir a noite e as duas eram isca. Porém ninguém rouba de mim. Dei um tiro na testa das duas e catei os telefones. Subi na moto com mais dois atrás e fomos atrás dos idiotas que me roubaram. Não demorou muito para achar, peguei os dois bonitos levamos pra comunidade, demos aquele trato, porque ladrão a gente corta as mãos e depois jogamos de cima do viaduto. E meio chato porque interrompe o trânsito, e tipo São Paulo já e caótico, mas o barulho que dá quando cai em cima do carro e maneiro. Piadas a parte quis deixar bem claro que ninguém rouba aqui. Agora a nossa dupla dinâmica batiam e Robin, que deveriam estar cuidando da carga e não comendo bocetas. Sentei os dois e joguei a mochila da carga que foi roubada na frente deles e depois outra com quase cem mil em bagulho e algemei um no outro — Vocês vão passar 72 horas aqui sentados olhando para essa bolsa, sem perder. - aponto a bolsa com a carga maior- Enquanto vocês cuidam da bolsa como se ela fosse um bebê, vocês vão xeirar e fumar tudo o que vocês perderam, isso tudo sem dormir, isso e pra vocês aprenderem a nunca mais descuidar da carga por nada na p***a do mundo. Saio de lá deixando quatro homens de guarda e fui pra casa, foi uma porr.a de uma noite longa. E eu só quero fugir dessa lama que eu me enfiei. Desse monstro que me tornei, que tira vidas sem pensar duas vezes. Deito na cama e automáticamente o sono toma conta de mim. E então Olivia aparece, com seus olhos castanhos sorrindo. Eu rezo para dormir pra ve-la, e choro toda vez que acordo porque ela não está aqui do meu lado.
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