ISABEL
Olho para Adam e um arrepio passou pelo meu corpo, não é de excitação e sim de medo, não só por mim, mas também por ele. Léon é louco e é capaz de qualquer coisa.
— Léon, solta ela. Agora. — Seu tom frio faz o meu corpo todo arrepiar.
— Ora, ora, ora, olha quem temos aqui, se não é o grande Alfa. — Falou Léon ironicamente.
Alfa?!
— Deixe a moça em paz e tudo vai ficar bem. — Avisa Adam.
—Você não tem nada a ver com isso Alfa, essa v***a vai pagar pelo que fez. — Aponta para mim.
Adam olha para mim surpreso e depois volta o olhar para Léon.
— Não importa o que ela fez Léon, vai embora daqui e a deixe em paz.
— Você se acha superior né? Não tenho medo de você e nem do seu bando Alfa, nunca tive, mas não vale a pena brigar com você, pelo menos não agora. — Léon ri, depois ele vira para me encarar.
— Não vou esquecer de você, princesa. — Falou friamente, logo em seguida, ele some no meio da escuridão.
Olho para Adam na mesma hora que o vejo correr em minha direção, ele me pega em seus braços sem dizer uma palavra e me leva até seu carro estacionado no final do beco. Sinto minha cabeça pesar e a única coisa que vejo antes de cair no sono é Adam me tirando do carro.
****
Acordo com uma baita dor de cabeça, sinto minhas costas doloridas, olho em volta e percebo que não estou no meu quarto, mas é óbvio que não, o quarto que estou é muito grande e luxuoso, tem um toque, digamos, masculino.
Só depois de alguns segundos olhando para esse quarto a minha fixa caiu.
Oh Meu Deus! Eu estou no quarto do Sr. Lavisck! Porque ele me trouxe para cá? Me sinto agradecida por ele ter me salvado ontem, mas não precisava me trazer pra a casa dele.
Seu quarto é enorme, acho que dá três do meu, as paredes vão do preto ao branco, mas tem uma que era somente de vidro que dava uma boa visão da marina de Seattle, a cama é uma King Size com lençóis e travesseiros brancos, em cada lado da cama tinha um abajur todo branco em cima de uma mesinha de madeira envernizada. Vejo três portas da cor branca, uma na minha frente, outra na esquerda e a da direita era duas portas juntas o que suponho ser um closet, me levanto e vou para a porta da esquerda que talvez possa ser o banheiro, e acerto, o banheiro tem as mesmas cores do quarto, tudo organizado, luxuoso e bonito, a banheira que tinha ali, poderia caber umas 5 pessoas nela. Me olho no espelho e só agora percebo que não estou com a minha roupa e sim com uma blusa masculina branca de manga comprida que vai até metade das minhas coxas, olho por debaixo da roupa e vejo que ainda estou de lingerie, será que a gente transou? Não, não, não, isso não.
Vejo meu reflexo no espelho e o que vejo é uma mulher completamente derrotada, rosto inchado, cabelo bagunçado e uma dor nas costelas. Aquele infeliz me machucou mesmo.
Saio do quarto e começo a andar pelo grande corredor com várias portas, nas paredes estão várias obras de arte, o corredor é todo branco, a única diferença é o piso de madeira, quando chego no final do corredor vejo uma escada enorme. Desço as escadas e quando chego no último degrau dou de cara com uma enorme sala, olho em volta e vejo que as cores daqui são as mesmas do quarto, ando mais um pouco e vejo dois enormes sofás e na frente deles vejo uma enorme TV de última geração, no meio tem uma mesinha de centro. Há uma parede à minha esquerda só de vidro e perto dela está uma entrada, ando até lá dando de cara com a cozinha mais linda que já vi na minha vida, ela é toda branca com o piso de madeira, há também uma bancada com três bancos pretos e uma mesa no canto da cozinha, tudo exalando luxo e sofisticação. Estou tão distraída que nem percebi quando uma mulher sai de uma porta que eu nem havia visto.
— Bom dia Srt. Mitchell, sou a Bárbara, governanta da casa. — Uma senhora que aparenta estar na casa dos 50, bem vestida e ao mesmo tempo simples, ela é baixa, morena, tem os olhos castanhos e tem o cabelo preto com alguns fios brancos prendido em um coque perfeito, ela é muito bonita.
— Bom dia, me chame de Isabel, Bel se preferir. — Sorri envergonhada.
— Isabel, é um nome bonito para uma jovem tão linda. — Coro com o seu elogio.
— Me desculpe pelas minhas vestimentas. — Ela sorriu.
— Não tem problema.
Ela deve está acostumada e ver mulheres vestidas assim por aqui, deve achar que sou como as outras. — Pensei.
— Onde está o Sr. Lavisck?
— Ele foi correr como faz todas as manhãs, logo ele estará aqui.
— Oh sim, quer ajuda com o café da manhã? — Pergunto.
— Tudo bem menina, não precisa ajudar. — Falou sem graça.
— Mas é claro que sim, gosto de cozinhar e quero te ajudar. — Levanto-me e vou até onde ela está. — Trabalha a muito tempo com o Adam? — Perguntei para passar o tempo.
— Sim, conheço ele desde quando nasceu, fui babá dele e o tenho como um filho. Quando ele saiu da casa dos pais digamos que ele me "sequestrou" para trabalhar para ele, faz 10 anos que ele mora aqui e que eu trabalho somente para ele e para a sua filha de 8 anos.
Filha?!
— Eu não sabia que ele era casado. — Estou chocada.
— Mas meu menino não é casado, a mãe da menina Sophia a abandonou assim que ela nasceu, largou ela com o pai e sumiu por aí. — Que mãe faria isso com uma filha?
— Deus! Que espécie de mãe essa mulher é? — Falei sem acreditar.
— Ela era noiva dele. — Bárbara diz pensativa.
— E o que houve para ela desistir de tudo? — Pergunto curiosa.
— Bom, essa parte eu não sei muito bem, mas pelo que entendi, ela fugiu com um amigo de Adam, acho que eles eram amantes. — Que p***a, hein?!
— Nossa, mas que coisa triste, deve ser terrível uma pessoa que amamos fazer algo desse tipo conosco.
— Desculpe, mas juro ter a impressão de já te conhecer. — Ficou me encarando pensativa.
— Deve ser só impressão mesmo. — Ela riu.
— Não, é que você me lembra muito a...
— Bom dia.— Uma voz incrivelmente sexy ecoou pela cozinha interrompendo Bárbara e quando olho para trás, vejo Adam, com somente uma toalha enrolada na cintura, com os cabelos molhados, acho que ele acabou de sair do banho, posso ver que seu cabelo está um pouco úmido.
Nossa senhora das periquitas pegando fogo, chama o bombeiro porque a minha está em chamas, Deus! Que homem mais gostoso, e esse tanquinho?! Acho que encharquei minha calcinha.
— Adam, vai colocar uma roupa, por favor. — Diz Bárbara, Adam ri e se aproxima dela.
— Que foi bah, não resiste a mim, não é? — Ele ri.
— Olha menino, eu vou te dar umas chineladas hein?! — Ela tenta ficar séria, mas não consegue.
— Oi Isabel. — Cumprimenta-me com a sua voz sexy. Nossa, que calor que ficou aqui de repente.
— Oi. — É a única coisa que consigo dizer.
—Trouxe umas roupas para você vestir, a sua estava muito suja e mandei lavá-las. — Isso explica por que estou com essa blusa.
— Foi você que tirou a minha roupa? — Sussurro.
— Sim. — Ele se aproxima.
— Por que me trouxe pra sua casa? — Perguntei hipnotizada pelo seu olhar.
— Porque eu quis. — Ele diz tão próximo de mim, que posso sentir o calor do seu corpo.
— Jura que vai bancar o arrogante agora? — Ele ergue uma sobrancelha e sorri.
— Eu só respondi a sua pergunta.
Escuto a campainha tocar e Bárbara sai para atender.
— Você é tão i****a. — Murmuro.
— E você é muito m*l-agradecida. — Sou pega de surpresa quando os braços de Adam circulam a minha cintura, me puxando para si.
— Mas o que...
— Salvei sua vida ontem, poderia apenas me agradecer. — Sussurra bem próximo do meu rosto.
— Obrigada, mas mesmo assim, tenho muitas perguntas para te fazer. — Olho bem nos seus olhos.
— Eu também. — Adam aos poucos, vai se aproximando dos meus lábios e quando ele vai me beijar...
— Maninho sábado temos...Nossa! — Desvio o olhar de Adam e vejo Carlos com os olhos arregalados nos encarando, olho para ele querendo enfiar minha cabeça em um buraco bem fundo.
MERDA!