Capítulo 3

725 Words
Beatriz Narrando Eu ainda estou deitada na cama sentindo o quanto ela é macia, e vendo o quanto esse quarto é lindo. Levanto e vou até o banheiro que tem no meu quarto, a casa que eu morava só tinha a privada e um ralo que levava a água, banho era de balde, para ser sincera aquela casa era horrível, era um verdadeiro barraco. Eu passei tanto tempo admirando o quarto que até me esqueci que não comi nada até agora, só percebi isso porque comecei a sentir uma leve tontura, sento na cama esperando que a tontura passe, mas acho que não vai, eu estou sem comer desde ontem depois do café da manhã, não tinha nada naquela casa e eu não queria incomodar meus vizinhos novamente, mesmo eles falando que eu não incomodava. Escuto batidas na porta e mesmo tonta eu levanto para abrir, abro e sinto meu corpo mais fraco e minha visão escurecendo, mas antes de cair sinto um braço me segurar, não conseguia ver, mas é o Alemão, reconheci pelo perfume. Ele me deita na cama, - Beatriz, está me escutando? – Ele perguntava segurando meu rosto - Uhum. – Foi a única coisa que eu consegui responder. - O que aconteceu, você está pálida. Essa foi a última coisa que eu escutei antes de apagar de vez. Acordo e vejo Alemão do meu lado segurando sua filha já acordada, e um médico mexendo em mim. - Como se sente? – O doutor pergunta. - Fraca. – respondo - A quando tempo você não se alimenta? – Ele volta a perguntar - Desde ontem. - Depois do jantar? - Não. Depois do café da manhã, eu só comi um pão. - Menina, você precisa se alimentar bem, vou passar umas vitaminas para você e um remédio, você está com anemia. Ele anota tudo em um papel, entrega na mão de Alemão e sai, Alemão sai para o acompanhar, não demora muito ele volta com uma cara nada boa. - p***a, agora como vou trabalhar despreocupado se a babá da minha filha é uma louca que não se alimenta direito e saí desmaiando por aí, eu sabia que isso era um erro. - Desculpa, eu não fiz por m*l. – Falo e começo a chorar. Ele fica me olhando como se não estivesse entendendo nada, ele se senta na cama e coloca a bebê sentada também. - Eu não comi nada porque eu não quis, eu só não tinha o que comer. – Falo com a voz embargada de choro. - Desculpa eu não sabia. Mas Beatriz, eu sempre doo várias cestas básicas para a comunidade. - Eu sei, mas não durava uma semana, meu pais vendiam para comprar entorpecentes. - Filhos da p**a. Vem vamos comer então, foi isso que vim te perguntar antes de você desmaiar, se já tinha almoçado. Ele levanta e estende a mão, seguro e sinto como se fosse atingida por uma descarga elétrica passando pelo meu corpo. Ainda segurando minha mão ele desce a escada, - Desça com cuidado. Assim que chego na cozinha sinto um cheiro maravilhoso. - Fiz strogonoff, gosta? - Eu adoro, dona Maria quando faz sempre me chama para comer. - Consegue segurar ela para eu por a mesa? - Sim, consigo, estou melhor. Ele me entrega a bebê, sento e começo a brincar com ela. - Qual o nome dela mesmo? - Analu. Ela me olha e da um sorrisinho mostrando seus dois dentinhos. Faço várias palhaçadas e ela dava cada gargalhada gostosa. - Está tudo na mesa é só se servir. – Vem com o papai. Ele vem até a mim e pega ela e a coloca em seu andador. Começo a comer, e como estava bom, ele sabe cozinhar, e com certeza esse é só mais um dom que ele tem, porque lindo e gostoso ele já é. E agora olhando para ele lembro de Juninho falando que ele tem cara de Pitbull, e não é que tem mesmo, só que um Pitbull lindo. Saio dos meus pensamentos com ele falando. - Beatriz, não precisa ter vergonha, pode comer, e quando quiser algo pode ficar à vontade para comer de tudo e se quiser comer algo que não tenha aqui, me fala que eu providencio. - Obrigado. Pode me chamar só de Bia. - como você preferir, Bia.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD