Capítulo: 2 Daniel

933 Words
Capítulo: 2 Daniel. Ver a minha loira desacordada, com escoriações pelo o corpo que sangrava em alguns pontos sendo retirada de dentro do nosso carro com as ferragens todo retorcido pela a batida e não poder fazer nada e ainda ter que dar passagem para que outras pessoas pudessem tentar ajudá-la me doeu a alma. ‘Esse foi o pior de todos os momentos da minha vida!’ Me senti impotente, pequeno e incapaz de protegê-la. Assim que a colocaram em cima da maca voltei a me aproximar ainda mais ficando literalmente do lado do paramédico que se move com rapidez fazendo os primeiros socorros, a primeira coisa que fizeram foi colocar o colar cervical nela depois de identificar que era possível e necessário. Além de ficar perto dela eu queria me certificar que ela e o bebê estavam sendo bem cuidados e então logo os avisei: —Ela está grávida de 8 semanas! O paramédico me olhou e agradeceu pela informação enquanto o outro examinava corpo imovel dela, em questão de segundos eles a levaram para a ambulância e eu os segui ouvindo uma série de termos médicos dito por eles que não fazia sentido para mim já que além de nervoso, preocupado e com medo ainda sentia uma dor de cabeça muito forte. Eu os segui, um dos meus seguranças se aproximou e eu o avisei: —Vou para o hospital junto com ela! Segura as pontas para mim, quando eu puder iremos conversar. —Claro senhor! Depois que Penélope já estava dentro da ambulância eu entrei em seguida me sentando e olhando fixamente para ela que permanecia desacordada enquanto eles a ligava a alguns aparelhos de forma rápida enquanto me enchiam de perguntas: —Senhor, sabe me informar o nome dela? —Penélope Dias. —E o que ela é sua? —Namorada. —Sabe se ela tem alergia a algum medicamento? Puxei na memória as informações da sua ficha que analisei junto com o seu currículo e respondi: —Não, ela não possui alergia. Enquanto eu respondia, eles colocaram um soro no braço dela que permanecia desmaiada. Nesse momento fiquei preocupado com a possibilidade de ter que responder algo que eu não saiba e foi aí que eu me dei conta que ainda precisava descobrir muitas coisas sobre ela. —Ela está bem? —Ainda não sabemos ao certo senhor. Um paramédico me informou e então perguntou após me olhar: —E o senhor, sente algo? —Dor forte na cabeça e meu corpo está muito dolorido! —Deixa eu ver os seus olhos. —Agora não, no hospital. Ele ainda tentou insistir mas mais uma vez eu o impedi. A ambulância começou a se movimentar e nos levou para o hospital mais próximo, embora eu soubesse que o motorista estava dirigindo rapidamente tive a sensação que estava demorando demais para chegarmos. Os segundos me pareceram horas e enquanto eu sentia o balanço da ambulância por causa do movimento eu comecei a orar: ‘Pai, eu sei que sou pecador e falho, mas peço perdão e misericórdia! Estou com medo e em desespero, por isso recorro a Ti. Não quero perder a minha mulher e o nosso bebê, então imploro a Ti, Deus, preserve a vida deles! E os amo, e gostaria de desfrutar de muitos anos e momentos ao lado deles. Tenha compaixão de mim, e os faça ficar bem, amém e obrigado!’ Durante o caminho eu fiz várias orações assim como a minha mãe me ensinava quando eu era mais novo e com isso comecei a me sentir mais calmo embora continuasse preocupado. Chegando no hospital, desci apressadamente da ambulância e aguardei eles tirarem a Penélope. Eles seguiram apressadamente para dentro do hospital pela entrada da emergência que me pareceu ainda mais gelada e solitária que nunca, uma equipe do hospital nos recebeu e os paramédicos começaram a informar os procedimentos aplicados nela durante o trajeto. Eu observava tudo com atenção quando me fizeram parar em um determinado local informando que eu não poderia acompanhá-la mais e precisava ser atendido também. —Eu quero ficar com a minha mulher! Ainda argumentei mas a senhora idosa que havia me parado me olhou de forma doce, segurou meu antebraço e me falou com convicção: —Pode ficar tranquilo que a nossa equipe cuidará com carinho e fará tudo ao nosso alcance para que ela melhore o quanto antes, assim que puder eu mesmo irei te procurar para te dar notícias. Agora é a hora de deixar os médicos examinarem ela! E o senhor, vem comigo que nós vamos te examinar também. Ainda olhei para o corredor vendo a maca com a Penélope sendo levada às pressas para dentro de alguma sala e fiquei muito tentado a ir atrás dela, mas quando voltei a olhar para a mulher na minha frente e resolvi fazer como ela orientava, ela sorri educadamente e me encaminhou para a recepção onde passei todas as nossas informações pessoais, sendo direcionado para uma sala onde eu recebi os primeiros cuidados, eles limparam alguns arranhões que sangravam e que tinham cacos de vidros, me fizeram perguntas para se certificar que estou bem e me medicaram para dor. Em seguida solicitaram uma avaliação neurológica e realizaram alguns exames de imagens como raios-x pelo o meu corpo e tomografia computadorizada na minha cabeça. Eu não gostei de passar por aquilo tudo e em todo o tempo eu pensava na minha loira e no nosso bebê e de minutos em minutos eu perguntava notícias sobre eles na esperança de ter alguma informação positiva Nunca antes o tempo demorou tanto a passar!
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