j**a Narrando,
Eu sabia que seriam cinco longos anos, e que esse casamento poderia me gerar muitos chifres, mas eu não poderia arriscar, precisava de alguém para que viesse trazer as coisas que preciso e me da um pouco de alívio também, antes de aceitar o casamento eu pedi uma foto e um levantamento da vida do Maurício, nada que me fizesse ficar em alerta, juntaria o útil ao agradável. Ele poderia não saber, mas certamente imaginaria que eu estava de olho nele mesmo estando tão longe.
O dia da visita chegou e com ele a vergonha, ele me comprimento tímido e m*l me olhava nos olhos, ele me entregou as sacolas e vez ou outra pegava ele me olhando, a comida estava revirada mas muito gostosa, teríamos muito tempo então eu só apreciei a refeição em silêncio, pois só quando acabasse eu faria as minhas perguntas.
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Pagou a mensalidade da sua faculdade?
— Sim, paguei até o final do ano logo.
Ótimo, o que achou da casa?
— É muito aconchegante, obrigado pelos presentes, mas não sei se devo aceitar aquele carro.
É necessário que ande em segurança, ele é um carro blindado e caso algum dia você sofra um atentado, ele vai proteger você.
— Posso sofrer atentado?
Você é meu marido agora, tem que tomar cuidado.
— Eu não sei lidar com isso.
Não se preocupa, você vai ter seguranças, como está a sua adaptação na comunidade já fez algum amigo por lá.
— As pessoas me olham feio, meu colega de faculdade mora lá.
Muito bom, vão te entregar a sua carteirinha do plano de saúde e o do dentista.
— Vou ter direito a tudo isso?
V
— Como vai ser a nossa relação aqui?
Vai ser visitas normais, e em algumas podem ser mais quentes, então fique sempre depilado detesto pelos.
— Você é sempre direta assim, eu não sou acostumado com isso.
Você vai ter cinco anos de convivência então se prepara, vai se acostumar rápido.
— Como vai ser depois que você sair?
Vamos nos divorciar. - Ele me olhou e concordou abaixando a cabeça, certamente ele ira contar os dias para isso acontecer.
Conversamos sobre muitas coisas e ele me falou sobre a sua vida, e já ia manda investigar a família dele, esse tal namorada da mãe dele me cheia a problemas, isso se ela estiver com ele ainda, mas logo ficaria sabendo de tudo. Ele me contou do seu curso e vi seus olhos brilharem ao contrário que elra o seu sonho sendo realizado, nesse ponto eu fiquei feliz pois os estudos é muito importante.
-- Eu devo trocar meus documentos pelo o nome de casado?
Se você quiser não tem problema, mas por outro lado seria bom ter toda documentação atualizada, seria bom se tirasse o passaporte também.
-- Vou ter que viajar?
Nunca se sabe o que vai acontecer quando acordar.
-- Você fala umas coisas que me assusta.
Vai aprender como as coisas funcionam, ainda tem tempo, mas eu quero que fique em alerta, e se por um acaso alguém do movimento intimidar você me fala, muitos queriam o seu lugar pela mordomia.
Tem mais alguma pergunta?
-- Vamos nos beijar?
Você tem dez minutos. - Ele ficou sem saber se me beijava ou não, então eu me aproximei selando nossas bocas em um beijo calmo, ele tinha deixado a timidez de lado, e me segurou firme e com esse geste me fez imaginar que as próximas visitas não seriam interessantes, a sirene tocou e ele se despediu com um tchau atrapalhado e um beijo na bochecha, ao voltar para a minha cela esperei a troca de guardas e peguei meu celular do esconderijo e liguei no meu de fé, eu queria a ficha da família dele e principalmente do namorado da mãe, talvez eles não vão procurar pelo Mauricio, mas agora ele não é mais só um cara normal na faculdade, é marido da de frente de um dos maiores morros do RJ, e isso mexia com dinheiro caso eles chegassem na pessoa certa, então eu não arriscaria perder nenhuma porcentagem que só pensa no seu umbigo.
Três dias depois da visita eu recebi as informações da família dele, como imaginei mãe vive para bancar o cara, esse que já ficou até com a filha dela, mas tudo debaixo dos panos, ela está muito endividada pois fez muitos empréstimos, a filha não trabalha e vive de baladas em balada, ela já até frequentou baile na minha comunidade, mas até o momento não havia envolvimento de nenhum deles com alguém do movimento, mas mesmo assim eu escalei alguém para ficar de olho.
Cinco dias após a visita eu recebi fotos do Maurício na comunidade, ele e seu amigo de faculdade, aquela bixa abusada aposto que foi ele que falou sobre a visita, algumas coisas na comunidade estavam normais, mas eu sabia que não estavam me passando tudo pois sabiam que algumas coisas só quem estava pessoalmente poderia resolver, mas ai eu tinha uma outra pessoa que me deixava ciente de tudo que estava acontecendo. E fui informada que um gerente da entrada estava de birra com o Maurício pois na mente dele a patroa não deveria ter casado com pleiba da pista, e que ele seria a melhor opção, apesar do Maurício ter o meu numero aqui ele não me mandou mensagem e nem ligou para falar o ocorrido, o que me deixou irritada, ele não pode abaixar a cabeça, ou vão montar nele, e isso não vai prestar. Pode não ter sentimento mas vai ter respeito nem que seja pela bala mas vai ter.
O dia da segunda visita chegou, Maurício chegou e estava abatido mas disse que era por conta da semana de provas, eu fingi que acreditei e que não sabia do que estava acontecendo, eu comi tranquila apreciando o sabor da comida que ele trouxe, e quando acabei sentei de frente pra ele segurando o seu maxilar o encarando nos olhos e pude ver o seu apavoramento.
Não vai me contar o que está acontecendo?
— Não precisa se preocupar comigo, você já deve ter problemas de mais.
O que foi falado pra você, só vou perguntar essa vez e quero a verdade. - Ele respirou fundo desviando o olhar, só para depois voltar ame olhar, agora com um semblante triste e magoado.
— Disse que eu não deveria ter aceitado a oferta, que era um safado oportunista, que quando você sair iria mandar me matar, que eu me vendi por dinheiro pois eu nem te conhecia, disse que na melhor iria me quebrar todo.
Ficou com medo?
— Claro, ele me apontava uma arma.
Eu vou resolver isso, mas a parti de hoje não me esconde mais nada, você tem meu número me manda mensagem, posso não responder na hora mas eu vou te dar uma resposta logo, não baixa a cabeça, fui clara com você.
— Sim, me desculpa por isso, eu só não estou acostumado com tudo isso.
E é só por isso que eu estou sendo paciente com você, pois sei que isso tudo é novo para você, como está a faculdade?
— Agora começou a apertar um pouco, eu não tenho entendido algumas matérias, mas entrei no grupo de estudos. - Ele começou a contar e deixei ele falar pois ficou mais tranquilo e parecia mais feliz falando do seu curso, na minha mente eu só imaginava mil maneiras de torturar aquele infeliz, mesmo sendo um casamento por conveniência eu tenho um nome a zelar e sendo meu marido o respeito tem que vim primeiro, a casa vai cair só vai ser uma pena que não vou estar lá para apreciar todo aquele sangue que vai escorrer.
Não só ele mas como todo o meu comando iriam aprender a respeitar quem estivesse ao meu lado, e tenho certeza que ninguém ali quer se indispor comigo. O que eu acho ótimo.
Os dias começaram a passar de presa e nem percebi quando já era domingo de novo, e ao entrar na sala , ele estava sentado de cabeça baixa, expressão cansada eu apenas dei uma risada curta, afinal era o seu sonho e ele estava apenas começando.