Episódio 2

1242 Words
Mauricio Narrando, Eu estava a ponto de enlouquecer, faltava menos de um mês para encerrar a minha matrícula na faculdade essa que consegui entrar com muito esforço, mas eu não havia conseguido encontrar outro emprego, e estava não só para perder a faculdade como o quarto que alugava na república em que morava. A minha vida não foi muito fácil, apesar de me acharem com um rosto e corpo bacana, se passando facilmente por um burguês da pista, mas a minha realidade é outra, meu pai era soldado e morreu de câncer a alguns anos atrás, no primeiro ano eu e minha mãe e minha irmã mais nova vivemos bem, no ano seguinte as coisas começaram a desandar, minha irmã começou a viver de festa em festa e minha mãe não falava nada, a vida era dela eu não podia falar nada, dava conselho pois era o mais velho, mas ai minha mãe começou a namorar, um cara estranho mais novo e consumia toda a aposentadoria que meu pai havia deixado, o dinheiro nunca sobrava e chegou um momento em que as coisas em casa começaram a faltar, mas eu era o errado por falar, as brigas em casa ficaram frequentes e era sempre pelo mesmo motivo, ai em um belo dia ela me colocou para fora de casa, pois o namorado não me queria lá, eu não tinha pra onde ir, fui morar na rua literalmente, até consegui um emprego no mercadinho do bairro, na qual o dono era muito amigo do meu pai e ficou indignado com o que minha mãe havia feito, eu morei no quarto dos fundos e trabalhei lá até que ele partisse e eu já havia conseguido um emprego melhor em uma empresa e entrado na tão sonhada faculdade, mas agora eu me sinto novamente aquele garoto amedrontado que não sabia o que fazer e nem para onde ir. — Está com essa cara de desesperado porquê, ainda não conseguil emprego? Não consegui nada ainda, falta quinze dias para vencer a mensalidade, e eu conversei na secretária sobre tenta uma bolsa, mas todas as vagas já estão preenchidas, quando da inteira e da meia também. — O que pretende fazer? Acho que vou ter que trancar a faculdade. — Mas é seu sonho, não tem outro jeito? Já me candidatei até para lavar carro na oficina aqui perto, mas não estão tem do vagas, cara eu faço qualquer coisa, essa faculdade é meu sonho. — Cara, eu tenho algo para te oferecer. Eu não vou vender drogas. — i****a, não vou te meter nessa furada, isso é um caminho sem volta. porém é algo relacionado a isso. Fala logo o que é, pela sua cara tenho até medo. — Lembra quando eu falava da patroa la do morro aonde eu moro? A que você fala que é mo gata. — Essa mesma, ela foi presa e tá precisando de visitas, sabe como é, ir lá fazer um agrado e levar umas paradas, nada de drogas não precisa se preocupar. Que parada? — Comidas, e produtos de higiene. Isso é fácil. — Nem tanto, por você não ser da família você teria que assinar um papel como se estivesse casando com ela para tirar a carteirinha, as visitas são só aos domingos, e coisa de duas horas no máximo. Cara casar, isso é de mais, não vale a pena. — Mas você vai ganhar 30 mil por mês, e vai ter uma casa no morro se quiser morar lá, pensa cara você vai conseguir se forma numa boa. É uma oferta top, mas a parte de casar me quebra. — Ela vai ficar 5 anos presa, você vai se forma em apertos e quando ela sair vocês se divorciam, ela não vai te prender, ela é mó de boa cara confia. Vou pensar cara. — Não demora, esta cheio de cara querendo essa mordomia. Te dou uma resposta essa semana ainda. - Ele concordou e saiu, eu fiquei pensando 30 mil por mês, uma casa estabilidade, 5 anos depois que me forma eu posso consegui um emprego bom e segui meu caminho após o divórcio não parece ser tão assustador assim. Eu passei o resto da semana pensando, ela uma oportunidade única, eu não queria larga a faculdade, e tinha vontade de sair da republica a tempos, era como se tudo estivesse ao meu favor, mas ai a parte de se casar me deixava aflito, ela comanda um morro deve ser toda marrenta, eu não sou muito de receber ordens, podemos ter um conflito ai ela acaba mandando me matar, gosto nem de pensar, meu amigo que morava lá na comunidade é bolsista aqui na faculdade, e rasga elogios para a patroa do morro, ele me mostrou uma foto dela, não podia negar é linda e com um olhar sedutor, fiquei intrigado confesso, mas ainda sim aqui dentro o medo falava mais alto. Porém faltava apenas cinco dias para o p*******o da matrícula e eu tomei uma decisão, a mais louca com toda certeza, mas aceitei essa proposta, tive que ir no morro fui recebido até que bem, mas alguns me olhavam torto e eu começava a me arrepender de ter aceitado essa proposta, precisei levar meus documentos, eu não sabia como funcionava mas eles agilizavam as coisas muito rápido e com três dias eu estava no cartório na frente dela assinando papéis e demos até um selinho, ela não disse muita coisa o que me deixou aflito, só quando ela seria levada novamente que ela se dirigiu a mim. — Sua casa no morro já está pronto, vão te levar lá, tem algumas coisas lá que é para você usar, vão te passar instruções e seu dinheiro, te espero no domingo. - Ela me olhou de uma forma intimidadora que eu nem consegui dizer nada, além de confirma com a cabeça vendo ela virar as costas e sair da sala, me levaram para o morro e me deixaram na minha nova casa, havia um carro na garagem, computador e celular novo, uma lista de coisas que eu deveria levar nas visitas, pediram meu pix e me enviaram o dinheiro, que assim que eles saíram eu já entrei no site da faculdade e paguei a minha mensalidade, a casa era bem organizada e parecia ser nova, o quarto tinha uma cama bem grande, e uma varanda aconchegante, a cozinha era espaçosa e eu por um momento fiquei feliz com isso, sei que não foi do jeito correto mas eu tinha o meu cantinho, e havia um documento que dizia que a casa era minha, talvez esse casamento não seja tão r**m assim. O domingo chegou e com ele uma dor de barriga lascada, acho que a ansiedade me pegou de jeito, eu havia organizado tudo, as comidas em potes transparentes assim como as sacolas, agradeci por saber cozinhar, minha roupa era simples, e a minha carteirinha estava pronta e nela constava que eu era o marido, só de ler dava um frio na espinha. Agora eu era casado, e pelo que soube não posso dar bobeira, ela tem olhos e ouvidos em todo lugar. Ao chegar, a fila estava grande e o sol muito quente, reviraram toda a comida para ver se tinha algo escondido, me revistaram e me mandaram para uma sala isolada, ao abri a porta ela estava sentada olhando para o nada enquanto batia os dedos devagar na mesa. Oi. — Como vai Marido?
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