Capítulo 3

1197 Words
Os dois capangas arrastavam o corpo de Mary sem resistência alguma de sua parte. Ela ainda estava acordada, obviamente, porém o seu estado catatõnico não lhe permitia demonstrar qualquer tipo de reação diante das mãos que a arrastavam bruscamente e a jogaram no banco macio de um carro preto estacionado ali na frente da casa. Mary procurou se encolher ao máximo no canto do carro, enquanto em sua mente as cenas que acabara de acontecer perturbava-a e a deixavam-na tonta. Embora ele nunca tivesse dito com todas as letras, Mary desconfiava de que Julian a culpava pela morte de sua mãe, e as palavras que ouviu dentro do lugar que cresceu só confirmaram as suas desconfianças. Mas ela nunca imaginou que ele seria tão baixo, tão vil. Ele me vendeu como se eu não fosse nada! Eu era do seu sangue, po.rra! Mary olhou para trás assim que o carro começou a deslizar pelas ruas suavemente, observando com lágrimas nos olhos a fachada do lugar onde passou dezoito anos de sua vida. Ela procurou observar cada detalhe que pode e grava-los na sua mente, pois naquele momento, a menina sabia que nunca mais colocaria os pés ali novamente. E aquilo era simplesmente apavorante! Mary não sabia o que esperar. Julian a tratava como um lixo sempre que se dignava a lançar sua atenção sobre ela, e Mary sempre procurou andar na linha, pois um simples movimento errado era capaz de despertar a fúria de seu pai. E ela sabia o quanto ele podia ser c***l. Por isso mesmo se mantinha longe de problemas, longe de qualquer tipo de coisa que jovens de sua idade curtia, longe de qualquer oportunidade de ter uma vida. No entanto, ela acreditava que sua vida mudaria quando fosse aceita em uma faculdade — qualquer faculdade, já que se inscreveu em todas — porém, nem isso ela tinha mais. A sua vida tinha acabado ali e ela sabia disso. As lágrimas fluíam livremente por seu rosto agora, enquanto em sua cabeça a voz de Julian ecoava sem parar. Ele queria que ela sofresse! E ela sabia que não encontraria um mar de rosas para onde quer que aqueles marginais estivessem lhe levando, mas sentindo uma fúria repentina percorrer seu corpo, a pequena garota prometeu a si mesma que não se entregaria assim tão fácil. Não tinha mais nada a perder naquele momento. A única coisa que a impedia de fazer alguma besteira, era a esperança de se ver livre e agora nem isso tinha mais. Quem quer que fosse seu novo dono, iria sofrer, pois ela não iria aceitar aquilo numa boa. E foi nesse pensamento que se apegou, enquanto vislumbrava pela janela o carro sair do tão conhecido bairro e adentrar a cidade grande. — Espero que o chefe não goste de você. — Mary encarou o homem loiro sob as lágrimas e tremeu. Ele estava sentado confortavelmente no banco do carona, mas virou o seu corpo parcialmente e a mediu de cima a baixo e o sorriso que ele lhe lançou a fez sentir um frio subindo a espinha. Mary se encolheu o maximo que pode, sentindo a raiva que a movia abandonar o seu corpo por completo, dando lugar a um pânico jamais sentido antes. Ela não precisava ser um gênio para saber que aquele loiro poderia ser tão, ou mais, c***l do que Julian. — Fique longe de mim. — conseguiu murmurar baixo, reunindo toda a coragem que restava em seu corpo e ouviu quando os dois homens dentro do carro riram dela. — Você vai aprender a não responder. — seus olhos se arregalaram e ela sentiu a bile subir a garganta quando viu o loiro se inclinar e se aproximar de seu corpo. Antes que pudesse raciocinar a mão áspera do loiro se fechou sob o maxilar, fazendo ela engasgar o grito que se construia em sua garganta, e Mary sentiu as lágrimas escorrerem em abundância e se perderem nos dedos masculinos que apertavam suas bochechas. — E se não aprender... Eu vou adorar doma-la, como uma perfeita cavalla. — risadas masculinas ecoaram novamente pelo carro e Mary fechou os olhos fortemente, sentindo o coração querer saltar dentro de seu peito. Ela somente esperou, pedindo mentalmente para que ele a deixasse em paz e suspirou aliviada quando o loiro a soltou e voltou a sentar confortavelmente em seu banco. Mary procurou se encolher no canto do carro, deixando seu corpo o mais longe possível do loiro. Ela queria chorar, deixar o peito arrebentar em soluços dolorosos e altos, mas como tudo em seu corpo, os soluços também estavam travados, então tudo o que pode fazer foi arfar em busca de ar e esperar para que o que viesse a seguir a matasse rápido. Ela olhou pela janela uma segunda vez, vendo o carro se aproximar de uma enorme mansão e constatou tristemente que nunca conseguiria escapar daquela fortaleza, quando viu homens transitarem pelo local fortemente armados. Ela também conseguiu ver algumas câmeras por boa parte do extenso espaço que eles percorreram com o carro. Sentiu o carro parar o deslizar suavemente e olhou para o lado no exato momento em que a porta traseira se abria e um par de mãos enormes a seguraram pelos braços e a colocavam em pé, fora do carro, sem problema algum. Ela sentiu vontade de gritar, queria protestar, mas descobriu que não era capaz de fazer aquilo naquele momento. — Cazzo! Que demora, Dario! O chefe mandou leva-la imediatamente para ele. — Mary conseguiu encarar o dono da voz por pouco tempo, mas aquilo foi o suficiente para fazê-la tremer com um medo ainda pior. Ele era simplesmente enorme e ela não teria chance alguma de repeli-lo. Felizmente ele não sustentou seu olhar e lhe deu as costas assim que soltou aquela ordem, se voltando para os homens que estavam por ali e começando a gritar ordens, misturando o inglês com outra língua que a lembrou vagamente o italiano. Mary se manteve quieta o tempo todo e o loiro, que agora ela sabia se chamar Dario, colocou os dedos odiosos sobre a pele de seu braço e arrastou porta adentro. Subiram rapidamente um lance de escadas e em silencio seguiram por um extenso corredor, passando por algumas portas pelo caminho, até pararem a uma porta dupla em um tom escuro. Ela estremeceu encarando a maçaneta da porta a sua frente, pulando levemente quando Dario deu duas batidas fortes na porta. A voz soou abafada de lá de dentro em uma ordem clara que para que eles entrassem e ela tremeu quando o loiro girou a maçaneta e abriu a porta. — Senhor, trouxemos a garota. — a voz de Dario estava baixa e Mary sentiu as pernas fraquejarem, incapaz de encarar de frente o que lhe esperava e mirando com extremo interesse o carpete da sala. — Saia. — a voz era mais suave do que ela imaginava, mas isso não a fez temer menos e ela estremeceu mais uma vez quando notou que Dario saiu da sala e os deixou a sós. Era agora. Ela iria conhecer o homem que tinha a comprado. Cavalla / Égua Cazzo / Po.rra
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