Cibeli
__ Nossa Cátia, definitivamente não consigo entender esse site.
__ Por que amiga é tão simples.
Diz ela se aproximando da escrivaninha onde ficava seu computador.
Cliquei em cima de uma oferta de contrato de matrimônio mostrando a ela o conteúdo.
__ Isso que não estou compreendendo. O riquinho quer um casamento por contrato ou esse negócio é fake?
Cátia riu suavemente, enquanto se inclinava olhando a tela.
__ Ai, Cibeli. Esses homens da alta sociedade são excêntricos mesmo, deve ser somente fetiche de velho rico, depois eles se separam e a mulher arranca parte da grana do o****o. Então... Clica na outra pasta, vai ver o anúncio da vaga de emprego que comentei com a sua mãe mais cedo.
__ Ok.
Assim que a seta encostou vi o anúncio. Li o começo e rapidamente me animei.
Pagavam super bem, mas seria obrigada a dormir no trabalho, e aos sábados poderia voltar pra casa com a responsabilidade de retornar as segunda bem cedinho.
Só tinha um detalhe, de não incomodar o chefe... Estranho.
__ E ai, gostou? _ Perguntou ela ao voltar a sentar na sua cama e lixar as unhas dos pés.
__ Não tenho condições de negar, embora dormir fora não me agrade muito. O endereço é longe e...
__ Sem problemas, eu ti empresto o cartão de passagem, amanhã estarei de folga, sabe... pra não pagarem hora extra eles fazem isso.
Seguro na ponta da cadeira virando-me na sua direção.
__ Obrigada, és uma grande amiga.
Sorrimos uma pra outra e ela me insentivou a apertar o botão de aceitar.
Assinto voltando minhas atenções ao computador aceitando o emprego, em dez minutos apareceu o horário da minha entrevista.
__ Seja o que Deus quiser...
__ Se sairá bem Cibeli, ainda mais no meio dessa gente metida a b***a, você tem carisma, é simpática, esforçada, além de gata.
A mirei diretamente.
__ A para, eu? Gata? Pareço mais o grilo falante da história do pinóquio.
__ Não faz idéia o quanto é uma menina linda, ainda por cima modesta.... É... _ abaixou a cabeça, agora esmaltado as unhas de preto. __ Sabe que sou especialista nisso.
Sim. Eu sabia da sua opção s****l, mas Cátia fazia questão de esconder isso dos seus pais e do mundo. Ela tinha medo da reação deles.
__ Amiga!
__ Hum! _ Ergueu o rosto me encarando com aquela carinha de bebê.
__ Conta comigo pra tudo ouviu, estou aqui e jamais irei julgá-la.
Levantei da cadeira e ela fez o mesmo pondo o esmalte na cama, demos as mãos.
__ Eu queria muito ser como você, Cibeli. _ Sua voz saiu chorosa.
__ Comigo? Por qual motivo? Eu não tenho nada de especial.
__ Enganasse facilmente. É a garota mais inteligente, sensível e... pura. Não digo da sua virgindade, mas você é pura de coração, tem garra, vai se sair bem no mundo dos riquinhos...
__ Vamos ver isso amanhã. _ Falei e nós duas nos abraçamos enquanto ela chorava, desabafando o seu antigo amor perdido. Sabia que não havia esquecido a sua primeira namorada secreta, Medalaine.
No dia seguinte....
Nossa mãe de Deus! Isso não é uma mansão, são várias delas juntas. Só a faixada dela se compara o meu bairro.
Penso enquanto caminho junto com dezenas de mulheres vestidas de tubinhos branco, pareciam modelos de tão maravilhosas que eram. As olhei me sentindo até m*l pelas minhas roupas.
Vestia um casaco de linho com calça jeans.Para que essa formalidade toda?
Caminhamos em fila guiadas pelos seguranças no jardim. A medida que foi chegando a minha vez fui me aproximando do interior da mansão.
Ao entrar nela avistei um homem andando nervosamente ao falar no seu celular, explodindo de raiva com quem que seja do outro lado da linha, não dava pra ouvir corretamente o que dizia porque as mulherada não paravam um segundo de comentar o quanto o carinha ali todo nervosinho era gostoso.
Bom... O homem é boa pinta, mas sua agressividade no celular me espantava ao ponto de querer sair correndo daqui.
Será ele o filho do dono da mansão?
Tomara que não more aqui, esses filhinhos de papai sempre tem um loft para pegar as gatinhas.
___ Merdaaaa!!! _ Pirou de vez jogando o aparelho no chão.
Arregalei os olhos dando meia volta, mas a muralha de mulheres não permitiu a passagem, pois elas queriam consolar o riquinho zangadinho.
Os seguranças montaram a fila indiana novamente pelas ordens do filho do chefe, sem saída segurando o meu currículo quase amansando-o voltei a ficar no lugar percebendo atrasadamente que eles haviam me posto na frente com a fera.
Ele estava sentado e pediu apontando com a cabeça pra cadeira de frente a sua mesa, queria que eu prontamente senta-se nela. O moreno fixou os olhos escuros totalmente em mim, jogou parte do cabelo que o incomodava para o lado de forma sensual até, minimizando o ar de homem bruto, mas a sua feição demostrava impaciência.
Resolvi sentar entregando-lhe o currículo.
Ao pegar e ler o conteúdo seu corpo pareceu relaxar um pouco. Depois ele abaixou a folha, apoiou os braços sobre a mesa e encarou-me intensamente.
__ Então está aqui pela vaga de empregada doméstica?
__ Sim Senhor, e por que não seria?
Ele juntou as sombrancelhas numa cara de falta de compreensão.
__ Achei que quisesse casar comigo...
Bufei quase cuspindo no seu rosto.
Me dando conta de que ele seria o meu verdadeiro chefe fui logo me desculpando.
O engomadinho nostalgicamente deu de ombros.
__ Longe de mim. Por que achou isso?
__ Por causa do anúncio e******o que coloquei na internet! _ Falou rispidamente se endireitando na sua cadeira.
O homem deu uma passada de olho nas beldades se estapeando atrás de mim, na esperança do garanhão olha-las mesmo se for por um segundo.
__ Por favor façam essas interesseiras pararem de falar!! _ Gritou com os seus seguranças.
Depois de dois segundos retornou seu olhar na minha direção.
__ Vai aguentar o tranco senhorita Cibeli de Almeida, a casa é bem grande e sou bastante exigente com a limpeza. Terá que limpar, arrumar, passar e...
Eu abaixei o corpo, me aproximando.
__ Farei qualquer coisa, sou forte, aguento tudo. _ Falo sorrindo, demostrando simpatia.
__ Uma menina sem porte algum vai fazer faxina pesada? _ Argumenta elevando os dedos ao queixo me analisando.
__ Posso ser magrinha como as outras modelos ali que querem a sua carteira, entretanto sou uma desempregada que precisa urgentemente trabalhar, mesmo que fique acabada pra isso.
O homem desceu a mão na mesa com tranquilidade, notei um brilho no seu olhar. Chutaria ser admiração.
__ Gostei da sua resposta. Estava brincando sobre a faxina pesada, tenho uma equipe especializada que faz isso, só preciso que mantenha tudo no lugar, tire a poeira, detesto desordem. _ Gesticulou ele.
__ Claro, sou bastante organizada.
__ És as minha exigências... Quando eu surgir em algum cômodo que você estiver imediatamente saia do recinto sem precisar dirigir-me um palavra sequer, ou caso você surga onde eu estiver dê meia volta.
__ Legal... _ Ajeitei a coluna. __ ... Quer que eu use o meu poder de invisibilidade? Desta forma será menos incomodo para o " Senhor" _ Retruquei debochadamente assistindo seu rosto quadrado se contorcer, brotando uma carranca terrível na sua face masculina.
É Cibeli você está ferrada... Penso me arrependendo de ter dito isso em voz alta.
O homem respirou fundo, sem tirar os olhos soltando faíscas sobre mim.
__ Caso tenha essa incrível habilidade pode sim, senhorita Cibeli. Mas ao contrário disso não aceito zombaria com a minha cara. Ouviu bem?
Sua voz saiu fria.
__ Desculpe-me eu...
__ Está contratada!
__ Jura? Pensei que...
__ Pensou errado. Agora vá e faça o seu trabalho.
Oxe! Que homem arrogante!
Levantei apressadamente sendo levada pelo seu mordomo, ainda andando vi quando uma loira deslumbrante sentou onde acabei de sair.... e ele nem perdeu seu tempo olhando-a.
Nunca imaginei um homem como ele.