Capítulo 2
Thais narrando :
E aí, pessoal! Me chamo Thais Santos, tenho 18 anos e tô quase completando 19. Sou branquinha de cabelo vermelho, ruiva de nascença mesmo, mas passo tinta pra deixar a cor mais viva. Sou bem pequena, devo medir uns 1.60, mas nunca medi certinho. Sou magra, mas meu corpo é bem encorpado , tenho coxa e b***a bem empinada , m us s***s também não são tão pequenos. Sempre morei aqui no morro, mas nunca fui de sair muito. Minha mãe era muito rígida e não me deixava sair de casa. Era da escola pra casa e da casa pra escola, sempre.
Ano passado, minha mãe faleceu de câncer. Já faz uns cinco anos que ela tinha se envolvido com um cara. Ele é do movimento e eu nunca gostei dele, nem do jeito que ele me olhava. Quando eu falava pra minha mãe, ela dizia que era coisa da minha cabeça e que ele era uma pessoa boa. Eu amava minha mãe e sofri muito com a morte dela. Ela era a única pessoa que eu tinha na vida, e agora fiquei sozinha.
Meu padrasto quase não para em casa, graças a Deus. Já faz muitos dias que estou procurando um emprego, mas não acho nada. Preciso fazer alguma coisa pra sair de casa. Tenho medo porque tem dias que ele chega e me olha estranho. Sinto que ele sente atração por mim, e eu tenho nojo dele. Minha vida tá uma loucura, mas vou dar um jeito de sair dessa situação, custe o que custar.
Tenho uma unica amiga que sempre esteve ao meu lado, a Luciana. Eu chamo ela de Lu. Ela mora com o irmão, que também é do movimento. A Lu sabe de tudo o que eu passo e é minha confidente. Sempre que as coisas apertam, corro pra ela. Ela me dá força pra continuar e é meu apoio nessa vida louca. Se não fosse por ela, não sei o que seria de mim.
Eu acordei já era nove horas da manhã , levantei e tomei um banho , vesti uma roupa confortável e me arrumei, desci as escadas e sai de casa e fui lá na casa da Lu pra desabafar. Cheguei lá e ela tava assistindo TV com o irmão, o Rafa. Ele até tentou me animar, mas eu tava tão pra baixo que nem a piada mais engraçada fez efeito. Sentei no sofá e desabei.
— Lu, não aguento mais essa situação. Preciso arrumar um emprego logo e sair de casa. Aquele homem me dá arrepios. Não sei mais o que fazer.
Ela desligou a TV e veio sentar do meu lado.
— Calma, Thaís. A gente vai dar um jeito. Eu tava pensando... E se você tentasse uma vaga lá na lanchonete onde a minha prima trabalha? Eles tão precisando de gente.
Fiquei animada na hora.
— Sério, Lu? Você acha que conseguem me encaixar lá?
— Claro! Vou falar com a minha prima hoje mesmo. E, enquanto isso, você pode ficar aqui em casa uns dias, até as coisas se acalmarem. O que acha?
Aquilo foi um alívio tão grande que senti as lágrimas caindo.
— Obrigada, Lu. Não sei o que faria sem você.
Ela me abraçou forte.
— A gente vai sair dessa, amiga. Juntas. Sempre.
Ficar na casa da Lu por uns dias seria como um respiro de ar fresco. O Rafa era gente boa e sempre respeitou meu espaço. A Lu e ele eram como uma segunda família pra mim. Enquanto isso, comecei a procurar mais ativamente por empregos e, pra minha surpresa, a prima da Lu realmente conseguiu uma entrevista pra mim na lanchonete , com a chefe dela .
A Lu me ajudou a escolher uma roupa e me desejou boa sorte.
— Vai dar tudo certo, Thaís. Você merece.
E lá fui eu, com o coração na mão, mas determinada a mudar minha vida. Fui caminhando até a praça, a lanchonete ficava em frente . Cheguei na lanchonete e fui recebida pela dona, a dona Rosa. Ela era uma mulher simpática, mas firme. Fiz a entrevista tentando mostrar o melhor de mim e, pra minha felicidade, ela gostou de mim.
— Thaís, vamos te dar uma chance. Pode começar amanhã mesmo. Seja bem-vinda à equipe.
Saí de lá com um sorriso de orelha a orelha. Corri pra contar pra Lu e pro Rafa, que me receberam com abraços e comemorações. Finalmente, sentia que as coisas iam melhorar.
Com um emprego garantido, comecei a planejar minha saída da casa do meu padrasto. Ainda ia ser um caminho difícil, mas com a ajuda da Lu e do Rafa, sabia que ia conseguir.
Passei a tarde toda na casa da Lu. Acabei jantando lá também. Saí de lá quando já estava escurecendo. Fui caminhando até a minha casa. Entrei e, graças a Deus, ele não estava. Subi direto para o quarto. Entrei no banheiro, tomei um banho, vesti um pijama e me deitei na cama. Foi quando escutei um barulho lá embaixo. Escutei a voz dele me chamando.
— Thais , cadê você, p***a? — ele gritou.
Saí do quarto e desci.
— O que está acontecendo, Joel? — perguntei, olhando para ele.
Ele virou a cabeça para mim com uma expressão furiosa.
— Que p***a você fez o dia inteiro sua v***a? Nem comida você fez? Tu acha o quê ? Que eu vou te bancar a vida toda, sua p*****a. Pra você ficar batendo perna no morro o dia todo? — ele disse, vindo para cima de mim.
Comecei a chorar.
— Você não vai ter que me bancar a vida toda, porque essa semana mesmo eu tô indo embora daqui — disse, tentando manter a voz firme.
Ele me pegou pelos cabelos com violência.
— Você não vai pra p***a de lugar nenhum — ele disse, me arrastando pelos cabelos.
A dor era insuportável, e o desespero tomou conta de mim. Eu sabia que tinha que sair dali o mais rápido possível, mas naquele momento, só podia torcer para que ele soltasse. A mente corria em mil direções, buscando uma solução para escapar daquele pesadelo.
– Me solta , Joel, você está me machucando, está ficando louco! — eu grito, enquanto ele me arrasta e me joga em cima do sofá.
Ele vem pra cima de mim, começando a passar a mão pelo meu corpo, tentando beijar meu pescoço. Tento empurrá-lo, mas ele é muito mais forte do que eu. Desesperada, consigo dar um chute nas suas partes íntimas. Ele cai ao lado do sofá, gemendo de dor. Levanto rapidamente e saio correndo, batendo a porta atrás de mim.
— Volta aqui, sua v***a! — ele grita, vindo atrás de mim.
Chego ao portão e, ao ver que tem gente na rua, ele para. Continuo correndo, sem olhar para trás, em direção à casa da Luciana. Meu coração está disparado, e as lágrimas correm pelo meu rosto, mas não paro. A única coisa que penso é em chegar lá e me sentir segura novamente.
Continua .....