Capítulo 15

1864 Words
O primeiro pensamento que tive ao acordar não foi uma lembrança maravilhosa da noite passada. Foi uma constatação petrificante. Não estou tomando anticoncepcional... — Merda! — Amaldiçoei enquanto me levantava na cama. Onde diabos eu estava? Olhei ao redor do quarto nervosamente observando o que estava ao redor, antes de lembrar que estava no quarto de Luke. A cama estava vazia do lado dele, mas eu não esperava que ele estivesse deitado ali. Eu sabia que ele estaria ultrapassando um limite. O interior das minhas coxas estava coberto de esperma. Minha b****a parecia crua e usada demais quando joguei minhas pernas para o lado e coloquei meus pés no chão frio de madeira. Eu não estava tomando controle de natalidade e havia milhões de espermatozoides correndo para o óvulo mais próximo. Isso é exatamente o que toda garota queria: ter seu primeiro filho com um bandido perigoso que as sequestrou. Engoli o nó na garganta. Como eu fui tão estúpida? Tão cega. Eu fui descuidada. Porque você o ama... Minha língua estava seca e meu rosto estava quente. As paredes pareciam que iriam me engolir inteira enquanto aquelas quatro palavras batiam na minha cabeça como uma piada de mau gosto. — Não! — Eu engasguei. Eu passei meus braços em volta de mim enquanto a temperatura caía. A frieza deslizou pela minha pele nua, enquanto a percepção distorcida de que eu tinha sentimentos profundos por Luke me dava náuseas. — Você está fodida! — Eu gritei comigo mesma. — Você não pode amá-lo... Balancei minha cabeça furiosamente. Isso não era amor. Eu não poderia amar um homem que nunca me amaria; que me tirou de minha casa e me espancou e abusou de acordo com sua vontade só porque podia. De jeito nenhum eu daria à luz uma criança neste lugar. Especialmente, seu filho. Lágrimas brotaram em meus olhos, um lembrete doloroso de que meu mundo estava desmoronando lentamente. Eu estava me perdendo. Pedaço por pedaço, Luke destruiu a mulher que eu costumava ser. Limpei as lágrimas com raiva, espalhando-as pelo meu rosto. As minhas roupas. Eu tinha que encontrar minhas roupas. Olhei desesperadamente ao redor da sala, mas tudo que encontrei foi a camisa social de Luke. Enfiei meus braços nela e abotoei-o descuidadamente. A camisa estava pendurada logo acima dos meus joelhos. Ele realmente era alto. Eu precisava encontrá-lo. De alguma forma, os quartos pareciam mais frios, e ficou ainda mais frio quando saí para o corredor. A luz entrava pelas janelas nas extremidades dos corredores, mas uma poeira estranha se espalhava por toda parte. Eu estava em busca do escritório de Luke. Presumi que o encontraria lá. Rezei para não encontrar outra pessoa. Especialmente neste traje. Pensei em correr de volta para o meu quarto para vestir algo mais adequado, mas eu estava muito determinada a enfrentá-lo. Eu não queria perder tempo. Quanto mais eu deixasse seu sêmen ferver dentro de mim, maior seria a probabilidade de produzirmos vida. Eu estava tão alheia ao que estava ao meu redor que não notei Jay até que bati nele. Suas sobrancelhas franziram com preocupação e seus braços se estenderam para me firmar. Ele examinou meu rosto rapidamente. — Você está bem, Jenna? Eu odiava o quão doce sua voz era e quão gentil ele era comigo. Eu odiava gostar da presença dele e estava começando a me contentar em morar aqui. Eu odiei isso! Eu me odiei mais. Balancei a cabeça rapidamente e me livrei de seu aperto. Ele fingiu não estar magoado com isso, mas pude ver a emoção brilhar em seus olhos. — Não se preocupe comigo. Com uma avaliação crítica do meu traje, ele se tornou ainda mais persistente. — O que diabos aconteceu? Você está ferida? — Não. — O que você está fazendo? — Nada. — Eu falei. Eu não queria contar a ele. Ele tentaria me impedir. Eu o evitei. Ele agarrou meu braço antes que eu pudesse passar por ele, seus dedos me seguraram com força. Ignorei a dor e a culpa que crescia dentro de mim. — Deixe-me ir! Apenas me deixe em paz, Jay. Você não é obrigado a cuidar de mim como caridade. Você é apenas mais um consorte em um sequestro. Então fique bem longe de mim! Mesmo que minhas palavras não fossem verdadeiras, eu poderia dizer que elas acertaram em cheio. O aperto de Jay afrouxou e seus braços caíram para os lados. Eu sabia que não era escolha dele me sequestrar e sabia que ele não tinha controle sobre os problemas maiores. Ele era apenas uma criança, como eu. m*l saímos da adolescência, seguindo algo maior. Seu rosto caiu e ele lançou os olhos para o chão. Forcei tudo dentro de mim para passar por ele. Continuei andando. Ele não gritou nem tentou me impedir. Segurei-me na parede, agora cega pelas lágrimas, enquanto me aproximava do escritório de Luke. Aposto que eu parecia patética. Chorando como uma i****a na frente de alguém que não se importava. O som de vozes vacilou meus passos rápidos. Diminuí a velocidade e parei perto da porta enquanto tentava permanecer o mais quieta possível. Ele não estava sozinho. Após uma investigação mais aprofundada, vi o homem mais velho que estava aqui para jantar, Dominico, passando pela porta entreaberta. — Você está ficando muito descuidado, Luke. — Dominic sibilou. O corpo de Luke ficou tenso. — Dane-se o que Giovanni pensa. — Ele acha que você está ficando muito pessoal. Todos nós achamos. — Pessoal? Ele roubou dinheiro do império que construímos! — Luke bateu com o punho na mesa. Dominico não vacilou. Não parecia incomodá-lo que Luke estivesse perdendo o controle. Ele parecia bem ajustado. Fiquei assustada com o desabafo de Luke. O que diabos estava acontecendo? Por que ele estava sendo descuidado? Sobre o que? — Você já cuidou da situação de Joshua. — Dominic começou. — E a garota? — E a garota? — A voz de Luke era defensiva. Ele franziu a testa. — Ela é um risco. — Você não acha que eu sei disso? — Bem, parece que você precisa de um lembrete! — Dominico disse. — Você está ficando desleixado! Não vou permitir que suas emoções patéticas estraguem o que construímos. — Destruir? Você sabe o quanto tenho trabalhado duro? Quanto esforço eu fiz para nos trazer aqui? Seu pai não tinha nada quando veio para a América. Você era apenas um vendedor patético antes de mim. Um tapa ressoou pela sala. Pisquei algumas vezes para ter certeza de que não estava tendo alucinações. Dominico apenas deu um tapa em Luke. Luke não se moveu para revidar, nem sequer esfregou a marca vermelha queimada em sua bochecha. — Lembre-se do seu lugar, garoto. — Dominico cuspiu. — Você pode ser meu neto, mas negócios são negócios. — Dominico girou nos calcanhares para ficar de frente para a porta. Saí rapidamente de vista. — Se você não consegue começar a agir como um homem de negócios, você é inútil para mim. Corri rapidamente até a porta mais próxima que pude encontrar, balançando a maçaneta e gritando suavemente quando ela se abriu. Entrei. Os passos de Dominico se aproximaram da porta e passaram. — Eu sou um risco... — eu sussurrei. O quarto em que eu estava estava escuro. Parecia pequeno, como um armário. Coisas no chão bateram na parte de trás dos meus calcanhares quando entrei. — Ele vai me matar. — Minha voz tremeu com cada uma dessas palavras. Morte. Minha morte prematura foi finalmente uma realidade. Eu só estava atrapalhando. Não havia mais utilidade para mim. Nenhuma que beneficiaria seu negócio. Eu era um prazer egoísta. Algo que ele guardou para si mesmo. Eu temia sair do armário. Eu não queria topar com ele e colocá-lo naquela decisão difícil. Eu tive que me esconder. Fique longe dele para que ele não tenha a chance de me matar. Eu poderia barricar meu quarto. A ideia parecia estúpida até na minha cabeça, mas era prática para mantê-lo afastado. Engoli meu medo e segurei o último resquício de coragem que pude enquanto abria a porta e saí para o corredor. Estava quieto em seu escritório. Muito quieto. Não parei para ver se ele estava lá. Meus pés me empurraram em direção ao meu quarto. Meu quarto parecia a quilômetros de distância. Meus pés doíam a cada passo e o chão rangia zombeteiramente quando me aproximei do meu quarto. Não havia sinal de Luke. Eu esperava que ele não estivesse no meu quarto. Não. Tudo ia ficar bem. — Talvez ele simplesmente deixe você ir? — Murmurei, mas descartei a ideia. Ele não poderia. Eu sabia de tudo. Eu conhecia sua identidade. As identidades dos membros de sua família envolvidos neste comércio perigoso. Eu sabia como era a mansão e, se me perguntassem, talvez conseguisse identificar a área. — Eu sei demais. Mesmo que seja só um pouco. Praticamente pulei para a porta do meu quarto. O quarto estava vazio. Tranquei a porta e comecei a empurrar minha cama em direção a ela. A cama era pesada e raspava o chão com tanta força, o barulho que eu tinha certeza de que toda a casa ficaria em alerta. As pernas da cama arranhavam o chão de madeira. A cabeceira da cama pesava sobre ela. Olhei em direção à lareira onde a espreguiçadeira e a poltrona estavam colocadas. Uma batida na minha porta me assustou no meio do caminho. — Jenna? — Luke falou. — Ah, não. — eu sibilei, e apressadamente comecei a empurrar a espreguiçadeira em direção à cama. Era quase tão pesado. — O que você está fazendo? Ele girou a maçaneta. — Abra a porta! Agora! Permaneci em silêncio e dei um último empurrão para pressionar a espreguiçadeira contra a cama. — Abra essa p***a de porta agora. A porta chacoalhou quando ele tentou sacudi-la. Tudo o que ficava repetindo na minha cabeça era “Vou morrer”. O sofá de dois lugares era o próximo. — Eu juro por Deus, se você não abrir está porta, você não vai gostar do que acontecerá. — Eu acreditei em suas palavras. — Quando eu entrar aí, Jenna, sua b***a é minha. Isso deveria ter me feito rir. Talvez em outro contexto tivesse acontecido, mas eu estava com medo. — Fique longe de mim! — Eu gritei. Ele bateu contra a porta, sacudindo toda a madeira. O tilintar das chaves chamou minha atenção. Merda! — Ele tem a p***a das chaves... Eu sou uma i****a. A fechadura foi desfeita. Ele empurrou a porta com força. A cama moveu-se um centímetro. — Vai aguentar, sim. — eu disse asperamente. Agora sem fôlego enquanto me movia para trás do sofá de dois lugares. Ele continuou a empurrar e a cama se afastou ainda mais da porta. Em pânico, empurrei o sofá de dois lugares para fazê-lo se mover. — Não! — Eu gritei enquanto o empurrava pelo chão. Cheguei tarde demais. Ele passou pela a******a e entrou no meu quarto. Seu peito subiu rapidamente. Eu tinha certeza de que se escutasse com atenção suficiente, seria capaz de ouvir os batimentos cardíacos acelerados, mas tudo o que conseguia ouvir eram meus gritos estridentes.
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