Capítulo 4

1906 Words
Eu não conseguia me mover. Eu não conseguia falar. Cada vez que minha boca se abria para pronunciar alguma coisa, minha respiração me sufocava. Sentei-me impotente em minha cadeira, enquanto o mesmo homem que se ofereceu para me comprar um biscoito em uma cafeteria andava em direção à cadeira vazia com tanta confiança presunçosa que tive certeza de que sua cabeça explodiria. O termo “as aparências enganam” nunca havia sido aplicadas tão apropriadamente à minha vida até aquele momento. Enquanto ele estava sentado em sua cadeira, precisei de todas as minhas forças para não me jogar sobre ele e estrangulá-lo com a gravata cinza em volta do seu pescoço. Os olhos de Luke encontraram os meus, e eles não se pareciam mais com os suaves olhos escuros que eu conhecia. Eles estavam tão escuros. Sinistro. Um humor distorcido brilhando nas profundezas, como se houvesse uma piada escondida e eu não estivesse envolvido nela. Inferno, eu era a piada. — P-por quê? — Eu engasguei. As palavras ficaram presas no nó na minha garganta, a pura insanidade de tudo isso começou a me consumir. Eu estava sonhando. Isso tinha que ser um sonho. Um sonho doentio, como o que você tem depois de comer algo horrível antes de dormir. Seu rosto permaneceu impassível e se não fosse pela contração de sua mandíbula eu teria pensado que ele não me ouviu. — Por que eu? — Você está muito convencida de que tudo isso é sobre você. — Hum, me desculpe se me sequestrar me deixou um pouco confusa sobre meu próprio envolvimento. — Eu gaguejei. A descrença em minha voz era insanamente densa enquanto eu lutava para entender o que estava acontecendo. Eu não conhecia esse homem. Qualquer senso de hospitalidade que ele me demonstrou na cafeteria havia desaparecido há muito tempo. O homem sentado à minha frente era o d***o. Uma concha oca e vazia de um ser humano melhor e quando ele entrelaçou os dedos e inclinou a cabeça para o lado, eu me senti nada menos que uma aberração. Um animal sendo observado no zoológico. Uma presa para um predador faminto. — Você está falando como se tivesse algo que eu quero. — Ele rebateu, o sotaque italiano que uma vez achei incrivelmente atraente, me assustou muito. Tornou cada sílaba de cada palavra espessa e ousada. O vestido apertado em meu corpo esfregou com raiva contra minha pele enquanto eu me mexia na cadeira. — O-o que você quer? — Eu fervi de raiva. Relaxa Jenna, antes que você seja morta. — O que é meu. Olhei impotente ao redor da mesa, observando como os rostos de todos permaneciam com a mesma forma suave e obediente. Minha boca tremeu com a vontade de gritar por socorro. Correr para as colinas e gritar aos céus se isso me salvaria desta insanidade. Sem contemplar as consequências, empurrei meu assento para trás da mesa e tropecei para o lado, antes de me endireitar. O som de cadeiras raspando no chão seguido de passos quentes atrás de mim ecoou por toda a sala de jantar enquanto eu passava pelas portas e saía para o corredor. Estava escuro, mas a luz fraca da lua iluminava o espaço o suficiente para ajudar a me guiar em uma direção. — Você não deveria ter feito isso! — Alguém falou. A voz familiar e desalinhada chegou até mim e eu estremeci, mas continuei caminhando rapidamente. Os saltos altos não estavam ajudando na minha velocidade, mas não tive tempo de abandoná-los. Eu tenho que sair daqui. Quando virei a esquina, alguém bateu em mim e uma sensação distorcida de Déjà vu tomou conta de mim. Minha cabeça girou enquanto minha visão estava cheia de manchas cinzentas. Rolei de costas, contendo o gemido que ameaçava escapar dos meus lábios. A dor irradiava das minhas têmporas e pescoço. Tirei meu cabelo do rosto e respirei fundo. Meus olhos se abriram quando uma moldura volumosa pairou acima de mim. A risada cínica de um dos homens que originalmente me sequestrou ecoou. — Max, você pegou a v***a? — Sim! — Ele grunhiu enquanto suas mãos disparavam para me agarrar. Agitei minhas pernas furiosamente, chutando sua perna e ganhando um grunhido antes de ser levantada e puxada para cima de seu ombro. — Continue lutando comigo. Eu gosto de desafios. Eu congelei quando senti sua mão na minha b***a, massageando-a. — Não me toque, p***a! — Eu gritei quando ele deslizou os dedos ao longo da pele nua da parte interna da minha coxa. Uma sensação de m*l estar se instalou na boca do meu estômago. Nunca me senti tão impotente nas mãos de outra pessoa. Isso me assustou. — Oh, estou apenas começando, querida. — Ele beliscou minha carne entre seus dedos e eu gemi quando a dor atingiu a área. — Continue assim e eu vou ser duro. Fiquei imóvel enquanto continuávamos a andar pelo corredor. A imagem de seu corpo suado subindo em cima do meu, enquanto me segurava e se forçava para dentro de mim, me assombrava. Eu tremia de medo. — Agora seja uma boa menina. — Ele murmurou quando paramos em frente a uma porta. Presumi que fosse a mesma porta do quarto em que eu estava. A porta foi aberta e eu fui jogada para dentro como uma boneca de pano. Quando Max fechou a porta atrás de si e meus olhos foram para suas mãos tirando o cinto, eu iria vomitar. — O que você está fazendo? — falei para ele, encolhendo-me no canto da parede. — Só estou lembrando onde é sua casa. Vá para a cama. Agora. — Ele murmurou, enquanto suas calças deslizavam para o chão. Isso não estava acontecendo. Como isso pode estar acontecendo? — N-não. — Gaguejei, o medo tomando conta de mim, tornando quase impossível falar novamente. Suas sobrancelhas franziram com frustração enquanto ele caminhava em minha direção. Suas mãos agarraram meu braço com força suficiente para quebrá-lo enquanto ele me levantava do chão e me empurrava para perto da cama. — Não! — Meus gritos foram estrangulados quando ele empurrou minha cabeça em direção ao colchão e pressionou seu m****o rígido contra minha b***a. — Por favor! Não! Pare! — Tentei levantar a cabeça e tirá-lo de cima de mim, mas ele pesava cerca de 280 quilos de puro músculo e era mais alto que eu. Minha cabeça balançou para frente e para trás enquanto seus lábios deixavam um beijo molhado em meu pescoço, seguido por uma mordida afiada. — Para! — Quanto mais você lutar, mais vai doer para você e mais será prazeroso para mim. — Ele grunhiu e enfiou os dedos por baixo do meu vestido, puxando o tecido até minhas coxas. As paredes se fecharam sobre mim. Escuridão envolvendo qualquer luz e esperança. Lutei inutilmente contra ele, enquanto ele rasgava minha calcinha. — Tão molhada. — Sua voz estava distorcida. Os gritos começaram a morrer em meus lábios, tornando-se pequenos gemidos quando senti o p*u dele cutucar minha entrada. Suas pernas foram pressionadas firmemente entre as minhas para separá-las. Endireitei meu corpo, me preparando para a invasão dele, enquanto ele pressionava seu peito contra minhas costas. Meus olhos estavam fechados com força enquanto eu respirava profundamente. Rezei para que tudo acabasse rapidamente e, no momento em que ele puxou meus quadris para trás para empurrar, uma batida na porta soou alto. Max praguejou baixinho e se afastou de mim quando a porta se abriu e o homem que chamou seu nome antes enfiou a cabeça para dentro. — Ei, Max. Bianchi quer vê-la. — Estou meio ocupado, Hunter. — Ele rosnou. — Não é problema meu. Ele quer vê-la agora. — Hunter respondeu antes de bater a porta. O maior peso foi removido dos meus ombros quando o som dele puxando as calças chegou aos meus ouvidos. — Arrume suas roupas — Max falou ríspido. Deslizei para fora da cama e rapidamente arrumei meu vestido. — Não pense que isso acabou, v***a. Com seu corpo grande atrás de mim e o som de sua respiração pesada enquanto saíamos do quarto e descíamos o corredor, eu sabia que as coisas não estavam nem perto do fim. [...] A sala em que entramos era assustadora. Prata, vermelho e preto eram os esquemas de cores em toda a sala. Os ladrilhos do chão estavam dispostos em padrões irregulares. A mobília da sala parecia rígida e sem vida. Atrás de uma mesa elegante e cromática estava Luke. Seus olhos escuros estavam gelados enquanto me olhavam. — Nos deixe. — Ele dirigiu-se a Max, que se despediu sem uma palavra de consternação. Meus dedos mexeram no meu vestido, puxando-o ainda mais para baixo das minhas pernas. Eu me senti nojenta. — Sente-se — Ele ordenou. Seus olhos se voltaram para a cadeira de couro em frente à mesa. Meus músculos se moveram antes que eu pudesse reagir e me sentei. O couro do assento rangeu sob meu peso. Meus dedos agarraram timidamente os braços da cadeira. Mordi meu lábio enquanto a ansiedade borbulhava em meu peito. Um flash de algo passou por seus olhos, mas desapareceu tão rápido que pensei ter imaginado. — Jenna... — Ele falou enquanto cruzava os braços sobre o peito. Ele esfregou o queixo pensativamente. Seus cabelos escuros caíram em sua testa, antes dele os colocar para trás com a mão. — Por que estou aqui? — Eu deixei escapar e silenciosamente me amaldiçoei pela explosão. Eu não estava no controle. Ele poderia me matar com um estalar de dedos. Eu estava à sua mercê e continuei a ser uma rebelde desobediente. Eu ia me matar. — Garantia. — Ele disse dando de ombros. Eu deveria entender isso, mas estou confusa. — O que diabos isso quer dizer? Ele respirou profundamente, antes que seus olhos descessem até o meu decote. Me mexi desconfortavelmente no assento e cruzei as pernas. — Alguém que você conhece tem algo meu, ele está em dívida comigo. Você é minha garantia. — Quem? Como? — Eu deixei escapar, enquanto minha própria confusão tomava conta da minha cabeça. A ansiedade ameaçou me sufocar. — Josh Lawrence tirou algo de mim e até que ele devolva, você será mantida como seguro. — Eu? seguro? — Eu gaguejei. Eu estava sendo tratado como propriedade ou dinheiro por um homem que me traiu e devia algum dinheiro a esse maluco. Passei a mão trêmula pelo cabelo e zombei. — Bem, se você ainda não ouviu a notícia, Josh e eu terminamos. Você não vai conseguir nada com isso. — Eu admiti, esperando que ele mordesse a isca e me deixasse sair. Seus olhos se estreitaram ligeiramente e sua língua correu pelos lábios antes de se recostar na cadeira. — É aí que você está errada. Pretendo ganhar muito com você. — Ele parecia certo quando se levantou da cadeira e caminhou em minha direção. — O quê você espera que eu faça? — Tudo. — Ele disse, seu rosto a centímetros do meu. Seu hálito quente bateu contra meu pescoço, deixando um rastro de arrepios. Meus olhos se fecharam por um momento e esqueci brevemente onde estava. — Eu... — "Eu não vou" pretendia sair dos meus lábios, mas as palavras escaparam de mim. Ele estalou a língua e balançou a cabeça, antes de sua mão agarrar meu queixo com firmeza, atraindo meu olhar para ele. — E você pode até gostar disso. Eu duvido disso.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD