4 PEQUEN4 M4R1E

1066 Words
  Todas as manhãs, quando Dorothy e sua amiga Meg chegavam ao colégio “São Benedito”, elas notavam a presença de uma menina desconhecida que ficava sempre olhando o movimento dos alunos. Na saída, era também a mesma coisa. As alunas olhavam para ela, mas ninguém sabia quem era essa tal menina. - Olha ela lá de novo. - Quem será essa? - Sei lá. Um dia, quando as férias de verão se aproximavam, Meg e Dorothy saíram mais tarde, depois das outras colegas, devido a um enorme assunto que elas só seriam liberadas, depois de terem copiado tudo. Mas, mesmo tendo saído mais tarde, a menina estava lá, como sempre. Curiosas, as duas diminuíram o passo e ao se aproximar mais da estranha menina. Ela, sem pronunciar uma palavra, fez sinal para que ambas a acompanhassem. As duas, tomadas de uma inexplicável hipnose, foram atrás dela, sempre a certa distância. Elas seguiram a menina até a casa dela, numa rua da cidade, onde elas nunca tinham passado antes na vida. Chegaram, então, em uma grande mansão, onde um enorme carvalho as recebia logo na entrada. A menina, sempre silenciosa, acenou para que as duas amigas entrassem e, pelo tamanho e o luxo da casa, elas não recusaram o convite. Ao entrarem, perceberam que a casa era maior por dentro do que por fora, e um fato curioso é que não parecia haver mais ninguém ali. Ainda sem falar palavra alguma, a estranha menina indicou para Meg e Dorothy que as duas sentassem à mesa. A mesa estava cheia de doces. As três comeram até se fartarem. Foi quando a menina sorriu e falou pela primeira vez. A menina se chamava Marie, os pais dela trabalhavam o dia todo e a empregada tinha ido ao supermercado fazer compras. - E a gente lá na escola pensava que você fosse alguma menina abandonada.  – disse Meg, devorando um grande pedaço de pudim – Mas, olha só essa mansão! - Toda no estilo francês. – disse Marie, devorando uma fatia grande de bolo de chocolate – Pelo menos é o que mamãe sempre fala. As três ficaram conversando por bastante tempo, quando Dorothy olhou para o enorme relógio de pêndulo que ficava perto da mesa e viu que já estava bastante tarde. Foi aí que Meg insistiu que elas fossem embora para casa, para não se complicarem com seus pais. Marie as acompanhou até a porta e se despediu delas duas, dando a entender que queria que elas voltassem mais vezes. No meio do caminho Dorothy percebeu que tinha esquecido o livro dela na casa de Marie e as duas deram meia volta para buscá-lo. Quando estavam quase chegando à casa de Marie, as duas foram abordadas por um homem estranho, que fez um monte de perguntas para elas e as duas perceberam que ele não era de boas intenções, principalmente porque ele sempre insistia em querer levá-las para algum lugar. - Vamos, meninas! Eu sei onde vocês moram. Deixem o tio acompanhar vocês até suas casas. Quando o homem já estava para levar as meninas para violentá-las, Marie apareceu do nada. Ela olhou para o homem de maneira angelical; mas, ao mesmo tempo maliciosa, e disse a ele que estava sozinha em casa. Marie perguntou se ele poderia fazer companhia a ela, enquanto os pais dela ainda não chegavam. O homem sorriu com um estranho brilho no olhar e disse que sim. - Mas, que menina boazinha você é. Querendo a companhia do tio. Vamos brincar muito durante o resto da tarde. Marie entregou o livro de Dorothy, fez sinal para que as duas fossem embora e foi para casa com o estranho homem, que a acompanhou até o sótão. Dorothy e Meg, como que hipnotizadas da mesma maneira que encontraram Marie, na frente da escola, foram embora, sem olhar para trás, da mesma maneira que Ló havia fugido de Sodoma e Gomorra. O homem e a menina entraram na mansão. Ele sempre sorridente, comunicativo e malicioso, acariciava Marie o tempo todo, passando a mão em suas nádegas, enquanto subiam as escadas até o sótão. Quando chegaram ao sótão, o homem toma um choque ao perceber que havia entrado em uma sala de tortura, devido aos instrumentos espalhados pela mesma, sem contar com as correntes, ganchos e algemas. O homem fez uma expressão de medo e tentou correr. Mas, Marie segurou sua mão e era como se ele estivesse preso, sem poder se soltar. - Aonde o senhor vai, tio? Eu estou sozinha em casa e o senhor disse que quer me fazer companhia. Eu estou muito amedrontada e quero que fique comigo aqui até meus pais chegarem. - Saia de perto de mim, criatura dos infernos! Deixe-me ir embora! - O senhor me disse que ia me fazer companhia até meus pais chegarem e vai ficar aqui brincando comigo! Marie lançou nele um olhar demoníaco, com suas pupilas totalmente dilatadas, jogou-o ao chão com toda a força, fazendo com que o homem batesse a cabeça e ficasse zonzo. Foi aí que ela, com a mesma expressão angelical e maliciosa, começou a quebrar-lhe as pernas, para que ele não fugisse e depois os braços, para que ele não a agredisse, além de muitas outras crueldades. Os gritos de dor do homem e o barulho de seus ossos se quebrando, ecoavam por toda a mansão. Mas por incrível que pudesse parecer, eles não eram ouvidos do lado de fora. No outro dia, os jornais anunciavam que um homem fora encontrado em um terreno baldio com pernas e braços quebrados, rearranjados no formato de um caranguejo; sua pele estava arrancada e seus olhos e boca estavam costurados. Quando Dorothy viu o local onde, encontraram o corpo do homem, o choque: era o mesmo lugar onde ficava a casa de Marie. Elas reconheceram por causa do enorme carvalho que ficava na frente. Só que, ao invés de ter uma enorme mansão, havia apenas um terreno baldio. Os peritos vasculharam o terreno e encontraram mais oito corpos com fortes indícios de tortura: alguns corpos mutilados e muitos outros com os ossos extremamente quebrados. Totalmente amedrontadas, Dorothy e Meg nunca contaram quem foi a autora daquele crime bizarro para ninguém. Mas, depois desse dia, Marie, a menina que elas haviam encontrado na porta da escola, nunca mais apareceu. Porém, o carvalho que fica logo na entrada do terreno, ainda está lá.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD