Capítulo 5

1349 Words
Victoria ? Olhei a hora e me assustei quando vi 13h. Merda! Dormi demais. Levantei rápido lembrando que 15h tem alguma coisa lá no morro que o Terror me convidou. Peguei minhas coisas e desci. Óbvio que primeiro tomei um café da manhã e depois entreguei o cartão na recepção. Chamei um uber e fui direto pra minha casa, meu celular tava cheio de mensagem das meninas perguntando sobre mim, mas eu nem respondi e nem vou. O uber me deixou em casa e eu subi. Dei oi ao porteiro chato de hoje e fui para meu apartamento. Assim que entrei, já fui logo tomar um banho rápido sem lavar o cabelo, pois amanhã tenho hora marcada no salão. Vesti o primeiro body e short jeans que vi no meu closet, nem escolhi por marca. Fui até onde ficava minhas bolsas e peguei uma da Chanel, a mais simples que tinha. Coloquei dentro um dos meus gloss, meus documentos, carregador portátil e um pouco de dinheiro. Depois fiz uma make simples e passei perfume. Procurei uma sandália ou um tênis simples pra ir e não achei nenhum que servisse para a ocasião, então vou de havaianas branca mesmo. Coloquei meus acessórios e fui olhar a hora no relógio, já eram 14:20, então fui no quarto do meu pai para pegar a chave de algum carro. Encarei todas aquelas chaves e fiquei tentando decidir qual eu vou pegar. Meu carro é um conversível vermelho da Ferrari, então imagina eu chegando em uma comunidade com esse carro? O mais simples é o Audi preto do meu pai, que é esportivo e chique, então foi a chave que eu peguei. Catei meu celular e continuei ignorando todas as mensagens, logo desci e fui direto para o estacionamento. Eu esqueci completamente o meu TCC, mas eu já marquei presença, então quando eu voltar pra casa, eu faço. Entrei no carro e já coloquei o cinto de segurança depois de colocar minha bolsa no banco do passageiro. Dei partida no carro e fui dirigindo até a Rocinha. Demorou um pouco por conta do trânsito, já que é fim de semana e os cariocas parece que desaprendem a dirigir e fazem engarrafamento. Cheguei na entrada da comunidade e fui entrando até ver os caras que fazem a tal barreira. Me assustei com os fuzis ali com eles, mas baixei o vidro pra falar com um cara que tinha o cabelo parecendo o abacaxi e era cheio de dente de prata. _ qual foi, paty? Victoria: o Terror disse que ia me liberar subir com o carro hoje...- falei medrosa. _ fala aí teu nome pá mim. Victoria: Victoria Modonni. _ aê, LF, é a mina do Leblon.- falou para o outro.- Tá indo pro pagofunk na casa do Tigre né? Victoria: Tigre? Não não, é na casa da Luíza. _ é a merma merda, monga.- vontade de mandar ele ir catar coquinho lá na China, mas esse fuzil me assustava e muito. Victoria: como chega lá? _ teu guia ali.- apontou para um cara de moto.- Segue ele e prepara o amortecedor desse teu carrinho, patricinha... As ruas da comunidade não é igual as do Leblon.- deu dois tapinhas no carro e eu dei partida de novo, seguindo a moto então. Nem quis contrariar ele, aquele fuzil dele me deixava nervosa. Ele realmente não brincou quando se referiu as ruas, p**a merda, que difícil que é dirigir em uma comunidade, ainda mais com um carro desse. O cara da moto parou em uma casa grande, apontou pra mim e eu buzinei pra ele, que logo foi embora. Procurei onde estacionar meu carro e assim fiz, depois peguei minha bolsa e desci. Olhei para meu relógio e vi que já eram 15:55, obrigada trânsito do Rio. Uns caras estavam na porta segurando suas armas e eu gelei. _ tu é a patricinha do Leblon, né?- apontou pra mim com a arma e eu levantei os braços assustada. Apenas assenti de olho fechado.- Vou atirar em tu não, doidona. _ para de assustar a mina, Dado.- o outro falou e eu abri os olhos.- Tu não é acostumada com arma assim?- fiz que não com a cabeça. Dado: tem boca não, princesa?- debochou. Victoria: eu posso entrar ou não? _ sou o JN pô, satisfação.- o mais legal falou. Victoria: Victoria.- sorri simpática e estiquei a mão pra ele, que ficou olhando pra minha cara e me cumprimentou depois. Dado: pode passar... Lembra que ela é convidada do Terror, JN.- falou como se tivesse incomodado com algo e eu ignorei, apenas entrei na casa. Era uma casa muito bonita e tava com umas pessoas circulando; fui seguindo o barulho do som até chegar no quintal e encontrar uma galera. Tinham mulheres dançando, gente na churrasqueira, um monte de mesas, piscina... E quem tava em uma das mesas, era o Terror com a Luiza, a Leticia e outros caras que não conheço. Luiza: olha quem chegou.- gritou e apontou pra mim.- Oi, gostosa! O Terror ficou me encarando e eu sorri sem graça pra ele, que continuou sério me olhando. Victoria: oi gente, tudo bem? Leticia: olha quem apareceu.- riu e eu nem olhei pra ela, não tava muito afim e ainda mais depois de ontem. _ quem é essa gata?- o Terror encarou ele. Luíza: é a Victoria, prima da Leticia.- sorri simpática para o homem. _ satisfação, Menor. Victoria: prazer...- sentei numa cadeira livre. Leticia: veio com qual carro? Victoria: com a Audi preta.- respondi nem sem olhar pra ela. Menor: carai... A cara de princesinha não n**a. Terror: herdeira de hotel...- falou me encarando sério e eu quase perco tudo com esse olhar dele. Menor: tá p***a, fi.- ele riu. _ tá na paz de Deus.- um cara chegou cumprimentando o Terror. Terror: que permaneça essa tranquilidade na comunidade...- retribuiu o toque e o cumprimento de uma maneira bem seca. _ se liga no procedê... Tem uma mina ali fora querendo entrar, disse que era pra falar com a Luiza. Luíza: qual o nome? _ Karolina, parece. Leticia: é a minha amiga. Terror: da confusão?- perguntou bravo. Luiza: sim, deixa ela entrar vai. Terror: o pagode é do teu irmão, tu deixa entrar quem quiser... Mas o papo tá dado, se aprontar outra no meu morro, vai ser cobrada. Leticia: ela não vai né, Vi?!- todos olharam pra mim esperando eu concordar. Victoria: não coloco minha mão no fogo.- falei seca. Terror: libera aí.- o carinha saiu e eu fiquei encarando o Terror enquanto ele fazia o mesmo. _ e aí pô, quem é a mina?- outro cara bem bonito (igual a maioria dos traficantes daqui) chegou me cumprimentando. Victoria: sou a Victoria.- sorri simpática e estiquei a mão.- Prazer. _ Tigre, satisfação.- apertou minha mão. Karol: cheguei, gente.- fez escândalo e sentou na cadeira vazia ao lado do Terror. Terror: aí Luiza, senta do lado da tua amiga.- ele levantou e a Luiza fez o que ele mandou. Quem estava do meu lado era a Luiza, então agora é o Terror. Tigre: é a mina do Leblon? Victoria: assim que eu tô conhecida aqui?- falei simpática e ele riu. Tigre: o que tu quer beber? Victoria: não sei o que tem.- ri e olhei pra mesa.- Você quem tá tomando whisky com energético? Terror: eu e o Menor. Victoria: ah, então me traz só um copo por favor. Vou acompanhar eles.- o Terror me olhou surpreso. Tigre: claro, patroa.- riu e saiu de perto. Luiza: ele é meu irmão. Victoria: ah! Agora eu entendi porque o cara da entrada me falou aquilo.- eu ri. Menor: falou o quê? Victoria: que a casa da Luiza e do Tigre era a "merma" merda. Ainda me chamou de monga.- eles riram e até o Terror sorriu de canto. Karol: não entendi porque o menino ofereceu bebida pra Vi e pra mim não.- o Terror respirou fundo. Leticia: é que a Victoria não veio de penetra.- deu de ombros e eu ri fraco. A Karol ficou p**a com isso, era nítido. __________________________________________ se interagirem bastante, eu faço maratona.
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