Capítulo 05

1087 Words
_MALDITO! MIL VEZES MALDITO SEJA_ Almerinda jogou o vaso de vidro no chão, fazendo Maura pular para trás_ Quem ele pensa que é para me tratar dessa maneira. E aquela morta de fome_ Suas mãos amassam as rosas_ Vou fazê-la sair desse povoado...por bem ou por m*l. _Está jogando errado, Almerinda_ Maura se senta na poltrona ao canto do quarto_ Está deixando transparecer de mais. Seus inimigos não podem saber que perde o controle. A loira era mestra em fazer maldades. Almerinda não passava de uma i*****l para ela, mas poderia ser útil. Maura não pode deixar de notar o estranho interesse de Santiago na florista, e isso a incomodou um pouco. Mas Santiago é um homem de classe, nunca se envolveu com pessoas de fora de sua classe social...principalmente mulheres, não seria agora que ele mudaria. _Tem razão. Não posso me deixar ser atingida por uma..._ Almerinda respirou fundo_ Mercedes precisa fazer o papel dela nessa lua de mel Maura, ou tudo que fiz para separar Heitor daquele pobretona terá sido em vão. _Mercedes sabe que o casamento dela estará em jogo, se não souber manter o marido na linha. Almerinda respirou fundo. _A única coisa que ainda dá esperanças para àquela "coisinha" _ Almerinda diz se referindo a Júlia _ É aquele maldito roseiral, enquanto ele existir, ela jamais deixará São Miguel. Maura se perguntou, qual era o real motivo de Almeida odiar tanto a florista. _Por que perde seu tempo com essa mulher insignificante? É só uma pobre coitada. Não é uma ameaça de verdade. _Ficaria surpresa em como esse tipo de mulher, pode arruinar nossa vida. Almerinda não ousou dizer seu verdadeiro motivo de não suportar Júlia, até porque não confiava tanto em Maura, a ponto de revelar seus segredos. [...] O carro foi perdendo velocidade, conforme se aproximava da casa grande de madeira. Estefânia havia acabado de sair da estufa, quando notou o carro se aproximando. Ela o reconheceu, como não reconheceria? Já havia andado em um desses carros da fazenda muitas vezes. Lúcia estava na varanda, fazendo o dever de casa. Quando o homem saiu do banco de trás do carro, Estefânia chegou a perder o ar...era como se o estivesse vendo novamente, a forma como se veste, o cabelo na altura do pescoço. Tudo naquele homem, lembrava Edmundo. _Olá!_ A voz era grossa, mas trêmula, e Estefânia podia ver com mais clareza agora, como a pele de seu rosto bonito era pálida fazendo um conjunto com as olheiras fundas_ Faz anos que não te vejo, Estefânia... continua tão bonita desde que me lembro. _O que faz aqui, Santiago!_ Estefânia não o queria por perto, nem ele e nem ninguém daquela fazenda_ Os Monterrubio não costumam se misturar com gente como nós. Santiago sorriu. _Estou de baixo de sol Estefânia, e como já deve saber da minha "condição"_ Ele olhou com desgosto para si mesmo_ Posso me sentar?_ Ele apontou para o banco na sombra. Estefânia ficou um tempo parada, o observando, até que resolveu ceder. _Traga uma limonada para o senhor Santiago, Lúcia_ A menina que ainda encarava o homem desconhecido, que também a olhou, pulou da cadeira e correu para dentro._ O que você quer, Santiago. Se veio falar sobre a Rosalinda... _Não me importo com Rosalinda, o roseiral é seu, meu pai o deu a você_ Ele olhou a mulher de canto de olho_ O que me trouxe aqui, é sua filha. Estefânia se levantou, e Santiago revirou os olhos. _Sente-se mulher, não sofra antecipadamente...ainda nem disse sobre o que, quero falar. _E nem vai!_ Estefânia o encarou_ Minha filha não está a venda Santiago, não ouse fazer o mesmo que seu pai tentou a anos atrás_ Santiago fechou a cara_ Júlia não é mulher para você. _Mas era para Heitor?_ Ele pode perceber como a mulher em sua frente se irritou, com a insinuação_ Vocês estão na miséria, Estefânia, olhe só para você...mal consegue andar, e aposto que sua preciosa filha tem gastando todo seu precioso tempo... trabalhando para manter você, e sua caçula. Ela não seria só a senhora da fazenda Monterrubio...mas também a dona desse povoado inteiro. Estefânia se sentiu a pior das mães, ao ver com o até os estranhos viam sua decadência, e em como sua filha mais velha se desgastava cuidando dela... _Vai embora! _ Lúcia voltou com a limonada, mas Estefânia tomou o copo de sua mão_ O senhor Monterrubio já está de saída! Santiago se levantou e se apoiou no banco. _Minha proposta não é eterna, Estefânia. Sua filha pode ser alguém na vida, do que morrer sendo uma vendedora de flores... igual o pai dela. Estefânia ergueu a mão para dar um tapa no rosto de Santiago, mas ele a deteve. _SAI DAQUI! Santiago olhou para Lúcia, que parecia assustada, e se retirou. Eric abriu a porta do carro, e ele desapareceu dentro do veículo. Do outro lado do povoado, Sabiá corria a toda velocidade em cima de seu cavalo. Júlia da floricultura e por pouco, não foi atropelada por Sabiá.. _Ficou doido?_ Júlia segurou o chapéu na cabeça_ Isso é um cavalo, Sabiá...não um carro de corrida. Sabiá saltou pro chão, e massageou o peito, buscando ar. _O patrão...ele...ele_ Sabiá falava ofegante_ Ele foi até sua casa. Júlia demorou para entender do que ele estava falando, até que Santiago veio a sua cabeça. _Como você soube.. _Ele me chamou...queria saber sobre você_ Júlia estreitou o olhar_ Mas eu não disse nada de importante, até porque eu nem sei nada de importante mesmo. Júlia teria rido do amigo, se a situação não fosse tão embaraçosa. _Santiago Monterrubio está começando a me irritar. Júlia caminha até seu caminhão, e Sabiá corre atrás. _O que for que ele queira, dê a ele Júli_ A garota se virou, olhando o amigo nos olhos_ Não faz ideia de como ele é...eu sei das histórias. Não enfrente o patrão, dona Almerinda não chega nem aos pés dele em quesito de maldade. Júlia sentiu sua pele arrepiar... _Se ele perguntar sobre mim novamente Sabia, diga a ele que eu não tenho medo...e que está pra nascer um homem que vai me domar. Júlia subiu no caminhão, deixando um Sabiá bastante aflito para trás. Ele viu como o patrão segurava o chicote...e não queria estar perto para ver, o que Santiago seria capaz de fazer para conseguir o que ele queria. _Que a virgem de Guadalupe guarde você.. Ele sussurrou. Mas rezas não seriam o bastante, para o que estava por vir...pois muitas lágrimas seriam derramadas.
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