Capítulo 11

1046 Words
Santiago não conseguiu disfarçar seu descontentamento, ao ser rejeitado outra vez por Júlia. O caminho de volta a fazendo foi silencioso. _Hugo, preciso que chame o capataz_ Santiago entra no escritório, sendo seguido por seu assistente pessoal_ Quero um relatório de todas as prioridades que ainda não pagaram o aluguel mensal, e também preciso que façam uma contagem das cabeças de gado. Hugo já estava acostumado com o m*l humor do patrão, mas parecia piorar toda vez que ele voltava do povoado. _Eusebio não aparece a dias na fazenda patrão. E sobre os alugueis... _Arrume outro capataz_ Santiago o interrompeu_ Chame outro peão para ajudar você, e siga até às prioridades que estão nesta lista_ Hugo segura a pasta_ Hoje é o último dia do prazo, não pagou...pode por na rua! Hugo queria poder dizer, querida argumentar com o patrão que muitos daqueles moradores eram antigos empregados da fazenda, e que ficaram sem trabalho pela má gestão de Almerinda. _Hugo_ Santiago voltou a chamá-lo_ Faça direito! Não quero falhas, entendeu? _Sim, patrão. Santiago continuou a encarar o cenário vazio. O doutor foi claro, se ele não seguisse com a quimioterapia...iria morrer. Mas não fazia sentido querer continuar vivo, nada e nem ninguém o prendia naquele lugar, só não queria morrer e ter que deixar tudo para Almerinda...dar o gostinho da vitória a ela o atormentava. _Por que você não aceita?_ Ele diz para o vazio_ Seria uma mulher muito rica...e teria a segurança que meu sobrenome proporciona. Por que não aceita? Ele passa as mãos no rosto cansado. Não se daria por vencido, Júlia Vallencia seria sua esposa. Poderia escolhe? Poderia, mas Santiago queria ela...para atormentar não só Almerinda, mas também Heitor. Santiago sorri, seria impagável a expressão estampada no rosto dele...ao ver a mulher que ama, sendo esposa de outro. [...] Júlia fechou a estufa. Lúcia estava na escola, e sua mãe ainda no hospital. Ela m*l dormiu a noite, passou a maior parte do tempo ao lado da cama da mãe...e no fim do dia vendeu alguns arranjos. "Casa comigo" Ela fechou os olhos, e a voz de Santiago voltou a invadir seus pensamentos. "Será rica, muito rica. Dona de tudo o que me pertence, assim que eu morrer" Ela não ia negar, nunca precisou tanto de dinheiro como agora. A mãe piorava cada vez mais, Lúcia apesar de ser uma boa menina, precisava de muitas coisas...e sem falar nela mesma. Então sim, ela se viu tentada em aceitar...e o maior motivo, não era a necessidade que sua família passava, mas sim o prazer que seria pirar na fazenda Monterrubio pela porta da frente...contemplar a expressão de horror de Almerinda, ao vê-la tomar o lugar de senhora da casa grande. E o maior motivo de todos...fazê-la pagar pelo que Eusebio lhe fez... Júlia não conseguia esquecer a violência que sofreu naquela noite, e sabia que Almerinda Albeniz...estava envolvida! Mas sua mãe implorou para ela não aceitar, que sua vida séria um verdadeiro inferno. Mas estava errada, ela já havia estado no inferno a duas semanas atrás...e estado nas mãos de um verdadeiro demônio...isso, ela era incapaz de esquecer. Após deixar o roseiral, a florista seguiu para o hospital outra vez...mas não imaginava que outra surpresa a esperava. Ao entrar na recepção e seguir para o andar dos quartos, Júlia entra no quarto onde Estefânia se encontrava, e foi pega de surpresa ao ver a mãe fazendo as malas. _Recebeu alta?_ Estefânia sorriu fraco. Seu rosto estava pálido, seus cabelos bagunçados, finos, ralos e sem brilho lhe aparentavam ter envelhecido quinze anos_ Mãe...por que está guardando as coisas? _Não posso mais ocupar o leito, querida_ Júlia olhou em volta, e viu a papelada sobre a cama_ Eu... _É por falta de pagamento no é_ Estefânia não respondeu, voltou a dobrar a última peça de roupa_ Estão colocando você pra fora, porque não foi pago o restante da quimioterapia...estão te colocando pra fora... _Júlia.. _Não podem fazer isso! _Júlia...querida... Estefânia caminha lentamente até a filha, mas a jovem sai desesperada do quarto e anda as pressas pelo corredor, com Estefânia se arrastando logo atrás. Assim que vê o médico e diretor do hospital, Júlia para...Almerinda estava ao lado dele, e assim que a vê, ela abre um sorriso perverso. _Foi você! SUA MALDITA!_ Ela sentia tanta raiva...tanto ódio, que não conseguiu se conter._ EU MATO VOCÊ... SUA DESGRAÇADA! O tapa foi certeiro, mas o doutor segurou Júlia pela cintura, a fazendo girar para o lado contrário. _Se acalme senhorita, por favor. _ELA ESTÁ LOUCA! Almerinda gritou, e logo um segurança a segurou também. _FOI VOCÊ...EU SEI QUE FOI VOCÊ!_ Estefânia tentava acalmar a filha, mas logo caiu desmaiada._ MÃE... Mãe... Os enfermeiros a levantaram correram para a sala ao lado. _ELA NÃO PODE SER TRATADA AQUI! _ Almerinda dizia dando de dedo no rosto do médico_ Santiago é o doador desse hospital, e como madrasta dele eu proibido a permanência dessa mulher nesta clínica. _Senhora... Júlia acertou outra vez Almerinda, dessa vez a fazendo cair sentada no sofá de visitas. _Pode continuar o tratamento, doutor_ Júlia o encara_ As pendências serão pagas hoje no fim da tarde...assim como todo o tratamento. Ela se virou e caminhou até a saída. Entrou em seu caminhãozinho e dirigiu até a fazenda Monterrubio. Sabiá a viu estacionar e correu em sua direção. _O que faz aqui, Juli...vá embora antes que um dos patrões te veja! Júlia arrumou o chapéu na cabeça e encarou Sabiá. _Santiago Monterrubio está? Sabiá confirma com um aceno. Júlia passa pelo amigo, mesmo ele implorando para ela não entrar. _Onde a senhorita vai?_ Júlia se virou e viu a governanta_ Não pode entrar na casa grande sem ser convidada. _Onde fica o escritório do senhor Monterrubio_ A mulher olhou sem entender...mas apontou para a direção contrária_ Obrigada! _Mas não pode entrar...o senhor Santiago não irá gostar...menina...ei.. Júlia passou por ela e abriu a porta dupla do escritório. Santiago estava alheio ao seu redor, concentrado nos papéis. _Boa tarde. Ele levantou o olhar, e seus olhos encontram os de Júlia. Sim, apesar da aparência doente... Santiago Monterrubio é um homem muito bonito. _O que faz aqui... Júlia tirou o chapéu e seus cabelos castanhos caíram em cascatas... fazendo Santiago olhar admirado. _Aceito... aceito me casar com você!
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