Corremos muito, eu entro na frente do Bryan e fico de costas para o Henrique.
Ana_ Parem com isso meninos.
Bryan_ Vaza Ana, deixa eu dar um sacode nesse moleque.
Henrique_ Vem para cima vacilão, acha que tenho medo de você?
Bryan_ Deveria ter.
Henrique_ Você não mete medo em ninguém.
Já formou um circulo de pessoas a nossa volta, eu coloco minhas mãos nos p****s dos meninos tentando os separar, eles se agridem verbalmente.
Ana_ Para Bryan.
Bryan_ Cala a boca Ana, vaza daqui.
Ele me empurra e eu caio no chão, quando o Matheus me levanta, o Henrique e o Bryan estão trocando socos e ponta pés, eu fico desesperada, eu grito sem parar, para que parem com a briga, mas os meus gritos são totalmente ignorados, a briga só termina quando o meu pai e o professor de educação física os separa e os leva para a diretoria. Voltamos para a sala de aula.
Matheus_ O Henrique vai ser suspenso.
Ana_ Meu pai não faria isso.
Matheus_ Seu pai faria sim, é mais fácil ele suspender o Henrique do que o Bryan, o seu pai não gosta do Henrique e o Bryan é o genro dele.
Ana_ Eu não tenho nada com o Bryan que inferno, eu cansei de dizer isso.
Matheus_ Hoje toda aquela i********e me pareceu que vocês tem algo sim.
Ana_ Não temos i********e alguma, eu nem sei porque ele fez aquilo.
Matheus_ Eu posso imaginar o motivo.
Ana_ E qual é?
O Henrique entra na sala, sua camisa esta toda suja de sangue, mas ele não parece machucado.
Matheus_ E ai cara?
Ele guarda as suas coisas.
Henrique_ Depois nos falamos Matheus.
Ana_ Henrique, você está bem?
Ele me ignora, pega a sua mochila e sai da sala. O Matheus e eu olhamos pela janela a Larissa esta conversando com o meu pai, assim que o Henrique se aproxima eles vão embora, a secretaria do meu pai entra na sala e pega as coisas do Bryan.
Matheus_ Como o Bryan esta?
Viviane_ Parece que ele quebrou o nariz.
Matheus_ Nossa que pena.
Ela sai da sala.
Ana_ Nossa que pena? Você é um falso sabia.
Matheus_ Eu não poderia comemorar na frente de todo mundo, se tem uma coisa nessa vida que eu tenho certeza é que eu nunca vou entrar em uma briga com o Henrique, toda vez que ele briga, as pessoas saem com o nariz quebrado.
Ana_ Depois que o Henrique surgiu com a ideia de querer saber mais sobre o pai dele, estou achando ele estranho, agressivo.
Matheus_ Eu gosto do jeito agressivo dele, quando é com o seu namoradinho.
Ana_ Ele não é o meu namorado.
Matheus_ O Bryan sempre pega no pé do Henrique, não aceita que ele é melhor no futebol e so se aproxima de você porque sabe que vai atingir o Henrique. E você está dando corda para ele.
Ana_ E porque se aproximar de mim, atingiria o Henrique?
Matheus_ Você é amiga dele, claro que ele não quer que você se envolva com um cara como o Bryan.
Ouvimos barulho de um carro entrar no pátio do colégio, olhamos pela janela. A mãe do Bryan esta desesperada, a ambulância chegou para prestar atendimento para ele. O Matheus tira uma foto.
Matheus_ Vou mandar para o Henrique.
Ana_ Ele deve estar tomando o maior sabão da mãe dele.
Matheus_ Mas valeu a pena, o Bryan se acha demais, acha que todo mundo tem medo dele, a moral dele agora já era, Henrique Collins o quebrador de nariz é o novo rei do pedaço e o melhor, ele é o meu melhor amigo.
Ana_ Pelo amor de Deus Matheus.
Matheus_ Você não faz ideia a quantidade de menina que vai dar em cima dele quando ele voltar, elas gostam desses caras durões.
Só de pensar em alguma menina dando em cima do Henrique eu fico com raiva.
Ana_ Vamos prestar atenção na aula agora?
Matheus_ Vamos.
Assim que saímos do colégio, eu envio uma mensagem para o Henrique.
Ana_ Oiii, como você está? Você não deveria ter brigado.
Guardo o meu celular.
Matheus_ O Henrique está suspenso por cinco dias.
O celular dele vibra.
Matheus_ Olha a foto que ele me mandou.
Ele esta deitado em sua cama, sem camisa, e com uma cara de quem não esta se importando com o que aconteceu. Ele manda uma áudio para o Matheus.
Henrique_ Cola aqui em casa mais tarde para irmos para o treino juntos.
Matheus_ Sua mãe não te colocou de castigo?
Henrique_ Ela queria, mas ainda não me deram nenhuma punição. Vai esperar o meu pai chegar.
Eles continuam conversando, a mensagem que eu mandei para ele não foi visualizada. Desço no meu ponto e vou para casa. Faço o almoço, almoço, arrumo a cozinha, olho o meu celular, o Henrique não me respondeu ainda. Tomo um banho e vou até a casa dele. A Abadia abre o portão, me sento no sofá e espero ele descer, estou esperando a quase vinte minutos e nada, eu subo as escadas e entro no seu quarto, ele esta deitado, sem camisa mexendo no celular. O seu quarto é bem organizado.
Henrique_ O que você quer?
Ana_ Você não...
Henrique_ Olha se você for me dar sermão, é melhor você ir embora. Minha mãe já me deu sermão.
Ana_ Eu não vou te dar sermão.
Henrique_ Já cuidou do seu namoradinho?
Ana_ Ele não é o meu namorado Henrique.
Henrique_ Pode não ser ainda, mas você estão bem próximos, então eu vou te poupar o trabalho de escolher um lado, eu não quero mais ser o seu amigo.
Ana_ Você vai ser o meu amigo sim, seu i****a, quem você acha que é para desfazer a nossa amizade assim?
Eu vou para cima dele e lhe dou uns tapas, ele segura os meus dois braços e me puxa para cima dele, eu olho fixamente em seus olhos, as minhas bochechas estão queimando.
Henrique_ Você é uma chata, sabia?
Ana_ É eu sei, você pode me soltar agora?
Ele me solta, eu me levanto, ele se senta na cama.
Ana_ Você se machucou?
Henrique_ O Bryan bate igual você, não tem como me machucar.
Ana_ Ora seu.
Ele da uma gargalhada.
Ana_ A Viviane disse que estavam suspeitando que o nariz do Bryan quebrou.
Henrique_ Ele deu sorte, eu queria quebrar a boca dele.
Ana_ Você sabe que ele vai querer se vingar de você.
Henrique_ Deixa ele vim, não tenho medo.
Ana_ Ele é covarde, vai te pegar com uma turma.
Henrique_ Ele te disse isso?
Ana_ Não, eu não conversei com ele. Eu conheço um pouco sobre ele, sei que ele é capaz de fazer isso.
Henrique_ Olha, eu não tenho medo, pode vir ele e quantos ele quiser chamar.
Ana_ Você esta muito valente, não acha?
Henrique_ E você esta parecendo a minha mãe.
Ana_ Hoje você esta impossível, já vim, já te vi, agora vou embora.
Henrique_ Fica mais um pouco, a gente pode assistir um filme.
Filme? As borboletas do meu estomago ficam alvoroçadas.
Ana_ Eu acho que não é uma boa ideia.
Ele da um sorriso s****o.
Henrique_ E por que não?
Ana_ Eu tenho algumas coisas para resolver.
Henrique_ Sei, aposto como vai la ver o seu Bryan.
Ana_ Para com isso Henrique, eu já te disse que eu não tenho nada com o Bryan.
Henrique_ Então vem, senta aqui.
Ele bate sua mão no colchão.
Henrique_ Vamos assistir um filme.
Meu coração bate muito acelerado, toda vez que duas pessoas assistem filme, sempre rola alguma coisa, ao mesmo tempo que eu quero que role algo, eu estou com medo do que vem depois, eu não quero perder a amizade do Henrique. Ele me puxa pelo braço e me senta na cama. Ele liga a TV.
Henrique_ O que você quer assistir?
Ana_ Qualquer coisa?
Henrique_ Hum, essa opção não tem.
Ana_ Qualquer coisa.
Henrique_ Vou colocar um filme de terror.
Ana_ Não, eu não gosto de filme de terror.
Henrique_ Não precisa de medo, eu vou estar aqui com você.
Ana_ Nada de filme de terror.
Ele revira os olhos.
Ana_ Coloca um filme de romance.
Henrique_ Que romance Ana? não vou colocar filme de romance, romance é para mulherzinhas.
Agora foi a minha vez de revirar os olhos.
Ana_ Então o que sugere?
Henrique_ Um filme de super heróis talvez?
Ana_ Aquele ultimo que saiu da Marvel, eu não assisti.
Henrique_ Eu assisti no cinema, mas eu posso assistir de novo com você, é muito f**a.
Ele coloca o filme, fecha a porta, apaga a luz e depois deita a sua cabeça no meu colo, eu fico imóvel por um tempo, meu coração bate tão acelerado, eu passo minha mão em seus cabelos, ficamos em silencio assistindo o filme, minha boca esta em silencio, mas a minha cabeça, esta fazendo tanto barulho. Estou confusa, será que ele deitou em meu colo por sermos amigos ou ele gosta de mim. Eu queria tanto que fosse a segunda opção, namorar o Henrique seria tudo de bom, apesar que iria surtar por ele ser tão briguento, e quando uma menina desse em cima dele, nossa eu seria a briguenta, eu surtaria. Ele da uma risada, eu não estou conseguindo prestar atenção no filme, estou tensa. A porta do quarto se abre.
Ryan_ Henrique, quero......opa, me desculpem, oi Ana como vai?
Eu quero morrer.
Ana_ Bem e você?
Ryan_ Ótimo.
Henrique_ O que ia falar pai?
Ryan_ Nada de importante, bom filme.
Ele fecha a porta, o Henrique volta a assistir o filme, e eu estou com tanta vergonha.
Ana_ Henrique, acho que é melhor eu ir embora.
Henrique_ O filme esta na metade, espera terminar.
Ana_ Eu estou com tanta vergonha do seu pai.
Ele me olha.
Henrique_ Vergonha? Não estamos fazendo nada de errado.