O CEO EM MINHA VIDA

CAPÍTULO 2 (MASSIMO ROSSI)

Eu sou Massimo Rossi, CEO do Império do Grupo MTC-ROSSI. Sou um homem temido por alguns, odiado por outros e desejado por muitos.

Afinal, quem não quer ser a senhora Rossi e ter o poder em suas mãos?

Minha presença onipotente não passa despercebida por onde eu passo, ainda mais sendo chefe de uma poderosa família no mundo dos negócios. Tenho tudo aos meus pés, ou melhor, tudo que desejo.

Quando minha esposa morreu, meu mundo desabou. Um acidente a tirou de mim; jurei em seu túmulo, entre lágrimas de desespero, cuidar de nossa filha com minha vida. Entretanto, algo aconteceu: meu pequeno Enzo silenciou. Seu amor e carinho por mim acabaram; tentei de todas as maneiras resgatá-lo, mas não consegui. Enzo não falou mais nenhuma palavra comigo, a não ser as mesmas que me machucam ao ouvi-lo:

— Massimo, traz a mamãe de volta.

Não importa o que eu fale ou faça, ele continua escondido em um mundo que criou e me excluiu de lá. Isso acabou de me destruir.

Mergulhei em um mundo de trevas. Morrer ou viver já não me importa. Perdi minha esposa e meu filho me odeia...

Sinto-me inútil e ainda não cometi uma besteira apenas porque sei que Enzo precisa de mim. Perdi minha humanidade, não tenho sentimentos.

Estamos perdidos. Eu e meu filho precisamos de luz...

Hoje é domingo e, durante o almoço, converso com meu pai sobre o que está acontecendo com Enzo. Aproveitarei o momento para pedir que Ivan agende uma entrevista para a vaga de babá do Enzo e que ele possa entregar os currículos a tempo.

— Pai, preciso da sua ajuda para encontrar uma babá para trabalhar aqui.

Meu pai me olha com um brilho nos olhos, pois gosta quando o seu filho, que é conhecido como o todo-poderoso CEO, pede ajuda a ele.

— E o que posso fazer por você, meu filho?

— O senhor pode ligar para o Ivan e pedir a ele que, por favor, lhe envie uma lista de babás para entrevista? A mãe comentou que ele era muito bom nisso, minucioso em suas escolhas e que ajudava algumas de suas amigas.

Se não encontrar alguém, Enzo vai ficar sem babá novamente por muito tempo. Preciso entrevistar alguém com urgência. Já falei com ele várias vezes, mas Ivan se recusa a me ajudar, papai. Segundo ele, esse é um momento que pode me aproximar de Enzo se eu passar mais tempo com meu filho. Não sei se ele esqueceu que nossas empresas não funcionam sozinhas.

Ele me olha sabendo muito bem o que estou pensando.

— Espera, ele não está falando com você de novo?

— Pai, já estou acostumado. Meu medo é que ele volte a parar de comer novamente. Já entrevistei algumas candidatas que a Jasmim indicou, mas elas parecem todas robóticas, como ela, e eu não quero mais alguém assim para cuidar dele. Acho que ele precisa de alguém diferente para isso.

Papai, Ivan é da família e já conhece melhor o que realmente preciso. Ele pode muito bem facilitar a minha vida.

— Está bem, vou falar com ele e pedir para que te envie alguns currículos. Afinal, não são todos os dias que o orgulhoso do meu filho pede a minha ajuda.

— Pai, por favor, só peça isso a ele e pronto.

— Meu filho, sempre atencioso.

Meu pai sorri e tira o celular do bolso, então ele liga para o Ivan e fala algumas coisas com ele.

— Pronto, ele vai enviar os currículos dentro de algumas horas.

Como foi uma ordem direta do grande Senhor Rossi, não houve objeção. Independentemente de eu ter assumido o império Rossi, não há como esquecer que meu pai sempre foi muito bom nos negócios e influente em muitos países pela sua capacidade. Ele deixou o seu legado como um peso para mim, mas o respeito que ele tem pelas pessoas é notável, e Ivan é uma dessas pessoas. Ele trabalha com meu pai há mais de 20 anos, por isso não pode dizer não.

— Obrigado, pai. Não esperava menos de você.

— De nada, meu filho. Agora me deixe terminar de comer em paz.

— Bom apetite, papai.

Enzo se recusou a sentar na mesa comigo, e meu pai disse para não forçá-lo. Ele mesmo levou o almoço do neto ao quarto e lhe deu de comer. Com os avós, meu filho é totalmente diferente de quando está comigo. Ele sorri, brinca e é alegre. Mas basta me ver e esse brilho apaga.

Tenho tido toda a paciência possível, mas às vezes sou vencido pela raiva de ver como meu filho me trata. O comportamento dele piorou porque gritei com ele há 3 dias, pois se negava a comer.

O domingo terminou e finalmente chegou a segunda-feira. Hoje, tenho algumas candidatas para entrevistar pela manhã e, após isso, tenho que me focar em uma negociação importante que fará nossas empresas ganharem milhões com o fornecimento desses motores para um novo projeto de carros elétricos.

Levanto da cama, faço a minha higiene matinal e decido vestir uma calça jeans e uma t-shirt. Vou para o meu escritório e começo a trabalhar de casa enquanto aguardo as entrevistadas chegarem. Espero que sejam pontuais.

Minutos depois, dois toques soaram pela minha sala e, em seguida, Jasmim entra com uma bandeja de café.

— Bom dia, Sr. Rossi.

— Bom dia, Jasmim.

— Seu café. Sr. Rossi, gostaria de saber se vai fazer as entrevistas em seu escritório ou no jardim?

— Farei aqui mesmo. Quando chegarem, traga-as para o meu escritório.

— Assim será. Vou me retirar.

Ela saiu e eu fiquei resolvendo algumas questões, assinando contratos e outros papéis autorizando alguns gastos para a empresa. Eu nunca assino nada sem ter certeza de que está tudo em conformidade; tenho paciência para ler os contratos para não haver nenhuma tentativa de fraude bem debaixo do meu nariz.

O tempo passou e, novamente, soaram dois toques na porta. Em seguida, Jasmim entrou em minha sala. Levantei a cabeça e, ao ver o par de olhos azuis e lindos, por um segundo, perdi-me neles. Logo voltei a mim e levantei os ombros de forma suave para não chamar a atenção delas.

— Sra. Oliveira?

— Desculpe por interromper, Sr. Rossi, mas a jovem para a vaga de babá do Enzo chegou.

— Obrigado. Pode se retirar.

Dito isso, voltei a minha visão para os papéis à minha frente, embora desejasse apreciar melhor aquele par de olhos azuis como o céu. Notei que ela continuava em pé e decidi não falar nada para ver por quanto tempo ela pretendia ficar assim.

Do nada, ela decidiu pigarrear e notei que era para chamar a minha atenção. Então decidi me pronunciar.

— Quanto tempo pretende se manter aí em pé?

— Estava aguardando a sua autorização. Obrigada, vou me sentar agora.

Ela respondeu em um tom seco e irônico.

— Além de distraída, tem a língua afiada. Espero que aprenda a controlá-la enquanto estiver na casa. Eu zelo muito pelo que é transmitido para o meu filho.

Fiz algumas perguntas a ela, algumas necessárias e outras nem tanto, até porque eu já sabia as respostas. Decidi matar a minha curiosidade em saber se ela tinha namorado ou não.

— É comprometida?

Pelo olhar, notei que ela não esperava por essa pergunta.

— Essa é uma informação pessoal, Sr. Rossi.

Ela respondeu rápida e ríspida, mas como a resposta não foi do meu agrado, fui insistente e ela acabou respondendo com uma cara emburrada.

— Solteira, Sr. Rossi.

Como a resposta foi do meu agrado, senti-me mais tranquilo. Primeiro, porque é errado ter esse tipo de química com mulheres comprometidas e, segundo, eu precisava saber. Não é como se eu quisesse conquistá-la, mas se ela dissesse que sim, teria me repreendido por ter tais pensamentos.

Continuei a entrevista e expliquei sobre o comportamento do Enzo a ela. Notei também que ela era uma mulher sentimental e acreditava no amor. Mas no final da nossa entrevista, fui surpreendido pela audácia dela.

— Prazer, eu sou Thayla Evellen e o senhor?

— Isso eu já sei, afinal, eu selecionei o seu currículo.

— Certo, mas eu não sei adequadamente o seu nome, Sr. Rossi.

— Massimo Rossi.

— Muito obrigado, não custou nada, chefe.

— Pode se retirar, Sra. Thayla Evellen.

— Com a sua licença, Sr. Massimo Rossi, desejo-lhe um bom trabalho.

Essa mulher era totalmente diferente das mulheres que eu conhecia. Todas faziam de tudo para parecer elegantes e esbeltas para chamar a minha atenção.

Ela me deixou curioso sobre ela, mas meu filho é a minha prioridade. Não devo me deixar levar apenas porque ela é a primeira mulher que despertou em mim o desejo de tê-la em meus braços depois de muito tempo.