A peruca e a discípula da boneca Emilia

1430 Words
Expliquei a Rubi todo o meu plano, talvez fosse tédio ou eu realmente lembrasse do meu passado ao ver aquela garota, isso me preocupava um pouco. Não pensei que o meu passado ainda tivesse tanta influência em minha vida, mas eu estava errada. — Babá! — Rubi gritou deitada na sua própria cama. — Senhorita! Eu estava te preocupando há horas. Onde você estava? Me disseram que você estava doente, mas quando cheguei na cama, era uma boneca que estava em seu lugar e ninguém da casa sabia onde vocês estava. Não faço mais isso. Sabe como o seu pai vai reclamar se souber que você desapareceu nem que seja um segundo. Já te disse que ele pediu para eu ficar de olho e manter você bem longe daquela mulher, ele não quer que se encontre com aquela mulher lá misteriosa, deve ser um brinquedo novo que ele arrumou e não quer te misturar com lixo. — A babá dizia de forma arrogante ao entrar no quarto desesperada ao ouvir os gritos e o alerta que vinha do quarto da menina. — Porque ele não quer que eu encontre com essa mulher? — Rubi perguntou, agora sei porque ela sabe sobre mim. Definitivamente, Hades tem um péssimo RH. Ele não acerta com os funcionários. — Você é o maior tesouro dele. Sabia que se você guarda bijouteria com peças de ouro pode danificar a original? — A babá explicou para Rubi. Ela não percebeu que eu tentava o tempo inteiro no closet. — Experiência própria? Ao roubar as jóias de uma criança inocente, misturou com as suas bijouterias vagabundas e percebeu que deu errado? — Perguntei ao sair do closet, prendendo as mãos coladas colada no corpo da babá com ajuda de uma calça jeans, impedindo a sua movimentação. — Quem é você? — A babá perguntou preocupada. Não acredito que essa casa costume receber visitas. — Eu? Sou alguém que nunca vai misturar bijouteria e original. — Respondi com um sorriso. — Estér? — A mulher disse antes de cair no chão, como se tivesse perdido as forças, como se conhecesse a fama que tenho, quer dizer, Estér, daqui a pouco até eu mesma vou acreditar que sou essa mulher, no ritmo que vão as coisas. — Pode me chamar de seu maior pesadelo, mas antes me responda algo. Como se sentiu ao roubar uma criança inocente? — Perguntei sem soltar a calça que imobilizava aquela babá. — Não... Eu não fiz nada. Deve ser um m*l-entendido. — A babá disse gaguejando, parecia nervosa, o que era esperado, ser pega no flagra roubando não é agradável. — Acredito que você que não está entendendo bem, não vim aqui para confirmar se você havia roubado. Eu tenho certeza que fez isso. Talvez Hades não tenha percebido, mas o colocar de joaninha com pedras de rubi que está usando é original e custa mais que a sua vida. E claramente é um acessório infantil. — Falei puxando o colar do pescoço dela. — É... da minha...filha...— A mulher gaguejou me olhando tremendo. Não sei quem é Estér, mas ela parece causar muito medo nas pessoas. — Sabe o que eu estava pensando? Talvez depois da aula que deu para a menina, sobre não misturar bijouteria com joias, em retribuição devemos mostrar como é fácil notar algo falso. Não concorda comigo? — Falei mostrando a tesoura na minha mão. — Prometo que depois disso você vai saber porque não se deve trocar as joias e as bijuterias de outras pessoas. — Rubi, peça ajuda. Rubi essa mulher é perigosa. Aperta o alarme. — A babá gritou tentando fugir de mim. — Qual peruca você prefere? Essa ou essa? — Rubi mostrou duas perucas que ela tinha, pelo que entendi, Hades havia comparado para fantasias, uma branca longa e uma rosa curtinha. Eu duvido um pouco que caiba na cabeça dessa sem futuro. — Rubi! Ela vai me machucar! Me ajude. Peça ajuda. — A babá gritou tentando escapar. — Se eu fosse você, não faria isso. Pode acabar se machucando. Se ficar paradinha, prometo que nada de m*l vai acontecer. — Expliquei sorrindo ao ver a babá completamente pálida, acha do que a vida dela correria risco. Aos gritos daquela mulher, eu picotei todo seus cabelos, os três patetas só surgiram quando já não já não havia mais cabelo para cortar, está cheio de buracos, completamente repicado e curto. Tinha cabelo por todo o chão. Rubi gritava com os gritos de desespero daquela mulher que um dia já teve o cabelo tão longo que chegava à cintura. — O que está acontecendo aqui? O que fizeram com ela? — Márcio perguntou assim que viu a cena. — Ficou com pena? Leva para casa. Estamos falando de uma mulher que roubou o patrão de vocês, debaixo do mesmo teto e do nariz de vocês. — Falei soltando a tesoura. Cansei mais do que imaginei. — Não é assim que funciona. Não pode simplesmente destruir o cabelo de alguém, sabe que posição é a sua dentro desse casa. Já tem mais mordomias do que deveria. Não queria ir além do que se pode. Não é porque pode voar, que deve. — Cláudio não acreditava no que estava vendo, mas ele não fazia a mínima ideia com quem estava lidando, literalmente. — Eu sei, mas não pude conter a minha raiva quando eu vi que ela está usando da inocência da pequena Rubi, uma criança que confiava muito nela, para furtar as suas jóias e ainda ousou negar. Nem pediu desculpas quando foi descoberta. Compreendo que pensa que me excedi, mas não poderia me falar diante de tal injustiça. Foi mais forte do que eu. Entende? Juro que tentei o meu melhor para me segurar e não me meter, mas quando me dei conta, já estava aqui picotando o cabelo dela. — Não sei como, mas até consegui deixar os meus olhos lacrimejando. Deveria tentar ser atriz. — Pow, cara. Ela não está errada. Quem faz algo assim com uma criança inocente? Eu entendo a resposta da loira estranha. Vamos deixar como está as coisas. — Edson colocou a mão no ombro de Cláudio. — Você sabe quem é ela? Essa loira que você está tentando defender não é nada boazinha. Ela deve ter uma razão para fazer isso. Não caia nessa. Vamos levar as duas para conversar com Hades. Deixe ele resolva isso. Não é função nossa julgar quem é certo ou errado. Hades apenas quer que a gente mantenha as coisas em paz e equilíbrio. Apenas temos que impedir que as tudo saia do controle e relatar tudo para ele. Vamos prender as duas e esperar que ele chegue. No fim, as duas erraram iguais. — Cláudio antes o martelo, parecia ter o poder do voto final. O que era um problema, já que a decisão dele me levava para prisão. — É, cara. Se a gente aliviar para loira, o chefe não vai gostar. Ele deixou claro que a gente nem deveria falar com ela. Quem dirá passar a mão nesse delito. Só o Hades poderia resolver essa situação, meter a mão na mulher não faz que isso seja certo. Vamos levar as duas para o galpão. — Márcio olhava para sua amante com tristeza e vergonha, o seu cabelo da víbora parecia os das minhas bonecas depois de voltar do salão que eu era a cabeleireira chefe quando criança. — Sim, bora as duas. Vou avisar ao Hades o que aconteceu e ele deve aparecer para resolver. Até lá, as duas vão ficar sem contato com ninguém, sem comer ou sem qualquer mordomia. Quando o chefe chegar, ele decide o que vai fazer com as duas. Márcio, leve a Ester. Edson, traga a assustadora, Ester realmente não pegou leve com ela. — Cláudio se virou para porta, mas se surpreendeu com Rubi de braços abertos impedindo a passagem do segurança. — Ninguém vai tirar a Ester daqui. Estou doente. Se ela for ter que ficar de castigo terá que ser aqui comigo, eu também participei da brincadeira. Fugirei de casa se você tentar me impedir. Sabe que eu realmente posso fazer isso, ainda mais doente, tenho certeza que todos aqui vão ficar enrascado. — Rubi definitivamente era discípula de Emília, do sítio do p**a-p*u cheia de planos e intrigas. Ninguém segurava aquela língua. — Sou sua fã, Rubi. Você é maravilhosa. Ninguém segura essa menina. E agora, Cláudio? O que pensa em fazer? — Gargalhei com a expressão que os três patetas faziam desesperados sem saber o que poderia fazer.
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