Ele escolhe a música, mas eu defino o ritmo

1430 Words
— Alguém pode me explicar porque a refém dessa casa não está apenas andando pela casa sem preocupação, a ponto de preparar sanduíches e me convidar para comer? — Hades não parecia nenhum pouco feliz com a minha presença naquela cozinha. Eu estava bem animada, tinha conhecido boa parte da casa e notado que esse horário da noite não haviam funcionários circulando pelo lugar. Talvez sejam dispensados à noite. Testando apenas os três patetas. O que me deixa ainda mais confusa sobre Hades, mas era melhor ser cuidado por eles. Tenho que ajudar eles, não posso deixar eles em problemas, quero os três do meu lado. Agora é uma boa oportunidade para isso. — Eu te explico tudinho, mas às sós. Pode liberar os seus capangas. Eles são ótimos, mas eu prefiro quando você está me vigiando. — Sentei na bancada, cruzando as pernas e mordendo a torrada. Hades me olhou bravo. — Vocês três... fora daqui. Antes que eu enlouqueça e faça picadinho de vocês. — Hades disse enquanto se aproximava de mim bem devagar. Os três patetas me olharam, preocupados com o que eu diria para Hades. Pisquei os olhos para eles e sorri. Aliviados com o sinal que tudo ficaria bem, os três acenaram antes de correr da cozinha sem nem olhar para trás. Eu deveria está assustada, mas não tinha como não me divertir com essas pessoas. Assustador era viver com a minha mãe e o meu pai. Aqui é incrivelmente feliz. — Me explica o que você está tentando fazer fazendo sanduíches e seduzindo os meus funcionários — Hades apoiou os seus braços no balcão, me deixando entre eles. Os nossos olhos estavam se encontrando. Queria rir, mas tinha sensação que deixaria ele ainda mais irritado. — Abre a boca. — Sussurrei no ouvido dele. — E se eu não quiser? — Hades parecia uma criança fazendo birra. — Eu comerei sozinha. — Respondi dando outra mordida. — Pode comer então. Vamos, desça daí. Não quero saber de vocês seduzindo os meus funcionários. — Hades parecia decepcionado, esperava que eu insistisse, mas que graça teria se ele tivesse tudo de mãos beijadas. Desde nova aprendi que as pessoas só querem aquilo que não podem ter e nunca valorizam o que tem na mão. Pode ter toda a riqueza do mundo, mas sempre estará satisfeito, sempre querendo aquilo que não se tem ou é de outro. Com Hades não será diferente, assim como não foi com Pedro. — E se eu não quiser sair? — Descruzei as minhas pernas, enrosquei ela na cintura dele, fazendo com que os nossos corpos colarem um no outro. Hades sorriu, no fundo, estava triste por eu ter desistido. — Terei que te tirar a for..— Hades não conseguiu terminar de falar. Coloquei o sanduíche na sua boca. — Não gosto de comer sozinha. Perco o apetite. Assim que terminar, prometo que vou para o quarto sem criar confusão. — Expliquei ao ver ele mastigando o sanduíche. Não era mentira. Passei tanto tempo comendo sozinha em uma mesa enorme, em uma mansão tão grande e vazia, que não me sinto bem em comer sozinha, como se voltasse as lembranças daqueles anos que morei com meus pais. — Combinado. Agora podemos comer na mesa ao menos? Essa posição é um pouco... — Hades tentou se afastar, mas parou com medo de me derrubar. Eu podia sentir levemente que algo estava acordando nas suas calças. — Acredito que será um pouco mais confortável. — Concordo. Então, pode me levar até lá nos seus braços? Estou sem sandália. O chão deve está frio, né? — Sugeri. Hades me olhou assustado. Como se não conseguisse saber o que fazer. Passei as mãos pelo pescoço dele, enquanto deixava as minhas pernas bem presa nele. Por fim, sussurrei em seu ouvido — Não se preocupe, eu só mordo se me pedir com carinho. — De onde foi que tirou que você é inofensiva mesmo? — Hades respondeu sem olhar nos meus olhos. Tenho certeza que dessa vez, sentiu o impacto do meu avanço. Definidamente, nunca pensei que um sequestro poderia ser tão divertido. Será que é a chamada Síndrome de Estocolmo? Pior que nem parece que estou realmente sequestrada. Que bagunça divertida que me meti dessa vez. — O que foi? O seu coração está acelerado? — Perguntei brincando. Estávamos tão perto. Eu podia ouvir muito bem que o coração dele batia bem acelerado. — Não se preocupe. Não é perigoso para mim, mas para os meus homens, você pode conseguir abalar o coração deles com esse vestidinho, a fala manda e esse sorriso que parece inocente à primeira vista, mas é cheia de maldade. Nem se anime. As reações que estou tendo não são nada mais que fisiológicas. Sentiria por qualquer mulher. Você não é especial. — Hades respondeu sem me olhar. Tive que segurar a risada. Do jeito que estávamos, ele segurou a minha cintura com uma das mãos, com a outra levou o prato que estavam os sanduíches. Por fim, nos levou até a mesa que ficava na sala ao lado. Me sentou em uma das cadeiras com cuidado. — Vou buscar o suco. Vê se não apronta. Não quero acordar as pessoas que estão dormindo. — Hades disse antes de sair da sala de jantar, me deixando completamente sozinha. Olhei para porta que daria na sala. Pensei o que aconteceria se eu tentasse sair correndo daquele lugar. Será que haveria alguém fazendo a segurança do lugar do lado de fora? Talvez assim que eu passasse pela porta fosse capturada e Hades aumentasse toda a segurança ao meu redor, retirando os caprichos que me foram dados. Tinha que escolher o momento certo para fugir. Pode ser a minha única chance. O meu tratamento pode mudar completamente se houver uma fuga falha. Gosto do conforto que tenho. Até eu conseguir sair daqui, prefiro que continue assim. É melhor ter paciência. — Fico feliz que não pensou em fazer nenhuma arte. Há atiradores de elite no jardim. Se alguém que não tenha autorização surgir no jardim, eles atiram primeiro e perguntam depois. Sei que você está cheia de mordomias aqui nessa casa, mas se eu descobrir que você aprontou alguma, irei colocar você no galpão com pão e água. Escolha com sabedoria. — Hades disse colocando o copo de suco ao meu lado. Era uma ameaçada velada da parte dele. — Penso que foi a ameaçada mais fofa que já me fizeram. Não é a primeira vez que me ameaçam, isso é óbvio, mas tenho que admitir que é a minha favorita. Também é a primeira vez que não tenho vontade de me vingar depois de ouvir. Podemos começar a comer, estou com fome? — Puxei a cadeira que estava ao meu lado e bati, para que Hades sentasse ao meu lado. Acreditei que não aceitaria, mas para minha surpresa, ele sentou sem dizer nada. — Você é do tipo vingativa? — Hades perguntou enquanto se servia um copo de suco. — Sim, rancorosa, vingativa e minuciosa. Também sou do tipo que sempre consegue o que quer. E você, de que tipo que é? Além de um sequestrador de meninas inocentes e vulneráveis. O que será que o meu sequestrador esconde? — Perguntei com a cabeça apoiada na mesa, olhando para ele. — Inocente e vulnerável? Essas palavras não combinam nenhum pouco com você. Ainda mais, quando me olha dessa forma. — Hades respondeu sorrindo. — Como te olho? — Perguntei sorrindo. Fazia bastante tempo que não sentia dessa forma. Flertar era divertido. — Como se fosse me devorar na primeira oportunidade que tivesse. — Hades colocou um fio de cabelo atrás da minha orelha. — Não sabia que os meus olhos eram tão sinceros. De toda forma, quem é o me sequestrador gato mesmo, ehn? — Insisti. Sabia que Hades estava tentando mudar de assunto, diferente dos três patetas, era difícil tirar qualquer informação dele. — Do tipo que não é enganado por um sorriso meigo e um olhar quente. Por mais que seja de uma mulher bastante irresistível. Agora poderia me dizer como e, porque a senhorita estava aqui na cozinha com os meus homens? — Hades mudou completamente o jogo em questão de segundos. Talvez eu estivesse confiante demais, pensando que ele estava nas minhas mãos, quando, na verdade, eu estava dançando conforme a música que ele colocou. — Ciúmes, bebê? — Brinquei passando a mão no rosto dele. Talvez a música que dançamos tenha sido colocada por ele, mas eu que irei conduzir aquela dança, como eu quiser e achar melhor.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD