O plano de fuga e o cativeiro diferenciado

1618 Words
— Acho que perdi a piada. — Perguntei ao notar que eles estavam realmente se divertindo. — Acha mesmo que vou acreditar nessa historinha? Ninguém aqui é palhaço não. Eu sei exatamente quem é você. Sei que está junto com seu irmão fazendo de tudo para atrapalhar os meus negócios, sendo capaz até de ferir pessoas inocentes. Eu até acreditaria nessa baboseira, se eu não soubesse que tipo de pessoa são vocês dois, mas — Hades respondeu irritado, mas ainda assim, não sentia qualquer perigo. Aquele homem definitivamente não tem nenhuma intenção de me machucar. E agora? O que eu vou fazer. Tudo isso é uma enorme confusão, preciso dar um jeito de explicar que não sou quem ele pensa, mas não posso dizer o meu verdadeiro nome, talvez isso acabe complicando ainda mais a situação se souberem quem realmente é a minha família. Não sei o perigo real, é um risco deixar que a minha família esteja envolvida por enquanto. Talvez os olhos dele cresçam se souber quem sou realmente. — Acredite no que quiser. Não sei que tipo de pessoas você trabalha, mas elas definitivamente pegaram a pessoa errada. De toda a forma, isso não importa, se o senhor pensa em me manter presa, pode ao menos me dar um lugar onde um humano possa sobreviver? Você não confia em você e na sua equipe para tentar manter alguém como eu presa? — Perguntei me aproximando dele. Na mesma hora ele se afastou desnorteado. — Posso te colocar no quadro principal de visitas, mas não deveria ter esperanças, você só poderá sair daqui com a minha autorização. Não se iluda. — Hades levantou se distanciando ainda mais de mim. — Algo me diz que a pessoa que está tentando fugir aqui é você. Não me diga que tem medo de não resistir ao meu charme? Bem, nunca conheci alguém que conseguisse fazer isso. — Brinquei com a situação. Hades agora deve pensar que sou completamente maluca, mas aprendi a seguir a minha intuição. Quando menos me acharem perigosa, maior será minha chance de fugir daqui. Enquanto não sentir ameaçada vindo dele, estou segura. — Será que foi por essa razão que me colocou aqui? Longe dos olhos, longe do coração? Ahhh! Eu entendo. Você deve ser do tipo carne fraca. Não aguentaria me ver demais. Tudo bem. Sendo assim, eu entendo a sua situação. — Uma mulher completamente maluca. Não. Com toda a certeza é problema de fábrica irreparável. — Hades foi em direção da porta — Arrume o quarto principal de visita para essa maluca. Vou mostrar a ela que não sou louco me atrair por um chihuahua barulhento. Se ela der trabalho. Coloquem uma coleira. E não esqueçam de alimentar. Não quero que ela morra e venha me perseguir. Parece do tipo que gruda como chiclete. — Hadezinho, por que não come comigo? Vou me sentir solitária sozinha. Não seria bom, conversar comigo. Ou tem medo do perigo? — Sim, talvez eu fosse um pouco louca. — Não posso mentir que seria muito bom comer com alguém tão lindo. — Vai ficar querendo. Não esqueça que você é uma refém. Darei comida e um bom quarto. Quando o seu irmão aparecer, soltamos você ou deixamos no primeiro hospício que encontrar. Estarei fazendo um bem para humanidade. Seja boazinha. Não crie problemas e terá uma hospedagem confortável, sem grandes problemas. — Hades disse antes de sair, mas pude ouvir ele sussurrando na porta. — Se tocarem um dedo nela ou ela se ferir, vocês vão ter que lidar com o meu próprio ódio. Quero que mantenham ela presa em segurança. Deem tudo que ela pedir, desde que isso não ajude na sua fuga ou contato com o exterior, talvez assim ela fique entretida e não tente aprontar nada. Ester parece ser apenas uma menina mimada que sempre teve tudo nas suas mãos. Não deve ser perigosa. Tive que segurar a minha risada. Aquele homem não parecia ver perigo nenhum em mim, como eu também não tinha dele. Isso é ótimo. Quando ele menos esperar, poderei encontrar uma forma de fugir. Por enquanto, vamos apenas continuar sendo um pouco Verônica. Não seria r**m deixar esse homem arriado por mim. Ele tem um ego enorme e o rosto lindo. Seria loucura querer seduzir o meu sequestrador? Os funcionários conversaram mais um pouco antes de desaparecer me deixando trancada ali, sem me dizer uma palavra sequer. Olhei pela janela, podia ver um imenso jardim. Hades com certeza não era qualquer pessoa. Aquele lugar não deve ser barato, mas quem será que era aquele homem finalmente? Quem era Estér? E o que o irmão dela fez com Hades para que houvesse tanto ódio direcionado para eles? Tenho tantas perguntas sobre toda essa situação. — Senhora, vamos com a gente. O chefe mandou tirar você do galpão e colocar você em um dos quartos. — Um dos homens disse fazendo careta. Não parecia concordar em cuidar de uma refém. — Muito obrigada por me ajudar. Qual o seu nome? — Falei enquanto ele me desamarrava, fazendo charme. — Me chamo Edson. Não foi nada. Fiz apenas o meu trabalho. — Edson respondeu enquanto soltava as minhas mãos, mas fui surpreendida com o colega batendo com tudo na cabeça dele. — Que isso, cara. Pirou? Como tu diz o seu nome para o refém. Esqueceu do que nos ensinaram? Não podemos revelar nenhuma informação pessoal nossa ou externa que auxiliem na nossa identificação ou fuga dela. O chefe pagou caríssimo pelo curso e tu aprendeu nada, jegue. — O colega disse cruzando os braços parecendo indignado com o amigo. — Como é? Tem curso para virar sequestrador e capanga? Que modernidade. Tem prova? Quanto tempo de curso? — Gargalhei com a história. Quem diria. — Oh tu errado, Márcio. Reclamou de mim mais fez igual. Se a tua esposa souber que tu tá dando essas bobeiras, tu dorme na varanda novamente. — Edson com toda a certeza do mundo era péssimo na função de capanga. — Você tá doido! Não fala o meu nome. E a Jéssica não vai saber de nada. Ela está ainda mais brava depois que chegou no oitavo mês de gravidez, não quero nem imaginar. — Márcio respondeu. Definitivamente, Hades só tinha capanga sem futuro. Agora não sei apenas o nome deles, como a vida pessoal. — Dois idiotas. Agora a refém sabe não apenas os nomes, o nível de organização da equipe e ainda informações pessoas de vocês. Calem a boca. Se o Hades souber disso, vai querer matar vocês. Já não basta o último erro de vocês com a Rubi. — O homem que parecia mais velho, parado na porta falou. — Olá, senhor. Os seus olhos são tão lindos. Será que Rubi, sua filha, puxou esse azul tão bonito? — Perguntei na esperança de ter mais um capanga bobo. — Ah! Obrigado, menina, mas Rubi não é a minha filha, mas do che... — O homem notou mais rápido que os outros que tinha dado uma inflamação que não deveria. — Acho melhor a gente colocar algo na boca dela. Ela tem uma habilidade sobrenatural de conseguir obter respostas. Tenho certeza que foi o próprio irmão que ensinou ela. — Será? Acredito que é uma ótima forma de interrogar. Uma mulher bonita, com as perguntas certas, ninguém vai desconfiar do intuito, apenas pensa que ela está falando por falar, jogando assunto fora. Essa mulher é mais perigosa que Hades pensa. Temos que ficar de olho nela e alerta ele sobre isso. — Márcio disse assustado. Não, definitivamente, não sou eu que sou um gênio aqui. Hades estava cercado por idiotas, mas tenho sensação que ele sabe disso, que é uma escolha proposital, mas, por que faria isso? Não me parece o tipo de homem que fazer as coisas por fazer e é bem inteligente. Enquanto eu tentava entender porque Hades trabalhava com os três patetas, fui conduzida para fora do galpão. Era um espaço separado no fundo da mansão. Fui guiada o prédio central, era enorme, muito maior até que a nossa casa nos Estados Unidos. Hades definitivamente é muito rico, mas como eu não conheceria alguém com tanto dinheiro assim? Assim que coloquei o pé dentro da mansão, notei que era absurdamente bem decorada e luxuosa. O ambiente parecia escuro, misterioso e sombrio. Me lembrou muito a primeira impressão que tive de Hades. Subimos a escada, havia um corredor com diversas portas. Me indicaram para entrar na segunda porta. Era um quarto enorme, bem decorado, havia televisão, livros, cama e até um banheiro. — O chefe colocou algumas roupas no closet e tem uma geladeira com lanches. O horário das refeições e cardápios será colocado em baixo da porta todos os dias. Estamos indo. — Edson disse rápido antes de fechar a porta e eu ouvir o som da chave girando. Eu não precisava nem testar estava presa. — Livro, televisão, cama confortável, lanches e cardápio das refeições? Isso está melhor do que o hotel que eu estava. O que deixa tudo ainda mais esquisito. Tem até flores em um jarro. Não faz nenhum sentido. Que tipo de sequestrador mima assim o seu refém? — Pensei alto olhando ao meu redor. Não parece em nada com um cativeiro. O que realmente Hades está tentando fazer aqui? Enquanto olhava os detalhes do quarto, ouvi um barulho de algo caindo dentro do closet. O meu coração acelerou. O que será que está acontecendo agora? Quando estava finalmente ficando aliviada com o meu cativeiro cinco estrelas, algo tinha que acontecer. — Tem alguém aí? Estou armada e não tenho medo de usar. — Falei segurando um jarro de plástico, mas na minha defesa, pareceu de madeira.
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