Quem diabos é Ester?

1553 Words
A conversa se seguia, não entendi ao certo do que se tratava, mas havia uma voz que de destacava entre as outras. Não era apenas mais forte, mas passava uma sensação de autoridade. Será que aquele homem era o mandante do sequestro? Ouvi passos de aproximando de mim, logo depois a venda saindo dos meus olhos. — Quem diabos é você? — Perguntei ao tirarem a venda dos meus olhos. Ao ver aquele homem alto, parado na minha frente, com uma arma enorme, como se não fosse absolutamente nada. Não fazia a mínima ideia de onde eu estava, era um quarto desconhecido, as minhas mãos e pés estavam amarrados e havia um homem alto parado na minha frente, me olhando com cara de poucos amigos. Próximo à porta de saída, haviam mais três homens, como se fossem seguranças. — Não sabe quem eu sou? Pensei que o seu irmão já havia falado para você sobre mim. Me disseram que vocês dois tem uma relação maravilhosa. Tenho certeza que sabe exatamente quem eu sou. Deve está se tremendo de medo ao encarar o seu maior pesadelo. — O homem disse ao se aproximar ainda mais de mim. Acabei soltando uma pequena risada com aquela cena que mais parecia sido tirada de um filme de comédia clichê. — Você está achando isso divertido? Sabe o que vai acontecer com você? Ah, deve está rindo de nervoso. Entendo. Não é a primeira vez que vejo alguém rir ao encarar a sua morte de frente. — Primeiro, não faço mesmo a mínima ideia de quem é você ou que relação tem comigo. Segundo, os meus pesadelos não são tão gostosos como você. É realmente um pedaço de m*l caminho. Terceiro, poderia soltar as minhas mãos? Uma pessoa que se diz tão assustadora com uma arma desse tamanho nas mãos, não deveria ter medo de uma mulher como eu. O que eu poderia fazer? Mesmo se conseguisse passar por você, é impossível passar por aqueles homens que mais parecem uma muralha, não sou um risco, certo? Mas nesse ritmo, as minhas mãos estão em risco.— Eu podia sentir o meu pulso ardendo devido às amarras estarem apertadas demais. Eu precisava manter a minha cabeça no lugar até entender o que estava acontecendo. Não podia demonstrar medo ou qualquer outra emoção. Era necessário avaliar a situação com cuidado. — Vejo que não está gostando da nossa hospitalidade. — O homem misterioso disse ao se agachar na minha frente. Eu estava basicamente jogada no chão, dentro de um quarto pequeno repleto por homens que me encaravam o tempo todo. Pensando bem, talvez fosse o pesadelo de qualquer mulher mesmo. — Como eu iria gostar? Há um Pitbull enraivado na minha frente, querendo rosnar para mim sem qualquer razão. Não sabe tratar uma dama? — Pensei que estava finalmente ficando louca, mas uma coisa eu aprendi na vida, quanto mais demonstrar o medo, mais difícil será controlar a situação. O melhor a se fazer agora é entender o que está acontecendo. Se eu ainda estou viva, há algo que eles queiram com o meu sequestro. Se quisesse me matar, eu estaria morta. — Claro que sei cuidar de uma dama, mas na minha frente tem apenas um Chihuahua irritante que não consegue ficar calado um minuto sequer. Será que eu deveria cortar a sua língua fora enquanto esperamos o seu heroico irmão vir te salvar? — O homem tinha um sorriso lindo, mas, ao mesmo tempo repleto de maldade. — O que você quer com o meu irmão? — Perguntei preocupada. Então aquele sequestro era apenas para conseguir a atenção de Ulisses? Mesmo assim, algo não faz sentido. Meu irmão não tem ligação perigosa com esse tipo de gente. Será que tem dedo do meu pai? Mesmo da cadeia ele conseguiu arrumar problemas para nós? Pensei que apenas iriam pedir resgate, mas suspeito que não é isso que eles estão desejando. — Que ele morra, de preferência, de uma forma bem dolorosa. — O homem me respondeu segurando o meu queixo, me fazendo olhar para ele. — Será que aquele maldito valoriza a família dele? Eu sei que a família dos outros ele adora brincar, destruir e machucar, mas quem sabe quando se trata da dele, ele se importe o suficiente para sair da sua toca? — Não sei o que você pensa que o meu irmão fez, mas meu irmão não é esse tipo de pessoa. Não existe ninguém mais correto e nobre que ele nessa vida. — Respondi surpresa. Definitivamente, algo estava errado. Ulisses nunca machucaria alguém. — Sério? Isso é uma pena. Dizem que a ignorância é uma bênção. No seu caso, não sei se está fingindo ou se o seu irmão pode não ter deixado você saber das sujeiras dele, mas não faz diferença, você pagará pelos pecados dele, da mesma forma como fez comigo. — O homem disse com um sorriso. — Espero que a madame goste do quarto, se o seu irmão não vier te buscar, você viverá nesse quarto para sempre. Aconselhou que seja uma cachorrada boazinha e não me morda. Assim podemos ter uma relação harmoniosa. — Só costumo morder quando me pedem, pode ter certeza que se eu fizer isso você vai gostar muito. De toda forma, tem mesmo que me deixar nesse quarto? — Perguntei olhando o lugar. Havia apenas uma cadeira e muita poeira. — Sou uma senhorita sensível, toda essa poeira me mataria antes mesmo do meu irmão chegar aqui. Se quiser me deixar viva, precisa melhorar essas acomodações. — Só costumo morder quando me pedem, pode ter certeza que se eu fizer isso você vai gostar muito. De toda forma, tem mesmo que me deixar nesse quarto? — Perguntei olhando o lugar. Havia apenas uma cadeira e muita poeira. — Sou uma senhorita sensível, toda essa poeira me mataria antes mesmo do meu irmão chegar aqui. Se quiser me deixar viva, precisa melhorar essas acomodações. — Vocês deixaram por acaso ela cair usando estavam trazendo ela para cá? A cabeça dela não parece está funcionando muito bem. Mandei que trouxessem com cuidado. — O homem disse em um tom sério, mas só podia se brincadeira. Melhor que me ache louca do que tente fazer algo perigoso comigo. Tenho certeza que o plano não é me matar, sou apenas isca. — Senhor, ela é pesada, mas não derrubamos ela. Colocamos na van com cuidado depois trouxemos. — Um dos homens que protegiam a porta responderam. — Olhe! Se continuar me chamando de gorda. Eu vou me soltar e acabar a sua cara. A mãe de vocês não deu educação nenhuma para vocês? Como podem falar de uma mulher assim? Eu tenho pena das parceiras de vocês. Devem ser tão insatisfeita. Um homem que não sabe usar a boca direito, não tem utilidade nenhuma para as mulheres. — Respondi convicta. O rosto do homem se contorceu de raiva, mas o chefe gargalhou. — Acho que ela já veio com defeito de fabrica. Não tem condições. Ninguém em pleno juízo seria sequestra e estaria tão calma, sendo capaz até mesmo de fazer brincadeira com os seus sequestradores. Talvez o seu irmão tenha ensinado você bem demais, para você querer que eu acredite que não sabe quem é ele. E, aliás, o que tem de errado nesse quarto? — O homem me olhou com um sorriso. Não sentia nenhuma ameaça. Quem será que era esse homem e qual o problema dele com Ulisses? Será que a empresa dele faliu? Foi problema com meu pai? — Isso lá é um quarto? Eu jurava que era uma pocilga. Que tipo de homem deixa uma mulher como eu em um lugar como esse? O senhor parece tão confiante. Tem medo que eu consiga fugir se me colocar num lugar melhor ou isso aqui é o melhor que você tem? Não tem lá muita cara de quem realmente tem algo na vida, apenas ódio no coração. Se for só isso que tem para oferecer, não se preocupe. Não devo sobreviver muito tempo nessa situação mesmo. — Nesse discurso absurdo que eu ouvi, me dei conta de algo importante sobre aquele homem. Ele era absurdamente orgulhoso e facilmente controlado por suas emoções. E eu tinha que usar isso da melhor forma, para tentar encontrar uma forma de fugir daquele lugar ou pedir ajuda. — Estér, não brinque com a minha paciência. Você sabe exatamente que tipo de pessoa eu, Hades, o rei do submundo sou, também o que posso fazer com você e sua língua afiada. Deveria aproveitar que eu estou de bom humor e não tentar me deixar irritado — Hades disse apertando o meu queijo com um olhar irritado. — Espera. Do que acabou de me chamar? — Se eu não estou louca, acabei de ser chamada de Ester? — Você me chamou de Ester? Espera! Tem um engano aqui. Não me chamo Ester, você pegou a pessoa errada. Isso tudo é uma enorme confusão. Por isso, desde o começo não fazia sentido. Eu nem sei quem diabos é Estér, quem dirá o irmão dela. Todos na sala se olharam por um tempo, pensei que tudo estava óbvio. Senti um certo alívio. Não tinha qualquer relação real com Ulisses, mas para minha surpresa uma gargalhada tomou conta da sala. Será que perdi alguma coisa?
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