Amélia
Cheguei em casa e Soley estava dormindo bêbada, com um copo de whisky derramado ao seu lado, o celular aberto nas conversas com Leonardo e um com o rosto inchado. Havia ligações perdidas de Joeli, Edgar e minhas também.
— Soley. Acabei de chegar, vou fazer um café pra gente. Precisa comer também, nem só de álcool sobrevive o corpo. Agora levanta daí e vai tomar um banho.
— Eu só quero dormir, tá legal?
— Nada disso, você vai tomar um banho e nós duas vamos conversar. Não quero te ver fazendo corpo mole, vai anda. — Segurei sua mão e a puxei, ela estava muito bêbada, então eu a deixei no sofá e enquanto fui cuidar de Yan, ao terminar eu a levei até o banheiro e lhe dei um banho.
Ligação Ativa
— Oi Léo, queria te dizer que por aqui está tudo bem, queria ter te ligado antes, mas sabe como é...
— Eu imagino. Cadê ela? Na última vez que falou comigo disse que estava bebendo há mais de duas horas, pode me dizer que p***a é essa? Que merda ela pensa que tá fazendo?
— Eu não sei, Leonardo. Tava tudo bem até ontem, hoje ela desandou e tá dormindo.
— Dormindo! — Ele deu uma risada irônica e nem mesmo eu sabia o que fazer. — Ela está mais pra desmaiada que dormindo. Ela disse que iriam viajar, posso saber pra onde? Não que seja da minha conta, mas preciso saber dela, eu quero me redimir por tudo que já fiz com ela.
Leonardo deixou a Soley a "ver navios" após simplesmente deixar de falar com ela quando conheceu uma garota, isso foi há anos atrás, mas Soley furar ressentimento disso até hoje.
— Eu sei. Mas, a gente não sabe pra onde é, Edgar só vai dizer amanhã quando a gente estiver indo. Eu te aviso que eu te falo assim que souber, na verdade estamos escolhendo um lugar ainda. — Mentir porque Edgar me disse o nome, mas eu acabei esquecendo.
— Qualquer coisa eu vou está aqui. Quando ela acordar, pede pra ela me ligar, por favor.
— Claro, boa noite, Léo.
Ligação Inativa
Leonardo
Joeli não sabe com que está querendo se meter, eu posso me render a Soley e talvez até a Amélia. Mas, Joeli está brincando com fogo, só por pensar que eu sou um homem calmo, quanto na verdade eu o terror em pessoa.
Estava na hora do jantar, mas ao invés de jantar no hotel eu optei por ir até outro lugar, onde ficasse longe da Milley, hoje eu não estava com saco pra aturar aquela criatura, então para evitar conflitos eu prefiro sair do local, evitando discórdia e perda de tempo. Eu queria que Soley estivesse aqui, ela sempre acreditou em mim e eu queria que ela comemorasse isso comigo, mas eu fui um tremendo filho da p**a. Espero que algum dia ela me perdoe e que possamos ser felizes, quem sabe um dia.
Sentado na calçada de uma praça que tinha em frente ao mar, não consegui segurar o choro por muito tempo e em minha mente veio um flash sem fim do quanto eu lutei para estar aqui.
Estava quase indo embora quando um amigo que eu não via há anos, apareceu me cumprimentando.
— E aí cara, como é que você tá? — Wallace me deu um aperto de mão e sentou ao meu lado, lhe ofereci uma cerveja e ele aceitou. — Então, decidiu vir morar por aqui?
— Não, estou apenas a trabalho e somente. Me formei exatamente no que eu quis e acabei ingressando em outra coisa, acredita?
— Acredito, também não me formei em engenharia, optei por mudar totalmente de profissão. Abri uma joalheria e a inauguração vai ser daqui a dois dias, conto com você lá. Mas então, o que rolou com a Soley? Faz um tempos que a gente não se via!
Papo de homem é bom porque não falamos de muitas coisas, Wallace era amarradão na Sol, mas depois de uma conversa que a gente teve, ele aceitou que sua vida seria melhor se não se metesse em encrenca e assim ele fez...